Eu Gosto do Risco dos que Arriscam
REDUNDÂNCIA (soneto)
Por que me vens, com a mesma rima
Por que me vens, sofredora na trova
És porque vive assim querendo prova
Ou, então, lembrar-me da autoestima?
Por que levanta a tua voz, que sova
O coração, já amassado. Me anima!
Pois é tu, que do amor me aproxima
E não o contrário, a que me reprova
Vens acordar o que repousa fagueiro
O que de melhor há no poético raiar
O que vive romântico, assim, faceiro...
Ah! esqueçamos o que possa tardar
Nas tuas linhas eu sou o seu cavaleiro
E de minh’alma a doçura quero poetar
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
NUME... (soneto)
(8 de março, Dia da Mulher)
Há na mulher um ser de grandeza
que é de luz e de espírito bendito
a tua criação é o divino na natureza
tua prestante alma é todo o infinito
Um mistério de força e de pureza!
Um coração em espasmo erudito
rasga-se em amor de terna firmeza
e de toda geração o melhor escrito
Deus transmite o Teu olhar por ela
cada rebento a vida em harmonia
e a Gênese do afeto em cada abraço
pois, no seio de mulher ou donzela
dela o amparo, patrona companhia!
Nume... que nunca rende ao cansaço.
ECLIPSE (soneto)
Sei de uma saudade, tapera escura
Onde meu coração anda penitente
Memória de uma dor, que perdura
No peito, cheio de suspiro pendente
Ó paixão, só me quer na sepultura
Da solidão, amarrado em corrente
Da agonia, me privando da ternura
De ter-te... me tiranizando a mente
Por que? Bates a porta do querer
Quer me ver sofrer e em prantos
E de sentimento rude e sem valor
Arranca de mim este vazio a prover
Versos toscos e tão sem encantos...
Tal qual a quem... desluziu o amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CERRADO ALVORECENDO
Um raiar grande e luzidio, um alvoroço profundo
O amanhecer no horizonte em histeria tremenda
As maritacas nos buritis já se fartando da merenda
E o cheiro do chão duro, do bafejo manso é oriundo
Preme pela janela o raio de sol rachado na fenda
O vento seco trovando suspiros vindos do fundo
Da melancolia, que traz a saudade num segundo
E que desperta no sertão com a mais bela legenda:
De vitalidade, pois é a diversidade já alvejando
Vê! Tudo é magia, leve, com toda a sua ousadia
Brilha o capim dourado no campo, em bando...
E tudo vai demudando, tal uma doce poesia
Escritas com as mãos do Criador, ali rimando,
A vida com a lida do alvorecer de mais um dia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
*no olho do furacão do COVID-19
ÚLTIMOS VERSOS (soneto)
Na poesia luzente, hoje triste e fria
Onde os versos eram para a gente
Na poesia feliz, que ti trovei um dia
Para sonhar, já perece, eternamente
Achei (ia perpetuá-la) à nossa valeria
Intocada a rima de amor contundente
Aquele olhar, sussurrado em melodia
Que nos fez delirar a alma ferozmente
E doravante, chora, a prosa na solidão
Que, outrora, era de convivo tão leve
Agora, cheias de rancor e de embraço
Aquele abraço que escrevia emoção
Que trazia sintonia, e hoje tão breve
Ó inolvidável amor, desatou-se o laço!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/03/2020, 10’57” – Cerrado goiano
Flor amarela...
A uva passa, a rosa murcha, o retrato amassa, o vidro quebra, o papel queima, e a flor amarela, sempre viva... viva ela!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Junho de 2020, Triângulo Mineiro
Sertão da Farinha Podre.
O AMOR (soneto)
O sentimento é uma formosa safira
Rútila, que o prazer do sentir enseja
Onde a emoção a companhia deseja
E no coração, aceso, flamejante pira
Tal harmônica lira, na poesia suspira
O abraço cativa, com o olhar se beija
E na amizade, ele, o afeto, assim seja!
É ardor com mimo que n’alma delira
É sempre magia e também é donário
Aquele singular poema no seu diário
Ternura e sedosa flor, enredado voo
Na companhia obrigatório alicerce
Onde no caule do bem ele floresce
Só quem tem, quem um dia amou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/08/2020, 20’01” – Triângulo Mineiro
Pai, na saudade.
Quando me dei conta da ausência
Na idade madura me encontrava
O senhor não era mais suficiência
Herói e vilão, já não mais estava
Outro tempo, outra realidade
O passado, passou, ali te amava
Te amo! Hoje, na dura saudade!
Quero mais que o alvorecer,
quero o despertar do amanhecer.
Quero o desabrochar do dia...
acordar em harmonia, com alegria,
quero o agora, a poesia, a emoção.
