Eu e Voce de Luiz Antonio Gasparetto
CONTE E FALE
Sim me diga, diga vai?!
Vai dizer, o que, que há?
Se não me diga, não diga!
Se vai dizer, então diga já.
Se ameaça em dizer...
então, vai ter que falar!
Se não que falar, não ameace
e guarde tudo pra você.
Hum! Resolveu, vai falar?!
Fale logo sem demora?!
Não enrole o blá, blá, blá
diga tudo e vá embora.
Essa hora ainda é tempo
de expor tudo que sabe
diga do seu sentimento
contando toda verdade.
Antonio Montes
CONTRA GOSTO
Era tarde de agosto
tive gosto na farinha
mas veio o vento e me levou.
E com cara de desamor
na brisa d’aquela tardinha
meu olhar triste chorou.
Eu? Eu fiquei de contra gosto
com aquela migalha de troco
entre sopapo e assopro.
Barriga, seca em alvoroço
pequeno tempo tão pouco!
E a marmita seca no toco.
E a fome? No contra vapor
tremia a carne e as vistas
criava-se assim aquela dor.
O vento? A esse treiteiro
rodopiou pelo terreiro
e flertou ao mundo inteiro.
Antonio Montes
A FAIXA
O verde da faixa dos pedestres,
em um piscar, esta lá, todo verde...
Movida a água, secando de sede.
No alto do poste, piscando não cansa
ali, abre alas em seu enfoque...
O tempo todo, demarcando a esperança.
Esperança de um sonho alado, sonhado
que esta do outro lado ao imaginar...
Tudo aquilo, que se pode encontrar.
Ali, sobre o solo, tintas no asfalto...
Em duas cores como se fosse zebra
demarcando os rumos dos seus passos.
Se passa em falso... Em cores erradas
zás! Decisão, inconsequente imatura,
e a conseqüência nem sempre, terá cura.
Antonio Montes
DESENCRAVA
Palavras apenas
serenas pequenas
em tema condena
antiga arriba
decida ofensa
fala o que pensa
ouve voz tensa
xingo, reticencias.
Palavras lava,
lava a cara
leva o tapa
lavra vergonha
desentala
move a bala
move a cara
desencrava
desembala
com palavra
na senzala.
Antonio Montes
DOIS PERUS
Dois perus... Glu, glu
pássaros novos...
Pelados embaixo do céu azul.
Lá vem o tempo,
tempão...
Nuvens carregadas d’água...
Levadas por ventos
relâmpagos
trovão.
É hoje que água cai...
Cai liquida molhada,
correndo enxurradas
apagando poeira
fazendo sementes nascer.
Cai pra mim,cai pra você
cai para amar, cai para se vê
Peru, vasa! Vasa! Lá vem a chuva
cuidado com o natal
vamos correr.
Antonio Montes
CHANURA
Lua cheia sobre as telhas
poço no rio, peixe na fileira
a cumeeira tem lá a sua coruja.
Luz baixa sobre a curva turva
apito de um sentido, sentimentos
grito... Uma falha no tempo.
Se solte, solte a sua vontade
mas não deixe a euforia
entornar as suas verdades.
Nem todo dia é dia de acerto
se segure, segure o seu cesto
não coloque seu plano no espeto.
Antonio Montes
GATO E PÁSSARO
O gato e o pássaro, lá de casa
o dia inteiro o gato pula
o pássaro vasa...
Voa e arrasa, com suas asas.
O gato com sua gula...
Extravasa! Todo sorrateiro
esgueira-se pelo canteiro
por detrás do capim santo
se esconde no seu canto
E fica ali o dia, inteiro.
E o pássaro?
O pássaro voa ligeiro
E lá do alto, voando
visualiza o mundo inteiro.
O gato com o saco se espanta
e se arranca em disparada carreira
levanta poeira
sem eira sem beira
e com sua mansidão
sai na escuridão, para roubar
mais um peixe na feira.
O pássaro?
O pássaro levanta-se do chão
se propagando pelo tempo
com sua vida costumeira
e segue desfrutando do sol
pela descida da comprida ladeira.
O gato e o pássaro...
Sempre apostos a se mirar
Não se amam
mas nunca param de se olhar.
Antonio Montes
FIM DE ILUSÃO
A vela sobre o tempo
inflama cresce a chama
e transborda de felicidade!
Ilumina em sua volta
crepitando o seu amar
E inebriada com o vento,
se apaga... Perde as chamas
sem ter tempo de chorar.
Antonio Montes
FIM NA ESTRADA
O morto na beira da estrada
não tinha riso
não tinha nada.
A alma estava triste...
Com o olhar seco e profundo
como se tivesse perdido tudo.
