Dinheiro por Chico Xavier
-Quando é que pobre não precisa de dinheiro?
-Quando bebe!
Que aí esquece que é pobre, e começa pagar bebida pros outros!
O dinheiro, por si só, é inerte não tem alma, mas revela a nossa.
Ele não transforma quem somos, apenas amplia.
Nas mãos de uns, vira ponte
nas de outros, muro.
Pode ser libertador quando é meio, mas vira prisão quando se torna fim.
O valor do dinheiro não está no que ele compra, mas no que ele custa — em tempo, em escolhas, em princípios.
No fim, ele é apenas uma ferramenta útil, perigosa e, sobretudo, reveladora.
Ganhar dinheiro exige esforço.
Mantê-lo exige sabedoria.
Multiplicá-lo exige visão.
Mas saber parar de persegui-lo exige maturidade e essa é a riqueza que poucos alcançam.
Valorize as coisas que o dinheiro não compra. São as únicas que continuam a existir quando o dinheiro acaba.
Ao contrário do dinheiro, não se valoriza o tempo economizando-o, mas gastando-o totalmente, até que não reste nada.
Pode ter carro de valor
colar de ouro no peito
dinheiro no exterior
que tudo isso eu respeito
mas eu digo pro doutor
que quem vive no interior
é feliz do mesmo jeito.
Terei o meu dinheiro de volta até 2060; vou comprar minha sonhada bicicleta aos 108 anos graças ao INSS.
Benê Morais
O dinheiro não traz felicidade!
A miséria menos ainda!
O que traz felicidade então?
Pra cada um vai ser algo diferente, mas entre eles o sorriso de uma criança fala alto no nosso coração!
O problema de um governo perdulário é que um dia o dinheiro acaba e o povo que o sustenta morre de fome.
Infelizmente, o dinheiro não ajuda com o que mais desejo na vida: compreender este mundo. Ele compra livros, experiências, até algum tempo... mas não me dá respostas. E quanto mais vejo, mais confuso tudo parece. As coisas se repetem, os erros se acumulam, e as certezas se dissolvem diante do caos disfarçado de rotina.
Talvez o erro esteja justamente em esperar sentido de algo que nunca prometeu lógica. O mundo não se organiza para agradar nossa compreensão. Ele apenas é. A natureza segue, indiferente. A dor acontece, com ou sem motivo. O amor chega e vai, sem roteiro. O mundo não se curva à nossa busca por sentido.
Mas mesmo assim, eu não consigo apenas aceitar. Não sei viver na superfície. Sinto que preciso ir além, aprofundar, mergulhar mesmo sem saber se há fundo. Porque há um tipo de alma que não se satisfaz com o raso, que precisa tocar o enigma, mesmo que isso custe paz.
Talvez eu nunca compreenda. Mas ainda assim, eu preciso tentar.
