Escritor

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⁠O Lobo e os Abutres

Em leito, sinto
oh, quão frio,
lobo só, sem matilha,
eco de uivo calado
que reverbera na pedra crua.
Não tema,
está só!
Não reclame, diziam eles,
engula o choro
como quem engole a própria sombra.

Em leito, sentia
já não mais,
mas, nada!
Frio sou
não!
Tornei-me
um vulto que se dissolve
na geada da madrugada,
uma presença que ecoa
no vácuo entre o ser e o deserto.

Em leito, sentiria
na pele,
rasgando o instinto
como faca cega.
Seleção natural
de almas partidas.
Quantos lobos
perecem em si mesmos
por não entender
que há algo errado
na dança da sobrevivência?

Em leito, sinto
coração, não mais.
Odor pérfido
de carniça ao amanhecer.
Não eram lobos,
eram abutres
vestidos de companheiros,
espreitando o cansaço
da fera solitária.
Liberdade, enfim?
Ou apenas a descoberta
de que a solidão
é menos vil
do que a falsa aliança
dos que fingem caçar juntos
mas apenas esperam
o momento da queda?

E quando o sol rasga a penumbra
como lâmina quente,
vejo o rastro das garras
que um dia julguei companheiras.
Eles não uivam,
não caçam,
não sangram pela honra
de viver em matilha.
São carniceiros,
esperando o último suspiro
da presa que pensavam ter domado.

Então ergo meu uivo
para o alto,
rompendo o céu cinzento
com o brado de quem
não teme mais a escuridão.
O eco invade os vales,
acorda os corvos,
faz tremer as sombras
que habitam a floresta.
E descubro,
na solidão que corta,
a liberdade crua
de ser lobo
entre abutres.

Não sou ferido,
sou a cicatriz que se ergue,
o instinto que sobrevive
ao banquete dos falsos.
Sou a fera que renega
o pacto da servidão.
Sou o silêncio que precede
o grito dos justos,
a promessa de que mesmo só,
o lobo sempre voltará
a caminhar sob a lua
sem temer as aves de rapina.

Inserida por DanielAvancini

⁠Monólogo ao Mar

Às vezes, assim penso, vivo
um monólogo diário,
ecoando pensamentos soltos
pelas vielas da alma
onde não há atalhos,
apenas passos
que ressoam no asfalto molhado
de manhãs silenciosas.

Em frente ao mar,
dedico-lhe meus devaneios,
como cartas lançadas ao vento
sem, ao menos, um pingo de receio.
Discorro sobre você,
como se as ondas fossem
páginas brancas
esperando minhas confissões.

O mar, atento,
ouve com paciência de quem
já engoliu mil naufrágios
e ainda assim permanece,
se comunicando
através de suas ondas,
mergulhante, deslizante, ascendente,
um discurso contínuo
que cabe àqueles
que mantêm os olhos bem abertos
decifrar.

E eu, narrador solitário,
me vejo parte da maré,
flutuando entre a certeza
e o esquecimento,
tentando entender
se o que entrego ao mar
é o peso dos dias
ou a ânsia de ser ouvido.

O vento salgado
me corta os lábios
enquanto o mar responde
numa marola discreta,
como se dissesse
que palavras se dissolvem
como espuma,
mas sentimentos permanecem
ancorados no fundo.

Talvez ele saiba
que não há resposta certa,
pois enquanto me desfaço
em palavras e sonhos,
ele se refaz
em ciclos e ondas,
e assim seguimos,
dois monólogos paralelos
que jamais se tocam,
mas se compreendem
no silêncio que resta
após o último sopro de vento.

E então, na maré baixa,
percebo que talvez
o mar também sussurre
suas incertezas para a areia,
e que nós,
vagando por nossas marés interiores,
somos tão mutáveis quanto ele,
sempre buscando a margem
onde a alma repousa.

E enquanto observo
o encontro da água com a terra,
sinto que viver é isso:
um eterno diálogo
com o imenso e o indomável,
uma troca de segredos
entre solidão e grandeza.
O mar nada exige,
apenas acolhe,
como se dissesse
que a liberdade reside
em aceitar a fluidez
e não temer os ciclos.

Por fim, sorrio,
pois entendo que o mar
não é apenas ouvinte,
mas também mestre
de uma sabedoria inquieta,
que ensina a ser vasto
sem perder a essência,
e a permitir-se tempestade
sem deixar de ser calmaria.

Inserida por DanielAvancini

⁠Uma pessoa criada no amor e outra criada na sobrevivência nunca verão o mundo igual.

Inserida por olucaswilde

⁠" "A superação não é a negação da queda, mas o abraço firme que damos em nossas próprias ruínas antes de reconstruir o castelo. Quem não tropeça nunca, provavelmente anda em círculos."
— Gilson de Paula Pires

(E cá entre nós: quem nunca levou um tombo digno de Oscar que atire a primeira muleta...)

Inserida por gilsondepaulapires

⁠Canção do Mar
Por Gilson de Paula Pires

Mar que dança sem cansaço,
nos compassos do arrebol,
teu azul é meu abraço,
teu rugido, meu farol.

Sal que cura velha dor,
brisa que canta esperança,
me ensinas o valor
do tempo que nunca cansa.

Nas tuas ondas me esqueço
do que o mundo fez pesar,
sou menino em recomeço,
sou silêncio a navegar.

Teu mistério me fascina,
tua fúria me seduz,
és abismo, és disciplina,
és espelho que conduz.

Oh mar, irmão dos valentes,
confidente dos sem lar,
me ensina a ser permanente
e livre como teu mar.

— Gilson de Paula Pires

Inserida por gilsondepaulapires

⁠Não fiquei aí parado, pois essa é a lei para o sucesso!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Minha dedicação é muito maior do que os poucos recursos que tenho para chegar ao sucesso!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Uns falam muito de bens materiais e dinheiro.
Já outros falam de bons sentimentos e emoções!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Minhas dificuldades e problemas não me impede de voar cada vez mais alto e distante!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Tenha um coração bom, mais também tenha um bom coração!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Não perca seu precioso tempo com quem está nem aí para você, pois têm tantas pessoas legais para se conhecer nesse mundo!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Sou um observador que observa a dor e as alegrias do cotidiano!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠A falta de dinheiro causa mais problemas do que ter muito!!!

Inserida por escritorthiagowinner

⁠Não é o
horizonte que
faz a vista parecer
tão bela,
são os olhos.

Inserida por LarissaPio

⁠Liberto-me por dentro,
permito-me por fora.

Inserida por LarissaPio

⁠O teu
sorriso
nu
me
excita.

Inserida por LarissaPio

⁠Meio termo não vale.

Pássaro

de meia

asa

não

v
o
a.

Inserida por LarissaPio

⁠Adoro
os pássaros
rebeldes
que voam
dentro
da
sua

mente.

Inserida por LarissaPio

⁠Im- perfeita,
Im- provável,
Im- previsível,
porém um
amorz-im.

Inserida por LarissaPio

⁠Vida que
me venta
não é para
todosque
ventania.

Só comigo
venta quem é
leve como a
brisa.

Inserida por LarissaPio