Disputar uma Pessoa
A desumanização de um
povo até a total destruição,
nunca foi uma construção
do dia para noite
em nenhum lugar do mundo,
O ardil da insistência
cansa e cala parar criar
a perigosa habituação,
e até mesmo a conformação.
Tu és feito de realidade,
não autorize que criem
um diferente cenário,
Quero que seja você o soldado
solitário armado com a palavra
e a pacificação no fogo cruzado
das trincheiras da comunicação,
para não se render a silenciação.
A gravidade tem mostrado
que não precisa de prova
do que tem sido reverberado,
e que em nenhuma hipótese
será regra permanecer calado;
Porque sempre a cada nova
guerra pelo mundo afora
a cautela tem convocado.
Zelar pela reputação coletiva
significa zelar pela sua reputação,
diante desta época de abdicação
voluntária da inteligência natural;
Dependendo do assunto,
não acredite que ignorar basta,
para deixar cair no esquecimento,
é permitir agir livremente o veneno.
Quem eleger por conforto
ficar com a boca fechada,
não poderá falar mais nada,
Não é de censura que estou falando,
mas de calúnias espalhadas
como travesseiros de penas
sendo rasgados em tempo real.
O aroma de Jambu Air
maduro e fresco,
Os teus lábios fazem
festa e desejo.
...
Uma Bunga Kantan
você me deu,
O amor teu
o peito acolheu.
...
Rafflesia desabrochada
pelo caminho que levam
para os teus olhos aos meus,
Poética e benção magnífica
que o Misericordioso Deus
generosamente me concedeu.
Conto uma Bunga Akar Kuning
por uma como quem despreocupada
conta muitas estrelas douradas
na Via Láctea sem me importar
como o tempo por mim passa,
Sou o poeta exilado que conta
versos nos poemas no silêncio
d'alma inspirados pelo tempo
inventado do Homem como remédio.
...
Bunga Jejarum
floresce no caminho,
Nos teus olhos
está escrito o destino,
E no meu coração
o quanto pressinto.
...
Bunga Tasbih esplendente
tal qual o coração
que pelo teu amor sente,
Tudo entre nós é crescente.
...
Anggerek Ungu florescendo
serena enquanto outros
querem se sobressair uns aos outros,
Sou como ela que não
se permite nada que interrompa
o seu florescimento,
sem me importar quanto tempo,
e sem temer o esquecimento.
Das heranças vivas
nas minhas veias
sei uma por uma,
O quê é e o quê
não é indígena,
tal qual o quê é
e o quê não é nativa;
Não menos bonita,
e confessamente
encantadora como
a Chuva-de-Ouro
de terras distantes,
que fascina a visão
e inunda o coração
fascinando a estação
com a sua floração.
Negro, esguio, barbudo,
aparentando ter uma idade avançada,
com o seu chapéu de palha trançada
de maneira incomum e delicada,
com suas roupas de algodão,
e com vários assuntos na ponta língua.
Janjão caminhava muito o dia todo,
com o seu cajado e com um saco
enorme nas costas repleto de soluções,
para todas as classes e estações:
Nunca o vi exaltado ou reclamando,
não havia quem não o saudasse,
e não adiantava nem mesmo
oferecer caronas, pois rejeitava todas.
Acreditava que ficaria mal acostumado,
e dizia que se parasse de caminhar
a morte o alcançaria muito mais rápido.
Até hoje não sei como levava
o mundo nas costas o dia inteiro,
dentro daquele saco nada murchava,
o quê era de horta e as ervas medicinais
até pareciam colhidas na hora;
Sem contar os objetos de madeira
pacientemente esculpidos
que mostrava todo orgulhoso.
Todos compravam com ele,
o povo e os doutores
que tinham os seus sítios,
e quem não pudesse pagar,
Ele dizia para pegar o quê
quisesse sem se preocupar.
A sabedoria dele era sem falha,
parecia que Deus através
dele quando conosco conversava.
Nós como crianças gostávamos
de ir até ele para conversar,
para viver a aventura do caminho
que levava para a casa dele,
e que parecia mais um
jardim botânico paralelo
ao rio completamente cristalino,
Tudo ali era plantado
por ele e sem nenhum equívoco.
Ele era uma figura misteriosa,
um mulato de beleza única,
com um corpo musculoso,
olhos verdes andando,
fala aveludada e respeitoso.
Com o seu cavalo bem cuidado,
ele um autêntico peão brasileiro,
o nome dele era Dario,
que mantinha o orgulho elevado
do ofício desempenhado,
e rezava com fervor inigualável
o Santo Rosário em dedicação
à Nossa Senhora de Aparecida.
