Emmanuel Marinho Pao Velho
O esquecimento só leva o que foi insignificante, o que não marcou. Porque o que marca não esquece, pode ser ruim ou bom, construtiva ou não, não esquece.
A verdade mesmo é que todos nós gostamos, de uma forma ou de outra, tentar incomodar as pessoas que nos invejam. Mas eu por exemplo deixo essas pessoas se incomodarem pelo o que sou, pela minha felicidade.
Um dos nossos maiores erros é abrir nossa boca e dizer: " a esperança é a última que morre." Na verdade mesmo, esperança que é esperança, não morre.
Deus não demora. Ele capricha.
Já tive muitas oportunidades de comprovar que as minhas dúvidas a respeito da bondade divina são infundadas.
Somos mortais e imperfeitos. Gostaríamos que a felicidade, o sucesso e a saúde estivessem sempre sempre.
O catolicismo está cheio de mistérios e não cabe a nós entendê-los nem explicá-los. Se um pai diz ao seu filho que ele faça e de que forma deve fazê-lo, o importante é que a tarefa seja feita.
Conheço pouco as religiões, mas a honestidade, a bondade, o respeito ao próximo e outras virtudes fazem parte de todas as religiões.
Assim deve ser. Deveríamos pautar nossa vida dentro dos princípios básicos de qualquer religião e estaríamos , certamente ouvindo a Deus e vivendo de acordo com os seus princípios.
Porque então existem as desgraças, as calamidades, a doença, a pobreza extrema, as guerras e a ignorância que leva os homens até a matarem uns aos outros?
Eu não sei e temo que ninguém realmente saiba. Pode ser o pecado, o castigo ou a qualquer outro defeito já que somos imperfeitos.
As palavras, os depoimentos, tem maior ou menor valor de acordo com quem os faz.
O depoimento de algumas pessoas como o dos incapazes, têm pouco ou nenhum valor.
Gostaria que cada um que lesse esse meu depoimento desse a ele, o valor que me possam creditar, e que o usem da melhor forma possível, para suas próprias dúvidas e aflições.
Deus existe! As coisas de Deus têm a sua própria razão e o seu tempo. Acredite nisso e pratique a bondade.
Deus não demora. Ele capricha.
Cagões, cangaceiros e cagadas.
“O que mais me preocupa não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos,
nem dos desonestos,
nem dos sem caráter, e
nem dos sem ética.
O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
"Martin Luther King"
Não é de hoje que se observa, que na nossa cidade existem pessoas boas, cultas e capazes, mas que se abstém de participar da política ou das políticas da cidade, por motivos que beiram a mediocridade.
O medo é uma dessas desculpas.
Quando a maioria se ajoelha aos pés de minorias, violentas ou não, não há cangaço, há cagaço.
Cagaço é o medo, indesculpável, de lutar pelo próprio bem e segurança.
Ninguém está falando em pegar em armas.
As armas dos homens de verdade são a capacidade e a vontade de trabalhar para a coletividade.
Deixaram que o Guarujá, a outrora Pérola do Atlântico chegasse no lodo onde se encontra, porque os cultos, ricos e acomodados permitiram.
Dentre muitas cito a permissão das invasões indiscriminadas que instalaram comunidades sem ruas, sem serviços, sem ordem e mercê da autoridade dos bandidos.
Nos últimos vinte anos sou testemunha da inoperância dos cidadãos, que por pura covardia de enfrentar a realidade se esconderam e esconderam os graves problemas que nos afligem.
Diz-me com quem andas e eu te direi como podes morrer!
É bem verdade que a gente pode dormir e nunca mais acordar. Para morrer basta estar vivo.
Mas ser político na nossa cidade é mais profissão de risco do que de fé.
Para alguns o bem mais importante é a vida e para outros a morte tem se tornado algo corriqueiro e banal.
Dizem que o destino é imutável, mas as nossas escolhas podem facilitar ou dificultar o acaso.
A violência está intimamente ligada à falta de educação, de saúde, de justiça, de emprego, enfim, de uma vida digna que deveria ser proporcionada pelos governantes.
A impunidade é fator preponderante na escalada dos índices de violência.
Falta o sentimento de medo da punição nessa nossa terra onde se fazem leis para diminuir as penas, por falta de lugar para colocar os bandidos.
Tudo o que se poderia escrever e ler já foi exaustivamente dito e só quando a morte e a dor chegam bem próximo de nós é que a exata dimensão do problema mostra a suas reais proporções.
Matam-se pais, matam-se filhos, matam-se amigos e os políticos se matam.
A guerra das quadrilhas desce os morros, toma conta das cidades e agora veraneia na nossa praia.
Os recentes fatos, que levaram à morte pelo menos quatro políticos, mostra quão perigoso se tornou estar entre uma categoria que está longe de ter monges e santos.
Deveria ser preciso ter mais do que ficha limpa para ser político.
Onde há fumaça quase sempre há fogo. Ou já houve algum incêndio ou existe grande possibilidade de fortes labaredas no rescaldo.
Não vamos ser falsos como os próprios políticos corruptos, achando que a fatalidade apaga os vícios e os defeitos de qualquer ser humano.
