Espiritismo

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Sua mente dita a sua realidade.

Inserida por ARRUDAJBde

A VIGILÂNCIA SERENA SOBRE O QUE JÁ FOI SUPERADO.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.

A reflexão que afirma que alguém não deve tropeçar no que já está abaixo de si não é um chamado ao orgulho, e sim um convite à brandura interior. O que está abaixo representa etapas vencidas, dores que já compreenderam seu lugar e aprenderam a silenciar. Contudo, cada vitória moral é sustentada por uma disciplina fraterna, jamais por altivez.

Quando olhamos para o próprior caminho com humildade, percebemos que ninguém progride sozinho. Os aprendizados vêm do contato com outros seres, das circunstâncias que nos moldam, e da benevolência que recebemos em momentos de fraqueza. Portanto, manter vigilância não significa erguer muros, mas caminhar com cuidado para não ferir a si mesmo nem aos outros. É reconhecer que a alma humana ainda traz áreas sensíveis que precisam de cuidado, e que o progresso espiritual é sempre uma construção comunitária.

Já ensinava Allan Kardec que o avanço do Espírito se realiza pela educação contínua e pela caridade recíproca. Assim, mesmo o que já parece resolvido em nós merece atenção, não como ameaça, mas como lembrança de que somos seres em aperfeiçoamento constante. A fraternidade que exercemos com o mundo deve refletir se também em nossa própria intimidade, acolhendo nossas partes frágeis sem julgamento severo.

A verdadeira grandeza não está em se sentir acima de algo, mas em caminhar com serenidade, humildade e afeto, compreendendo que cada passo pode ser uma oportunidade de servir, aprender e crescer.

Inserida por marcelo_monteiro_4

ESPERANÇA

O que nos acende e o que nos apaga
São os nossos desejos e ideologias
Ninguém está preparado pra nascer

Ninguém conhece o real segredo
Do mistério indecifrável de nossa existência.
Existe uma lei natural e inatingível

Mas se nesse momento você tiver audição
Pare e ouça o assovio do vento
É o cosmo paquerando sua vibração

Pega aquela concha antiga
Pega aquela concha e põe perto do ouvido
E Escuta o barulho do mar

O barulho do mar não é um barulho
É um código, um dialeto.
Como as cordas vocais dos elefantes

Comunique-se com o sol, com o vento
Dance com as árvores
Seja o que você quiser !

E quando sua carne apodrecer e desaparecer
Feito um gambá atropelado na estrada
Entregue sua caixinha de segredos para a humanidade

Lições, um punhado de amor, um legado de poesia e paz
Quando morreres não se esqueça de ser eterno
Eternize suas idéias influencie gerações

Como Drummond e Dumont voe em sua própria criação
Comunique-se com as ondas,
porque até a morte tem algo a nos dizer.

Inserida por Ladyadyforever

A VISÃO DO ESPÍRITO SOBRE O PRÓPRIO CORPO.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.

O trecho de número 309 de O Livro dos Espíritos apresenta uma das mais significativas lições sobre a diferença ontológica entre o ser essencial e o invólucro material. Quando Kardec pergunta sobre a consideração que o Espírito nutre pelo corpo ao qual esteve ligado, a resposta é clara e despojada de sentimentalismo: o corpo é visto como veste incômoda, uma espécie de instrumento necessário, porém limitado, que cumpriu sua função durante a etapa terrena. A expressão veste desconfortável tem força filosófica, pois revela a consciência do Espírito diante da natureza transitória da matéria, conforme a tradição espiritualista e segundo a tradução criteriosa de José Herculano Pires.

A continuação aprofunda a questão. Indagado sobre o que sente ao contemplar o corpo em decomposição, o Espírito responde que quase sempre permanece indiferente, * esse quase sempre merece um estudo com uma percepção mais profunda dentro das obras Básicas * , pois aquilo que jaz não o representa mais. A decomposição se torna fato natural, não motivo de horror. É o reconhecimento de que o elemento corporal pertence ao ciclo universal das formas, enquanto o princípio pensante prossegue adiante.

Esse conteúdo permite duas conclusões essenciais. Primeiro, a libertação da matéria não implica desprezo, mas compreensão filosófica da sua utilidade temporária. Segundo, a recordação da existência corpórea se torna lúcida e serena, uma vez que o Espírito, liberto, percebe com mais clareza o papel pedagógico das vivências físicas no processo de aperfeiçoamento.

Inserida por marcelo_monteiro_4

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - QUESTÃO 627
CONHECIMENTO DA LEI NATURAL.

O item seiscentos e vinte e sete, inserido na Parte Terceira de O Livro dos Espíritos, trata da função esclarecedora da revelação espiritual na era moderna. A resposta dos Espíritos Superiores evidencia que, embora Jesus tenha apresentado as leis divinas em sua pureza, sua exposição recorria a parábolas e alegorias ajustadas ao contexto sociocultural do século I. Tais recursos pedagógicos, embora luminosos, exigiam interpretação. Por isso, na atualidade, torna-se imperioso que a verdade moral seja exposta de modo inteligível, universal e racionalmente aferível.