Eu ainda bem menina dava
um trabalho danado
junto com as crianças da vizinhança,
a nossa infância era além
muito do pé no barro,
mas os cabelos também por nossa
própria obra era alcançado.
E assim pela estrada a gente fugia,
ele sempre muito paciente
depois de tudo o quê fazia,
e se fosse preciso párava tudo,
para acompanhar as Mães
em busca intrépida de cada
um por toda a estrada vazia.
Não tem como eu me
esquecer destas inúmeras
vezes quando na porta
de casa ele um por um trazia,
ou quando ele passava
sem montado com o seu Baio
e me via pela estrada,
e prontamente dizia:
- Já para casa, menina!
...
Nota da Poetisa sobre a palavra "mulato":
"O termo 'mulato' utilizado para descrever Dario neste poema é uma escolha deliberada e histórica, fiel à linguagem da época e da região das minhas memórias de infância. Naquele contexto, a palavra era o descritivo de sua ascendência mista e da sua beleza singular. Longe de qualquer intenção de depreciação, a figura de Dario é celebrada aqui em toda a sua dignidade e força. O uso é uma homenagem à sua pessoa, e não uma adesão ao peso pejorativo e racista que o termo carrega historicamente."
Instruir e blindar os âmagos
para acrisolar as influências
externas e transformar uma
por uma em mansuetude,
para não cair nos braços
deste mundo que nos ilude.
Permitir que a saliva seja
a velatura e o sussurrante
nos cubra com o amavio
lenitivo que com o alento
seduza e com rara seda
coloque em quiescência.
Atrair com convencimento
para colher pequis juntos
pequis no quintal dos fundos,
para sedutoramente plantar
os tremores amáveis rotundos
e espasmos mais profundos.
Ciente que Jesus nasceu sob a "Pax Romana" baixo uma ocupação colonial com alto emprego de força militar.
Sem deixar de lado os demais países que estão em conflito armado, e que somam 60 países, elegi citar os países que estão em conflito de alta intensidade e que são eles: Palestina, Líbano, Myanmar, República Democrática do Congo, Sudão, Síria e Ucrânia, para lembrar que Natal é presépio, e que se Jesus escolhesse nascer em 2025 ele nasceria em algum desses países.
O quê estou querendo dizer com isso? Hoje aqui no Brasil e nos demais países da América do Sul, ainda desfrutamos da paz que esses países não tiveram escolha, nos esforcemos para continuar em paz.
Estimo um Feliz Natal à todos e votos de paz mundial!
Regimes do Real. Umaobra de William Contraponto
por Neno Marques
Há obras que não pedem leitura apressada. Regimes do Real, de William Contraponto, é uma delas. Não porque seja hermética, mas porque se recusa a facilitar. Trata-se de um tríptico que não busca representar o mundo, e sim expor os mecanismos pelos quais o mundo passa a se impor como inevitável.
Contraponto não escreve sobre o mal como explosão, excesso ou desvio excepcional. O que sua obra revela é algo mais inquietante: o mal como procedimento. Como norma. Como regularidade silenciosa. Em Noite Polar, Estação da Exposição e Segundo o Protocolo, o real não aparece como drama espetacular, mas como campo administrado — térmico, moral e discursivo.
A Noite Polar não é apenas a ausência de luz: é a suspensão do horizonte. O escuro não vem do mistério, mas do bloqueio. O sujeito não se perde; ele é contido. O frio não é climático, é estrutural. Aqui, o real se apresenta como resistência passiva: não empurra, não persegue — apenas impede. Pensar já é um ato de fricção.
Em Estação da Exposição, ocorre o movimento inverso: tudo é excesso de luz. Nada se oculta. Mas essa exposição não liberta — ela cobra. O mundo se mostra sem véu, e justamente por isso exige desempenho, resistência, adaptação. A vida não cresce por virtude, mas por pressão. A claridade, longe de absolver, revela o custo de existir sob vigilância contínua.
É em Segundo o Protocolo que o núcleo ético da obra se explicita sem jamais se declarar. O mal não grita, não odeia, não se reconhece como tal. Ele se instala na rotina correta, no gesto neutro, na palavra oficial. Não mata diretamente — permite. Não sangra o chão — limpa as mãos. Aqui, Contraponto toca num ponto raro da poesia contemporânea: a responsabilidade impessoal como forma de violência.
O que une o tríptico não é um tema, mas uma lógica. Regimes do Real mostra como diferentes condições — escuro, luz, estabilidade — podem servir ao mesmo fim: a domesticação do pensamento. Seja pela contenção, pela exposição ou pela normalização, o sujeito é levado a seguir sem juramento, sem glória, sem pergunta.
