Eu Poderia
O Eterno, é possuidor de todo, como poderia um simples mortal compensá-lo por todos os benefícios concedido à cada um de nós? Cumpra seus votos, tema ao Senhor e obedeça a sua Palavra.
Ser bom no xadrez é sinal que você talvez poderia fazer coisas que são úteis para o mundo, mas escolheu fazer coisas que são inúteis.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A juventude não é
nem poderia ser eterna...
mas tem que ser terna.
...
Não seja um velho de alma jovem...
rejuvenesça os seus conceitos,
especialmente o de velhice.
...
Tenha sempre a idade
dos seus anos de vida.
Toda data é querida.
...
Aceitar a própria idade
é perder a eternidade
sem perder a ternura.
UM SER HUMANO NO PODER
Demétrio Sena - Magé
Fosse apenas pela inflação, eu poderia votar em qualquer outro candidato (evidentemente, menos naquela coisa que sabemos qual). Inflação é fenômeno constante, que se pode controlar, mas não extinguir. O atual governo tem controlado, com algumas dificuldades (que tenho criticado, inclusive nas páginas oficiais na web). Vem alternando itens, como outros fariam, com um nível médio de competência. Quero mais e tenho cobrado isso, porém, o retorno dos empregos e maior justiça social têm balanceado este cenário.
Mas o meu voto, em essência, foi no retorno da liberdade cidadã. Do retorno das artes, da literatura e da imprensa livres... também da valorização do trabalhador comum. Da democracia sem ameaças diárias. Votei, também, no compromisso institucional com a defesa das nossas matas, nossos rios, oceanos, os povos e tradições indígenas, a liberdade religiosa ou a não religião... nas leis mais eficientes contra o racismo, de proteção à mulher e ao menor. Os direitos humanos, como um todo.
Refiro-me ao compromisso institucional, porque tudo isso é pauta das esquerdas e mesmo assim existem falhas; casos de não cumprimento... mas pode ser cobrado, por se tratar de compromissos formais; obrigatórios. Imaginem como seria (e como já era prática no governo anterior) com as instituições e/ou partidos que não têm qualquer compromisso instituído com todas essas e outras pautas e diretrizes.
De todas estas questões, a que mais me toca é a liberdade. Aprecio poder falar, criticar, protestar contra o governo em quem votei... preciso, ao não gostar de sua condução em determinadas questões, gritar que não gostei. Poder fazer tudo isso é obrigar o governo a trabalhar direito e se ajustar às muitas necessidades populares, principalmente na inflação.
Ter votado em um ser humano que não sou obrigado a adorar como se fosse um deus ou mito, me dá essa dignidade como cidadão que não bajula e não aceita migalhas dos poderes. Com algumas insatisfações (o que sempre há), ainda não me arrependo do meu voto. Como já disse, votei em um ser humano... aquele outro não "era" humano.
NÃO HÁ ARCO-IRIS NO MEU PORÃO.
Nunca me disseram que a ausência de amor poderia cavar subterrâneos dentro da alma.
Apenas fui percebendo, dia após dia, que algo em mim se retraía sempre que o afeto era negado ou a presença me era retirada sem explicação. E assim nasceu o porão.
Um porão não se constrói de uma vez.
Ele começa como um canto escuro da memória, onde jogamos o que não sabemos lidar: o abandono, o desdém, as palavras não ditas, os olhares que desviaram de nós no instante em que mais precisávamos ser vistos.
E quando nos damos conta, já estamos vivendo ali dentro.
Silenciosamente.
No meu porão, não havia janelas.
Apenas lembranças repetidas como ecos:
“Você é demais.”
“Você exige muito.”
“Você espera o que ninguém pode dar.”
Um dia, desejei ser amado. Verdadeiramente.
E, em meu desejo, ofereci tudo o que havia guardado.
Entreguei minha sede, minha esperança, minhas cicatrizes.
Mas do outro lado, veio o silêncio.
Ou pior — uma rejeição educada.
E então, fiz o que aprendi a fazer: voltei para o porão.
Fechei a porta por dentro.
E culpei a mim mesmo por não ser digno das cores do outro.
Mas ali, no escuro, algo começou a mudar.
Percebi que a dor que tanto me esmagava, não era apenas pela ausência de amor…
Era pelo peso de ter construído minha identidade com base na validação alheia.
Era pela minha tentativa constante de provar que merecia ser amado.
E foi então que compreendi:
O porão não é um castigo.
É um chamado à reconstrução.
Um convite da alma para que deixemos de implorar luz dos outros… e comecemos a criar a nossa.
O arco-íris não se forma no porão porque não há janelas.
E não há janelas porque, por medo de sermos feridos, tapamos toda e qualquer fresta por onde o amor pudesse entrar — inclusive o próprio.
