Em um Mundo Encantado Poderiamos Voa
FRUTOS DA IMAGINAÇÃO
sem fome de algo
sacio-me y
digiro boquiaberto
o que provei no pomar
dos frutos da tua
imaginação
FOSSE LIGEIRO
Tu
Presente duma vida
Que vive há dias em
Nublados que me quaram
Embrião de cambaxirras
Eco alto que se ouve em futuro
Passado ligeiro
Passou, por mim, engomado
Vestido em minha roupa
Façamos tranças
De nossos pêlos eriçados
Contato com contato
Envaidecidos (ego sem dolo)
Em leões lunares:
Pois há beleza nesse
nosso
(a)temporalizar
ASÉ FÉ
Laroyê bará
Abra caminho tranquilo pr'eu passar
Sopra vento, Oyá
Levai-me corpo y alma
Eparrey: Queira qu'eu
Esteja onde puder estar
Kaô Kabecilê
Justiça y martelo firme
Em dias de se padecer
QUE PENA
Uma pena só: que pena!
Fragmento de liberdade
Fruto maduro da asa branca que
Por falta d'água
bateu em nuvens carregadas
y fez
Lufadas pra
Minha saudade
Voar
PÃO DE ILUSÃO
"Dona Maria vai à mesma padaria há 43 anos e alguns dias. Essa data traz a agonia inventada pela espontaneidade da vetustez. Alguns móveis da padaria, ao longo da modernidade, foram trocados por mármore gelado e mogno lustroso. Os donos do estabelecimento ainda não foram trocados. O padeiro continua com um semblante frio - tanto quanto o mármore - e a balconista, com a sua pele lustrada pela temperatura dos pães, estende dedos grossos para devolver o troco. Em todos esses anos, os formais comprimentos nunca foram trocados por nenhuma amizade com túnica mais interna. Dona Maria é apenas mais uma velha assídua que sempre compra o mesmo bolo de trigo. Os que estão na padaria, também são apenas os mesmos, apenas são, sem muitas túnicas internas, são superficialmente apenas duas almas sem recheio que Dona Maria vê ao longo de seus 43 anos. Por casualidade, há muitos calendários, Dona Maria vê os mesmos rostos, os mesmos objetos, come as mesmas comidas, veste os mesmos vestidos que cheiram a naftalina. Diga-nos, Dona Maria, diga como era o sol naquela década. Diga-nos, diga com dignidade como as pessoas se trajavam, nos diga sobre os programas televisivos, diga-nos se os corpos eram em preto e branco, diga se havia medo de ter esperança. Conte-nos, conte sobre hoje, conte sobre excesso de cores. Conte-nos como contas as moedas do cofre que guardas em cima da geladeira, qual valor tem a mudança. Para Dona Maria, a dinâmica do tempo não lhe foi muito generosa. Dona Maria aguarda, no cume de sua demência, que nada possa mudar, pois envelhecer é um fenômeno agudo, que esculpe pés de galinha e rugas sem muita cortesia estética. E ela inventa todos os dias mais um dia de monotonia, para que não alcance o desespero de um dia ter de que se reinventar. Dona Maria sabe que a eternidade não se vende em nenhuma padaria, mas que a alegria da ilusão lhe traz a sensação de poder ter desenhar a vida que se quer levar."
CARECA DE SAUDADE
Há pouco esmero nesse texto. Há pouco ele cresceu. Crespos, lisos, ondulados: tantos são os caminhos para a saudade. Trançados em raiz, espetados, penteados em et ceteras. E, mesmo em caminhos calvos, é algo que cresce, aumenta, cai. Tal vez, saudade. Cabelo, talvez. Arrepia e embaraça. Saudade é capaz conceber sentimentos de arrepiar e embaraçar qualquer sensatez. Há quem peleje ao pentear os fios desse tempo com o credo latente de que a saudade irá passar. Esforços em vão. Cabelo se corta, saudade também. Saudade logo cresce. O cabelo? Também!
Entenda.... Não importa se você deseja o bem, se você criticar alguém se disser a verdade sem rodeios ou meias palavras vai ser sempre o chato.
BRANCO CAPITAL
"Brasília é da cor do concreto cru; brancos geométricos sob o céu azul. Tem mais satélites do que próprio sistema solar e, porventura, sol não falta. Eis o que torna um solo de gente fria, que se cruza todos os dias e se perde no silêncio das tesourinhas - cujas só cortam nossos juízos."
