Dormir em seu Colo e Morrer em seus Bracos

Tome cuidado com seus hábitos. Quanto melhores eles forem, mais seguramente eles serão sua ruína.

Nunca vi ainda um homem que analise tão profundamente os seus erros que se acuse a si mesmo.

Todas as mulheres fáceis dizem que os seus maridos são difíceis.

Os homens fingem desinteresse para melhor promoverem os seus interesses.

Pois bem, que é que o autor coloca nos seus livros? O que ele não é e gostaria de ser, como nos sonhos. Os livros são desejos recalcados, atos falhos.

Quem nos diz que o inferno, tal como o céu, também não tem os seus santos?

O que dá o prestígio verdadeiro ao artista são os seus imitadores.

O homem morre tantas vezes quantas vezes perde os seus.

Um escritor não lê os seus colegas: vigia-os.

A lua deita seus
raios sobre a rosa caída.
Beleza morta.

Na verdade, um pintor não tem outros inimigos sérios senão os seus quadros maus.

Nenhuma nação gosta de considerar os seus infortúnios como seus filhos legítimos.

Não podemos suportar nem os nossos vícios, nem os seus remédios.

Nos homens, apenas há de bom os seus jovens sentimentos e os seus velhos pensamentos.

Se quereis formar juízo acerca de um homem, observai quem são os seus amigos.

Cada um vê os males dos outros com olhos diferentes dos com que vê os seus.

A vergonha é a preciosíssima capacidade do homem de relacionar os seus comportamentos com as exigências daquela suprema consciência, que nos foi deixada de herança pela história da humanidade.

Embora os homens se gabem dos seus grandes feitos, estes, muitas vezes, são consequência, não de um forte desígnio, mas do acaso.

Um versificador não considera ninguém digno de ser juiz dos seus versos; se alguém não faz versos, não sabe nada do assunto; se faz, é seu rival.

Uma vez que estes mistérios nos ultrapassam, finjamos ser os seus organizadores.