Erasmo de Rotterdam Elogio a Loucura
Aquele que se opõe ao amor, não será amado. Então pra que fechar as portas do coração?
O certo é deixar entre aberta, mas não escancarada.
Que sempre exista um motivo maior que nossas tristezas para tentarmos ser felizes novamente. As pessoas que nos amam precisam do nosso esforço diário para também serem felizes.
A felicidade requer certa junção de uma série de coisas, como ir bem nos estudos, gostar do trabalho que desempenha, ter uma boa relação familiar, manter convívio com os amigos, ter tempo pra se dedicar as coisas que gosta, ou seja, está de bem com a vida e consigo mesmo. Não tem muito segredo.
Em um abraço todo o corpo é tocado e sentido por outro.
Abraço sem interesse, espontâneo, que acalma e surpreende.
Abraço também é reflexo de saudade. Nesse tipo de abraço acontece um afetuoso momento de calor entre os corpos, mantendo-os aquecidos depois de passado o inverno rigoroso da distância.
Abraçar é o mais incrível gesto de cuidado e carinho. Portanto abrace!
Cada decepção, um novo aprendizado...
Cada aprendizado, uma certeza...
Não confie, em uma pessoa, que fala mau de alguém para você, pois tenha certeza que essa mesma pessoa, falará mau de você para este alguém.
Julgar alguém sem saber realmente a verdade por trás de um assunto,
É o maior erro de quem se julga sábio!
Em um exato momento da vida,
Você descobrirá quem são seus verdadeiros amigos.
Pois, não existe verdade que não seja revalado,
Nem mentira que não seja descoberta.
C u i d a d o para não se alegrar com a tristeza do próximo.
Hoje foi eu,
Mas, amanhã pode ser você!
A alma humana é expectativa e desejo. A alma humana é tender para algo que ela não é. Nenhuma alma encontra plena satisfação em si mesma. A alma foi feita para a satisfação ilimitada, não limitada. Toda satisfação limitada implica necessariamente num elemento de insatisfação. Apreciar uma coisa qualquer significa naquele momento deixar de apreciar todas as demais. Embora uma satisfação limitada qualquer seja um símbolo da satisfação ilimitada em Deus, o próprio ato de satisfação é uma limitação. O indivíduo precisa perceber que subjacente a qualquer desejo humano há um elemento incalculavelmente maior que o objeto da satisfação. Há um elemento em sua alma que não pode ser exaurido pelo objeto limitado. O objeto da satisfação sempre termina antes de sua alma. O desejo da alma humana é ilimitado. Então apenas um objeto ilimitado pode satisfazer o desejo ilimitado da alma. A plena consciência dessa ilimitação da alma humana aliada à ausência de disposições para satisfazer essa mesma ilimitação é o que caracteriza a Santíssima Virgem. Para a Santíssima Virgem, a alma só se satisfazia com Deus, então ela não quis mais nada que não fosse Deus.
Grande parte das objeções dos artesãos à Revolução Industrial baseava-se justamente no fato de que o ambiente industrial os impedia de serem artesãos. O ambiente criado pela Revolução Industrial era feio, desagradável e completamente incompatível com o homem possuidor de uma arte. O tecelão era um artista, algo que o trabalhador de uma fábrica têxtil já não era. O afeiamento do mundo foi o primeiro efeito da Revolução Industrial.
Mas a Revolução Industrial era inevitável na medida em que existia no mundo uma massa enorme de pessoas incapazes de encontrar um centro em si mesmas. Pessoas que não são capazes de probidade ou de outros centros superiores em suas personalidades precisam encontrar um centro exterior. Se o número de tais pessoas é significativo, torna-se necessário a criação de um número proporcional de funções servis para que essas pessoas sirvam a outras pessoas, sendo esta função servil um substituto para algum centro interno. Praticamente todas as sociedades humanas admitiram a existência de servos ou escravos, ou seja, pessoas desprovidas de um centro interno, pessoas cujas vidas não possuíam um propósito, mas que poderiam servir a outras pessoas que tinham uma centralidade interior.
Aparentemente, ao defender as Cruzadas, São Bernardo estava defendendo a existência de um território estritamente cristão e Jerusalém deveria fazer parte desse território. Num primeiro momento, então, a finalidade dessa defesa era de ordem política. No entanto, a finalidade ia muito além disso. A raiz da defesa de São Bernardo estava fincada, inicialmente, em sua contemplação da cristandade. Em segundo lugar, estava em sua percepção de que era estritamente necessário dar para as pessoas de índole aristocrática um direcionamento espiritual.
