Eu e Voce de Luiz Antonio Gasparetto
Quando eu lembro do estalar do chicote, meu sangue corre gelado, lembro do navio de escravos, quando brutalizavam a minha alma.
Eu não quero um “eu te amo” iguais aos demais, eu quero um “eu te escolhi em meio de tantas para estar ao meu lado”, isso bastaria.
Por tanto amor, por tanta emoção a vida me fez assim doce ou atroz, manso ou feroz, eu caçador de mim...
Eu podia ver a estrada à minha frente. Eu era pobre e ficaria pobre. Mas eu não queria particularmente dinheiro. Eu sequer sabia o que desejava. Sim, eu sabia. Queria alguma lugar para me esconder. Um lugar onde ninguém tivesse que fazer nada. O pensamento de ser alguém na vida não apenas me apavorava como me deixava enojado. Pensar em ser um advogado, um professor ou um engenheiro, qualquer coisa desse tipo, parecia-me impossível. Casar, ter filhos, ficar preso a uma estrutura familiar. Ir e retornar de um local de trabalho todos os dias. Era impossível. Fazer coisas, coisa simples, participar de piqueniques em famílias, festas de Natal, 4 de Julho, Dia do Trabalhador, Dia das Mães...afinal, é pra isso que nasce um homem, para enfrentar essas coisas até o dia de sua morte? Preferia ser um lavador de pratos, voltar para a solidão de um cubículo e beber até dormir.
Qualquer um pode julgar um crime tão bem quanto eu, mas o que eu quero é corrigir os motivos que levaram esse crime a ser cometido.
Eu nem sempre posso falar aquilo que penso, mas o que não posso falar é exatamente aquilo que eu não devo dizer
Porque deveria eu pelos outros sofrer,
quando ninguém por mim irá suspirar?
Quem vive comigo sabe. Quem convive comigo sente. Eu amo poucos. Mas esses poucos, pode apostar, amo muito.
Tem horas que é caco de vidro
Meses que é feito um grito
Tem horas que eu nem duvido
Tem dias que eu acredito.
Eu já tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim.
Eu amo pessoas "San Francisco"
Uma das coisas que fascinam na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobre a falha de San Andreas, que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando e grandes terremotos de tempos em tempos. Você está muito faceiro caminhando pela cidade, e de uma hora para outra pode perder o chão, ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho. É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade, e isso amedronta, mas, ao mesmo tempo excita, vai dizer que não? Assim também são as pessoas interessantes: têm falhas. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade linda, limpa, onde tudo funciona e você quase morre de tédio. Pessoas, como cidades, não precisam ser excessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize. Pessoas, como cidades, precisam ser limpas, mas, não ao ponto de não possuírem máculas. É preciso suar na hora do cansaço, é preciso ter um cheiro próprio, uma camiseta velha para dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou. Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis. De vez em quando, sem abusar muito da licença, devem ser insensatas, ligeiramente passionais, demonstrar um certo desatino, ir contra alguns prognósticos, cometer erros de julgamento e pedir desculpas depois, pedir desculpas sempre, para poder ter crédito e errar outra vez. Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar, porém, não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar. Nunca se deve deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades, têm rachaduras internas, portanto podem surpreender.
Falhas. Agradeça as suas, que é o que humaniza você, e nos fascina.
Eu sou o capitão da minha alma.
- Tenho medo do chão.
- Queres dizer alturas.
(...)
- Eu sei o que quero dizer! O que nos mata é o chão!
Nada mais vai me ferir. É que já me acostumei com a estrada errada que eu segui, com minha própria lei, tenho o que ficou e tenho sorte até demais como eu sei que tens também.
Eu admiro demais os detalhes. O detalhe de um sorriso tímido, da forma como os olhos se movem. Tudo revela algo.
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