Não importava mais o mundo
seus olhos, prostravam-se indiferentes...
Desprovido de lagrimas...
Não mais chorava.
N’àquele instante, ali...
o ar se fazia frio
o vento, não ventava
pássaros não cantavam
Uma sombra de mal goro
pairava sob o ar.
N’àquele momento nada se ouvia
Exceto... cri, cri de grilos...
Revoar de morcegos
E o gorjear de corujas.
De repente!... Visitas
expressões de fim
mimica de perca
O mundo estava perdido ali.
E nesse ínterim...
Brota uma mistura de choro
cochichos de bramuras
a falta de esperança
o desprezo de uma cura.
Os sentimentos estavam
pendurados nas margens do abismo
a cisma prostrava se inquieta
Uma interrogação no ar...
Porque que o mundo é aqui?!
Antonio Montes
FLORES COM LAGRIMAS
Dois olhos
dois rios
chuvas de lagrimas
enxurradas.
Lagos de tudo
enchente do mundo
águas.
São tantos choros
em meio a soluços
tanto impulsos!
Saudades danadas.
Antonio Montes
INUNDAÇÃO
Em silencio chora a sua dor...
Uma dor profunda
que inunda
que afunda em seu peito,
as farpas magoas do seu eu.
E que às escuras,
dilacera as suas lagrimas...
Uma a uma!
Uma a uma se desnuda
diante dos olhos de Deus.
Envolve-se em sua angustia
e o desespero...
Assombra a ti mesmo
e em sua tremula sombra
vê tudo em surreal
mas em sonho, nada pode fazer.
Diante da velocidade dos seus atos
os quais como dardos
projetam sua coordenação e tato
ao mesmo tempo em que
esconde de ti...
o alvo principal.
Agora, já não tem tanta certeza
nem a destreza do seu sono
e os sonhos arredios...
Não te lembram do seu sonhar.
Antonio Montes
Será que esse pessoal de telemarketing não sabe, que esse negócio de ligar no seu celular todos os dias (duas ou três vezes ao dia e em horários muitas vezes inconvenientes), com uma gravação que a gente desliga a ligação imediatamente ao ouvir, não funciona?
Empresas gastam uma boa grana nisso pra nada!!! O efeito é até o reverso, pois a gente fica com uma baita raiva, por muitas vezes parar o que está fazendo pra atender a porcaria da propaganda... Alguns números eu até já decorei e nem atendo mais.
Se o telemarketing original já era ruim, este gravado é pior ainda, um erro! Pois o original a gente (eu pelo menos) fica com dó da(o) atendente que está lá fazendo o seu trabalho e muitas vezes damos até certa atenção (dependendo da educação deles); jamais tive coragem de desligar a ligação na cara da pessoa... E nessas a propaganda acabava sendo propagada, talvez muitos até se interessam e efetivam a compra.
Mas dar atenção à uma gravação? Quem em sã consciência faz isso???
Alguém sabe ao menos do que se tratam essas propagandas? Nem eu...
LÁ VAI JOÃOZINHO
Sobre o alvorecer cheio de sol
assoviando pelo caminho
lá vai Joãozinho!...
E vai sozinho,
no mundo o seu pedacinho
admirando o seu destino.
O vento sobre os arbusto
o farfalhar daquelas folhas
o chilrear da passarada
as sombras em suas encolhas.
A placa velha na estrada
as margens cheias de flores
as cores das borboletas
os pássaros com seus amores.
Lá vai Joãozinho...
de vez em quando aos saltos
com pensamentos lá no alto!
Quando crescer não terei sede
curarei todo verde
para nunca mais faltar água.
Farei rios no nordeste
matas de sul ao leste
e luzes que nunca se apaga.
Vou formar outra Amazônia
descobri outros países
não apenas pra roubar.
Farei, pais ficar com filhos
no deitar e levantar
sem nunca os abandonar.
Joãozinho saiu pensando
nas coisas do mundo mundano
o que fazer pra melhorar.
Descobriu que a politica
é a engrenagem da invenção
a onde todos é contra todos
e irmãos é contra irmãos.
Joãozinho cresceu ficou triste
quando viu que sua carreira
já não era mais brincadeira
e o para traz, não mais existe.
Antonio Montes
LÁ VAI O TREM
Piui, piui...
Lá vai o trem
Passa por ai
passa por aqui
sobre os trilhos de ir e vim
passa como colibri.
Da vontade de passar
e nas janelas olhar
as flores das velhas estradas
o ponto da bela chegada
que me leva a passear.
Piui, piui...
Lá vai o trem
vai tremendo o seu trilhar
corre lendo sob o vento
com seu tempo de chegar.