Não podemos esquecer que na Idade Média a Europa era composta por várias tribos guerreiras. O mesmo acontecia entre os índios da América do Norte. São Bernardo, então, questionou-se acerca de como essas pessoas de índole aristocrática poderiam assimilar o cristianismo e alcançar a santidade. O anseio de orientar espiritualmente os guerreiros europeus foi a motivação principal para a defesa de São Bernardo às Cruzadas, para a fundação da Ordem do Templo e para o delineamento dos ideais de cavalaria. São Bernardo foi o primeiro santo que delineou a imagem do legítimo cavaleiro cristão. Ele percebeu que a vida estritamente monástica e contemplativa era inconcebível para a maior parte dos aristocratas europeus. Compreendeu que o centro mais elevado e concebível para uma imensa parte da população européia era a nobreza de caráter e decidiu fazer desse centro uma via de santificação para os europeus.
Os aristocratas europeus, apesar de professarem sinceramente o cristianismo, idealizavam suas virtudes como oriundas de figuras mitológicas não-cristãs. Essa dualidade foi um grande problema na Europa. Os aristocratas europeus possuíam dois conjuntos de valores positivos, porém incompatíveis. São Bernardo foi o responsável pela solução dessa incompatibilidade. E para pôr em prática essa solução, São Bernardo defendeu as Cruzadas.
As pessoas podem achar qualquer coisa das Cruzadas, mas o número de aristocratas que alcançaram a santidade nesse processo foi incalculável. E santidade sempre é bom. É claro que São Bernardo sabia que as Cruzadas possuíam uma certa ambigüidade e não durariam para sempre. Mas ele também sabia que as Cruzadas definiriam a imagem exata do guerreiro cristão, sendo isso indispensável para a civilização cristã. A convicção profunda que nós temos hoje de que a força deve ser usada em nome da generosidade, da justiça e da nobreza é herança de São Bernardo. Se não fosse por São Bernardo, até hoje acharíamos que existem os brutos e inescrupulosos de um lado, e os cristãos que aceitam apanhar passivamente do outro. Não haveria qualquer possibilidade de solucionarmos essa dicotomia. O cristianismo não teria assimilado uma boa parte da sociedade e a sociedade não teria assimilado uma série de valores cristãos. São Bernardo foi o responsável pela existência de muitos santos e pela existência de um mundo cristão.
Se os valores estéticos e técnicos fossem nulos espiritualmente nenhuma grande tradição teria produzido grandes obras de arte. Mas a história evidencia que a composição de hinos, a produção de instrumentos rituais, a construção de templos e outros bens surgem logo após o aparecimento de uma religião. Somente esse fato prova que os valores estéticos e técnicos possuem algo de espiritual. Nenhuma religião, em nome de um idealismo espiritualista, permitiu que os templos fossem construídos de qualquer jeito. O próprio São Francisco, talvez um dos maiores advogados da pobreza enquanto método espiritual, ao reconstruir templos, os resconstruía com o máximo cuidado e beleza. Certo dia um padre me disse que os poucos fragmentos das palavras do Cristo em aramaico indicam que muito provavelmente o Cristo discursava em verso. Então muito provavelmente todos os discursos do Cristo eram poemas. Essa é mais um prova do conteúdo espiritual da arte.
A beleza de um objeto material transcende a sua materialidade. É por isso que a beleza é amável, pois a beleza do objeto indica algo que é mais do que o objeto considerado em si mesmo. Por isso é frustrante ver algo ou alguém belo que não corresponda à sua beleza. São Boaventura dizia, e com muita razão, que os processos internos no ser humano que atuam na contemplação estética são exatamente os mesmos da contemplação mística. E como sétimo superior da ordem franciscana, ele também era um grande advogado da pobreza enquanto método espiritual.
Os franciscanos eram defensores da pobreza, não da feiúra. A pobreza não pode ser confundida com a feiúra. A renúncia é ela mesma bela enquanto ato humano. É belo ver um homem que privou-se de tudo por Deus. Além disso os franciscanos compensavam a sua penúria material com uma riqueza de cantos. Os franciscanos cantavam e riam o tempo todo. Isso até causava alguma estranheza em certos mosteiros beneditinos porque segundo a regra beneditina a gargalhada é proibida. Se os franciscanos não tinham a arte da arquitetura ou vestimenta, tinham, ao menos, a arte do canto.
