Era
Ela era seu ponto de partida, ele vivia de suas chegadas.
Ela o fazia perder o fôlego, ele o fôlego dela ansiava.
Ela o levava pra outros mundos, ele com ela caminhava.
Ela soprava beijos pra ele no vento, ele por eles procurava.
Ela o servia daquilo que podia, ele esperava o que dela viria.
Ela não veio de suas escolhas, mas sem ser escolhida ficava.
Ela tinha seus encantos, ele por ela se encantava.
Só ela entendia o que havia nele, só ele via o que havia nela.
Ela sorria quando via ele, os olhos dele brilhavam quando via ela.
Ela se encontrava quando se via nele, e ele se perdia quando se via nela.
Era o primeiro dia da primavera, estou entre o inverno e o verão da alma, época associada ao reflorescimento da flora terrestre, tempo de florescer!
O amor que eu sempre quis?
Era um daqueles amores
Que quase sempre são indolores
Mas que por trás dos bastidores
Apertam o nosso coração
Sim, um daqueles amores
Que eu assistia nas novelas
E ao imaginar ser eu e ela
Perdia a respiração
Um beijo simples
Sentimento mútuo
Vontade de estar junto
Não ir sozinho o mundo afora
De vez em quando
A gente finge estar brigado
Mas de um jeito humorado
Eu não te deixo ir embora
Faz de conta
Que eu sou o teu melhor amigo
E eu vou caminhar contigo
Olhando cada passo teu
No fim das contas
Sei que sou o teu namorado
Sim, eu nunca fui obrigado
Mas decidi ser todo seu
O amor que eu sempre quis?
Aos poucos nasceu.
Em volta era só pássaro e peixe, o cansaço de não acontecer nada. Cidade besta. Uma praça, uma igreja, nenhum semáforo, conversas repetidas. Quem consegue sair, vira herói e assunto. No domingo, as famílias vão para a rua e andam de uma ponta até outra e bem devagarzinho, que é para cidade não acabar rápido demais.
A estrada era macia, ninguém queria estar lá, portanto nós desejávamos aquelas estradas desesperadamente. De um lado e de outro, os campos ondulados pareciam toalhas de mesa postas com pressa.
O vento soprava, a chuva caia, não era lá fora mas na minha mente vazia, pensamentos voavam e se perderam no tempo,a confusão não é por fora mais sim aqui dentro.
O jardim onde tantas vezes
florira o meu desespero
não era real,
era uma coisa passada;
real era o meu medo, tão real
que mesmo abrindo os olhos não passava.
Acreditei
Pensei ser verdade
Era apenas ilusão
Você só brincou
Com o meu pobre coração.
Me senti tão especial.
Uma menina que acabava de ganhar seu primeiro presente.
Queria voltar ao passado
E nunca ter te encontrado.
Pra não sentir essa dor.
Queria poder te odiar
Mas não consigo.
Mesmo com o coração machucado.
Eu digo a você muito obrigado.
Por ter me ensinado.
Que nem tudo é amor.
Ainda te amo.
Mas a cabeça vou erguer.
Meu coração vai cicatrizar.
E aos poucos eu volto a sonhar.
Com você lá no passado!
Meire Perola Santos
Código do texto: T5318121
Por acaso
Por um acaso te conheci
E passei a amar você
Respirar somente você
Era maravilhoso amar você
Por acaso você mudou
E eu não entendia o porquê
Tanto amor eu te dei
E na solidão eu fiquei.
Por acaso disse me amar
Eu simplesmente acreditei
Era tão forte o meu sentir
E você ficou distante de mim.
Por um acaso dei amor
Por um acaso desisti
Não quero mais você
Fica distante de mim.
Simplesmente por acaso
Eu estou indo embora
Te dei todo meu amor
Agora vou embora.
Meire Perola Santos
21/07/2019
02:25
Tempestade de amor
Ontem eu era chuva fina
Hoje sou tempestade de amor.
Meire Perola Santos
05/07/2019
16:22
Não era Amor
Porque falou de amor...
Se não era amor!
Porque me fez acreditar?
Fazendo eu me apaixonar...
