Era
Foi você quem disse, não esqueça: saiu da tua boca. Você falou que era minha dona, dona dos meus segredos e mistérios. De repente, tudo desmoronou, até a porta se fechar — e a dona de mim se foi.
Na era da memória digital, a própria perda está perdida.
Queimei aquela camiseta que você me deu de aniversário, sem perceber que eu não era a única que a usava.
Cortei aquela camiseta que você disse que amava, só que não amava em min se não em ela.
Queimei e cortei as promessas, aquelas que você jurou à sua mãe que seriam cumpridas.
Queimei aquelas cartas de amor que me faziam apaixonar mais por você a cada dia, sem sentido.
Queimei todos os presentes que você me deu porque eles me lembraram de um erro meu.
Queimei meu coração para não sofrer e voltar para o seu.
Às vezes, pensamos que deu errado, mas, na verdade, era Deus mudando a rota.
Temos a tendência de ignorar momentos, nos chatear com isso e aquilo, mas depois paramos e vemos que foi tudo permissão de Deus.
A vida muda o curso bruscamente,
De repente o que era pode já não ser;
O que mais se gosta perde o sabor;
O que mais se preza, despreza-se;
O que mais se gosta de fazer, perde a graça;
A vantagem de viver está na valorização da existência;
O que permanece na história é o que se escreve com os atos da vida.
“Ele salvou um mundo. Recebeu o ouro da gratidão. Mas o choro… era pelas vidas que esse ouro não conseguiu alcançar.”
(…) era tão diversa de si mesma, ora isto, ora aquilo, que os dias iam passando sem acordo fixo, nem desengano perpétuo.
"Ela não raspou o cabelo. Ela se despediu da mulher que era… pra tentar sobreviver com o que restou."
O meu Cerrado!
Não tinha concreto,
não tinha aço,
era só caminho,
era só espaço.
Corria livre
pelo cerrado,
buscando o céu,
o sonho alado.
Não tinha o aço,
não tinha a grade,
só céu infinito,
só liberdade.
Tudo era lindo,
era encantado,
o mundo inteiro
me foi dado.
Corria feliz,
sem ter direção,
seguia a trilha
do coração.
Não tinha preço,
não precisava,
porque a vida
era de graça.
No princípio.
A pampa era pasto, no mas,
Rio, coxilha e mato,
Sanga e quaraguatás.
Livres viviam por anos
Charruas e Minuanos,
Naqueles meados atrás.
Jês (Kaingang), tribos de mesmo sangue,
Pampiano — Charrua e Minuano —
Que um dia seriam paisano.
Guarani — Tapes, Arachanes, Carijós —,
De pedra, poeira e pó.
Depois vieram as Missões,
Jesuítas e suas canções
Num dialeto desigual.
Mas havia Portugal
Naquela peleja sem fim.
E chegaram no Mirim
Pra tomar parte do pago:
O coro, o mate amargo
Do gaúcho provinciano,
Do índio com castelhano,
Português também mesclou.
E o cavalo logo chegou,
Andaluz e Berbere,
O pala pro intempere,
A bota, garrão de potro,
Geada do mês de agosto.
O velho fogo de chão,
Nascia mangueira, galpão,
Velho templo sagrado.
O rancho ainda barreado,
De palha e chão batido,
De taquara repartido.
O gado, a plantação,
Depois, a Revolução,
O grito de liberdade,
Alguns buscando igualdade,
O fim da escravidão.
Pegaram armas na mão,
Lança, espada, garrucha,
E a bandeira gaúcha
Que chamavam pavilhão.
E assim se fez a história
De um povo forte e valente,
Da América continente.
Cultura, raça e coragem,
Que moldaram sua imagem:
Homem rude, campeiro,
Fronteiriço, missioneiro,
Pampeano por procedência,
Que carrega na essência
Um DNA que é só seu.
E assim o Rio Grande nasceu,
Moldando sua estampa
Em qualquer parte que acampa.
Esse quadro em debuxo:
Do cavalo e do gaúcho,
Eterno dono da pampa.
Renato Jaguarão.
"Memórias Da Infância."