Odiado por muitos, ninguém pode, de ontem para hoje ser transformado em inocente, mártir ou exemplo de homem.
Matam sim e é uma guerra suja de quadrilhas pela repartição do roubo e pelo silêncio, que deve ser mantido em nome da impunidade dos demais parceiros.
Não sejamos falsos. Quem foi morto não foi o pai de família, o marido exemplar nem o filho amoroso.
Quem morreu foi o bandido.
Feliz por nada.
Todo mundo está querendo ser feliz e tem gente que aproveita e escreve que devemos ser felizes por isso, por aquilo, por tudo ou por nada mesmo.
Daqui a pouco os entendido vão criar a síndrome da felicidade.
O sujeito vai ter que fazer análise e tomar remédio porque está feliz demais.
A cidadania deveria espelhar-se na fábula do cavalo e do lobo.
O cavalo e o lobo
Um lobo faminto vagava pelo campo, quando avistou um belo cavalo.
E pensou em devorá-lo; mas o cavalo era forte, e ele...fraquinho... pois quinze dias de jejum dão cabo do mais valente.
Recorreu, pois, à astúcia.
Aproximou-se, e ofereceu os seus serviços, dizendo que, como médico que era, estudara botânica, e podia mostrar-lhe das ervas da campina em que pastava quais as boas, quais as que lhe podiam fazer mal.
Ah meu amigo, disse-lhe o cavalo, chegaste bem a tempo; não preciso conselho a respeito de plantas porque só como capim, porém para curar-me de grave incômodo; há dias machuquei uma pata, a traseira e parece que está formando um tumor; dá para você examinar?
Então levantou a pata, e assentou-lhe um formidável coice que lhe quebrou o queixo.
MORAL: Se todos os lobos charlatães encontrassem cavalos como o desta fábula, não veríamos o triunfo de tanta impostura.
Se todos os cidadãos escoiceassem os políticos corruptos nós teríamos muito mais progresso.
A vida é uma roda gigante onde a gente sobe tanto pelas escadas como pelo elevador
Difícil encontrar alguém que não tenha passado momentos difíceis por falta de dinheiro.
Às vezes o que falta nem é para o principal.
Pode ser um celular novo, um vestido, trocar de carro ou simplesmente ter um dinheirinho para ir ao cabeleireiro.
É interessante é ver a versatilidade com que as pessoas encaram essa falta de dinheiro e como fazem para obtê-lo.
A maioria rala de seis a oito horas por dia para levar para casa um salário que mal dá para pagar as contas básicas.
E tem gente que opta por usar a beleza que Deus lhe deu, independente de qualquer merecimento.
Esse, ou qualquer outro dom mal usado, costuma ser uma faca de dois gumes.
Pessoas que usam a própria beleza para subir na vida pisam nos menos afortunados podem se dar mal.
Invariavelmente a descida costuma ser uma queda bruta quando a beleza acaba.
E quem só tinha isso, acaba ficando só e sem nada.
A importância que as futilidades têm na vida dos pobres de espírito é inversamente proporcional ao sentimento de felicidade vindo da compreensão do que é importante.
Isso posto, quando a gente coloca cada coisa no seu lugar, há espaço para tudo, e na ordem direta, as prioridades nos dão a correta dimensão da verdadeira razão de viver.
Daí a César o que é de César e vamo...que vamo...que a vida é curta!
Filosofar sem álcool só é mais fácil para achar o caminho de casa.
Não consegui ser filósofo porque deixei de beber por livre e espontânea pressão.
Foi aí que comecei a me embriagar com as palavras.
Quer saber... fico eufórico, não tenho ressaca e as poucas dores de cabeça foram um processo ou outro que eu tirei de letra.
Antes eu escrevia das dores de amores. As dores se foram.
Viver não é um privilegio que se possa ter escolhido nem um castigo de que se possa escapar.
Ter sido o Papa João Paulo II ou Adolf Hitler, ser o Pelé, Barack Obama ou A Rainha Victoria, viver a vida de Madona ou ter tido os altos e baixos que fizeram de Michael Jackson o maior ídolo pop de que se tem notícia, sem esquecer, é claro, os Beatles, que encantaram as ultimas gerações, os grandes homens e mulheres que marcaram a humanidade não escolheram ter nascido para viverem, ter tido glorias ou serem lembrados como assassinos genocidas.
Você nasceu e está vivo lendo essas linhas para cumprir um desígnio. Nascer, viver e morrer, deixando ou não suas marcas, herdeiros e sucessores, ou simplesmente ser mais um dos bilhões ou trilhões de pessoas que já povoaram o mundo que conhecemos, dos quais sabemos um pouco pelo legado cultural, pelas construções faraônicas, pelas guerras e barbáries a que levaram a humanidade, cada um no seu tempo.
Repasso na memória o pouco da história que conheço do Guarujá e nem mesmo o nome de algumas ruas me levam a pessoas que construíram algo e que mereçam essa lembrança. Menos ainda placas, estátuas e menção elogiosa na história.