Foi maldade sua
Fazendo eu acreditar
Que era amor verdadeiro
Era apenas ego passageiro!
A boba aqui fui eu
Quem mandou acreditar
Você queria Só brincar
E meu coração machucar!
Se era isso que você queria
Você vai ter com certeza
Apenas aprenda uma coisa
A boba nunca mais será eu!
Meire Perola Santos
04/07/2019
18:39
Durante um bom tempo,
tive dúvidas se eu era um idiota,
hoje tenho certeza que sou...
quando quero ser !
Sabe as vezes me sinto constrangido,porque sabe... não era merecedor de algo tão lindo assim.
Você me comprou sendo que eu não tinha valor. Me amou mesmo eu te negando. Me resgatou quando eu estava prestes desistir. Olhou para mim e me escolheu, quando todos já não acreditavam mais em mim. E hoje paro e penso, eu não merecia e mesmo assim me amou de tal maneira que ninguém jamais me amou. E posso ter a certeza de uma coisa; não há outro amor igual ao teu. Se tiver eu desconheco.
Estou perdido, tudo acontecendo, era para estar feliz agora, mas não consigo, estou de partida,pois eu já vim morrendo faz um tempo, a vida ao invés de me fazer viver me fez querer parar. Parar por não poder dar o luxo de continuar, era pra dar certo né?
Me desculpe a covardia,mas é com grande coragem que hoje estou a partir, desculpa por não me despedir, queria um abraço seu, apenas um abraço seu. Me desculpe Eu sempre estarei aqui,cuidando de você, quero que você seja feliz, porque comigo Não seria possível né? Eu tentei,tentei ser o melhor pra você , mas eu não fui, e nem sou, eu me dei por inteira,eu doei a minha alma para você,hoje minha alma estará eternizada com você meu amor, me desculpe ,por não poder fazer mais nada. Eu tentei.. Quis ser forte , e tô sendo, porque tem que ser muito forte para te deixar ser feliz, porque a felicidade está a sua porta meu amor. Me desculpe pelas nossas brigas, desculpa por eu estar assim, eu queria mudar isso, mas agora não dá mais.
Pois é tarde né? Chorar não vai me trazer para você, pois estou sempre com você. Me perdoe por ser egoísta agora ,mas estou pensando em você.
Todos me julgam , eu sei que falam mal de mim, que não sou pra você, talvez eles têm razão. Você sabe a pessoa que sou, então guarde isso.. porque é isso que você levará de mim.
Igor de Jesus Pereira
Era 2004 o ano. Estávamos no segundo ano do ensino médio.
Cheguei no meio do ano na turma, e logo na minha chegada, o Igor estava lá, com sorriso aberto me acolhendo.
Ele na época falava de muitas coisas normais de um jovem de 16 anos morador de Santa Maria.
Ele gostava de escrever nos cadernos e nas paredes o nome dele. A marca dele.
Ele era diferente, aquele cara que você olha e acha que é perigoso se você não conhece. Mas é só chegar perto que você percebe que ele é um panda 🐼 mesmo.
Alto astral, disponível e motivado são características bem marcantes nesse homem.
Lembro que o meu aniversário de 18 anos de idade ele estava lá sendo o DJ da festa.
Trabalhamos juntos uma vez em 2008 no posto de gasolina ⛽️
Quando eu morava na Santa Maria ele gostava de me visitar muitas vezes pra bater papo.
Até hoje tenho um capacete que ele me emprestou na época que eu também andava de moto 🏍
Fiquei bravo com ele uma vez porque em 2010 eu tinha uma namorada que era amiga em comum nossa, rompemos mas ele continuou colega dela rs
Ele era assim, esse cara que gostava de ser amigo das pessoas.
Amigo de graça, sem interesses.
Ele já trabalhou com título de capitalização, frentista, uber, empreendedor de Pizzas, caixa lotérico, motoboy, chip para celular ou máquina de cartão eu não lembro muito.
Até comigo ele trabalhou uma época em 2011 como representante social.
Ele topava qualquer coisa que ajudasse ele aumentar a renda e ajudar nas despesas de casa.