A missão dos Espíritos, portanto, não consiste em substituir o ensino do Cristo, mas em explicitá-lo, desenvolvê-lo e restituir-lhe a clareza primeira, afastando quaisquer leituras sujeitas ao orgulho, ao interesse ou à hipocrisia religiosa. Sua tarefa é abrir olhos e ouvidos, de modo a impedir que a lei divina seja usada como instrumento de dominação ou de justificativa das paixões humanas. É um trabalho de saneamento ético, depuração doutrinária e preparação da humanidade para o reino do bem anunciado pelo Cristo.

A revelação espírita, nessa perspectiva, é complementar e elucidativa: esclarece aquilo que permaneceu velado pelas circunstâncias históricas, restabelece o sentido moral da lei natural e reafirma que essa lei é amor, justiça e caridade em sua expressão mais elevada. Ao fazê-lo, devolve ao ser humano sua responsabilidade moral plena, pois não lhe resta o pretexto da ignorância.

Inserida por marcelo_monteiro_4

"Ser espírita é banir a morte...
É tornar-se imortal!"
"☆Haredita Angel

Inserida por HareditaAngel

A SEGUNDA MILHA E O PERDÃO EVANGÉLICO SOB A ÓTICA ESPÍRITA.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro .

A seguir apresentam-se os capítulos e versículos bíblicos mencionados, acompanhados de comentários interpretativos à luz do Espiritismo, em consonância com a Codificação.

Lucas 6:29 a 30.
“Se alguém te ferir numa face, oferece-lhe também a outra. E ao que te tomar a capa, não impeças que leve também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir. E ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir.”

À luz do Espiritismo, este ensino não se refere à anulação da dignidade pessoal, mas à superação do instinto de revanche. A Codificação esclarece que a violência gera violência e que o espírito só se emancipa quando rompe o ciclo do ódio. Oferecer a outra face significa não reagir moralmente ao mal recebido, libertando-se das paixões inferiores. Trata-se de uma atitude interior de domínio sobre si mesmo, virtude essencial ao progresso espiritual.

Mateus 5:4.
“E se alguém te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.”

Este versículo, núcleo simbólico da chamada segunda milha, encontra profunda correspondência com o princípio espírita da resignação ativa. A Codificação ensina que as provas difíceis são instrumentos de crescimento e que o mérito está na forma como o espírito as enfrenta. Caminhar além do imposto representa aceitar a prova sem revolta, transformando uma imposição injusta em exercício voluntário de amor e compreensão. Não é submissão cega, mas elevação moral consciente.

Mateus 5:44.
“Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem.”

O Espiritismo aprofunda este mandamento ao explicar que os inimigos de hoje são frequentemente espíritos ligados a nós por débitos do passado e os possíveis amigos de amanhã. Amar o inimigo é reconhecer que ambos se encontram em estágios diferentes da mesma caminhada evolutiva. Orar por quem persegue é enviar vibrações de equilíbrio e romper laços de animosidade que atravessam encarnações. Aqui o amor deixa de ser emoção e torna-se ciência moral.

Lucas 23:34.
“Pai, perdoa lhes, porque não sabem o que fazem.”

Neste clímax do Evangelho, o Cristo revela a compreensão plena da ignorância espiritual como raiz do mal. A Codificação afirma que o erro é sempre filho da imperfeição e que ninguém pratica o mal com lucidez plena do bem. O perdão de Jesus não nega a falta, mas compreende a limitação do espírito humano. Trata-se do modelo máximo de indulgência, apresentado como meta evolutiva para a humanidade.

Filipenses 3:13 a 14 e 20.
“Esquecendo me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação.”
“A nossa pátria está nos céus.”

Sob a ótica espírita, essas palavras refletem a consciência da imortalidade do espírito e da transitoriedade da vida corporal. A verdadeira pátria é o estado de harmonia moral que se conquista pelo aperfeiçoamento contínuo. Prosseguir para o alvo é avançar espiritualmente, superando quedas e aprendizados de múltiplas existências. O Espiritismo confirma que o progresso é lei divina e que nenhum esforço sincero se perde.

Conclusão.

À luz do Espiritismo, ir além do que nos pedem é um ato de lucidez espiritual. Não se trata de aceitar a injustiça, mas de não permitir que ela se instale no íntimo como rancor. A segunda milha é o espaço da libertação interior, onde o espírito escolhe crescer em vez de reagir, compreender em vez de condenar.

Esses ensinamentos não exigem perfeição imediata, mas sinceridade no esforço. Cada gesto de perdão alivia o fardo invisível da alma. Cada passo além do orgulho aproxima o espírito da paz que não depende das circunstâncias exteriores. Assim, o Evangelho e a Codificação convergem para uma mesma verdade consoladora. O amor compreendido e vivido é o caminho mais seguro para a restauração interior e para a esperança que sustenta a caminhada humana.

