Disfarces
Neste mundo de disfarces e máscaras, o mais puro torna-se confuso e fica difícil distinguir o real do trivial, o banal do essencial. Às vezes uma zanga é mais honesta que um sorriso disfarçado de mentira, uma palavra dura é mais sincera que um carinho fictício que se dissolve na rotina da vida. Às vezes não damos valor a honestidade das pessoas que ainda mantêm a verdade, nos deixamos levar pelos que dizem os outros, fica mais fácil de acreditar nas pessoas com disfarces. E no fim, quando já ninguém tiver um disfarce, quando apenas fique sua vontade de amar, talvez você se veja sozinho, repousando os dias de sua vida em que encontrou o amor e o deixou passar, em que encontrou a lealdade e não soube valorizar, porque era mas simples flutuar que arriscar de verdade, que se entregar até o final. Não deixe que enganem você, observe com muita atenção depois de simplesmente olhar.
Não adianta, chega o momento que as máscaras caem, os disfarces não resistem e a mentira aparece. Nada se esconde pra sempre, nenhuma palavra, nenhuma caixa, nenhuma história impedirá que apareça o porquê de muitas coisas serem como são. A autenticidade exige a verdade. A humildade exige a verdade. A dignidade exige verdade. A obediência a Deus exige a verdade. Você pode até fugir, mas nunca se esconderá para sempre. A única coisa que a mentira te traz é a vergonha, a queda e a derrota.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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Entrar no canal do WhatsappEu não jogo, que isso fique claro! Odeio ter que usar mil disfarces pra tentar segurar alguém por mais tempo. Não sei viver pisando em ovos, planejando os meus passos, calculando a próxima jogada. Não sei. E nem quero aprender. Sou muito verdadeira comigo e com os meus sentimentos. Não vou me fazer de difícil, fingir que não te quero pra você me querer. Não vou me fazer de santa, pra ganhar mais valor depois. Não vou e ponto. Tem que me respeitar e me valorizar pelo o que sou. Sei bem que eles adoram uma sonsa, adoram um joguinho de sedução e toda essa coisa. Tenho preguiça dessa hipocrisia. Não vou me sujeitar a interpretar um papel, só pra ver se ganho um pouco mais de afeto. Essa não sou eu. Comigo as coisas são bem claras, verdades em pratos limpos. Só fica do meu lado quem quiser, quem me aceita como sou, com neuras e dramas. Caso contrário, a porta está aberta, adeus. Nunca precisei usar máscaras para conquistar alguém, ser fantoche das próprias regras friamente calculadas é vazio demais. Cada um tem suas armas, não to aqui pra julgar quem sabe e gosta de jogar. Mas eu prefiro ver alguém indo embora pelo meu excesso de sinceridade, do que ter alguém do meu lado e viver medindo as minhas palavras, as minhas atitudes.
Neste mundo de disfarces e máscaras, de gente torcendo pra você ser infeliz, o mais puro torna-se confuso e fica difícil distinguir o verdadeiro do falso. Às vezes um xingamento é mais sincero que um sorriso disfarçado de mentira, uma palavra dura é mais válida que um carinho fingido, que se dissolve na rotina da vida. Às vezes não damos valor a honestidade das pessoas que ainda mantêm a verdade, nos deixamos levar pelos que dizem os outros, fica mais fácil de acreditar nas pessoas com disfarces. Elas são mais convincentes, porque já estão acostumadas a serem falsas. E no fim, quando já ninguém tiver um disfarce, quando apenas ficar sua vontade de amar, talvez você se veja sozinho, repousando os dias de sua vida em que encontrou o amor e o deixou passar, em que encontrou a lealdade e não soube valorizar, porque era mais simples deixar o tempo passar que arriscar de verdade, porque é mais fácil ficar com amores falsos que dizem o que você quer, do que ficar com alguém que nunca mentiu pra você, que foi verdadeiro, que pegou as malas e foi embora por não saber fingir que te amava mais, que embora o amor não fosse mais recíproco, o respeito ainda prevalecia. Não deixe que enganem você, observe com muita atenção, simplesmente olhe nos olhos. Porque eles são o espelho da alma. Refletem o melhor e o pior de cada um.