O amor fazendo razão no meu coração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17, setembro/2020 - Cerrado goiano
SAUDADE
Saudade – de pela areia fina andando
e a cidade no seu cheiro e no seu cio
Saudade! Dos bares e botecos do Rio
e do samba no pandeiro batucando
Noites de fevereiro, é roda no pavio
o carnaval, sol, e praia no comando
É a vida no agito, calor esquentando
conversa sem hora, e o céu de estio
Saudade – voo cego do sentimento
Sem pouso, com gemidos ao vento
Ai! maravilha entre o mar e a serra
Saudade – Laranjeiras do bardo
Coelho Netto, onde aqui guardo
parte de mim, ah! carioca terra! ...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 de outubro, 2020 – Triângulo Mineiro
EX AMOR
Foi-se-nos pouco a pouco esmorecendo
os suspiros que na sensação sussurrava
olhos fitos na qual o sentimento falava
que no então, não mais estava cabendo
Os degraus do desejo, fomos descendo
e a admiração já a luz de tudo anuviava
baços, apenas a dissonância despontava
logo no acaso o rascunho ia perdendo
Alma gêmea da minha, na sede figura
como o saciar que para a alma saciou
ou foi talvez, a ilusão, que pouco dura
Nada sei, muito sinto, o que me restou
um dia e outro dia na árida desventura
se chorei, porém, o enrabichado calou.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2020, 11’08” – Araguari, MG
ILUSÕES PARALELAS
Ó, como está saudade é de rotina
Mora no hábito, é dor no clamor
No entanto, um dia mandou flor
E o prazer era presença matutina
Como por ti me apaixonei, Amor!
E vê: que na memória contamina
O suspiro, que aos olhos neblina
Enche o dia de tristura, ao dispor
Ah, que falta faz o do teu olhar
Ah, os teus abraços a me ocupar
As coisas belas que não disseste
Tantas e tantas, que seriam elas
Nesta solidão, ilusões paralelas
Para emoção sair deste agreste
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
09 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
O Natal é dia de comemorar
o nascimento e libertação
que o dia seja de oração
cercado de espiritualidade
ao coração liberdade
na fé: - tenhas o amor como sinal...
Feliz Natal!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
dezembro - cerrado goiano
[...]e o ano assim termina
outra vez, desta vez: - aflitivo
o tempo em sua sina....
Que seja então, superação comum
o amor em todos uma rotina...
Sai 2020 (ufa!), no renovo vem 2021!
Que venha com bençãos divina!
Feliz Ano Todo!
Feliz Ano Novo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
dezembro de 2020 - Triângulo Mineiro
O ALVOR DE MINHA TERRA...
Neste alvorecer de minha terra assisto
Nuance de saudade vertida no cerrado
Uma felicidade e apertura num misto
No peito num sentimento imaculado
Este alvorecer desperta o que existo
De melhor no ver, a surpresa ao lado
Eis-me à beira do louvor, de tudo isto
De um alvor mágico e tão encantado
À tua espera, o horizonte totalmente
Alumiado, matiz que aos olhos berra
E à sensação uma surpresa reluzente
E, quando surges, então, nunca iguais
Vário, impar, o alvor de minha terra
Madrugadas seletas no sempre mais! ....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/02/2021, 04’59” – Triângulo Mineiro
SONETO PRA MANUELA ...
Quando a primeira vez revelaste pra vida
Do afeto acordaste, em devoção inteira
De dentro do sonho, do desejo foi parida
Desabrochando o amor da filha primeira
Com olhos rasos d’água, ovação, querida
Em anunciação, uma emoção verdadeira
És tu, menina, mimo, uma infinda torcida
Ao bem e a ventura, a felicidade te beira
E no zelo, por onde a ternura aí passar
Tão velada, ó pitéu pequenina, estrela
És “Manu”, um agrado que veio causar
Foi, assim, que se fez a surpresa bela
De simpatia, tua alegria, sorriso no ar
Feliz Novo Ano, viva, menina Manuela! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/02/2021, 06’48” – Triângulo Mineiro
*Um ano da minha sobrinha neta Manuela Naves Abraham
ALVOR DE SAUDADE ...
A noite se vai e vem o dia regressando
Com seu manto cintilante do rebento
Todo suspiro passado vou lembrando
Aperta o peito, a vontade, sem alento
Solevo o olhar pro horizonte olhando
Encontro o sol, grandioso e tão atento
Que no alvorecer ele vai no comando
Causando agrura no meu sentimento
Ó estrela reluzente, guia, tem piedade
Leva toda está minha bruta ansiedade
No teu mando, me faça assim, alegrar
Envia o teu esplendor a tua claridade
Pra essa tristura na alma, de saudade
Deste amor que não deixei de amar!...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08/03/2021, 08’39” – Araguari, MG
A velha porteira no cerrado
De madeira e de saudade
Compondo verso calado
E da recordação, suavidade
Suspiros ao coração, alado...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
SONETO À SANTO ANTÔNIO
Do teu testemunho, a fé é razão
Junho é mês, do festejo contente
Dia 13, a celebração e recordação
Bilhetes de amor de toda a gente....
És Santo aclamado na comunhão
Aos casais, guardião contundente
Do canto ao alto a próspera união
- aos nubentes, cerne confidente!
Santo Antônio, Santo casamenteiro
Tão louvado. Ao colo leva o menino
Jesus... devoção no mundo inteiro!
E aqui neste soneto em prece, seja!
A minha, a tua, a nossa fé, ao Divino
E, que com Sto Antônio sempre esteja!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2021, junho, 15’34” – Araguari, MG
AMAR É TUDO
Não há poética maior que encante
Nem há maior sentir que se iguale
A essa sensação que o prazer cante
O amor. Deste doce e gracioso vale
E se sabemos que é correspondido
Amigo, n’alma é só aquele acalanto
Portanto, se tem sustento e sentido
Se divertido, ah! contenta-se tanto
Já nas controvérsias, tem sua parte
Vário aparte, pois, é afeto humano
E não apenas um simples encarte
É poesia, ação, e nenhum engano
Quando o sentimento nele se farte
Então ame, ama, sem sê-lo profano
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04, junho, 2021, 08’00” – Araguari, MG
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