Educação e Valores Morais
Primeiro Sentir.
No início termina, no fim começa. O começo sela o final. Descobre-se no primeiro contato a luz irradiada do certo, se for o certo mesmo. O certo lírico, o certo que reflete a sua vontade emulsificada pelos olhos. Não que termine transbordado em lágrimas, nem sempre. Se faz o final no início pela atração e pelo fôlego que foge e, ao tentar alcançá-lo é ai que o perdemos mais ainda, é mais rápido e rebelde, não preocupa com o nosso bem-estar e nos leva a exaustão de tanto puxar o ar comprimido que se esconde do coração e não mostra sua cara, leva-o ao desespero e ao medo de não sobreviver, por isso aperta firme, com as mãos, a garganta, a fim de se segurar e não cair na mentira. Tecendo os panos dos dias, com cuidado de anjo. Se entregar é deixar a carcaça ir e a sua alma ficar, pois esta é perdida do controle próprio e passa a ser cuidada pelo surreal que é a confiança depositada na leveza do outro. Um outro que é apenas outro. Outro simples, nada complicado, normal. Com suor nas veias e sangue na pele. De boca que beija e braços que se apertam. De olhos que se fazem no horizonte esbelto e claro. Das mãos que no frio aquecem suas bochechas, pois põem-se a perder calor, esforçadas a estarem sempre largas para namorarem escondidas o seu sorriso. Outro igual, de defeitos bons. Defeitos que procuram sentar, escutar e aprender com nossas qualidades e vice-versa. Por isso da certo, é gostoso. É no meio que tem infância, descobrimento, que tem ousadia. No meio retrocede, se faz adulto por fora, perde a maldade por dentro criança. Conhece a paz apresentada pela sua voz baixinha, docinha e meiguinha. A saudade dos momentos em que se sentam e sentem o gosto da fruta de só estar perto. A angústia da distância que se conhece da vontade, não de correr, mas sim de chorar, para poder escorregar e chegar mais rápido ao outro, mesmo se no caminho rasgasse a pele. Junto na caminhada o desejo incendiário, de chamas ardentes de carne. A vontade de não querer, mas ao mesmo tempo permanecer. O desistir quer entendimento e sempre quer trazer sua aliada, a tristeza, mostram a ilusão que é desistir. Abaixam a cabeça, afogam os olhos e desabam os lábios, tudo com muita força, crueldade e cheiro de morte. Por isso desistir nunca deve caminhar e sim correr para bem longe. O encanto desperta a admiração, trás o respeito, acalma a paciência, apoia a verdade. Todos querem estar perfeitamente juntos com o encanto. O encanto ao ir embora, o riso dos demais segue-o, deixa a lembrança dos problemas de cada um. No final só começa porque não há mais nada para viver.
Me entristece não é ver a minha bondade ignorada, e sim sentir a pessoa escolhida de tê-la perder a mais fiel das admirações.
Amanhecer
Quero amanhecer em teus braços
e nos teus abraços me envolver,
quero dizer-te palavras tolas,
as mais insanas que ja ousei dizer.
E na sinceridade dos meus sentimentos
cantarei em versos este amanhecer,
oferecerei o meu amor
seja ele como for...
pois,ele se renova a cada amanhecer.
Quero levar-te ao jardim dos meus sonhos
e entre meus lençois uma prece de amor fazer.
Quero ver o sol invadindo as frestas da minha janela
ao lado o teu sorriso brindando o amanhecer.
Quero...mas,nem tudo posso...
então me atrevo a sonhar com você
a cada amanhecer.
Mutável
Tudo é mutável
o tempo todo...
uns mais que outros.
Não somos iguais,
não somos perfeitos
mas ,todos temos o direito a
viver como melhor nos convém.
Não entendo tudo,
não aprendi muito
mas ,do pouco que sei...
fez diferente o meu viver.
As pessoas são como peças de um quebra-cabeça difícil e formas diversas. O encaixe é inevitável, sempre há o pedaço compatível, talvez não perto, mas no outro lado do tabuleiro. O desenho formado não necessariamente precisa ter curvas perfeitas. Muitas vezes até um rabisco é considerado obra de arte.