Essa obra funciona como um sistema fechado e, ao mesmo tempo, como um espelho aberto. Não oferece saída, mas oferece clareza. E talvez seja isso que mais incomode: não há redenção, não há promessa, não há catarse. Há decisão. A decisão de atravessar o real sem aceitar que ele se reduza ao que foi autorizado.
William Contraponto não escreve para consolar. Escreve para retirar o conforto das narrativas prontas. Regimes do Real não acusa indivíduos; expõe estruturas. Não denuncia um inimigo externo; revela uma lógica compartilhada. E é justamente aí que reside sua força: ao nos incluir no problema, recusa a ilusão de inocência.
Num tempo em que o real é constantemente simplificado, embalado e vendido como consenso, esta obra devolve ao leitor algo essencial: o atrito. E onde há atrito, ainda há pensamento.
Cruzou uma
borboleta
amarela,
e entre meus
seios repousou;
o rumo tomou
e algo inspirou
que o amor
estará surgindo.
Não perco
o meu olhar
sobre você,
e por ti não
irei deixar
de esperar.
Fui plantar
as rosas
do destino
para quando
a vida
nos colocar
no mesmo
caminho.
Longe irei,
se precisar
com a condição
de não deixar
o amor se perder,
e eu não voltar.
Desvende-me em teu olhar,
Eis-me aqui para te contar:
Nos teus olhos celestes
Resolvi uma estrela buscar.
Surpresa doce e íntima,
Com o tom de revolução,
Por ti vivo a sorrir...,
Viraste a minha doce canção.
Entregue-se ao meu tocar,
Eis-me aqui para te amar:
Os nossos corações solares
Um dia hão de se reencontrar!...
Talvez no alto da montanha,
Ou na beira do mar;
Talvez, talvez, talvez...,
Quando a gente não planejar.
Agarre-se a nossa glória,
De escrever entre os beijos
A nossa história...,
Indizivelmente nossa.
Em salto e altura,
Não haverá queda livre,
Porque sinto-me tua;
Contigo estou segura.
Não vim parar à toa,
Surpreendendo-te
No céu de (Bruges),
Em queda livre,
Libertando-te,
Pairando leve,
Envolvendo-te
Para que o teu coração
Nos faça (entregues).
Amar o amor faz parte
Da honra, da vida,
Da poesia e da arte;
Da nossa ida
Pensando na volta;
O amor abriu a porta...
Hoje é um daqueles dias que você acorda após esquecer de tudo um simples gesto , uma simples atitude e um olhar, uma cena na noite anterior faz com que você passe a borracha em tudo aquilo que estava rabiscado no seu caderno de 12 matérias,Você só tem que rasgar um terço , e depois continuar folheando e escrevendo a sua história se priorizando em tudo. obrigado Senhor Deus põe a mão abençoa.🙏🏻😇♾🔛
A tua voz embeleza a manhã, Lábios cor-de- maçã, Sedução nada vã, O sonho flui de uma forma que já até sinto o teu aroma de hortelã.
Querendo viver
uma vida normal
ouvindo o som
de Miss Anthropocene
na minha sala
ao redor deste
isolamento social,
Parece piada
por aqui eu li
que 'o dilema
é bíblico',
há quem defenda
trabalhar,
há quem defenda
ficar em casa,
e até agora nada
está resolvido;
Apenas o quê
me resta é
ficar reclusa,
dançar a música
na mais plena
figuração
da linguagem,
escrever poemas
sobre a Lua
para não morrer
de doença
ou ir para a cadeia,
Esperando sigo
perguntando
qual será a próxima cena,
porque quem lambe
a borda da taça,
a alma não cala
e não busca
por 'indulgência' barata.
Tocam no Universo
como uma partitura
as asas do Condor,
não consigo da Lua
e nem das estrelas
que quero só meu
o teu infinito amor.
Inti me presenteou
constelações incas
que lembram no céu
a beleza do teu olhar
e a nobreza do amor
que estou a cativar
neste mundo a girar,
e que insistem parar.
Fortes são as minhas
cordilheiras que criei
para ninguém tentar
tocar em tudo aquilo
que é de inspiração
e na eterna canção
que irá nos embalar.
O amanhecer será
nosso e indomável,
a última ópera fiz
questão de escutar,
e toda hora vivo por
dentro a me preparar
para quando o amor
vier a nos encontrar.
Uma mulher que se conhece bem e se respeita não fica onde ela não cabe, não aceita pré-julgamentos, não implora por atenção, não se acomoda onde há comparação e não aceita atitudes
que a induzam a pensar qualquer coisa
que seguem neste fluxo de idéias retroalimentadoras de pensamentos doentios.
