Dom Casmurro

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Dom Casmurro é um dos mais importantes romances escritos por Machado de Assis, em 1899. É um brilhante ensaio sobre a intolerância, um texto escrito com sutileza e humanidade, que descreve o ciúme de Betinho por sua mulher Capitu.

Mas a saudade é isto mesmo; é o passar e repassar das memórias antigas.

Dom Casmurro
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro (1899).

O ser humano gosta de complicar as coisas, é só uma brisa, quem sabe ela bagunce teu cabelo, quem sabe te acaricie o rosto, quem sabe, quem sabe…

Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo.

A minha memória ouve ainda agora as pancadas do coração naquele instante. Não esqueças que era a emoção do primeiro amor.

A minha alegria acordava a dele, e o céu estava tão azul, e o ar tão claro, que a natureza parecia rir também conosco. São assim as boas horas deste mundo.

Como eu quisesse falar para disfarçar o meu estado, chamei algumas palavras cá de dentro, mas elas encheram minha boca sem poder sair nenhuma.

Todas as palavras recolheram-se ao coração, murmurando: Eis aqui um que não fará grande carreira no mundo. As emoções o dominam.

Nem tudo é claro na vida.

Não adianta esperar uma Capitu perfeita, se você é um Dom Casmurro.

A vida inteira me ensinaram a ser como Amélia... mas eu quis ser Capitu!

Se eu pudesse contar as lágrimas que chorei na véspera e na manhã, somaria mais que todas as vertidas desde Adão e Eva. Ha nisso alguma exageração; Mas é bom ser enfático, uma ou outra vez.

Seitei-me à sombra daquele que tanto havia desejado.

[…] Senti necessidade de lhe dizer uma palavra em que lhe ficasse o remorso da minha morte.

Estou que empalideci; pelo menos, senti correr um frio pelo corpo todo. A notícia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater de coração, tão violento, que ainda agora cuido ouvi-lo[...] A minha memória ouve ainda agora as pancadas do coração naquele instante. Não esqueças que era a emoção do primeiro amor.

A lei de Dom Casmurro

A dúvida me assombra
E a certeza me corrói
Não quero ver com os olhos vendados
O que está tão claro diante de nós
A incerteza de Dom Casmurro
É o que mais me dói
Seja ele um cego ou um mudo
Ama cegamente o que lhe destrói
Assim como eu neste amor profundo
Mergulho intensamente nesse mar de nós
É a tal beleza que nos fascina
Nos encanta, nos cega, e nos domina
É sentir o aperto de um coração que grita
Aceitamos as levezas da alma
Quem não ama aponto de aceitar?
Na pior das hipóteses é melhor ficar com a dúvida
A certeza é fulminante
Pois quem culpa, julga e tortura
Pelos simples capricho de não aceitar

Meu dom?

Vários...
partes do dia,
tento ser Dom, Juan...
outras vezes o Dom, Casmurro...
na rebeldia,
meu dom é ser, Pixote...
mas na essência,
sou Dom, Quixote.

A vida inteira me ensinaram a ser como Don juan... mas eu quis ser mesmo era com Dom casmurro

E bem, qualquer que seja a solução, uma coisa fica, e é a suma das sumas, ou o resto dos restos, a saber, que a minha primeira amiga e o meu maior amigo, tão extremosos ambos e tão queridos também, quis o destino que acabassem juntando-se e enganando-me...

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

A vida é tão bela que a mesma ideia da morte precisa de vir primeiro a ela, antes de se ver cumprida.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Foi assim mesmo que Capitu falou, com tais palavras e maneiras. Falou do primeiro filho, como se fosse a primeira boneca. Aquela ameaça de um primeiro filho,
o primeiro filho de Capitu, o casamento dela com outro, portanto, a separação absoluta, a perda, a aniquilação, tudo isso produzia um tal efeito, que não achei
palavra nem gesto; fiquei estúpido. Capitu sorria; eu via o primeiro filho brincando no chão...