Não existe amor. Não o vê, não o ouve, não o toca, nem o sente. Sentimos é dor. O amor é algo fantasiado no inconsciente submundo do coração.
Engraçado!!! Estava aqui viajando( como sempre)
e analisando-me, percebi que como voce mesmo fala, eu falo muito pouco...
e nao entendi o porque ainda..
Se voce imaginasse o quanto tenho pra lhe falar...
Queria conseguir falar olhando pra vc que:
Eu preciso de voce pra ser feliz
Que a cada dia que passa, não eh só o nosso tempo junto que aumenta.
Mas esse sentimento, fora do normal, se extende de uma forma inexplicavel.
Que por mais que eu tente (nem tento, mentira) não consigo parar de pensar em voce.
Oque sera que esta acontecendo???
Que vejo voce, meu coracao dispara.
Que seu abraço faz o mundo parar...
...e beijar vc entao, parece que vou a lua e quando acaba esqueco de voltar.
Permaneço ali, IPNOTIZADO.
E porque será????
Porq será que a vida ja nao tem mais tanta graça sem voce...
Porq será qualquer lugar ao seu lado é o melhor lugar do mundo...
Porq será que um minuto longe de vc, parece uma eternidade...
E essa historia de o tempo parar neh...
Porque sera que ele nao para quando estou com voce...
Parece que sempre é pouco. fica sempre aquela sensaçao de ''QUERO MAIS''
E quero mesmo. Muito mais...
Quero vocÊ , mais do que quis ontem... e com certeza menos do que AMANHA...
É com voce que eu quero ficar...
Foi com voce que aprendi
que sonhos são realidades ... ( e eu nao vou transformar seu sonho em realidade não. Transformarei sua realidade num sonho..)
Nesse sonho mesmo, nesse que talvez vc tenha desacreditado... No sonho de ser feliz.
No sonho de ter alguem ao seu lado, que esquecesse o mundo para ficar com vc.
De ter alguem que te ame tanto, ao ponto de fazer qualquer coisa para te ver feliz...
Quanto mais o tempo passa ( e passa neh)
Maior é meu amor
Maior é minha vontade de estar ao seu lado...
Quanto mais voce me abraça, mais eu quero ter voce...
È, parece que tudo aconteceu tão rapido neh amorr ( a unica coisa que demorou mesmo, foi eu ir falar com voce) hahaha
Mas acredito que tudo tem seu tempo. Que talvez um minuto antes poderia ter dado tudo errado, e um minuto depois poderia ser tarde...
Mas aconteceu por que era pra acontecer... Porque a vida quis assim... Eu pra voce e voce pra mim...
...
Obrigado por me fazer feliz
Depois de tudo isso só tenho a dizer... EU AMO VOCÊ
Existem pessoas que parecem ter parado no tempo, pessoas tão aéreas que parecem nem ver o tempo passar, mais um dia, todos nós abrimos os olhos e as vezes quando abrimos os olhos, o tempo passou, ocorreram mudanças no mundo, e a gente nem se quer percebeu, aí começamos a tentar nos adaptar á esse 'novo mundo' um mundo diferente, que mudou e não vai mais voltar á ser como foi um dia... Hoje eu abri os olhos, vi que as pessoas mudam, o mundo muda. Mudanças acontecem, sejam elas boas ou ruins, ouvi dizer que a mudança é a lei da vida, e hoje acredito que seja verdade, a vida é significante demais para ser disperdiçada com coisas que não valem a pena, acredito que para cada homem exista uma mulher, e assim vice-versa, acredito em destino, em vida após a morte, em magia, acredito no amor e acredito também que a morte não é o fim de tudo e sim o começo para uma nova fase.
