Disputar uma Pessoa
[A PAISAGEM NO ESPAÇO-TEMPO]
Neste momento, contemplo uma paisagem. Há uma pedra no caminho (subitamente me lembro do poema). Ela é antiga como a Terra, mas isso no momento não importa. De qualquer maneira, é bruta, jamais trabalhada pelos homens de qualquer tribo ou civilização, Atraído pelo ruído suave das águas (ou terei imaginado isto?), meu olhar volta-se subitamente para o pequeno rio urbano, canalizado em meados do século XIX. O encanamento, contudo, já era naquele momento a substituição de um outro, construído vinte e oito anos antes (cheguei a ler o documento que registra o primeiro plano de captação, em um velho arquivo público). A atual calha que contém o traçado do rio, para evitar pequenas enchentes nos dias chuvosos, ali está desde meados do século XX, mas sofreu reparos recentes, por causa das olimpíadas de 2016.
O rio tinha seu nome tupi-guarani por causa dos papagaios que nele vinham se alimentar desde os séculos anteriores, mas a poluição das últimas décadas do século XX já os afastou há muito. Todavia, foram substituídos por aquelas garças, de dieta alimentar menos exigente, que vivem em um zoológico mais distante. Há uma árvore, duas, três, e mais, nas suas margens, sendo que cada uma tem uma idade diferente. Cada uma delas canta a sua própria imponência, na minha imaginação. Mas sou despertado deste devaneio por um outro ruído, este de verdade. É um rolar maquinal, que adentra a paisagem sonora como uma dissonância. A muitos e muitos passos do rio, há uma abertura para o chão. O metrô tem 25 anos, mas aquela estação foi agregada há apenas três anos, e agora oferece aos passantes a sua entrada. Entre ela e o rio enfileiram-se edifícios de diversas idades, de cada lado da rua asfaltada (com exceção de um curioso trecho de paralelepípedos, talvez esquecido pelas últimas administrações públicas).
Há também uma casa muito antiga, do início do século passado. Terá sido tombada? Sobrevive. Alguns automóveis, há muito eu não via um opala, movimentam-se discretamente na rua de mão única. Formam um pequeno fluxo. Seguem por ali, em meia velocidade, e logo vão desaparecer sem deixar vestígios. Por enquanto, todavia, fazem parte do acorde visual da paisagem. Registrei tudo, em minhas anotações. Mas agora me dirijo ao Metrô.
Ao entrar naquela estrutura moderna, que por sobre trilhos me conduzirá através de um conduto contemporâneo tão bem incrustado em uma pedra de milhões de anos, anterior ao surgimento da própria vida sobre a Terra, espero chegar em vinte minutos ao centro da cidade. Ali, naquela alternância de avenidas asfaltadas e ruas estreitas, por vezes talhadas em paralelepípedos, novos acordes de espaço-tempo me esperam. Sem ânsia maior de me mostrar a superposição de cidades que escondem e revelam, eles me indagarão, como se ressoassem do fundo de um verso: “Trouxeste a chave”? A todos perguntam a mesma coisa, indiferentes à resposta que lhe derem .
Já me demoro demais. Andar pelo espaço é viajar pelo o tempo. Retorno, será mais seguro, à reflexão histórico-geográfica
[extraído de 'História, Espaço, Geografia'. Petrópolis: Editora Vozes, 2017, p. 59-60]
A MÚSICA
Escuta esta música, ao longe ...
Será um solo de clarinete?
Ou uma fantasia ao sax?
Ou, quem sabe talvez, uma elegia (!)
Para um instrumento ainda não criado
Não importa ...
Chega mais perto da Música,
Apruma teus ouvidos.
Ouve estes acordes.
Comprime teu rosto contra o peito
Da nota que soar mais alto.
Aí está ela,
Gritando emudecida
Entre todas as outras:
Pálida, de tanto afeto.
Afina agora teus ouvidos
para além do pulmão da nota
e para dentro dela.
Ouve a sua respiração
a um só tempo cansada
e infatigável
Percebes, no fundo dela, um secreto acorde
a pulsar como um coração sereno?
Ali esta ele,
Inteiro e pleno:
O acorde que contém a nota
A mesma que a si contém
Escuta
para além da escuta ...
