Discreto Amor

O amor é o único sonho que não se sonha.

A vida humilde, cheia de trabalhos fáceis e aborrecidos, é uma obra de eleição que exige muito amor.

O último amor que desampara o homem é o combinado com o orgulho.

Há mulheres com quem fazemos amor, outras com quem falamos.

O amor é o romance do coração: a sua história é o prazer.

Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.

O ódio não cessa com o ódio em tempo algum, o ódio cessa com o amor: esta é a lei eterna.

O que foi sempre o amor senão a mais dolorosa, a mais voluptuosa das mentiras?

A gente sabe que o amor existe graças aos crimes passionais que a imprensa regista diariamente.

De que pode servir ter lido três mil livros,/Quando já velho se é indigno do amor do povo?

Somente através do amor o homem se pode libertar de si mesmo.

O amor não é o lamento moribundo de um violino longínquo - é o rangido triunfante das molas da cama.

O nosso amor-próprio é muitas vezes contrário aos nossos interesses.

O amor retorna sempre ao coração nobre / como o pássaro aos ramos da selva; / a natureza não fez o amor antes do coração nobre, / nem o coração nobre antes do amor.

Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.

O prazer do amor dura apenas um instante, os desgostos do amor duram toda a vida.

O amor tem momentos realmente exaltantes: são as rupturas.

Considera como maior infâmia preferir a vida à honra / e por amor àquela, perder a razão de viver.

O único e verdadeiro amor é aquele que se consagra à felicidade do objecto amado.

Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho. Perdoem-me as leitoras o pouco delicado da confrontação; mas bem vêem que ambos embriagam.