Já acreditei tanto nessa vida, já confiei tanto nas pessoas e ja me decepcionei tanto... Acredito que não confiar plenamente em tudo é a solução para não se decepcionar tanto, acredito que devemos esperar tudo das pessoas, pois elas são surpreendentes, acredito que existe um ser superior, capaz de ver tudo, acredito que a paz existe para aqueles que procuram ter paz, acredito também que a felicidade existe, mais não é encontrada em todas as esquinas nem em todos os lugares, o amor verdadeiro talvez não existe para todos, o que mais se vê por aí são pessoas querendo iludir, ilusão sim, é encontrada em todas as esquinas e em todos os lugares que você for, é preciso ter em quem confiar e em que acreditar, agradeço á Deus, todos os dias por tudo que me é dado, por cada amigo que tenho, pelo pão de cada dia, pelo conforto e pela familia que tenho, serei eternamente grata á Deus pela minha vida e pela minha felicidade também, agradeço por ter sempre motivos para sorrir, hoje em dia é raro existir um sorriso sincero, sem falsas intenções ou falsos sentimentos, a verdade é que existe muito mais do que se pode ver por trás de um sorriso ou por trás de um olhar... Tenho conciência que hoje em dia, dificilmente exista alguém capaz de ver o lado bom e ruim das coisas, capaz de ser gentil, capaz de ajudar a quem precisa e capaz de amar á Deus acima de toda e qualquer coisa, hoje eu consegui ver certos lados da vida que jamais tinha visto... Vi certas experiencias de vida, situações em que as pessoas passam e conseguem superar. De pessoas que caem o mundo está cheio, mais pessoas vitoriosas que conseguem levantar mil vezes se for preciso é raro encontrar.
Mudar é preciso, se adaptar á certos tipos de mudanças é opcional.
Cair de uma Flor
O homem urbano, no concreto
pulou do prédio.
O homem se foi.
Quis adocicar a essência.
Ele se foi por isso.
Partiu para sempre.
Afundou no buraco que caiu.
Buraco ele deixou, há muitos
na rua, na vida nem se fala.
Levou almas, lágrimas,
elas preencheram a cova
que ele formou.
Seu peso na vida foi grande.
Penosa estrada curta.
Era jovem, 17 anos.
Homem de nascença,
menino de idade,
criança de ser.
Ah, como todos nós
somos crianças.
O edifício era comprido,
tocava o céu.
Por entre as escadas
ele chegou às nuvens.
Nuvens onde dança anjo,
escorrega na chuva,
que molha e revive.
Nasceu de novo, graças as gotas
que caem pouco a pouco ao chão.
Tocam pessoas restantes,
bebem dessa água e se nutrem.
Partiu o homem, todos irão.
Todos ficam aqui, ali, lá.
Bem ao longe, eu vejo o homem,
todos os outros homens que se guardam
e sofrem. Pelo mundo ser sofrido.
Não mais restam olhos.
Boca se foi, saliva secou.
Abraço foi só em uma caixa.
Descida na terra magra e seca.
Seca com verme, seca com dor
tanta dor.
Encharcada por saudade.
Deixada por medo
Foi para sempre.
Não mais volta.
Claro que volta!
Volta no sentir,
na falta que faz
Nas lembranças nas quais
nunca se vão.
Poema de Ressaca
Uma lindérrima rapariga
passou adiante,
com uma saia enegrecida
criatura bem laminada.
Criança celebérrima,
alfinetou cada retina.
Quantas vozes em uma só,
desnorteou qualquer sentimento
Atrevi em pegar sua mão
ouvidos macios de doces
palavras firmes não hesitei
ela exalava almas-flores.
Fluídos de desejo pelo todo
no meio a distância
um toque aproximado
calma filho, calma, há tempo.
pele-veludo
rosto, brilho repentino
cabelo espesso e taludo
vaga e remota lembrança
Sede por envolvê-la
em meus magros braços
feminina de sá
corpo bem buliço
remexia à sambá
aquele quadril postiço
Enlaçamos os dedos
carnes ferveram-se cruas
A disse:-Vamos para fora
vamos para a rua.
O mundo é grande,
cabe nossa dádiva
da noite deliberante
e total instigante
pois éramos amantes pós-festa
e proferi-a versos romanescos
(atitude esmiuçada)
copiados do tempo parado
bem ali, naquele lugar
os ponteiros congelaram
me revirava de ponta cabeça
vi o mundo do avesso
aliás, nem mundo eu vi,
ouvi muito menos, sentir quem sabe.
