Dor Fracasso
Dói meu coração ver pregadores cobrando alto pra anunciar o evangelho — se tornaram produtos gospel, e não servos da cruz.
Os desafios mais difíceis muitas vezes nos mostram uma força que nem sabíamos que existia em nós... superar é pegar a dor pelas mãos e, aos poucos, transformá-la em coragem para seguir em frente.
Do Fundo do Poço, Eu Voltei
Ser trocado por outra pessoa. Se você já passou por isso, sabe que não é só sobre perder alguém — é sobre ser arrancado de um lugar que você achava seguro. É uma das dores mais brutais que um ser humano pode sentir. Uma espécie de morte em vida. Um terremoto emocional que te lança do céu ao inferno em questão de minutos.
Foi exatamente isso que aconteceu comigo. Um dia eu estava lá em cima, acreditando no amor, acreditando nela… e no outro, me vi no fundo de um poço escuro, frio e silencioso. Fui jogado lá. Por ela, por eles, não sei ao certo. Só sei que caí. E ao cair, me quebrei todo.
Não falo de fraturas físicas — falo da alma. Minha essência se dilacerou. Minha identidade foi esmagada. Eu mal conseguia me mover, apenas sentia. A dor era insuportável. E o mais cruel? Eu ainda esperava que ela descesse até ali e me estendesse a mão. Eu acreditei que ela viria. Esperei. Dias. Semanas. Mas ela não veio.
Enquanto eu agonizava, na minha mente se repetia a mesma cena: ela sorrindo ao lado dele, vivendo a vida como se nada tivesse acontecido. Enquanto eu apodrecia em silêncio, ela seguia. Sem olhar pra trás.
E foi aí, nesse abandono, que algo dentro de mim despertou. Eu me sentei, com dor, com dificuldade. E pela primeira vez, em meio ao caos, olhei para mim mesmo. Observei meus ferimentos emocionais. Vi o estrago. E mesmo em choque, entendi: se eu quisesse sair dali, teria que cuidar de mim. Ninguém viria me resgatar.
Comecei devagar. Juntei os pedaços. Recoloquei meus “ossos” no lugar. Costurei a carne rasgada da alma com as mãos tremendo. Sem anestesia, sem apoio, sem manual. Apenas coragem. E dor. Muita dor. Mas cada ponto que eu dava em mim mesmo era um ato de amor próprio.
Naquele momento, eu comecei a arrancá-la de dentro de mim. E foi o processo mais difícil da minha vida. Ela estava tão entranhada, que parecia que me desfazer dela era o mesmo que me desfazer de mim. Mas eu insisti. Cuidei das feridas, troquei os curativos com carinho. Me tratei como alguém digno de ser amado — por mim mesmo.
E assim, depois de muito tempo, percebi: eu estava pronto pra escalar. Mas não podia subir de qualquer jeito. Eu precisava estar forte. Preciso. Curado. E aos poucos, fui ganhando força. Fui entendendo onde me perdi, como me moldei pra agradar, como fui deixando de ser quem eu era só pra caber num espaço que nunca foi meu.
A jornada pra fora daquele poço foi longa. Cansativa. Exaustiva. Ainda estou em reabilitação. Ainda faço “fisioterapia emocional”. Mas hoje, eu posso dizer: eu voltei.
Mais forte. Mais consciente. Mais verdadeiro.
Eu não vejo mais o mundo com os mesmos olhos, mas talvez seja exatamente isso que me dá paz: saber que eu sobrevivi. Que eu fui o meu próprio herói.
E que agora, finalmente, sou eu quem cuido de mim.
Beira a insanidade.
Contorce-se, movimenta o corpo de forma estranha e incontrolável, como se não detivesse domínio sobre si.Espasmos súbitos, ligeiros.
Fita o vazio, os olhos vagam e a mente se perde em um vão de nada.
Tem derradeiras lembranças confusas e alusões sobre o porvir, mas sem conclusões.
