Era
só mais uma morte
gostava era de morrer
uma vez por dia
todos os dias
durante um milhão de anos
AMANDO TUDO QUE PUDESSE
licença...vou morrer um pouquinho...
piu
piu pai
piu
quando pensei que não já era pai
ao ver com mais atenção já era um rapaz
e meditando a respeito cumprimentei
pelos nove anos de casamento dele...
pensei, quando velho for (mais ainda)
uma parte de mim continuará a me encarar
mesmo em estática pose
eu, agradecido prosseguirei
ao Pai olharei
e daqui só as paixões levarei
O MORTO RIO VIVO
Era uma vez o nosso Rio Preto...
De águas tranquilas e escuras de lanolina,
onde banhávamos com alegria.
Ali, em meio a família, nós nos divertíamos.
Chegávamos em casa e não lavávamos os nossos cabelos, para que a lanolina permanecesse neles e os hidratasse com sua preciosa propriedade.
Quão saudável era aquele banho de água doce!
Bom para pele, bom para o cabelo, bom para a alma.
Saudade desse Rio Preto morto pelo homem;
Saudade de afundar meus pés na areia macia que ali existia;
Saudade de ver os moleques atrevidos saltarem da ponte para se aventurar nas águas desse tesouro;
Saudade de brincar de correr de um fantasma jacaré que diziam que ali havia;
Saudade do churrasquinho que papai fazia na beira do chamego Rio Preto lá no antigo Camping, que por sua vez nos recepcionava com um sorriso que só as crianças viam;
Saudade de correr em suas margens e catar os restinhos de lixo para levar de volta para casa, só para deixar o “meu riozinho” limpinho do jeito como chegamos de manhã cedinho para passar o dia com ele e só sair ao entardecer.
Saudade...
Só saudade do morto Rio Preto que ainda vive dentro do meu ser e que lá no seu lençol freático ainda luta pra viver.
24/01/2017
No auge da minha solidão, encontrei comigo mesma. Eu era minha única companhia, e meus pensamentos eram meu maior tesouro. Por isso os grifei em papéis. E quando não tive mais nada, além de mim mesma, me lia.
Uma rocha, era como eu sentia minha vida
Inabalável e muito sólida
Esses dias eu estava pensando
Que tudo estava desabando
Mas eu já tinha desabado
Estava totalmente acabado
Sempre tinha conseguido vencer a solidão
Vencer a tristeza, e atravessar a escuridão
Hoje não consigo mais
Me afundo cada vez mais
Não consigo me divertir
Só penso em partir
O sorriso desapareceu
E o choro floresceu
Os sonhos felizes
Viraram pesadelos infelizes
Os planos que estavam sendo construídos
Estão todos destruídos
Causei muita dor e sofrimento
E chegou a hora do pagamento
Estou pagando com a vida
E esse caminho só tem ida
Estou morto mentalmente
O corpo é o único sobrevivente
A todos que sofreram por minha culpa
Peço perdão e sincera desculpa
Isso não vai mais acontecer
Pois vou perecer
Já não suporto mais o peso
E estou completamente indefeso
A qualquer momento vou pagar
E o sofrimento vai acabar
Eu te amo, mas hoje quero ficar sozinho
Ele havia reivindicado mais presença. Era um daqueles românticos natos que gosta de andar de mãos dadas, ir ao cinema juntos, fazer compras juntos e a cada vez que verbalizava “você precisa se empenhar mais no que a gente está construindo”, silenciosamente dizia para mim mesmo: juntos, mas sempre?
Lembro como se fosse ontem. Certo dia fui ao cinema sozinho e desliguei o celular como é de hábito, claro que nada demais iria acontecer. Mas ele era também um daqueles ciosos que não admite uma fugida dessa vida estressada que levamos todos. Quando me viu fuzilou como se tivesse cometido a maior atrocidade do mundo.
— Você não responde mais mensagens?
— Quem mensagens? —, respondi sem entender o que estava acontecendo. Para minha má sorte justo naquele dia havia esqueci o celular desligado. Ou fiz de propósito — não lembro ao certo. Às vezes somos pegos pelas armadilhas do nosso próprio subconsciente.
— Estava preocupado, onde você estava?
— Fui ao cinema. Aconteceu alguma coisa?
— Com quem? — franziu o cenho, desconfiando da minha objetividade.
Para ele, não era cinema coisíssima nenhuma, enquanto eu jugava a irritabilidade daquele tacanho que havia conhecido há tão pouco tempo. Quando disse que fui ao cinema sozinho sua sutileza se revestiu em pasmos, em revolta; então, abriu a porta e foi embora. Não me lembro de sentir culpa, mas lembro de que estranhei a reação e cheguei a cogitar “o que eu fiz” (?). Era culpa.
Nada como a vida para com o tempo explicar as condições implícitas da convivência. Encontramo-nos mais tarde e rimos de tudo o que aconteceu — não teve flashback, erámos bastantes diferentes para essa proeza —, mas admite, naquele encontro de “olá, quanto tempo”, que se não tivesse ido embora naquela noite, eu iria. E rimos e cada um seguiu a vida.
Eu sou assim. E não sei ser diferente.
