Eu e Voce de Luiz Antonio Gasparetto

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⁠Lá nas sábias entidades
Desse vasto território
Faz-se algo apelatório
Para o dom das caridades
Falam essas sumidades
Deste rumo deprimente
Como quem esteve ausente
Daquilo que bem conhece
E o povo é quem padece
Nas garras de certa gente.

Um arrumo nos casacos
Um esgar, um arrepio
Um prenúncio deste frio
Num trejeito de macacos
A aragem nos sovacos
O tremor em corpos sãos
O mancar dos anciãos
No tributo à voz do vento
Cede a prova do momento
Com o frio das suas mãos.

Os ossos do dia-a-dia
Nas alturas de carência
São ensino, por excelência
Pela sua antinomia
Além da ortopedia
E do cerne da matéria
A corrente da artéria
Mostra fracas cartilagens
Para aquelas personagens
Que se fartam de miséria.

Todo o lobo na matriz
Da raiz da sua essência
Tem talento e apetência
pra fazer o que não diz
Dentro dessa bissectriz
Da paisagem dividida
Uma parte é dirigida
Ao engano da verdade
Enquanto a outra metade
Gere o pão da sua vida.

Companheiros de matilha
Aliados da má-língua
Fazem jus à sua míngua
Com aleives na quadrilha
Tudo soa a maravilha
Aos cordeiros aparentes
Forjam logros indecentes
A troco do seu proveito
E a torto e a direito
São por vezes inocentes.

Brilham como divindade
Dos altivos campanários
No mais visto dos cenários
Da estranha sociedade
Talvez por necessidade
Das vaidades assumidas
As prosápias exibidas
Não se mostram em segredo
Enquanto este povo ledo
Tem as palmas estendidas.

Inserida por AntonioPrates

⁠Após o conluio feito no sinédrio,
seguiu-se o homem, do que é capaz,
sobrando o espelho dado por Caifás
aos muitos que bebem do mesmo remédio.

O povo, inseguro, ignora a preceito,
as frases de Cristo, na sua missão;
o seu a seu ego, em cada oração,
pra ter mais orgulho em cada defeito.

Nem sempre a história os justos premeia,
nem sempre o juízo é como previsto;
se hovesse eleições no tempo de Cristo
talvez Barrabás governasse a Judeia.

Confundem-se os justos com os vendilhões,
num vasto plenário de todas as cruzes:
acendem-se as trevas, apagam-se as luzes,
e fecham-se as portas dos bons corações.

Inserida por AntonioPrates

⁠Chora Abril retalhado,
na doutrina do poder;
seguindo rumo ao passado,
com a liberdade a sofrer.

I
No florescer da pastagem,
perante um lençol mimoso,
avança Alentejo vaidoso,
respira desprezo e coragem...
Dá-nos ar da sua imagem,
num sorriso retratado;
disfarça o ser magoado
que sua alma entristece;
enquanto o povo padece
chora Abril retalhado.

II
Lágrimas já repassadas,
penando no leito do rio,
sente um enorme vazio
sofrido em tantas chuvadas;
brechas, enfim reparadas,
coisas que dizem fazer;
passa na água a correr
tal percurso viciado,
acena em caldo entornado,
na doutrina do poder.

III
Lições de memória pequena
que a consciência ditou:
nobre, o poeta trovou:
“Grândola vila morena...”
Aperta saudade amena,
num coração já cansado;
lembra sozinho no prado
as provisões do celeiro;
verga perante o dinheiro,
seguindo rumo ao passado.

IV
Veste em ar de graça
a sensação que promete,
lavrada no jet set,
semeada na lei que passa;
pobre é gente sem raça,
povo que sabe perder;
o seu contento é viver
na ambição do sustento;
esquecido no mandamento,
com a liberdade a sofrer.

Inserida por AntonioPrates

⁠No Facebook há amigos verdadeiros, amigos de ocasião e outros ainda que são câmaras de vigilância.

Inserida por AntonioPrates

⁠Por cada lição cumprida
há um exemplo prematuro,
destinado ao bem da vida
e ao proveito do futuro.