Parece uma overdose espontânea, cuja causa é desconhecida, indefinida.
Todo o conhecimento adquirido obscurece-se de repente, esvai-se, adormece nos recônditos cerebrais.
Frequentes são os sintomas descritos acima. Beira a insanidade.
Talvez seja um dom: desprover-se da lucidez.
Talvez, no fim, enlouquecer seja o único jeito de sobreviver.
Não sabe o que dizer.
O coração queima e acelera. Os olhos estão lubrificados por um choro que não cessa.
A emoção faz os pelos dos braços e das pernas se arrepiarem, mas a boca permanece calada.
Som algum se atreve a sair dali.
A verdade é que o silêncio, ainda que nada atrativo por aqui, agora se faz dominante e, irresistivelmente, confortável.
O mundo se opôs.
Eles viam semelhanças entre si —
havia uma comunidade significativa para eles,
mas não era suficiente para convencer quem os cercava.
Ele despertou num berço de ouro,
enquanto ela cresceu na senzala sórdida da pobreza.
Ele frequentava cárceres protegidos por nobres e ricos;
ela vivia no mundo da lua, distante e esquecido.
Ele degustava bons vinhos,
sabendo distinguir o valor de cada um;
ela se embriagava com líquidos baratos.
Ele pensava em tudo,
racionava emoções,
expunha apenas o que parecia de bom senso.
Ela era adepta da loucura,
agia pelos impulsos do coração.
Ele aprendia algo novo a cada dia,
falava sobre qualquer assunto,
tinha embasamento científico e circunstancial para tudo.
Ela queria despir-se do conhecimento adquirido,
libertar-se da pressão que lhe impunham para acumular informações.
Contudo, com tantas diferenças escancaradas,
eles se assemelhavam — principalmente na afeição um pelo outro, o queparecia bastar.
Todavia, o mundo venceu.
O mundo era mais forte.
O mundo se opôs!
"Santa desgraça é a traição. A verdadeira sensação de ser apunhalado pelas costas por uma lâmina fria que perfura sua pele, e que lentamente vai rasgando seu coração, enquanto o veneno da mágoa se espalha pelas suas veias."
Eu não consigo consertar o passado,
as páginas rasgadas, o tempo calado.
As dores que vieram sem eu chamar,
as palavras que faltaram para me salvar.
Mas eu tenho o hoje, inteiro, presente,
um sol que insiste em nascer, persistente.
Tenho o agora, que pulsa e respira,
um tempo que acolhe, que cura e inspira.
O ontem ficou na curva da estrada,
com suas sombras, sua voz calada.
Mas aqui estou, viva, de pé,
refazendo o caminho com o que a vida é.
Não posso voltar, mas posso seguir,
plantar novas flores, voltar a sorrir.
Eu não conserto o que já passou,
mas no hoje, enfim, algo em mim renasceu e brotou, e como muitos dizem: suave como furacão e tranquila como um vulcão.
Uma mente ferida pode transformar um simples desejo em prisão e condenar ao sofrimento quem jamais cometeu crime nenhum.
Por mais que você compartilhe suas maiores dores e os outros até pareçam entender, no dia seguinte, só você continuará lutando e pensando nisso.
Queremos ser curados das dores mas nem sempre estamos prontos para cirurgia que Deus tem para fazer em nós!
“As circunstâncias não são soberanas. Deus é. Nada foge do decreto eterno. Se for anonimato ou reconhecimento, dor ou alegria, escassez ou abundância… tudo é ferramenta nas mãos dEle pra te fazer semelhante a Cristo.”
Transbordava sentimentos, estava exposta de corpo e alma,
Jamais foi tão real, intenso, puro e verdadeiro.
Quando o coração se enche de amor e paixão de verdade
É impossível superar, é a vida te presenteando
Tudo é exposto; o amor, a raiva, o ciúme, a paixão...
Descontrole e intensidade
Desespero e dor
Felicidade plena e abandono.