Agora eu sei.
Não é que ninguém quis me amar.
É que eu me abandonei na expectativa de ser salvo.
E a verdade é esta:
Não há arco-íris no meu porão…
porque fui eu quem escondeu o sol.
Mas hoje — hoje eu quero recomeçar.
Talvez eu ainda não saiba como abrir as janelas.
Mas já tenho nas mãos a chave do trinco.
E isso… isso já é luz.
Reflexão final:
Você não precisa de alguém que desça até os teus porões para te amar. Precisa, primeiro, ser quem decide não viver mais neles. A partir daí, tudo começa a mudar. O arco-íris não virá de fora. Ele nasce quando você ousa sentir orgulho da tua própria coragem — mesmo que ninguém esteja aplaudindo.
“É serio? Vamos discutir sobre algo que não muda nada só para colocar para fora palavras que poderiam ser usadas para algo útil.”
O meu coração
é potiguar,
Bem que todo
o amor neste
Camaleão
poderia se declarar,
Porque o meu já
não consegue se calar.
Apenas falar o que eu sinto não é o bastante para mudar a realidade do meu país. Mas eu poderia dar a minha existência, se encontrasse a oportunidade.
Levaram o amado
da filha do General
mais antigo e preso,
poderia até condenar,
não é sempre que
eles estão errados.
O lúcido é esperar
e aguardar os fatos
para criticar ou não,
e para rezar que o
os direitos humanos
sejam resguardados
O diálogo nacional
para se reconciliar
com os prisioneiros
de consciência total
como é o General
preso injustamente
já deveria ter
((((acontecido))).
Aprisionam ainda
o velho tupamaro,
a minha Mãe sempre
me pergunta quando
é que vão libertá-lo,
e eu nem sei mais
a ela o quê responder.
O Carlos Lanz segue
((((desaparecido))))
e não há nada que
faça este juízo
((((convencido)))),
não há resposta
plausível para o quê
pode ter ocorrido.
Um caminho claro
como Ambligonita
que poderia ser
mais aproveitado
com outra energia,
Muito longe de ser
poesia e que insiste
na ironia em vez
do entendimento
não pode oferecer
um bom futuro,
Só não entende isso
que não faz questão
de querer entender,
Quem quer solução
sabe que qualquer
nó se desfaz aos poucos.
Mas você se lembra do champanhe aberto no ano novo, pois então, poderia ser o champanhe do nosso casamento.
Poderia ser a gente ali, na quela cama entre os lençóis bagunçados, o travesseiro com o seu cheiro, nossos beijos estralados com o gosto amargo do seu cigarro, o começo de uma manhã, não precisava ser aquela manhã ensolarada, com barulhos de pássaros vindo do lado de fora, com raios de sol atravessando a janela do nosso apartamento, tipo clichês de filmes românticos. Poderia ser uma da quelas manhas nublada mesmo, fria, em que agente abre a janela do quarto e se depara com a imensidão de um céu todo acinzentado. Poderia ser a gente ali, deitados na quela cama, ouvindo o nosso próprio silencio e o barulho das folhas caídas no chão, sendo levadas pelo sopro do vento lá fora, poderia ser a agente ali, nos cobrindo de amor dos pés até a cabeça. Ah poderia sim ser agente. Por que de não ser? Simplesmente não existe um porque. Por que simplesmente poderia ser agente. Mas não é. De vez em quando vai ser! Eu sei que vai ser. Mas depois de tantos desenganos,depois de varar a madrugada imaginando se poderia ser a gente, eu me pergunto. —Porque de não existir a gente? Por que nem tudo depende da gente, e essa é a grande porcaria. Oh meu amor. Me desculpe, por essas escritas que te mencionam discretamente. Mas as minhas dores são poros por onde transpira as escritas. Tudo anda sobrando em mim e ao mesmo tempo não ah nada em mim. Mas que diabos que eu tenho? Eu tenho de tudo! Eu tenho todas as dores de amor que imaginarem. Mas eu não tenho você. Eu te imagino, te reinvento. E quando eu realmente te tenho envolvido nos meus braços, eu simplesmente não o quero deixar ir. É como se eu te protegesse de todo o mal que habita longe de mim, é como se eu te cuidasse de longe. Dói. Todos sabem que dói cuidar de um amor de longe. Mas é amor cara. E amar dói mesmo. A gente poderia ser tanta coisa juntos, e optamos para ser as vezes um desconhecido um para o outro. E a cada reencontro, a gente se encontra e se conhece de novo. A gente se repete, se cansa. Mas vamos imaginar essa historia como um filme, como uma serie talvez, que tem vários capítulos. E nunca um final. Eu não posso imaginar agente tendo um final.