Annynha Rodrigues
Baú de máscaras
Num armário, sujo, antigo,
Eu guardo um baú de disfarces
E uma máscara de sorrisos
Que já fere a minha face.
Fere o sonho, fere a crença,
Fere o riso que se cala
E a esperança
De que o espelho me convença,
Se eu usá-la.
Mas meu olhar descoberto
Por duas únicas frestas,
Ainda procura disperso,
Contemplando o que lhe resta.
Derrama uma lágrima azul,
Que racha o espelho em desgosto...
Em que lugar do baú,
Eu deixei meu próprio rosto?
Não tenho mais disfarces,
ou ao menos outras personalidades para vestir.
Esse sou eu, e você? Quem será?
Comigo você não precisa de disfarces. Eu gosto mesmo é do teu rosto logo de manhã marcado pelo sono, da tua voz rouca de cansaço ao fim do dia e do seu jeito estabanado de fazer as coisas. Eu gosto mesmo é de você, sem esconder parte alguma.
Se fosse pra ser quem você é de verdade. Quem você seria? Não importa se usa disfarces ou não, é sempre você, com ou sem a máscara.
Quando morto estiver meu corpo, evitem os inúteis disfarces, os disfarces com que os vivos procuram apagar no morto o grande castigo da morte.
Não quero caixão de verniz nem ramalhetes distintos, superfinos candelabros e nem as discretas decorações.
Quero a morte com mau gosto!
Dêem-me coroas de pano, flores de roxo pano, angustiosas flores de pano, enormes coroas maciças como salva-vidas, com fitas negras pendentes.
E descubram bem a minha cara.
Que vejam bem os amigos a incerteza, o pavor, o pasmo. E cada um leve bem nítida a idéia da própria morte.
Descubram bem minhas mãos!
Meus amigos, olhem as mãos!
Onde andaram, o que fizeram, em que sexos demoraram seus dedos sabidos?
Meus amigos, olhem as mãos que mentiram a vossas mãos!
Foram esboçados nelas todos os gestos malditos: até os furtos fracassados e os interrompidos assassinatos. Mãos que fugiram da suprema purificação dos possíveis suicídios.
Descubram e exibam todo meu corpo, as partes excomungadas, as partes sujas sem perdão.
Eu quero a morte nua e crua, terrífica e habitual.
Quero ser um tal defunto, um morto tão acabado, tão aflitivo e pungente, que possam ver, os meus amigos, que morre-se do mesmo jeito como se vão os penetras escorraçados, as prostitutas recusadas, os amantes despedidos, que saem enxotados mas voltariam sem brio a qualquer gesto de chamada.
Meus amigos, tenham pena – senão do morto – aos menos dos dois sapatos do morto. Olhem bem para eles. E para os vossos também!
É tão simples e fácil amar. Amar de verdade!
Não precisa de disfarces, nem tem obrigações.
É assim....
Não sei se ele é mais um dos seus disfarces, mas se for, com certeza, é o mais deslumbrante que já conheci: o seu sorriso faz transbordar todo o meu êxtase, oferta-me a mais pura paz e tranquiliza a minha alma. Sim, é daqueles que brinda qualquer guerra interior com uma intensa trégua. Por isso, se for um mero disfarce seu, sem dúvida, seja qual for o conflito, ele será a melhor armadilha.
Nos caminhos da vida, nos encontramos incessantemente conosco mesmos, sob mil disfarces diferentes.
Os Disfarces Que Me vestem
Carrego no rosto mais do que carne, mais do que expressão: carrego um fenômeno. Aquilo que se vê não me encerra. O que aparece não sou eu — sou o que sustenta o aparecer. O rosto é palco, sim, mas não de encenação: é o lugar onde o ser tenta se afirmar contra o nada. E o sorriso — ah, o sorriso — não é máscara, é tradução imperfeita de algo que não cabe em palavra. Ele não pretende enganar, apenas sobreviver ao indizível.