I
Ante as muitas conjunturas
das voltas do meu trajecto
grafo cunhos do intelecto
com indícios de aventuras;
e entre vénias e mesuras,
sai-me a fé fortalecida,
numa crença concedida
aos desígnios do saber,
que me dão mais que fazer
por cada lição cumprida.

II
São sinais da existência,
do decurso das façanhas,
como gestas das entranhas
e do chão da paciência...
Em cada certa ocorrência,
vejo sempre um velho muro,
que atalha o que procuro,
tal como um animal veloz,
porque em cada um de nós
há um exemplo prematuro.

III
E então algo oportuno
dá-me força e claridade,
fez-me expor com liberdade
as valências que reúno;
lembro etapas do aluno,
dessa fase entorpecida,
comparando cada medida
na forma do seu tamanho,
como algo muito estranho
destinado ao bem da vida.

IV
Todavia, esse recurso,
ondulante e buliçoso,
é um exemplo caprichoso
das marcas do meu decurso;
mas depois, vejo o percurso
que sugere o meu apuro,
os paraísos que auguro,
neste afã da minha guerra,
dirigido à paz na Terra
e ao proveito do futuro.

Inserida por AntonioPrates

⁠Normalmente, os abutres só nos atacam quando nos sentem mais fracos.

Inserida por AntonioPrates

Neste mundo há duas maneiras de não cabermos em lado nenhum: se formos demasiado grandes, ou demasiado pequenos.

Inserida por AntonioPrates

⁠Às vezes penso que poderia ter tido uma vida mais saudável. Fumo vinte cigarros por dia a pensar nisso.

Inserida por AntonioPrates

⁠Penso o mundo a circular
Com verdade e com justiça,
Quando me ponho a pensar
Junto ao tronco de cortiça.

Inserida por AntonioPrates

⁠As pessoas discordam cada vez mais porque entendem cada vez menos.

Inserida por AntonioPrates

⁠Qualquer amor pode durar um ano e trezentos mil euros.

Inserida por AntonioPrates

⁠Quem gosta de lambe botas tem o que merece.

Inserida por AntonioPrates

⁠No Natal o bem faz-se no pão, e o resto é circo.

Inserida por AntonioPrates

A inflexibilidade religiosa e o extremismo político nunca produziram bons filhos.

Inserida por AntonioPrates


O estado normal da Humanidade é a loucura e o resto é conversa.

Inserida por AntonioPrates

⁠De todas as vezes que me tentaram censurar as palavras acrescentei sempre mais uma, duas, ou três. Não por teimosia, por altivez, ou por sobranceria, mas apenas para tentar escutar o eco das palavras que ninguém me disse, mas que sempre escutei com gritos.

Inserida por AntonioPrates

⁠Tanto Abril, tanta fartura,
tanta falta de verdade,
onde a nova ditadura
não deixa de ter censura
pra quem não tem liberdade.

Inserida por AntonioPrates

⁠Alentejo, o velho truque
dos romanos ancestrais
dá-nos pão nos olivais
e o circo no Facebook.

Inserida por AntonioPrates

⁠Nem na grande filosofia
da cultura mais perfeita
haverá boa colheita
onde é grande a rataria.

Inserida por AntonioPrates

⁠Chegam as colheitas, arregaço as mangas,
a cresta, o simpósio de tantos afins;
colmeias perfeitas, abelhas sem zangas,
mais o Santo Ambrósio na Casa Martins.

A vida é dos fortes que assim se alimentam,
sem medo ou receio dos bons dias maus,
benditas as sortes, as lidas que aventam
um homem no meio de quarenta graus.

Na fruta madura, com risos e queixas,
subo ao escadote, meto mãos à obra,
em grande cultura apanho as ameixas
e faço um pinote com a força que sobra.

Depois a vindima, depois do granizo,
no fino entrelinho de parra alquimista,
pra baixo, pra cima, há sempre um sorriso
feliz é o vinho que dá Boa Vista.

Faço o que ninguém aqui quer fazer,
levanto a enxada a dois metros de altura,
e vou mais além, onde a terra quer,
desde madrugada nesta vida dura.

No contrabalanço sem logro, sem preço,
colho esta virtude vivida a retalho,
e pra ter descanso que também mereço,
só peço saúde, respeito e trabalho.

Inserida por AntonioPrates

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