Levá-la-ei ao todo
nos murmúrios do amor
despedir-me bem chocho
embalsamado na terra
Compeliu a saudade acometida
refutei-a com poesia
afim de evitar um desconsolo
esquecer à minha pessoa
em pronome de tratamento
direcionado pelo palpitar lírico
Dulcíssimo foi seus contornos,
inundam minhas reminiscências
trago-te ao pé seu jeito idôneo
sem resignação
por despertar a pureza
onde paira maledicência.
Complexo
É dia triste, procuro fotos em gavetas esquecidas.
Em porta-retratos talhados por lembranças.
Estou sozinho em casa. O dia está nublado.
As memórias ardem o cérebro.
Certa pessoa nunca se vai.
Há pensamentos que só uma longa dose de solidão é capaz de formá-los,
E sento, atento, fechado comigo mesmo.
Repasso os acasos mundanos, são muitos.
Reformulo a consciência e as atitudes errôneas.
Estou na sala.
Os quadros, o abajur e a escrivaninha. A prateleira florada por livros,
lembro-me do homem, sinto medo.
Me pergunto se sou homem, se pertenço mesmo a uma raça desprezível, vingativa e invejosa.
A persiana filtra a luz, a pouca luz, é fim de tarde.
Está nublado, o quintal apagado, folhas mortas ao chão.
Medo de prosseguir. A vida não rara decepciona, mas continuo em pé,
no meio dos homens, são muitos.
Descubro que sou homem, e que não sonhava. Sou mal, ambicioso, mortal.
Senti meu coração pulsar, porque sou animal.
Me fiz confidente de sentimentos ácidos.
A tarde se foi, meu bem também.
Vi sorrisos em uma fotografia. Eu estava lá.
Beijei o vidro, segurei por um breve momento. Sai da casa.
Voltei ao mundo dos homens.
Pula Pula
Criança ilumina qualquer dor
porém cava a maior saudade
sem maldade, na inocência
pura benevolência
Criança? Mata a sede dos meus olhos
dando-me água com as mãos.
Ô moço! Chora não.
Quer brincar? Só me dê seu coração,
nem mais um tostão!
Caminha a passos minúsculo, pequeno pesado.
Na vida há imprevistos, notícia inopinada
surge no final da tarde, depois que o andarilho
de camisa amarela suada, desbotada
jogou na garagem espelhada por objetos (bem definidos)
um papelucho desorientador, e inerte.
No balanço da árvore os cabelos voam,
desprendem-se até a moleira,
despenca maças carnais dos galhos
e sobra salada na sobremesa saudável.
É levada para a casa do moço bom,
-Ele gosta de você, terá todo cuidado
de porcelana frágil, estás em boa companhia
-Tudo bem mamãe, eu sei, eu te amo,
chama lá a vovozinha.
A mãe desaba como a fruta, a maçã
e sabe da força do filho,
daquela criancinha,
que corria para sua cama,
com medo de monstro da infantil fantasia.
Se apega no terço coração marejado
-Mãe rainha, derrame suas graças
na minha pobre filhinha.
Força maior do dia, dia-a-dia, nutrida
por mistura composta por três partes
Há bolinhas de sabão por tudo
e palhaços a cantar uma vez por mês
só pra sonhar com papai do céu
toda vez.
Exemplo há superar.
Criança chora, ainda brinca
criança dorme eternamente,
vai para o infinito cativante
silencioso, escuro, molhado
florido, inesquecível.
Na caixinha de boneca toda branca,
o carrinho empurrado com sutileza
igual àquele carrinho
de madeira puxado
pelo cordão do peão.
Criança? Criança é ternura em cima
do cavalo magricelo de vassoura:
-Devolve menino, tenho que varrer,
seu pai há de chegar, e entra pra dentro
que vai chover.
Adulto é ser, ter o desgosto de não
poder deitar no chão, junto à chuva
sem saber se vai resfriar.
É não arrancar a tampa do dedão,
chutando bola de leite: -Silêncio, caiu no vizinho
O senhor se apegou a camada de borracha
protetora de incômodos terrenos, empoeirados:
-Devolve a bola moço?
Implora, choraminga e míngua:
Só mais dez minutinhos mamãe...
é minha vez de procurar a minha paixão
no esconde-esconde e polícia e ladrão:
-Achei, agora me dá um beijinho? Um beijinho Zinho?