O Cônego Dom Domênico Rangoni pode ter sido único, pelas obras que construiu. Ele é lembrado pelo maior hospital da cidade, um colégio que ainda hoje ensina aos mais jovens e várias outras obras benemerentes.
E se me lembro de poucos que merecem, sei de cor os nomes dos de todos os prefeitos e de muitos vereadores, desde 1.989, ano em que me mudei para o Guarujá, que administraram a cidade e a transformaram no que ela é hoje.
Um amontoado de favelas, milhares de pessoas que não obtém escola para seus filhos nem amparo na doença e na velhice para seus entes queridos, bairros inteiros que alagam.
Guarujá só é lembrado positivamente pelas belezas naturais, que temo, não resistirão ao descaso à maldade dos que a administram.
Viver não é um privilegio que se possa ter escolhido nem um castigo de que se possa escapar.
Pense nos políticos que o Guarujá teve e repasse mentalmente o que eles fizera de bom, o que deixaram de fazer e verá que ser chamado de mau administrador, venal e canalha, não é um castigo de que se possa escapar.
É difícil, quase impossível, ter orgulho, de ter sido político de Guarujá.
Se fosse fácil qualquer um faria.
Tudo que era fácil já foi feito.
Quem anda buscando por aí coisas fáceis para ganhar dinheiro, pode ir tirando o cavalinho da chuva.
Restou para quem quer vencer honestamente na vida, trabalho árduo e sério.
Se você está procurando uma franquia ou alguém que lhe diga a fórmula certa para ganhar dinheiro, certamente vai encontrar um patrão, um sócio, alguém que vai ficar com a parte do leão do negócio, que finalmente vai depender muito mais de você do que lhe oferece o esperto.
O que é realmente bom fica para o franqueador.Quem parte ou reparte e não fica com a melhor parte, ou é bobo ou não tem arte, diz o vetusto e correto ditado.
Chorão.
A gente nasce, cresce, alguns se desenvolvem, todos ficamos velhos e muitos nunca vivem plenamente a vida.
Todos morreremos.
Assunto tão grande dá até medo de abordar, porque a gente certamente vai se perder nas muitíssimas discussões do que realmente é importante na vida.
Não consegui deixar passar a morte do Chorão como eu gostaria,vendo seus milhares, talvez milhões de fãs chorando sua perda e eu quieto no meu canto ouvindo a Amy Winehouse.
Mais do que o valor das suas letras e certamente das músicas, o que devem estar chorando é a perda de um ser humano com carisma incrível.
Incrível para mim, na acepção da palavra, acostumado a ouvir Frank Sinatra, Nat King Cole, Chico Buarque de Holanda e outros cantores, cantoras e intérpretes da boa música, das melodias que encantaram e ainda encantam milhares de milhões de pessoas.
Confesso nunca ter dado uma chance de que o Chorão cantasse e eu ouvisse, nem um pedacinho das suas letras, nas músicas que segundo os críticos são só batuques, acompanhados de outros sons estridentes, de instrumentos elétrico, eletrônicos, que atrapalham qualquer som que não seja uma gritaria insana.
Chorão nasceu, cresceu em ambiente desfavorável para uma vida saudável, não foi feliz, não aproveitou o que a vida tem de bom e finalmente deixou todo mundo triste com a sua morte.
Foi uma droga!
Fotografias mal tiradas e momentos ruins a gente deveria guardar para si.
Como tudo, fotografar exige conhecimento e exercício. Fotos instantâneas, tiradas com o celular, podem ser boas lembranças, mas dificilmente serão ótimas fotos.
Mas vamos admitir que a única foto disponível esteja fora de foco, escura e com um péssimo enquadramento. Não coloque essa foto para que todo mundo veja, porque ela não tem para os outros a mesma carga emocional que para você. Ela só vai dizer que você aceita uma coisa ruim, ou mais ou menos, como algo de que se orgulha.
A maioria das fotos boas é conseguida de uma seleção de muitas fotos. Por isso, tire sempre várias fotos do assunto, para que você possa escolher a melhor, mostrar para todos e se orgulhar de ver a vida por um prisma claro, focado e bem enquadrado.
A fotografia é como a vida da gente. Tem que ser boa de ver, boa de viver, boa para contar e mostrar para todo mundo.
Até onde a vista viu, até onde a memória alcança, até onde a realidade mostra,não há passado que resista aos rumos do futuro.
Acordei e vi pela janela a praia maravilhosa de sempre.
O mar estava calmo, o sol se movia lentamente.
Eram muitas as sombras, às sete e meia daquela manhã inesquecível do longínquo novembro.
Ao longe, cerca de trezentos metros, parecia só um ponto vermelho na areia cinza e se aproximava lentamente.
Duzentos e cinquenta, duzentos e vinte, duzentos, cento e sessenta metros.
Daí, já dava para ver que o ponto vermelho era um biquíni e que o contorno de um corpo escultural deixava mais que uma sombra, deixava um rastro, que percebo indelével na memória.
Hoje é só uma lembrança, mas que poderia ter feito a história da vida completamente diferente.
Não há passado que resista aos rumos que a vida leva.
Esse é o presente e será o futuro.
Mas não há passado que não especule outros rumos, outra vida, outro tudo.