– para além do ponto
onde não há mais ponto –
Se conseguires
terás ouvido o Som
– finalmente o Som –
O Som que há sob a pele,
abaixo de toda origem,
vibrando como um coração de tudo.
O Som, que é o próprio Som
Secreto, para além do Verbo ...
[publicado na revista Valittera, 2020]
O amor, uma realidade da vida, sentida e consentida, quer o homem, queira ou não e viverá eternamente, no coração e na mente.
Rosete Cansado
VAZIO
Este vazio!
Que me dá frio
Que me arrepia!
Tenho tudo...
Nada tenho!
Sou uma folha
Que caiu!
Perdeu-se
No vento...
Levou meu lamento
Ficou a saudade
Triste e só...
Sou pó do caminho!
Chuva que lava a alma!
Sinto a nostalgia...
Fico sem alegria
Fico sem amor,
Apenas a poesia!
É meu consolo.
Vida uma inconstante, em mundo onde a constância e exigida em seu equilíbrio natural, mas como ser constante quando o que sinto e algo maior do que eu posso entender e controlar, é maior do que qualquer racionalidade, do qualquer pensamento filosófico, por eu vivo assim ?
Eu não sei como eu vou suportar tudo que estou vivendo, uma ilusão que a cada dia, se torna mais latente e você cada mais mias indiferente, nunca importou meu amor, ou a minha doação, o que sempre importou foram as suas escolhas, e eu nunca tive a oportunidade de mostrar o amor e os sonhos que eu tinha para nós.
O desprendimento dos bens físicos nos qualifica para uma vida minimalista e orientada a momentos e realizações temporárias.
Todo o homem pertence a grande TEIA da NATUREZA e a VIDA é uma sucessão de novas DESCOBERTAS....
Em minhas EXPERIÊNCIAS ,precisei enfrentar um MOSNTRO , chamado MEDO ,que morava em uma caverna escura e fria ,cheia de lixo cultural ,religioso, politico e familiar. Quanto mais fundo eu entrava, mais as sombras me envolviam. Mas a CORAGEM me deu FORÇA para chegar do outro lado ,onde estava a FONTE do verdadeiro SABER .
Aqui o PRINCIPIO é FUNDAMENTADO no AMOR e na SABEDORIA que não é o mesmo que conhecimento.
Eu me PERMITI CONHECER DEUS em todas as suas FORMAS e agora pertenço a MIM mesma ....
Minhas considerações são as estações do ano ,os elementos da natureza ,os pontos cardeais ,o sol e a lua...eu cultuo apenas a ENERGIA de cada CICLO NATURAL da vida.
Para mim não há mais separação entre o mundo FÍSICO e o ESPIRITUAL ,um complementa o outro e ,estou sempre em busca do EQUILIBRIO entre os dois.
Meu UNIVERSO é centralizado no AMOR, na arte da POESIA , na MUSICA ,DANÇA e a FERTILIDADE . Enfim ,tudo o que se refere a ao ABRADADABRA da ALMA humana , onde não existe a morte ,porque descobri que a vida é CÍCLICA e REENCARNATÓRIA .
Respeito todas as raças, crenças e limitações e não permito invasões .Eu tracei em minha vida a linha do RESPEITO ,usando sempre o bom senso ..para qualquer situação ,eu uso a INTUÍÇÃO.
Eu ainda vivo neste mundo imperfeito ,porém , agora VIVO do meu jeito , indo e vindo através do portal VIAGEM ASTRAL ao meu verdadeiro LAR , no mundo ESPIRITUAL .
A vida tem muitas lições a ENSINAR e só estaremos prontos para um FELIZ VIVER ,depois de o processo da VIDA ENTENDER.
Eu perguntei à um evangélico o que ele estava fazendo em uma igreja, e ele me respondeu com a palavra mais hipócrita que vi em minha vida, ele me respondeu com um ignorar - A minha vida foi feita de tristezas e desfazeres, o que fiz apenas foi pensar, e se eu um dia morrer e me encontrar com ele num paraíso, minha emoção seria a de um ignorar?
Quando você parar de se preocupar com o pensamento dos outros vai ver que mais uma vez eu tinha razão. Não é que eu sempre tenho razão, é você que se preocupa comigo. Evoluir, dói, descontrair, mais ainda.
Devemos ter orgulho pelas atitudes que os outros fazem a nossa volta, pois é nelas que forma-se uma bela amizade.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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