-Entra menino, o jantar está pronto
panela de barro pro feijão cheirosinho, avental
e cadernos com lápis e borracha, juntos com a
tábua de tomate
-Dever? É obrigação!
É bom viver, aprender com corpos franzinos
pequenos, ter aula de ser prazenteiro
sem se fincar para pagar conta e cartão.
Criança? É aprender que a vida brota do chão.
Som indecifrável
Qual seria o som do universo?
um chiado de vento?
um telefone mudo?
para alguns seria o fim do mundo!
Não sei o som da galáxia
nunca viajei para o espaço
em uma banana branca.
Arrisco em dizer que seria
choro de bebê, pedindo colo
e mais colo do infinito.
Seria o beijo da lua com o sol?
ou de estrelas povoando
cada milímetro do espaço sideral
corrompendo com a matéria
inorgânica da explosão?
Fantasio a ideia
de um cavalo-alado
com brasão e véu nas crinas
com um sacerdote a tocá-lo
os gruírem de suas rimas
O barulho do universo
pode ter vários tons
e melodias, concreto
de pássaros pigarreando
sucintos na minha janela
toques do horizonte aberto
e inóspito,
que me chamam pra dançar
no balanço do ócio
Sobrevivo com a surdez
da minha curiosidade, na terra árida,
ferida
e nos olhares discretos pra cima
só em tentar entender
da onde vêm o cantar
da vida.
Olhar para trás
Passei do desejo ao acaso.
Vejo o fim da vida próximo.
As lembranças de nada desfaço,
hoje, velho, só guardo remorso.
Flor púrpura, estrada passada.
Jovem fui pego pelo seu laço.
Criança sozinha e fechada,
moça de diferente compasso.
Luz eterna, nunca mais a verei.
A esperança pálida se foi,
tristeza que a tempos alentei.
Despeço-me com alma impura,
daquela que só me fez reluzir,
na noite amena e escura.
Miudinho
Tinha uma mocinha,
bem loirinha,
da cidade pequenininha,
que andava com flores,
na cestinha
da bicicletinha.
Toda meiguinha,
bem depressinha,
quanta gracinha,
daquela mocinha
loirinha, da cidade
pequenininha.
Com a bochechinha
rosinha,
escondia do solzinho
debaixo da sombrinha,
e bebia aguinha,
pra voltar a passear
na biclicletinha.
Na esquininha,
ela caiu, e machucou
a perninha,
fez dodóizinho,
tadinha.
Um menininho
desesperadinho
ajudou ela
a se levantar
rapidinho,
pra ganhar
um beijinho
no rostinho
vermelhinho
e sentir amorzinho.
Propaganda da Verdade
De passo em passo,
luzes piscam com cuidado,
ilusão otimista, alegre,
mas nas profundezas,
vira regaço
reconheço-me um ordinário.
De cheiro em cheiro, frito,
rebuscado de pinceladas
harmoniosas de óleo,
hipócrita, que lambe a colher
e prepara veneno.
Saio pela rua com um papel,
pesado e de vidro cortante,
verdadeiro.
O que mais fatia?
a vida instigante.
Pisca-pisca por miséria,
o som reboa vozes,
ouço muitas,
de bocas amarelas.
Cuidado, meu papai-noel
têm dentes afiados,
rosto roxo,
saco obscuro e profundo
engole um gole,
de copo em copo,
ataque sem mágica,
não há feitiçaria
nem circo,
tenda muito menos,
as palavras falsas são
omitidas sem consciência.
Me fecho no apartamento
construído por engenheiro
quadrado e métrico,
por cinza, e isolamento
vou me desfazendo
nos relacionamentos
de aspecto elétrico.
O decorrer dos descobrimentos
se resume há risos,
não seja feliz por isso
tudo é algo conciso
por trás de tormentos.
Hoje eu estou sozinho
enquanto festejam a moeda
o ouro na aliança,
no colar presentista.
O corpo e a carne assam
no forno seco
e são cobiças de monstros.
Saio isolado, atendo telefonemas,
encho as variadas necessidades,
preencho a minha falta,
nos copos vazios,
arremesso um para cima,
bem forte, contra a gravidade
que o empurra ao abismo,
é onde eu vou
onde estou.
