Erasmo de Rotterdam Elogio a Loucura
naquele turbilhão de imagens multicoloridas
há um céu de delírio, perplexo com a loucura
naquele exato instante, mil beijos foram perdidos
há um conserto wagneriano, executado por bocas
entre sonoros acordes do estatelar de lábios famintos.
Aquela afligida atmosfera da loucura, sempre e sempre
me perseguiu quando engolfava, caprichosamente,
durante as destinadas descidas aos selados planetas
esboçados nos trémulos blocos de gelo como varandas
tribais no interior de uma jarra abençoada por flores
a arder penedos a cima. Era eu assomada vertigem
sibilante.
quis afligir minhas preces, minha cama, minhas ternuras-
nervuras, minha sobriedade, minhas imigradas
alvoradas, minha levedura.
Agradeci à desventura que me tenha inspeccionado,
imemoravelmente, possuindo minha síncope comoção,
alimentando-a com cambaleantes vielas e ondeantes
ruelas enriquecendo-me com orgias isentas de vozes.
Era eu assomado lascivo silêncio costurado a meus
querubins lábios.
vivo apenas hoje para beijar a loucura.
A loucura é tão inexpugnável o quanto lhe depositamos de
delírio e da clareza ante o preconceito renascer insana.
Existem loucuras na introspecção doutras loucuras!
As pessoas imaginam a imprópria loucura doutras loucuras
dentro da loucura movediça, mas a loucura também pensa
das pessoas! Se estiver do seu lado esquerdo adormeço, do
lado direito acordo, de trás desmaio, de frente salto, por
cima ilumina-me, por baixo obscura-me, no seu ventre
musical, sou a sua clave!
É isso a loucura? Uma mera quimérica diferença em tropel?
Então deixem-me lá continuar louco, um louco
inabalavelmente feliz e lúcido. Lá Lá Lá... Hurra Hurra Hurra...
Foi amor, não foi inventado. Foi paixão, não foi passageiro. Foi loucura, não foi pensado. Foi sentido, não foi ofuscado. É amor, é paixão, é loucura, é sentimento. Foi, é, e sempre será, até que o sempre se faça eterno.
As vezes a loucura de um louco é um sonho,
uma grande ideia...
E para quem o vê de fora,
sonhando,
dirá que ele vive sempre nas nuvens...
De repente,
ele surgi nos céus voando...
O sucesso requer uma certa dose de irresponsabilidade controlada, além de um pequeno grau de loucura positiva, mas não há nada de errado com isso.
As idéias fixas podem não derivar da loucura, carência ou sofrimento; elas podem, também, nascer da necessidade de, à altura e conscientemente, agradecer à vida e/ou responder à dor.
" Agora as coisas estão tão claras que me vejo totalmente saindo da loucura, essa mesma a qual causei para me prejudicar"
A loucura é um estado de espírito que foge das nossas regras. Seja louco quando for preciso e sentato quando deve ser. Assim você constrói o mundo de acordo com suas metas, mesmo desprovido de juízo, mas da forma que sonhamos ter.
As pessoas felizes (ou pelo menos as que realmente tentam) sempre olham para a loucura (saudável) com uma visão positiva. As pessoas infelizes (ou dissaborosas), ao contrário, alimentam uma visão negativa. Essa segunda escolha, caso não seja reavaliada com a mente aberta, fecha a porta de entrada para o conhecimento desse sublime estado de espírito. E uma vez fechada, a busca incessante pela tal felicidade o levará cada vez mais para longe dela (de si mesmo). A porta da ilusão se torna a mais acessível...acredita-se estar vivendo, quando no fundo engana a si mesmo.
A loucura é ter que escolher entre chorar por estar sozinho e chorar pelas tentativas fracassadas de se ficar acompanhado.
— Lua Kalt.