SARAVÁ!
cadeira com encosto
arruda em um dos bolsos
garapa y maracujina
sopro na minha venta
desculpa de maré alcalina
tiros de saco bolha
ou alguma vírgula
pr'eu
respirar
DECISO
vôte
se não lhe faltasse a verdade
nem todos precisassem
saber de ti - ora, só sentir
já é grande sabedoria
filosofias dum redemoinho emocional
dor de siso nascendo pra morder
a língua que se cala
ao beijar
teus
dedos
EPA!
silêncio não é paz à beça
anjo da guarda tira asa
trabalho (doze) - relógio que pesa
vento que abre a porta
tiro que não se ouve
conversa-trem que descarrila
saudade que sempre urge
ligação que não se completa
Mercúrio: dono dos sopros
Oxalá retrógrado
meu afeto não tem
pressa
A voz do Poeta
A voz de um Poeta é canção,
É manifestação de um choro calado,
É sangue que escorre nas veias, é batida do coração
A voz do Poeta é euforia, é criação,
É sino que toca dentro da Igreja
Para dizer que é chegada a hora da oração
É cativante, é fascinante, apascenta quem quer que seja
A voz de um Poeta não é, nem nunca foi coscuvilheira
Ela é hino, é bandeira
A voz do Poeta é para sempre e sempre a primeira
A voz do Poeta é a voz do Povo,
A voz do Povo é a voz de Deus, a voz do Senhor a Quem eu louvo,
É sorriso cheio de fulgor, é fôlego novo
A voz de um poeta é tristeza, é alegria,
É noite e é dia,
É vida, é ritmo, é harmonia.
O Tempo, meus amigos, o Tempo está roubando coisas de mim. Tamanha veemência e desatino, me lembram muito bem que, anos atrás, não era assim. O Tempo tem me ultrapassado, descompassado, fingido não se passar por mim. Decidi ter uma conversa com o Tempo para atarmos uma relação agradável e pedir mais uma vez que ele não me deixe apenas no passado.
Eu perguntei:
- Ríspido, o que tens contra mim?
O Tempo me respondeu:
- Estou farto de ser descuidado e ser usado como desculpa, fingindo que não me tem. Estou cansado de ser perdido em horas em vão. Estou cansado de ser perdido! Se você não tem tempo, tenha tempo para mim.
O Tempo, meus amigos, o tempo está roubando coisa de mim. Nesse nosso relacionamento, já dei adeus ao fôlego, às lágrimas, aos agouros; tamanha veemência e desatino, lembro-me muito bem, ainda não teve fim.
(...) Sabe numa dessas noites em que estamos com o farol baixo?
Apenas vagando a procura de migalhas?
Quando olhamos em volta e percebemos que estamos sozinhos...
Quando bebemos ao ponto de esquecer quem somos?
É.. foi numa dessas noites estreladas, com uma pequena chuva fina
Na companhia dos ventos do minuano
em que o Diabo cruzou meu caminho
Ele apareceu Vestido em um terno alinhado, cigarro a orelha
e em sua mão um whisky 1955, roubado dos campos dos vietnamitas
Olhou em meus olhos e me perguntou se tinha fogo
logo saquei do que me alimenta e ele sorriu
singelo como um anjo me convidou para um trago"
Então você abre os olhos lentamente, olha aos lados, procura por debaixo da cama e descobre que está totalmente só, Vai até a cozinha, abre a geladeira como de costume, são 3 horas da manha e a unica coisa que pode lhe fazer companhia e lhe manter aquecido é um cigarro. Enquanto a fumaça vagarosamente se condensa com o nariz um breve momento vem a sua cabeça e lá ele martela seu coração. 15 minutos se passaram, não tem para onde ir, nem lugar para se esconder. 23/04/2014
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Poemas de aniversário: versos para iluminar um novo ciclo
- Frases de efeito que vão te fazer olhar para a vida de um novo jeito
- Frases para falsos amigos: palavras para se expressar e mandar um recado
- Perda de um Ente Querido
- Textos de volta às aulas para um começo brilhante
- 31 mensagens de aniversário para a melhor amiga ter um dia incrível
- 127 frases de viagem inspiradoras para quem ama explorar o mundo