Há frutas e bebidas
empoleirados na mesa
farta como barrigas cheias,
e o mundo não acaba, não muda
o garfo enfia e beija bocas,
largueadas, inóspitas de bem.
para todos dizerem Amém.
A solidão entra na casa,
entalada por corpos
cheia de ar frio
de cada um para com outro
tempero árido nos pratos
e o meu telefone parou de tocar
penso entrar no rio, o formo
com sal.
Palavras são desperdiçadas,
um só dia se faz paz,
todo potencial em atos falsos
onde se vai toda harmonia
e voltamos ao normal.
Em embrulhos e distinções,
não creio em fantasia,
e sim no real, na indiferença
na eterna ambição.
Não ajoelho e machuco,
se me dobro me fere,
rezar só em sonho
nada é verdade,
só a certeza de morte
e de pouca mudança
concreta, hermética.
Posso ofegar letras e sentidos
de prazeres inexistentes.
-Queres um anseio,
e tapinhas nas costas duras,
trabalhadas pelo conformismo?
Desejo-lhes:
Um Feliz Natal!
Bem na minha insônia
Debruço sobre meus livros
e a sala continua vazia, sem abajur
uma menina no ponto do ônibus
às onze e meia da noite
resolve ir embora a pé
colhendo flores no cemitério.
Eu continuo na sala, agora há vento,
muito vento, é a chuva.
O telefone toca e eu atendo,
nenhuma palavra.
Não me levanto da poltrona,
ali mesmo continuo.
O céu brilha
flashes formam sombras
na janela aberta.
A menina passou pela porta
senti o cheiro das flores
vagamente umedeceram meus poros
A cidade dorme, o ônibus passou no ponto a sós
ela não entrou, já havia ido.
O ônibus continua,
é meia-noite.
Um passarinho morreu de choque elétrico.
Houve o velório com os outros passarinhos,
no mesmo cemitério onde a moça colheu flores.
No terreno que sepultaram o passarinho
nasceu novas flores,
foi na parte que a moça havia tirado as outras flores
para poder agora nascer novas vidas
junto com o passarinho.
Tudo isso aconteceu em uma noite chuvosa.
Patrícia Mendes
Quantos segredos
há em uma fotografia?
quanta paz
há em desenhos?
quanta luz há um formato?
Eu só olhei e mais nada,
as expressões fortes e sérias
de uma moça
que eu vi sem querer
em uma foto-novela
Amei-a da terra do nada
por onde brotou
um cálice de flor
da gaveta empoeirada
na qual era guardada
uma imagem emoldurada,
no porta-retratos de cor.
Lembrei-me das moedas cunhadas
na qual vinham o retrato
de D. Pedro I
e a imperatriz desejou-o
o belo rosto rasteiro.
Vou pedi-lá em casamento
ainda hoje irei
graças a minha curiosidade
adiantar minhas cartas
acelerar as brigas
reconciliar os beijos
que nunca dei.
Dirigir-me-ei aos pais, pedir-lhes à mão,
disser-lhes sobre a foto do meu pecado
colorida, preta e branca
do diamante escasso
que encarava a fina lente
e penetrava o rigor olhar
no limbo aro
Estás a duzentos, não!
trezentos e oitenta mil quilômetros
de enfática distância
do meu apartamento de esquina
ombreando com minha estima
alerta e desespera a ganância
no rapaz esquálido,
que anos luz
a viu
estacada,
defronte
de perfil
sua silhueta reta
os cabelos soltos
mornos
nascidos de uma nova era
da carne no osso.
Como pode o sol permear
os arredores de casa
da rua, sem trazê-la?
e o meu castigo já estava imposto
a punição de não conhecê-la.
Em um quadro marcado
foram pintados
os olhos simétricos
a rebuscada boca
para o meu aval
literário, poético.
Tédio
de chinelo,
ao longe
um jornal velho
com rosto patético
cabelo de ontem
inédito
roupão amarelo
do Sinério
no corpo hermético
sem inspiração
pra poético
até voltar
a dormir
no concreto
remédio
do assédio.
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