Epígrafe Maternidade
Crecei e multiplicai-vos — Crecei em espírito, multiplicai-vos em amor, servindo uns aos outros e cuidando da criação. Inspirado em Gênesis 1:28.
Uma foto rasgada, mais uma memória encontrada, entre tantas que já esqueci.
Cada lágrima secada, cada dor aliviada e tantas lições que aprendi.
Você sempre me cuidando, perdendo noites de sono, deixando de cuidar de ti.
Preocupada com minha saúde, impressionada com a juventude, mas sempre disposta a estar ali.
Disse não tantas vezes, querendo dizer sim. Escutando choros e manhas, buscando o melhor pra mim. Também foram muitos momentos em que disse sim precisando dizer não, deixou de pensar com a cabeça, pra pensar com o coração. Aquela boneca tão cara, aquela sua jóia rara, a fatura do cartão.
E muito mais que dinheiro, foram tantos anseios, tantos ensinamentos, tanta dedicação.
Um dia é pouco pra te dedicar, uma vida é curta pra te agradecer e um presente é insuficiente pra te demonstrar.
Mas cada conquista minha vai te emocionar, pois eu não esqueço aquele teu dizer "que pra uma mãe, ver o seu filho brilhar, é a melhor coisa que se pode ter". Por isso, tudo que eu faço também é por você. A cada objetivo alcançado, não tem como te esquecer. Eu posso ir até mais pra longe, mas eu volto pra te ver.
Te contar, te homenagear, e também te fazer entender:
"As mães criam os filhos pro mundo, mas o mundo há de reconhecer! "
O Peso Invisível
✍ Por Diane Leite
Dizem que o home office foi a grande revolução do trabalho. Dizem que agora podemos conciliar tudo – carreira, filhos, casa, sonhos, ambições. Dizem que podemos trabalhar no conforto do lar, produzir enquanto assistimos ao crescimento dos nossos filhos. Dizem tantas coisas…
Mas ninguém diz a verdade.
Ninguém fala sobre as palavras interrompidas, sobre o cursor piscando na tela enquanto uma voz infantil chama sem parar: “Mamãe, mamãe, mamãe…” Ninguém menciona o caos mental de tentar responder um e-mail enquanto alguém puxa sua blusa pedindo atenção. Ninguém fala sobre a raiva silenciosa de tentar construir um futuro enquanto mãos pequenas tentam te puxar para o passado – para aquele tempo em que você era apenas mãe, apenas colo, apenas entrega.
O mundo aplaude pais que trabalham de casa, admirando sua dedicação e equilíbrio. Mas quando é a mãe que tenta, o que ela encontra? Um labirinto sem saída.
Ela tenta negociar, tenta explicar.
"Filho, me dá só mais meia hora e depois a gente brinca."
"Mamãe está ocupada agora, mas depois vamos ver seu desenho favorito juntos."
"Por favor, me deixa terminar isso, é importante."
Mas as crianças não entendem tempo. Elas entendem presença. E quando percebem que a mãe está ali, mas não está, insistem, persistem, exigem. Querem tudo. Querem agora.
E a mãe?
A mãe não está frustrada porque não ama o filho. Não está frustrada porque não quer estar ali. Ela está frustrada porque precisa pagar as contas. Porque precisa trabalhar para sustentar o filho que, ironicamente, é quem a impede de trabalhar.
E o pior: a criança não entende.
Ela não sabe que aquela mãe exausta que pede “só mais um minutinho” está tentando garantir um futuro para ela. Não sabe que, enquanto brinca distraída, aquela mãe está planejando, negociando, buscando um jeito de fazer tudo funcionar.
A mãe engole a raiva. Engole o cansaço. Engole o grito que quer sair.
Porque o mundo já a ensinou que mães não devem sentir raiva dos próprios filhos.
Porque o mundo já a convenceu de que esse é o seu papel e que reclamar é ingratidão.
Mas lá dentro, um vulcão silencioso se forma.
Não é culpa.
Não é medo.
É frustração.
Porque enquanto o pai seguiu sua vida, ela parou. Enquanto ele construiu, ela segurou tudo sozinha. Enquanto ele dormiu tranquilo, ela ficou noites em claro, estudando terapias, pesquisando tratamentos, garantindo que aquele ser pequeno e frágil tivesse um futuro.
Agora que o filho cresceu e que ela finalmente tenta respirar, tudo parece puxá-la de volta para aquele tempo de doação total. O tempo que parecia ter ficado para trás, mas ainda vive dentro dela.
Ela sente raiva porque percebe que ninguém vai dar esse espaço a ela. Ela terá que tomar esse espaço.
Mas ninguém ensina como.
E então ela segue, tentando negociar, tentando encontrar um pedaço de tempo entre as exigências do dia.
O cursor ainda pisca na tela.
Os e-mails ainda esperam.
Os sonhos ainda querem nascer.
Mas há um peso invisível sobre seus ombros.
O peso de ser mãe e ser mulher ao mesmo tempo.
O peso de carregar tudo enquanto o mundo finge que não vê.
Mas ela vê.
Ela sente.
E um dia, de algum jeito, ela vai conseguir respirar de verdade.
E não pedirá mais desculpas por isso.
Diane Leite
Uma mãe é a personificação do amor incondicional, a força que nos guia e o refúgio que nos acolhe. Seu abraço é o conforto que nos acalma e sua sabedoria é a luz que ilumina nosso caminho. Uma mãe é a prova viva de que o amor pode ser infinito e eterno.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
No canal do Pensador no WhatsApp, você recebe diariamente um lembrete de que é possível evoluir, um hábito por vez.
Quero receber