Os valores indispensáveis para a vida humana – não somente para as civilizações, mas também para cada um dos indivíduos – são sete:
1) Uma consciência clara e definida da objetividade da inteligência humana. É preciso saber que a inteligência humana é objetiva;
2) É preciso saber que a vontade humana é livre;
3) É preciso saber que educando os teus instintos você será capaz de sentimentos nobres;
4) A inteligência humana opera sobre dois domínios diferentes: o domínio do imutável (necessário) e o domínio do contingente; mas não podemos esperar que ela tenha a mesma clareza no domínio do contingente como tem no domínio do necessário;
5) O sujeito precisa ter uma ideia do seu papel na humanidade e aprender a usar as circunstâncias concretas para a realização desse papel. Se ninguém, ou um número muito pequeno de indivíduos fizer isso, a sociedade será infeliz, e uma massa muito grande de infelicidade é uma das principais causas de revoluções e destruições civilizacionais. Quando muitas pessoas são infelizes, torna-se fácil manipulá-las;
6) O ser humano precisa conhecer as vidas plenamente realizadas;
7) Ele precisa estar cônscio da possibilidade da vida mística.
Se faltar alguma dessas coisas numa vida individual, o sujeito será privado de uma dimensão humana e certamente sairá prejudicado. Qualquer civilização tem de oferecer, numa dose mínima que seja, o acesso a essas sete informações. Se faltar alguma delas a civilização será incompleta e necessariamente será substituída por outra.
SOBRE A INVEJA E OS PECADOS DA CARNE
O invejoso tem desgosto pelo bem do outro. O invejoso não tolera que o bem possuído pelo outro seja apreciado ou valorizado. Ele sempre busca diminuir o valor do outro através de calúnias, e pode chegar até mesmo a lançar mão de meios para destruir ou entristecer o possuidor do bem. O bem é naturalmente amável, mas o invejoso tem o pior tipo de amor pelo bem. O invejoso perverte o amor pelos bens. Na verdade, o invejoso gostaria de receber os louvores ou alegrias que os bens proporcionam a outras pessoas, mas ele olha para si e não se vê capaz de alcançar esses bens. Então, se ele não pode elevar-se ao patamar do outro, ele buscará rebaixá-lo ao seu. Para isso ele irá destruir ou diminuir o valor desses bens e de quem os possui. Tanto que uma das filhas da inveja é a murmuração, também conhecida por calúnia ou difamação. Isso é tremendamente perverso para a ordem do mundo porque quando as pessoas passam a apreciar menos o bem proporcionalmente passam a apreciar o mal.
Todos os vícios estão em todos. Todo mundo nalgum momento já sentiu algo de vaidade, orgulho ou inveja, os chamados pecados do coração, e já sentiu algo de luxúria ou gula, os chamados pecados da carne. A sensação física causada pelos pecados do coração e pelos pecados da carne é completamente diferente. A impressão deixada pelos pecados da carne é que o desejo está disperso por todo o nosso corpo. Eles não dão a impressão da existência de um núcleo de maldade. Tanto que a resposta para a pergunta 'Por que este desejo é mau?' não é evidente. Pois não há um núcleo de maldade facilmente identificável. Os pecados da carne criam desordens na alma, embora não tenham realmente um núcleo de trevas. Eles são maneiras desordenadas de querer coisas boas. Eles são uma espécie de febre não de doença. Mas os pecados do coração possuem um núcleo de maldade. Os pecados do coração são mais graves porque congregam forças tenebrosas no centro da atividade psíquica. E esse centro é justamente o meio pelo qual a pessoa interage com Deus. É para esse centro que as graças de Deus orientam-se e disseminam-se por toda a alma. Quando esse centro é coberto por forças tenebrosas há o impedimento da circulação dos bens espirituais na alma. Ao passo que os pecados da carne apenas desperdiçam esses bens. Eles são uma espécie de vazamento não de obstrução. Observem-se a si mesmos quando vocês forem tentados por ambos os tipos de pecados e vocês perceberão essa clara diferença entre eles.
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