Não há essência em mim — só processo. Não sou uma, sou intervalo. Um entre: entre o que fui, o que sou, e o que ainda não fui capaz de ser. Vivo no desequilíbrio, na oscilação contínua entre o desejo de permanência e a força da mudança. E as camadas que me vestem — aquilo que o mundo chama de disfarce — não escondem: sustentam. São defesa, mas também revelação. São o modo como meu ser suporta o insuportável: o peso de ter que ser, sem jamais poder ser por completo.
Habito o tempo com angústia. O que sou hoje já está se desfazendo. Não fui feita — estou me fazendo, constantemente, sob o risco de não conseguir. Ser é lançar-se, é escolher sem garantias. Não sou essência descoberta, sou projeto arriscado. E cada escolha é feita à beira do abismo. A finitude me cerca — e ainda assim, escolho. Sou liberdade que se debate contra as paredes da situação.
Fui moldada na facticidade — nas circunstâncias que não escolhi, mas que me exigem respostas. Minha forma não é dom, é ato. Contingência tornada existência. Não reivindico beleza porque a beleza é estética sem responsabilidade. O que reivindico é coerência: mesmo no absurdo, mesmo quando tudo parece ruir, ainda posso decidir não me dissolver.
Rir, para mim, não é leveza — é lucidez. É saber do abismo e, ainda assim, não recuar. É o som de quem se recusa a ceder ao desespero. E se brilho, é apenas reflexo da luta: uma luz nascida da tensão entre o que sou e o que o mundo exige que eu negue em mim.
Sou presença fraturada, sempre em tensão. Liberdade sitiada. Pergunta aberta diante do outro, do mundo, do tempo. Sou ser-para — para o outro, para o mundo, para a morte. E se ainda permaneço, é porque intuo, mesmo sem certezas: a existência vem antes de qualquer definição.
Os Disfarces Que Me vestem
Carrego no rosto mais do que carne, mais do que expressão: carrego um fenômeno. Aquilo que se vê não me encerra. O que aparece não sou eu — sou o que sustenta o aparecer. O rosto é palco, sim, mas não de encenação: é o lugar onde o ser tenta se afirmar contra o nada. E o sorriso — ah, o sorriso — não é máscara, é tradução imperfeita de algo que não cabe em palavra. Ele não pretende enganar, apenas sobreviver ao indizível.
Não há essência em mim — só processo. Não sou uma, sou intervalo. Um entre: entre o que fui, o que sou, e o que ainda não fui capaz de ser. Vivo no desequilíbrio, na oscilação contínua entre o desejo de permanência e a força da mudança. E as camadas que me vestem — aquilo que o mundo chama de disfarce — não escondem: sustentam. São defesa, mas também revelação. São o modo como meu ser suporta o insuportável: o peso de ter que ser, sem jamais poder ser por completo.
Habito o tempo com angústia. O que sou hoje já está se desfazendo. Não fui feita — estou me fazendo, constantemente, sob o risco de não conseguir. Ser é lançar-se, é escolher sem garantias. Não sou essência descoberta, sou projeto arriscado. E cada escolha é feita à beira do abismo. A finitude me cerca — e ainda assim, escolho. Sou liberdade que se debate contra as paredes da situação.
Fui moldada na facticidade — nas circunstâncias que não escolhi, mas que me exigem respostas. Minha forma não é dom, é ato. Contingência tornada existência. Não reivindico beleza porque a beleza é estética sem responsabilidade. O que reivindico é coerência: mesmo no absurdo, mesmo quando tudo parece ruir, ainda posso decidir não me dissolver.
Rir, para mim, não é leveza — é lucidez. É saber do abismo e, ainda assim, não recuar. É o som de quem se recusa a ceder ao desespero. E se brilho, é apenas reflexo da luta: uma luz nascida da tensão entre o que sou e o que o mundo exige que eu negue em mim.
Sou presença fraturada, sempre em tensão. Liberdade sitiada. Pergunta aberta diante do outro, do mundo, do tempo. Sou ser-para — para o outro, para o mundo, para a morte. E se ainda permaneço, é porque intuo, mesmo sem certezas: a existência vem antes de qualquer definição.