Na infância do meu sonho tão bonito, onde o tempo era o nosso brinquedo, No sol que nos cobria de riso aberto, E nos sonhos de nuvens de algodão, de segredos sussurrados até tarde no verão. Éramos heróis de incontáveis aventuras, Exploradores destemidos de mundos escondidos, correndo pelo jardim, com risos inocentes, a desvendar mistérios, No fascínio das mais belas histórias, nos livros redondos com todos os capítulos. No encanto da brincadeira sem intenção, quando subiu o papagaio de papel. cada amizade uma fita de cetim, a inocência reinou, sem fim.Na minha infância, tempo para descobrir, para imaginar castelos a sorrir, Abraços apertados, olhos de carinho, em um mundo tão grandioso, mas pequenino genial. Um tesouro, como luz a brilhar, carrega em teu ser a nossa vida em sonho, Um poema eterno, da infância a vibrar, Na longa caminhada da vida guardar.
O que eu achava que era amor era dependência emocional, onde eu achava que era reconfortante era a depressão, e onde eu achei que não era o amor, era o amor em pessoa pegando na minha mão e dizendo que tem orgulho de mim.
Isso é sobre pessoas e eu. Eu sempre achei que sabia de tudo, mas eu não sabia o que fazer sobre os meus sentimentos e o que era realmente. Fui descobrir depois de 3 anos.
Era uma tarde chuvosa quando Ana decidiu abrir o livro que Ale lhe deixara. O título, "Ecos do Coração", reluzia na lombada, como se esperasse por ela. Relendo o livro que você me deu, Ana sentia que cada página era um eco do seu ser. As palavras pareciam vibrar com a essência dele, e, por um momento, ela podia quase ouvir sua voz suave sussurrando os trechos mais marcantes.
A saudade era uma constante em sua vida, um doce sofrer que se intensificava a cada dia que passava. A distância entre eles parecia um abismo, mas as palavras de Ale eram como cordas que a uniam a ele, mesmo que em espírito. Em cada frase, ela tentava amenizar a saudade que era, buscando conforto nas memórias que dançavam em sua mente.
Enquanto a chuva tamborilava na janela, Ana se perdeu em lembranças. Os olhares trocados em silêncio, os sorrisos cúmplices que apenas eles entendiam. A cada página virada, suas palavras a abraçavam, a aqueciam, como um cobertor em uma noite fria. Seus risos ecoavam em sua mente, e ela sentia que, de algum modo, ele ainda estava ali, tecendo sua presença no silêncio daquela sala.
O tempo, ah, o tempo é cruel. Ele se arrastava, e a saudade tornava-se uma sombra constante. Mas Ana sabia que a memória era forte. Entre as linhas do livro, ela encontrava seu olhar, aquele olhar que sempre a fazia sonhar. Era como se cada palavra tivesse sido escrita especialmente para ela, um refúgio em meio à dor da ausência.
Ana fechou os olhos, permitindo-se sonhar com o dia em que finalmente poderia encontrá-lo novamente. Até que esse dia chegasse, ela se dedicaria a viver cada palavra, cada lembrança, como um presente que a vida lhe dera. O livro se tornara mais do que um objeto; era um mapa que a guiava de volta ao amor que nunca a abandonara.
E assim, naquelas páginas amareladas, Ana encontrou não apenas a saudade, mas também a esperança. A certeza de que, mesmo distantes, os laços do coração são eternos, e que um dia, em algum lugar, eles se reencontrariam.
Achava que era uma forma de amor!
Porém, o amor verdadeiro não desaparece, não se finda.
Crença era de que era real, até que me deparei com muitas falsidades.
Nunca considerei que fosse uma ilusão, dado que parecia tão clara diante de mim.
Não era amor, já que o amor é compreensivo e não prioriza a si mesmo.
Não era, pois o amor envolve colaboração e troca.
Não era, pois quando é amor, sempre encontramos maneiras de resolver quase tudo, já que o amor é capaz de enfrentar qualquer desafio.
Acreditei que fosse, mas estava errado, porque quando é amor
Não se apaga
A ilusão se desfez e revelou a verdade.
O que pensei ser amor não era mais do que um reflexo de meus próprios desejos.
Mas aprendi que o verdadeiro amor é paciente, não busca interesses próprios e tudo suporta.
É parceria e reciprocidade, um equilíbrio que fortalece e não destrói. Agora, com essa experiência, posso reconhecer o amor verdadeiro quando ele aparecer. Já apareceu, você!
Valorize cada palavra de afeto que você recebe, pois a perda faz com que você perceba que ela era importante.