Ele pode ter morrido, mas ele sempre foi um sobrevivente. Um Lutador que se transformava em leao para defender qualquer um que precisasse.
Um cara simples, de palavras simples mas de humor singular.
Uma vez eu fui na casa da mãe dele e ficamos bebados com wisk falsificado rs
Foi o maior porre da minha vida, rs
Quando o Talles nasceu eu fui lá na casa 🏠 da Ione conhecer o MINI pandinha, fiquei lá por uma hora 🕐, depois levei ele para da uma volta do meu carro novo, ele adorou.
Nos despedimos com um forte aperto de mãos e aquele velho sorriso de sempre que era marca registrada dele.
Foi a última vez que nos vimos.
Obrigado meu amigo, foi um prazer ter te conhecido.
Sua existência valeu, e significou muito.
Sua maneira leve de enxergar a vida tem muito a nos ensinar.
Vou te guardar em minha memória.
Tiago Szymel
03 de Agosto de 2019
Em memória ao meu amigo: Igor de Jesus Pereira falecido dia 01 de agosto de 2019
Renasci... É, eu renasci... As vezes me perguntava como era renascer pro Orixá, minha mente mirabolava diversas coisas, sensações e emoções e por incrível que pareça nada que eu ousei pensar chegou perto do que realmente é renascer pro orixá. Ainda não sei bem o que é renascer, afinal, nasci agora. Mas o pouco que vi, vive e senti já me ensinou um pouquinho do que é... Aprendi que renascer pro Orixá é compromisso, é responsabilidade, é resiliência e bastante humildade, aprendi também que renascer pro Orixá é puro amor, é abrir mão de diversas coisas por um bem maior, é entender seu tempo e respeitar a hierarquia. Resumindo, renascer pro Orixá é ser um novo você, é aprender tudo novamente, a andar, a ler, a escrever, a ser... Renascer pro Orixá é aprender a ser forte, afinal, ser do Orixá não lhe livra dos problemas, pelo contrário, ser do Orixá é ter certeza de que momentos ruins viram mas a fé nos dá confiança de que tudo isso vai passar. Bom, ser do Orixá é tantas coisas mais que não se resumiria em palavras. Ainda tenho muito a aprender mas o pouquinho que eu aprendi já me transformou. Adupé Orixá!
Em meio a tantas coisas que ocorreu nesse ano, poder ver você que sempre cuidou de mim quando eu era pequena, me ensinou varias coisas. Me lembro de uma vez que perguntei se você poderia ser minha avó porque eu não tinha e todos diziam que vó era muito bom.
Lembro que você disse: que você poderia ser o que eu quizesse.
Nos todos temos defeitos e também erramos, mas não cabe a ninguém julgar. Talvez possamos ter errado em algumas escolhas machucando outras pessoas, em alguma parte de nossas vidas, as vezes na tentativa do acerto não percebemos as consequências.
Era sábado, a noite não era mais quente do que todas as outras noites de outono, e uma brisa sutil, entoava o ritmo das noites boemias.
A Lapa brilhava em seus muitos tons, dos sambistas altivos em seus velhos ritmos que agitavam os bares, até as damas da noite, que satisfaziam corpo e mente dos afortunados ou não.
Era inegável, no entanto, a magia das noites cariocas. Magia essa que levava os mais variáveis públicos até seus braços, os braços da cativante noite envolta em cerveja e no batuque dos pandeiros.
Carlos não era um homem muito diferente de qualquer outro que apreciava a companhia sistemática de ninguém menos que ele mesmo.
Vivendo o que ele viveu e passando o que passou, seu copo e cigarro eram melhores que qualquer papo que tirasse a poeira da rotina, ou ouvir um amigo falando sobre o espetáculo de Garrincha contra o Flamengo no Maracanã.
Ele se sentia bem na sua própria companhia. E normalmente acompanhado de seu inseparável caderno de notas, o qual escrevia seus romances e infortúnios da sobriedade.
Lembrou-se de uma situação que viveu quando tinha seus 23 anos. Amores de juventude normalmente eram indícios de problemas, principalmente se o resultado final era estar sozinho num sábado a noite.