Têm dias que meu corpo não cabe na multidão. Em diálogos, em nenhum espaço que não seja o meu. Podemos andar de mãos dadas na praia, não há problema nisso, mas temo que não compreenda quando pedir silêncio para ouvir o mar, as ondas chegando à orla e voltando.
Vão ter dias que não vou caber nesse meu corpo e nesse espaço inteiro, então vou transbordar. E nessa inteireza de ser, talvez eu queira ficar sozinho, mas não se irrite, porque eu te amo.
Você pode ser uma pessoa incrível, que tenha bom humor, que falemos sobre os filmes e coisas que vimos juntos, mas vai chegar um dia em que vou querer tomar vinho sozinho, trocar o dia pela noite tomando espaço do meu corpo e do meu lar.
Saiba que não é solidão: é solitude.
E no dia em que eu chegar à sua casa e você disser que quer ficar sozinho; com um olhar mais genuíno do mundo vou sorrir, certamente darei um beijo e sairei pulando de alegria, porque nesse dia, o teu silêncio vai dizer que me ama.
Eu não conseguia evitar. Não queria magoar Lee, mas sentia uma atração por Noah que não era simplesmente física…
Já não sou quem eu era, mas me sinto um pouco perdida, confesso. E voltar atrás não é uma opção. Eu sigo além.
"Era um cheiro de causar inveja, às flores, quaisquer.
Perfume de mulher.
O negro dos cabelos, que cobria minha solidão, em uma noite qualquer.
Cabelo de mulher.
Seus gestos, seus beijos, que me transformaram de um pagão, a um homem de fé.
Jeito de mulher.
Suas palavras, falácias, que me faziam feliz, da cabeça aos pés.
Mentiras de mulher.
Quando em meu peito, ouvia o acelerar, daquele que todo homem quer.
Coração de mulher.
Me perdi na escuridão deles, tentando livrar-me das tristezas, mas eram o meu malmequer.
Olhos de mulher.
Por causa dela, hoje em perdição, no mundo, perdi minhas esperanças, minha fé.
Só encontrei mágoas e dor na sua, paixão de mulher..."
Fiz parte de uma geração em que o Espírito Santo ainda era bem vindo em muitas igrejas, não tinha tantas invencionices e os cultos eram mais simples e bíblicos, as pessoas se vestiam melhor, existia mais diálogo, existia problemas sim, mas, bem menos do que hoje, e os cristãos eram tidos como cafonas e ultrapassados.
Hoje ser cristão virou moda, o Evangelho virou mercadoria com fins lucrativos, a fé virou instrumento de manipulação, os cultos transformaram-se em lavagem cerebral e atração circense, os ministérios viraram status social, profissão ou moda com interesses pessoais e com disputas ferrenhas.
A disputa para ser melhor, e para crescer financeiramente virou o único objetivo.
Meu sonho de criança
Quando eu era criança eu queria crescer para poder ter autonomia em minha vida, poder fazer apenas o que gosto, falava com meus pais, eu vou pegar uma mochila e uma sandália samoa (elas pareciam que nunca acabavam, havaianas era cafona) uma coxinha me alimenta o dia todo, vou caminhar pelo mundo afora, fazendo um bico ali outro aqui, queria ser livre, livre da TV, dos noticiários negativos, só queria sair por aí como o Hulk, esse era meu sonho por muitos anos, mas o robô que a vida fez em mim, me fez trabalhar para o sistema, assim como no filme matrix, onde o que importa é alimentar as entranhas dos dominadores deste mundo, eu ainda penso um dia ser livre como uma eterna criança e sair por aí seguindo meu sonho, não quero ser um robô, isso não entra na minha cabeça até hoje, viver pra satisfazer sei lá o quê, quando na verdade só queria sair por aí à beira dos mares me aventurando, fazendo arte a arte que está em toda criança, crescemos robotizados para fazer algo para as pessoas que com o tempo te deixam, não, não aceito isso e nunca aceitei. <br>
MGTOW TATUADO
Era um daqueles sentimentos mais fortes, que carregava ao longo de algumas existências. Por isso escutou novamente músicas marcantes e leu textos que haviam dado novo sentido à suas razões. Prestou atenção em detalhes que marcaram sua vida, como o barulho do ventilador, o brindar dos copos, o cheiro da chuva. Percebeu então que naquela selva amarga - onde a loucura era negada por aqueles que esqueciam os aprendizados da dor - restou viver da saudade, se lembrar da vontade, e refletir sobre o amor.
Era o Mar
Quando vi pela primeira vez,
Já não conseguia respirar.
Havia momentos de lucidez,
Mas só desejava me afogar.
A noite se espelha,
A profundidade se estabelece.
Então nasce uma centelha,
É muito mais do que parece.
Quando à noite está revolto,
Marcas das ondas sob o olhar.
Quando o dia venturoso,
Cristalino e suave põe-se a brilhar.
Vez ou outra, navegar me é permitido
Para isso, sei que meu dever é honrar
Já que as mesmas águas que podem me banhar
Têm também o poder de devastar.
Sua potência é inexorável,
Porém o dano não deixa de impactar.
Receba seu valor inestimável.
Pois, por você, não deixarei de me fascinar.
Ela era o mar.
Olhando a montanha de longe enxerguei um tamanho, chegando perto vi que era bem maior - Ouvindo falar de Deus, soube do seu tamanho, um dia experimentei ser próximo D'ele.
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