Era
Quando eu era criança eu tinha medo de tudo, sempre fui muito inocente… e as pessoas se aproveitavam para mentir para mim e tirar sarro. Algumas coisas me traumatizaram por muito tempo, mas quando você cresce precisa fazer uma escolha… viver para sempre com seus traumas, ou aprender a superá-los… isso me deixou forte, mas também me deu um tom de seriedade e um semblante sombrio.
Nas asas da dor me acolhi
Busquei o calor da desesperança
Não pude nem olhar para trás
Era tudo escuro, vazio, sem forma
Refiz-me onde prometi nunca chegar
Caminho sem volta era o que me aguardava
Hoje eu colho e como os frutos da minha fraqueza
E nem passado nem futuro me agradam mais
Dor, apenas dor...
Tinha razão, pequeno príncipe.
Ela era só uma rosa comum.
Foi a beleza que havia no meu amor
por ela que fez com que eu enxergasse
como extraordinária alguém tão banal.
Era um sábado, daqueles de céu nublado e bar lotado. Para outros lábios era o vestido surrado, o batom borrado ou o cabelo cacheado. Só que para mim era o olhar de recados, feito poema que não precisa ser recitado. Não sei se era o andar determinado, aquele ALL star acabado ou o eu estar embriagado.
Eu era de olhar encantado para seus lábios que eram por outro copo deitados e sim, era whisky barato. Recado dado, outro dia frustrado, mal acabado, mas conforto era silêncio claro, estávamos embriagados e isso logo seria passado.
Permaneci encantado, mas em outro canto parado, afinal me cativava o imaginado. Era tudo bem claro, ela era noite de poema eternizado.
"A culpa de ser quem eu era,
e não quem deveria ser,
me consumia dia a dia.
Eu era o meu próprio erro;
o meu próprio dilema"
A chave do inconsciente.
Era, para Lucius, um mecanismo espiritual que abria, como dizem os antigos, o olho de Hórus. O olho que tudo vê.
Tudo que se absorve no inconsciente e há um bloqueio para a chegada no consciente; como uma espécie de porta ou cadeado fechado, Lucius, com o poder dessa chave, abria tal "porta ou "cadeado".
Então, as coisas obscuras e esquecidas pela maioria, eram captadas por Lucius, através da ativação da chamada "glândula pineal", que acendia a grande lanterna da mente - Isto é, que abria seu TERCEIRO OLHO.
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RESSURGIR
Desmesuradamente o silêncio no verso doía
Sobre uma saudade que no peito era poente
A angústia que ao sentir não mais consumia
Rompendo e assaltando a quietude da mente
E, cá no cerrado a tarde melancólica anoitecia
E um soluço seco no vazio se fazia de repente
Escorrendo pela poesia com uma tal vertente
Emoção... e sobrepondo a noite a luz do dia
Assim, sem medida, a poética se pôs tirania
Fazendo da prosa tortura no seu conteúdo
Tentando não dizer o que fatalmente dizia
Então, o meu sentimento vagou pelo infinito
E a sensação em um rugir, num rugir mudo
Impelindo tudo, em um grito aflito, aflito grito!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 fevereiro, 2023, 21’00” – Araguari, MG
Fazia meses da nossa última mensagem, mas no meu coração tu era prisioneira e não passageira. Em noite rotineira, daquelas bebedeira de visão de problemas avistei-te quase como em uma clareira em meio floresta densa. Meu olhar era desconfortante, era um olhar tão distante quanto a geografia do nosso instante. Libertador mesmo que desconfortante. Naquele instante a minha liberdade era vislumbrante.
Na liberdade daquele instante a percepção de que na prisão da saudade era não o teu, mas sim o meu cárcere. Era aprender frente a realidade, mesmo que ela fosse só símbolo e invenção de mente em porre.
Enfim sorte, liberdade por verso de mente me escorre.
Se a vida estiver amarga aprecie-a como um bom café sem açúcar. Em breve o que era amargo se torna doce ao amadurecer seu paladar.
Eu era adolescente mimado, daqueles roqueiros indignados que achava ser diferenciado. Era de me achar superestimado, mas era apenas outro roteiro adaptado de um filme já gravado do século passado. Rótulo barato que fazia-se de preconceito guiado por comboio de gado. Era diferentemente igualado a qualquer outro otário.Apenas outro deprimido de coração destruído e agora suportado por meus primeiros comprimidos controlados.
Talvez isso seja meu livro, o do seu filho, o seu ou do seu marido. Afinal quem não superestima o seu ser sofrido. No fim é o mesmo livro, nos julgamos os pais, depois o abandono do amigo e mais tarde a traição do marido. Qual destino cairá sob nossos filhos?
era só um jogo
não sei o porquê
de eu continuar tentando
construir essa torre estúpida
ela sempre cai
alguém derruba, eu tropeço
mas eu sempre recolho as cartas
e volto a montar minha casa
pois tenho um velho sonho
de ser uma princesa
e ter um príncipe para me salvar
mas nunca tive um castelo
e os príncipes só apareciam
para destruí-lo
ás vezes quando chove, peço para o vento
levaras cartas
para que eu não volte a montá-las
porque eu sei
que esse jogo de cartas
nunca acaba
Fincada na areia eu patinava o mar que serpenteava a areia que era fincada por mim e se abraçava entre meus dedos dos pés. Andava rumo ao norte e estendia a vista à direita enquanto um ou outro peixe pululava entre as quebras das ondas.
E cruzava eu a areia, o mar, o peixe e um ou outro pescador que lançava a rede ao mar, água até à virilha salgada, ou lançava sua vara, fincado à areia -"Boa noite" -"O que se pesca aqui?".
Olhava acima, pipas serpenteavam o céu que devorava o mar que serpenteava a areia. Não eram pipas, mas morcegos presos à linhas seguradas por crianças que corriam e riam esgoeladamente.
A lua cheia banhava a todos, impassível por ter visto tudo. Vez em quando, o farol amarelo de um avião iniciava sua procura no mar até que suas várias agulhas me encontrassem. Pescadora eu, as cravava em meus olhos e o arrastava mar afora até que pousasse em minha nuca.
Me despedia, sem querer ir, mas sem ter mais o que percorrer, fechando os olhos e erguendo queixo acima. Meia volta: -"Boa noite" -"O que se pesca aqui?".
4 de fevereiro, 2023. Praia em Vitória
Conheci uma flor já a tinha visto no jardim mas ainda era olhares distantes e pouco a pouco fui vendo que mesmo em meio às outras flores ela era diferente, passei a observar mais e quando dei por mim ela era o ser mais belo do meu jardim !
Que tenhamos a capacidade cada dia mais de olhar para o outro de forma mais humana pois é nesse momento que fazemos amigos amores e fazeres
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