No entanto, Carlos apreciava as memórias de quem fora importante em seu passado.
Angélica foi seu grande amor, provavelmente o maior de todos os amores, motivo de seu sorriso e embriagues.
Conheceram-se na faculdade de jornalismo, sendo ele o aluno de tal curso, enquanto ela cursava medicina veterinária.
Não era diferente de uma típica menina dos anos 60, onde o amor pela natureza e seus animais era o ápice das relações humana.
No entanto, algo havia cativado o coração de Carlos. Ela fazia com que todas ações que pareciam comuns, tomassem formas absurdamente especiais. Ela sorria de forma diferente, e o cumprimentava de forma diferente, sendo simplesmente diferente de todas.
Ele, por outro lado, resguardava a timidez, característica de sua personalidade frágil com relação ao que não compreendia.
Era um rapaz altivo, porém, jovem. Tinha pressa de conhecer e saber as coisas do mundo, garoto suburbano de pais humildes que trabalhavam para que ele pudesse completar os estudos.
Certo dia, no verão de 67, num Brasil onde todas as palavras precisavam ser medidas, desmediu um ato. Decidiu que Angélica não seria mais sua relação do imaginário. Esbarrou quase que propositalmente nela no meio do gramada da Universidade, e disse:
_Perdão! Desculpa mesmo incomodar. É que eu te vejo sempre, e bom... Você nem deve saber quem eu sou, mas...
Prontamente, foi interrompido por ela:
_Você é o Carlos, eu te conheço sim.
E sorriu. Sorriso esse que queimava no coração dele como uma tocha de coragem, um farol entre seus pensamentos de medo da rejeição. Coragem para fazer a tal pergunta:
_Não aceitaria sair? Eu conheço um barzinho legal na Lapa, com viola e cerveja.
Ela aprontou um amplo sorriso, pois percebia o nervosismo do garoto e apesar dos pesares, ele estava ali, tremendo mas com muita coragem em sua tremedeira.
_Vamos! Ela respondeu.
Prontamente se despediram após marcarem o horário de encontro. Era fim de semestre, quando qualquer aula perdida poderia ser prejuízo.
Eram 22:00 da noite, e a Lapa reinava sublime. Era o auge da Bossa de Vinícius e Tom, que ecoava nos ladrilhos históricos, em nuances carnavalescas com o samba raiz que o carioca entoava com um hino.
A alegria dos presentes era visível. Casais dançavam juntos em bares, com suas bebidas. Rapazes em seus ternos polidos e moças em seus vestidos de cores tão diversas, que eram uma atração visual, um Taj Mahal arco-íris.
Ele já estava lá quando ela chegou, havia separado uma mesa pequena para dois, aconchegante o suficiente para equilibrar conversas como vida, amores, futuros projetos e etc...
Ela falava, ele bobo, olhava e admirava como se fosse a própria rainha da Inglaterra que estivesse discursando particularmente para um único súdito.
Era normal. Todo homem apaixonado cria para si a ideia de um momento, um momento que ele vê como algo possível, mas improvável. Ela estar ali, se divertindo com ele era o algo impossível de se imaginário.
Perdeu o controle quando viu que ela sabia seu nome, e perdeu o jogo quando ela aceitou o convite. Estava totalmente entregue.
Dançaram por horas. Entre pausas e danças, fluiu uma pergunta vinda da moça:
_Acha que o amor é pra todos?
Ele ficou sem resposta, de pé, encarando-a. Então disse:
_Acho que tô prestes a descobrir.
Aquele foi o gatilho, o estopim dos muitos sentimento. O amor era o sentimento sublime que construiu a maior parte da filosofia poética, ferindo de morte os corações desavisados, no crepúsculo da inocência que circundava o homem.
Beijaram-se como casais bem mais antigos, como se estivessem juntos a décadas, uma conexão extremamente rara, uma rosa nascida no concreto dos dias ácidos que corroíam a nação.
Mas brotou, com a força dos bárbaros, e a leveza dos artistas.
