Epígrafe de Livro
Num mundo em que tantos já morreram,provocar mais morte é certamente omais graves dos pecados. //Livro: A dança da morte.
QUIMERA
Nascem as flores nas floreiras
Cheiram os pés de laranjeiras
Breve é a primavera
e da vida a alegria é apenas quimera
Pois logo desce o triste inverno
Na imensidão do frio que à noite tece.
Assim também é o nascer:
As floreiras são o berço que nos acolhe;
E a estação das flores, a juventude.
Enfim tudo é solicitude, é um morrer
Que se faz no úmido frio sepulcral.
BOBAGEM
O tempo vai passando e nos conscientizamos
de que nada é tão importante e tudo não passa de ilusão.
As coisas vão perdendo o seu gosto pueril...
vai deixando de ser importante e necessária...
Deixando de ter aquele gosto de coisas refinadas,
e, de que tudo vai se transformando em mera bobagem.
Um verso blue
para mim
para você
(...)
Um verso blue,
my dear,
perdido
nesse sábado de pedra
nesse dia de chuva.
(...)
Eu gosto quando as pessoas me acham rústico, meio agressivo. Porque é a oportunidade de mostrar que nunca se julga um livro pela capa.
(Rob)
Mudemos o assunto:
O mistério sem providência,
cobram imposto
sobre a alegria.
Sou caçado, torturado e preso!
Por só negar tristeza!
A CANÇÃO DA CORUJINHA
Corujinha, corujinha.
É tão doce teu cantar! Tem som de melancolia.
Os teus olhos iluminam minhas noites sem luar.
Na vida não existia uma canção preferida
antes da chegada tua.
Corujinha, corujinha!
Se todos pudessem ouvir a melodia que cantas!
Mas só cantas para mim.
“Fria num dia, meiga no outro; irresistivelmente sedutora num momento e insuportavelmente chata no outro.”
— Quem é Você, Alasca?
“Não devemos perder a esperança, pois jamais seremos irremediavelmente feridos.”
— Quem é Você, Alasca?
“Parei de me importar com o que as pessoas faziam. Simplesmente parei de me importar com o fato de eu ser um perdedor, de não ter amigos e tudo o mais.”
— Quem é Você, Alasca?
FOTOGRAFIA NA MOLDURA
Um dia, seremos apenas uma fotografia.
Alguém há de perguntar quem é.
E alguém há de responder quem foi.
Dizer: Que foi o amor desse alguém ou,
uma boa alma que com o tempo veloz voou.
Há de perguntar o que houve?
Mas, talvez nada terá havido.
Apenas que tenha partido,
por que o tempo vai e com ele
alguém há de se ter sempre ido.
E tornaremos, um dia, apenas uma fotografia.
SEREIAS E PÉROLAS
Foram as sereias que choraram as pérolas.
Dentro das ostras tentou esconder seu pranto...
Musicando seu gemido em triste canto!
E em cada ostra guardou segredos
do fundo do mar.
Foi de tanto chorar as sereias,
que surgiram as pérolas:
amarelas e negras,
pequenas ou grandes...
Talvez, somos sereias,
construindo nossas pérolas
em canto depois do desencanto.