E nos teus Olhos que me Perco

Os olhos revelam-se no olhar. A invisibilidade do pensamento é a visão da alma.

Os meus olhos voariam todos os céus, navegariam todos os mares, e caminhariam todos os caminhos só para beijarem os teus.

Aos olhos da alma nada é invisível.

Quando os olhos penetram o íntimo da Natureza, a paisagem pinta-nos o olhar e a alma.

A impulsividade cega os olhos da ponderação.

São os olhos da alma que cedem a real visibilidade.

O mistério aguça o segredo e ambas desvendam os olhos da incerteza, pronunciada pela certeza invisível.

Os olhos desmascaram o rosto do sentimento.

Insistir na conservação do passado é: cegar os olhos ao coração.

Somente os olhos do vento têm aptidão para visualizar o silêncio.

A alma do teu corpo será a vida inteira os olhos do meu coração.

De olhos fechados consegue-se distinguir a deturpação que os olhos abertos transmitem.

Quando os olhos gritam: aglutina-se uma claustrofóbica pluralidade de sufocantes silêncios na alma.

A inveja é um silêncio indomável que se faz ouvir indubitavelmente com os olhos.

Permaneço emocionalmente em estado líquido, até que os meus olhos me libertem.

Quando o teu olhar conversa com os meus olhos, coloco o poema em pausa.

O espelho é um observador que se esconde nos olhos de quem o observa.

Os meus olhos a pupilarem-te vezes sem conta: quando as nossas íris colidem.

Enquanto a ganância desumana enriquece: silenciosamente a fome chora nos olhos duma criança.

Quando os olhos ficam em silêncio, observam a sonoridade do Amor.