Já estavam juntos à 3 anos, e em 1970 era ano de Copa Do Mundo. Ele já era um médico iniciante que acabara de receber uma proposta que poderia mudar sua vida completamente.
Seus muitos contatos universitários trouxeram a ímpar oportunidade de um intercâmbio na Universidade de Cambridge, uma das mais renomadas do mundo. E uma oportunidade tão incrível, poderia não ocorrer duas vezes.
Correu até o apartamento que tinham em conjunto, era pequeno, sem muito brilho, mas era dos dois. Aquele pedaço de paraíso como costumavam chamar. Esbaforido, e exausto de tanto correr para chegar e anunciar à sua amada a notícia tão aguardada.
Ela pressentiu e com um sorriso e olhos marejados entendeu o que ele pretendia dizer no momento em que abriu a porta.
_To contigo! Vai viver nosso sonho, amor. Estarei aqui quando voltar.
Arrumaram as malas juntos, e se encaravam, rindo copiosamente da situação. O sonho de um era o sonho do outro. A distância seria vencida no devido tempo e em seus moldes.
Desceram as escadas do apartamento, e em suas alegrias que se misturavam com a festa pelo gol salvador de Jairzinho, partiram para o aeroporto.
O check-in foi feito assim que chegaram.
_Me responda sempre que possível. E use os casacos, lá é inverno.
_Eu sei, amor.
Ele respondeu.
_Assim que chegar eu dou um jeito de falar com você.
Ela assentiu com a cabeça, como quem entendeu.
_Te amo, lembre-se disso antes de dormir e ao acordar. Você é único, é tudo.
Ele não respondeu. Sua solitária lágrima que delicadamente escorreu de seu rosto, seguido de um beijo.
_Você estará comigo em cada momento.
Respondeu olhando repetidamente para trás e dizendo "eu te amo" em sussurros, até entrar no avião. Partindo para o grande momento.
Depois de 1 ano nos Estados Unidos, correspondiam-se com frequencia. Mas naquela manhã fria e de neve, recebeu um telefonema que não esperava. Era seu pai:
_Oi filho. Eu preciso que volte para o Brasil. É a Angélica, ela...
Relutou em dizer.
_Pai, o que aconteceu? -Disse ele assustado.
_Ela... teve um mal súbito, filho. Encontramos ela caída no apartamento. Eu sinto muito, filho. Ela não resistiu.
Soltou o telefone naquele momento, se negava a acreditar, enquanto gritava encolhido no chão da universidade. Nunca imaginara um mundo onde Angélica não estava, e aquilo doía de formas que a morte seria melhor.
Foi para o alojamento e arrumou suas malas com a ajuda dos colegas. Lembrou-se que sua ajudante na última vez que fez aquilo nunca mais o ajudaria. Sentou-se no chuveiro e por meia hora ficou lá. E suas lágrimas confundiam-se com a água que caía, e que por capricho, não escorriam seu sofrimento até o ralo.
Partiu para o Rio de Janeiro no mesmo dia. 12 horas depois, chegou a um Rio que não era semelhante ao que viveu. Chuvoso e frio, como se o céu sangrasse por ela.
Ele negava-se a entrar na igreja onde o corpo era velado. Como crer naquilo? Era ela, a pessoa que mais amava em todo o mundo, e que 3 dias antes havia falado com ele.
Olhou-a distante, de longe, estava linda, uma flor pálida.
Carlos saiu durante o enterro e seguiu até um lugar comum para ele, a Lapa.
Naquela noite não houve samba, não houve músicas e alegria. Era só ele, sua dor e sua lembrança.
"Lembre-se que te amo, quando dormir e ao acordar."
Lembrou-se disso todos os sábados a noite, por 30 anos, quando ia para o mesmo lugar onde se conheceram. Pedia 2 copos de cerveja e um sempre terminava a noite cheio.
"Realizei nosso sonho, meu amor."
Ele conheceu outra pessoa, a qual amou e construiu família. Mas nunca amou como aquela a quem amou na juventude. Nunca houve outra Angélica.
Nem as rosas pouco falantes de Cartola expressavam sua dor eterna, tão eterna quanto seu amor e gratidão.
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