Esperando um Filho

É por vezes um espinho oculto e insuportável, que temos cravado na carne, que nos torna difíceis e duros com os outros.

Estudo sem raciocínio é uma armadilha; raciocínio sem estudo é um perigo.

Menosprezamos facilmente um objetivo que não conseguimos alcançar ou que alcançamos definitivamente.

Se nos cai nas mãos um volume, por exemplo, de teologia ou de metafísica escolástica, perguntamo-nos: contém alguma argumentação abstracta sobre a quantidade ou os números? Não. Contém alguma argumentação experimental sobre questões de fato e existência? Não. Então, que seja jogado ao fogo, pois contém apenas sofismas e ilusões.

O que é a virtude? É, seja qual o aspecto pela qual a encaremos, um sacrifício de nós próprios.

Sou um homem de letras, nada mais. Não estou certo de ter pensado nada de original em minha vida. Sou um fazedor de sonhos.

Um bom general deve não apenas conhecer o modo de vencer, mas também saber quando a vitória é impossível.

É que a sabedoria é um trabalho, e sermos apenas sensatos custa muito, pois para se fazerem asneiras basta deixarmo-nos ir.

Um devoto é aquele que, sob um rei ateu, seria ateu.

Causam menos danos cem delinquentes do que um mau juiz.

A caridade fingida do rico não é, nele, senão um luxo a mais: ele dá de comer aos pobres, como aos cachorros e aos cavalos.

O artista que troca uma hora de trabalho por uma hora de conversa com um amigo sabe que está a sacrificar uma realidade a algo que não existe.

Idealista é quem, notando que uma rosa cheira melhor que um repolho, conclui que é também mais nutritiva.

Um grande estado não pode ser governado com base nas opiniões de um partido.

Se um tanto de sonho é perigoso, não é menos sonho que há de curá-lo, e sim mais sonho, todo o sonho. É preciso conhecer totalmente os nossos sonhos, para não sofrermos mais com eles.

São precisos 60 anos e não 9 meses para fazer um homem.

Um segredo tem sempre a forma de uma orelha.

A prosperidade é apenas um instrumento para ser usado, não uma divindade para ser adorada.

Nunca um juramento fez algum réu dizer a verdade.

Publicamos para não passar a vida a corrigir rascunhos. Quer dizer, a gente publica um livro para livrar-se dele.