Epígrafe Morte
Na areia da vida deixo pegadas.
Um lembrete que passei por ali.
Agora a água vem e leva.
Leva com ela todos os rastros que deixei.
Que serão eternos,
Eternos enquanto lembrados.
Quando te enterram
As flores murcham
As flores secam,
O tempo passa, e alguns te esquecem, as lembranças ficam em uma foto, e nada daqui se leva, nem amor,
Nem o ódio
Nem o dia
Nem as trevas
Nenhum homem ou qualquer coisa nesse mundo vive pra sempre. Mas apenas para nós é dado o conhecimento de que devemos morrer. E este é um precioso dom.
Você deixou a longa estrada, vazia, a família incompleta, em nossa memória você está decorando tudo o que é belo, você é uma linda luz, que nasceu e repousou em todos nós, seu choro ao nascer foi o som mais lindo emitido pela vida. E o seu silêncio nos deixou essa eterna saudade.
Só quando vemos como as pessoas morrem que descobrimos o que realmente importava para elas. Com o que se importavam, pelo que se sacrificaram. Pelo que morreriam. Quem elas amavam e quem as amava de volta.
Todos os dias uma peça musical, um conto ou um poema morrem porque sua existência já não se justifica em nosso tempo. E as coisas que antes eram consideradas imortais tornaram-se mortais outra vez, ninguém mais as conhece. Mesmo que elas mereçam sobreviver.
Muitos não conseguem superar a dor daquilo que considero ser um dos momentos mais difíceis da existência humana: a perda de um ente querido. De fato, o luto é de cada um.
Me fure, atire em mim, me chute, corte minha cabeça, só não me peça pra ficar nesse mundo por nem mais um segundo.
porque eu ainda tento? Ninguém entende meu ponto, só exigem de mim, querendo que eu seja forte. Mas eu sou forte, eu só não quero ser mais...
Que tudo passa...
O prazer é um intervalo
na desgraça
Que tudo acaba!
Quem diz que a montanha de ouro não desaba?
Que tudo engana
Gente, só a morte mesmo,
é soberana
