Dor

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Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!

Quando tudo o que conseguimos ver é só a nossa dor, talvez seja aí que perdemos a visão de Deus.

Quanto maior a dor, maior o alívio.

A dor tem a capacidade de cortar nossas asas e nos impedir de voar.

Às vezes a dor se torna uma parte tão grande da sua vida que você acha que ela sempre estará ali, pois você não se lembra de nenhum momento de sua vida onde ela não estava. Mas um dia, você sente outra coisa. Algo que parece errado somente porque é tão estranho e nesse momento você percebe que está feliz…

A felicidade vem em muitas formas. Na companhia de amigos, na sensação que você sente quando realiza o sonho de outra pessoa ou na promessa com esperança renovada. Está ok deixar você mesmo ser feliz, porque você nunca sabe quão passageira essa felicidade poderá ser…

A força é vencida pela fraqueza. A alegria é vencida pela dor. A noite é vencida pelo brilho e o amor que eu tenho por você permanece igual...

O amor é sofrer o silêncio da própria dor.
Não há silêncio mais bonito.
Do que o silêncio do amor.

Não há mal que sempre dure.
Não há dor que não se acabe.

Tento me esconder por trás de um sorriso onde escondo uma grande dor, revolta e angústia da vida. Me camuflo no que escrevo em simples rabiscos, em uma folha de papel rasgada, que não têm significado e nem valem algum, pois este sou eu.

Aliviar a dor é obra divina.

Deixe, deixe a onda da dor passar por você, ela pode até te derrubar, te afogar um pouco, te chicotear com o sal, te assustar com tanta grandeza, mistério, profundidade e experiência, mas acredite em mim, você não vai morrer. Você vai se levantar, ainda que a praia inteira ria de você, ainda que a força tenha levado suas roupas e você esteja completamente desprotegido para a vida, nu, entregue, sem dignidade. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar.

Sem dor, não poderíamos reconhecer o prazer.

A ira gera o ódio, e do ódio nascem a dor e o medo.

Depois de algum tempo você descobre a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

Veronica Shoffstall

Nota: Trecho adaptado de poema de Veronica Shoffstall. Link

Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no prato.

Que minha dor obscura não morra nas tuas asas,
Nem se me afogue a voz em tua garganta de ouro.

Desfaz, Amor, o ritmo
Destas águas tranquilas:
Sabe ser a dor que estremece e que sofre,
Sabe ser a angústia que se grita e retorce.

Não me dês o olvido.
Não me dês a ilusão.
Porque todas as folhas que na terra caíram
Me deixaram de ouro aceso o coração.

O melhor era mesmo calar. Outra coisa: se tinha alguma dor e se enquanto doía ela olhava os ponteiros do relógio, via então que os minutos contados no relógio iam passando e a dor continuava doendo. Ou senão, mesmo quando não lhe doía nada, se ficava defronte do relógio espiando, o que ela não estava sentindo também era maior que os minutos contados no relógio. Agora, quando acontecia uma alegria ou uma raiva, corria para o relógio e observava os segundos em vão.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Não sei por que você não me alivia a dor. Todo dia a senhora levanta a persiana com bruteza e joga sol no meu rosto. Não sei que graça pode achar dos meus esgares, é uma pontada cada vez que respiro. Às vezes aspiro fundo e encho os pulmões de um ar insuportável, para ter alguns segundos de conforto, expelindo a dor. Mas bem antes da doença e da velhice, talvez minha vida já fosse um pouco assim, uma dorzinha chata a me espetar o tempo todo, e de repente uma lambada atroz. Quando perdi minha mulher, foi atroz. E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer, a memória é uma vasta ferida. Mas nem assim você me dá os remédios, você é meio desumana.

Fiz do meu prazer e da minha dor o meu destino disfarçado. E ter apenas a própria vida é [...] um sacrifício. Como aqueles que, no convento, varrem o chão e lavam a roupa, servindo sem a glória de função maior, meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto O ovo e a galinha.

...Mais

de um rali que escapei
quase ilesa
um pouco de lama na alma
e olho injetado de dor
descobri novas marchas
co-pilota de planos que não tinha
tirei meu nome do mapa
e segui a trilha sozinha

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.