Inserida por marcelo_monteiro_4

ALLAN KARDEC E OS SONHOS.
Autor: Marcelo Caetano Monteiro.

A reflexão apresentada na Revista Espírita de Julho de 1865 constitui uma das exposições mais lúcidas e intelectualmente rigorosas acerca do fenômeno onírico sob a ótica do Espiritismo. Nela, Allan Kardec enfrenta com serenidade filosófica a insuficiência da ciência materialista ao reduzir os sonhos a simples produtos da imaginação orgânica. Tal redução, segundo ele, não resolve a questão essencial, pois a imaginação não é atributo da matéria bruta, mas faculdade do entendimento, logo da alma.

O pensamento kardeciano parte de um princípio clássico e profundamente tradicional. Todo efeito inteligente pressupõe uma causa inteligente. Ao insistir em localizar a alma nas dobras do cérebro, a ciência de sua época afastava-se do fenômeno mais evidente e cotidiano. O sonho, o sonambulismo, a dupla vista e a intuição não pertencem ao campo do extraordinário raro, mas ao da experiência humana comum. A alma apresenta-se nesses estados com tal clareza que apenas a recusa deliberada de encará-la explica sua negação.

Kardec introduz então a chave conceitual que estrutura toda a doutrina espírita no tema. A emancipação da alma. Durante o sono, o Espírito se desprende em graus variados da matéria, conservando ou não a lembrança daquilo que vivenciou. Não se trata de ruptura com o corpo, mas de afrouxamento dos laços que o prendem à vida orgânica. Essa lei governa igualmente o sonho, o sonambulismo, o êxtase e o pressentimento. Todos são manifestações de um mesmo princípio, diferenciadas apenas pelo grau de desprendimento e de lucidez espiritual.

A classificação dos sonhos apresentada no texto revela um refinamento notável. Kardec acolhe a comunicação mediúnica com prudência metódica e a submete à lógica. Os sonhos materiais resultam da ação predominante do organismo sobre o Espírito e deixam lembrança clara. Os sonhos mistos expressam uma participação simultânea do corpo e da alma, com recordação fugidia. Já os sonhos etéreos ou espirituais são vivências do Espírito quase totalmente emancipado, das quais resta apenas uma impressão moral profunda, sem memória intelectual. Essa distinção preserva a coerência da doutrina e explica por que certos sonhos transformam o caráter sem jamais serem lembrados.

O episódio da jovem médium adormecida em Lyon ilustra com precisão essa teoria. Conduzida espiritualmente por um benfeitor, ela participa de uma experiência elevada, não destinada à recordação consciente, mas à sedimentação íntima de valores morais. Kardec evidencia aqui um ponto essencial do pensamento dos Espíritos. Nem todo conhecimento deve ser lembrado. Há aprendizados que atuam em silêncio, como fermento invisível na consciência, preparando o Espírito para avançar quando as condições interiores forem propícias.

A análise dos diferentes graus do sonambulismo reforça a analogia com os sonhos. À medida que o Espírito ascende em lucidez, véus sucessivos se retiram. Ao descer novamente ao estado de vigília, esses véus se recompõem, ocultando o que foi visto. A lembrança não se perde por inutilidade, mas por misericórdia pedagógica. O Espírito encarnado não suportaria, sem perturbação, a plenitude das percepções espirituais enquanto ainda vinculado às exigências da vida material.

FONTES RELACIONADAS E SUA CONTRIBUIÇÃO DOUTRINÁRIA.

O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Capítulo VIII, fundamenta o princípio da emancipação da alma, estabelecendo o sono como estado natural de liberdade parcial do Espírito. Aqui se encontra a base filosófica que sustenta toda a teoria dos sonhos.

As Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, nos verbetes Magnetismo Animal e Sonambulismo, esclarecem os mecanismos fluídicos que permitem a elevação da lucidez espiritual, oferecendo o suporte técnico e experimental à tese doutrinária.

A Revista Espírita de Setembro de 1860 aprofunda a dimensão moral do sonho, mostrando que ele pode ser instrumento educativo e corretivo. Já o texto de Maio de 1865 sobre as criações fluídicas aponta caminhos para compreender as imagens incoerentes e simbólicas que surgem em certos sonhos.

Os artigos de 1866 e 1868 reforçam a ideia de que o sonho instrutivo não visa satisfazer a curiosidade intelectual, mas operar transformações silenciosas na consciência, preparando o Espírito para escolhas mais elevadas.

CONCLUSÃO.

Para Kardec e para os Espíritos superiores que o assistiram, o sonho não é ilusão nem acaso fisiológico. É uma janela discreta pela qual a alma respira fora da prisão dos sentidos, experimentando antecipadamente estados que lhe pertencem por direito natural. Assim compreendido, o sonho torna-se não apenas objeto de estudo, mas sinal da destinação superior do ser humano, que caminha, mesmo sem o saber, rumo à sua própria imortalidade espiritual.

Inserida por marcelo_monteiro_4