Esse trem leva saudade
da lagrima que viu cair
deixou no ponto a verdade
e a felicidade ao partir.
Piui, piui...
Já foi o trem
deixou o olhar do horizonte
pelos campos ao sumir
no ponto, prantos aos montes
com a vontade de seguir.
Sobre o vento, deixou lenço
abanando a despedida
foi para endereço tenso
expelindo lagrimas da vida.
Antonio Montes
LAÇO ESTENDIDO
Parada sem canto
no verde das arvores
chilreia e desencanto
que no peito invade.
É voar sem traço
embaraço com asa
planar de abraço
o amar de uma casa.
É um pássaro no galho
família sobre a mesa
é amor sem entravo
alegria e beleza.
Um canto com encanto
sentimentos reunidos
é lagrimas sem pranto
em laço estendido.
Antonio Montes
LAVA TUDO
Lava, lava lavadeira
lava descida e ladeira
e a lua pra namorar.
lava calor frenesia
canseira, aroma de flor
horizonte além do mar.
Lava a casa de Maria
agonia do amor
e a cama pra se deitar.
A geleira da Sibéria
lave com frio no osso
e lave a louça do jantar.
As panelas do almoço
o teu gosto, lave a gosto
e não deixe jejuar.
Lave a vida com toda água
reluzindo os sentimentos
sem nunca se afogar.
Faça do tempo, limpeza
alvoreça os pensamentos
com o modo do seu limpar.
Lava, lava lavadeira
Lave lá o azul do céu
e a prata do luar.
Lave o troféu do Nobel
da bomba que explodiu na rua
e da tática de matar.
Lave a cara e a coragem
dos quatros cantos do mundo
a construção da bobagem
e a politica que engole tudo.
Lave também a esperança
pra nunca faltar a fé
o homem e a criança
e a rudez da mulher.
E essa tal escravidão
lave até acabar
e toda enganação
não deixe te enganar.
Lavadeira lave a roupa
e coloque-a pra quarar
enxague estenda na sombra
pra não queimar ao secar.
Antonio Montes
LEILÃO MALUCO
Quanto me dão...
Pela cesta de tristeza e o fim da beleza?!
Uns dias?!
Uma hora?!
Uns gravetos?!
Uma tora?!
_ Uma tora!
_ Umas toras dou-lhe uma...
Uma tora dou-lhe duas...
Vendido nesse momento agora!
Vendido por uma tora!...
Para o cavalheiro, cheio de pranto
que se encontra lá no canto!
Senhor indivíduo
Não de ouvido...
Pegue a sua tristeza
e vá embora.
Vamos continuar o leilão?!
Nesse momento, agora...
Vamos leiloar, uma lágrima sem água
lágrima dessa que:
Com o tempo se afaga.
Vamos lá senhores!
Quantos me dão pela lágrima
do defunto passado, vivendo no sonho
vamos! Essa é a hora certa...
Façam as suas ofertas?!
¬_ Noites e noites de sonho!
Momentos e tempo de lembranças.
_ Momentos e tempo de lembranças...
dou-lhe uma!
Momentos e tempo de lembranças...
Dou-lhe duas!
Momentos e tempo de lembranças...
Dou-lhe três!
Vendido para a dona recordação
A mesma senhora...
Já rematou muitas e muitas saudades!
É isso ai senhora?!
Pegue a suas lembranças e sonhe
sonhe, sonhe e um dia será feliz.
Vamos ao leilão?! Vamos ao leilão?!
Agora vamos leiloar...
A partida!
Quanto me dão pela partida?!
_ Um sentimento de desprezo!
_ Atenção! Atenção!
O aceno de mão ofertou....
Um sentimento de desprezo pela partida...
Um sentimento de desprezo!
Dou-lhe uma!... Dou lhe duas!...
Dou lhe três!
Vendido para o aceno de mão!
Uma boa aquisição
Não se esqueça que:
Partida sempre machuca o coração.
Antonio Montes
CIRCUNSPEÇÃO
A chama? ah essa chama...
Que chama engana e esgana
inflama com gritos, ressalta e brama.
Como chama essa chama!
Será labareda, voz de articulação ou gana?
ou um chamado estridente de bacana.
Quando ouvires uma chama que chama, vá
Mas tenha cuidado... Com o fogo da chama.
Antonio Montes
EXPECTAÇÃO
Uma lagrima serena
em tardes tão pequenas
vida breve de dá pena
cravada n'essa novena.
Não chore seu choro
por príncipe nem um...
Quem sabe ele é sapo
enchendo-te de sopapos
cheio de zum, zum, zum.
Se segure, que amanhã
lhes trará um novo sol
horizonte,e bela flor
coração cheio de amor
braços aberto e arrebol.
Antonio Montes
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