Diabo
Deus fez o mundo a aguarelas, mas o diabo botou água.
pintou pessoas sem olhos e sem pernas, com uma cor chamada mágua.
Na cadeira do diabo
Promete andar por onde
Lhe disseram pra não ir.
Não ouve o Messias
E escolhe a vida profana
E contraditória.
A moça canta seus versos
Sob tempestades profundas
E entre as revoltas sangra
Nas notas do seu violino
Compositor e desenhista,
Tradutor da sua solidão.
Dias noturnos,
Noites mais escuras ainda.
Tudo que ela tem naquele lugar.
Valsa da morte
É toda música que consegue
carregar por entre os dedos.
Este é seu casamento com a noite
O Apartheid do mundo que abomina.
Usa a aliança do desespero
Pra não esquecer do adeus
Que recebeu de um noivo
Que não a amou.
Na escadaria da mansão
Conta a cada degrau
Uma ferida que lhe fizeram.
E ao descer,
Todas aquelas que causou
Por não saber acreditar mais uma vez.
A cruz na sala de estar
Hoje se encontra invertida
Iguais as palavras que
Soaram de amor em
tempos passados.
E quando escreve no diário
usa tintas de sangue
Porque é aquilo
Que a lembra ainda estar viva.
Nas manhãs de quarta-feira,
Ao som da caixinha de música
De sua saudosa avó,
Dança a beira do precipício
Porque nenhum perigo
Soa maior do que amar
E não ser amada.
Um dia a moça padeceu
E antes de ir notou que
De tanto se proteger
De nada experimentou.
E lembrou-se da frase da sua vozinha:
A morte acontece todos os dias
Que você respira e não aproveita isso.
E nessa quarta feira
Viajou pro outro lado.
Sua alma só via grades
Por onde ia e não compreendeu.
Um homem a explicou
Que aquela era a sua vida.
Cada momento alegre
que resolveu trancar
Em jaulas e não sentir.
O homem mostra pesos erguidos
E diz ser o seu orgulho
e rancor fundidos.
E lhe adverte:
"Aqui não é o inferno,
É dentro de você que estamos
E não há inferno maior que esse:
ver no lado de dentro
Todas as consequências dos danos em vida
Os anos mal aproveitados,
Os sorrisos não entregues
E toda uma vida sob o medo.
E tudo que tens é
a mesma cadeira que sentavas
E o diabo no fim de tudo
É clone de ti
Pra te mostrar que
Fostes teu único mal.
Não te fizeste feliz
Porque um homem não assumiu
A responsabilidade que recebeste para ti."
E ela senta consciente de que
O fantasma tristonho de quem
Ela foi em vida,
Poderia ser a moça radiante
antes do tal moço lhe partir.
Todo o reino que tens,
É a vida única que tens
Que a felicidade seja tua rainha!
Ei moça bonita,
ainda lê o que escrevo?
Se for pra chorar
Que seja pra regar o coração
E deixar liberar os pesos.
Se for pra ficar de mal
Que seja com a tristeza.
Sabe o rapaz que se foi?
Ele foi perder seu tempo
Enquanto a rainha está aí
Emotiva,
Viva,
Inteira.
Mas precisava que alguém a lembrasse.
Você não é cacos
Você é diamante!
Dias difíceis
Curas possíveis.
Magoas potáveis;
Dela todos bebemos
E podemos deixar ir,
Evaporar.
Alimenta a mente e o coração
De paz e a certeza que
sempre vem algo diferente.
Só não fica aí
na cadeira chorando.
Ele já foi né?
Então deixa ele ir de você.
É só um dia ruim,
não uma vida.
E não há de ser
a falta dele,
que será a tua morte.
Mata a tristeza sem dó.
Mantê-los as relações entre Deus/humano/diabo é humanamente viável, tanto na sabedoria coletiva quanto na inteligência individual.
Eu nunca vi ninguém declarar guerras em nome do Diabo, homens bomba explodindo pessoas e coisas em nome do Diabo, matar ou morrer em nome do Diabo, nunca vi nenhuma pessoa desfazer do outro em nome do Diabo. O Diabo é mais honesto do que muita gente que se esconde atrás de religião.
Caminhei ao lado do diabo, e não vi maldade alguma. A maldade é concepção do homem percebida em mim. O Diabo é apenas um injustiçado, cuidador de exilados do paraíso aqueles que Deus os expulsou.
Conversando com o diabo
Diabos! Aprendi a lidar com o diabo, caminhei com ele pelas avenidas largas, e em meio às multidões. Em uma conversa franca com o diabo sentado às escadarias fúnebres e tenebrosas me compadeci, pelas injustiças que se cometem com um serzinho que Deus criou e delegou alguns pequenos poderes e uma cara feia franzina. Magrelo, peludo, orelhudo, barbicha, cabelo escasso, corcunda olhou-me com ar de tristeza, pediu-me que confiasse em conversar tranquilamente sobre uma possível alienação diabólica para o caminho de volta para o inferno lugar em que vivia sozinho esperando que tão logo acontecesse o fim de tudo. Em primeiro plano poderia ter levado um susto e já pulado fora da conversa. Logo o diabo foi me avisando sobre uma transcendência a qual Deus lhe confiou uma proteção que o tornaria majoritário sobre os humanos.
Indagou o Diabo: - Por que seria eu um ser intocável no imaginário da pequenez humana? Alguém me viu atrás de uma cortina obscura? Não espera que eu salte sobre as pessoas com um garfo afiado querendo assar gente no inferno! Bem, tudo bem! Eu sou mesmo um temível diabo, Deus me criou assim e também criou um irmão chamado Cristo, meu irmão mais novo, coitado esse sim é um sofredor, até morreu por causas nunca muito santificadas, mas o que humanos sabem é que toda a maldade praticada pelos seres humanos é atribuída a mim.
Pobre diabo aquele que se põem culpas, injustiçado, mal sobra uma donzela na varanda em noite de lua cheia, já sem nenhum encanto, uma ou outra vez uma moça expulsa do paraíso. O diabo segue fiel a Deus, ao deus dará. Na profundeza da caverna do diabo existem homens que lhe faltam talvez o conhecimento e não sejam capazes de discernir a obediência da liberdade, onde não se produz nenhuma crítica, esses homens são seres alienados aos processos religiosos para dar vida ao diabo. Diabo! Sou tão você!
Tem muita gente em destaque na "Roda Gigante" do diabo achando que é de Deus.
Está em destaque aqui em baixo, pode não significar nada lá em cima.
É Necessário que ELE cresça...
Tudo que sabemos sobre o Diabo foi dito por Deus e os seguidores deste, então está na hora do príncipe das trevas contar sua versão da história.
Felicidade é Deus! O diabo veio para matar, roubar e destruir. O homem que se afasta de Deus, e de seus ensinamentos, dá brecha para o inimigo destruí-lo.
Não sou Ateu, apenas não culpo o Diabo pelos meus erros (ele não tem como se defender) nem atribuo a Deus os meus acertos (ele não tem como atestar).
O diabo é a maior invenção do homem depois de deus, uma versão fracassada onde se ponham culpas por serem infelizes, mal amados, perseguidos, fracassados, desesperados, por terem farinha e não terem saco, por terem panela e não terem a tampa. Creiam que deus dá o céu e o diabo dá o inferno, que estamos bem no meio da linha de fogo já condenados, mas com possibilidades de reversão a subir pro céu ou descer pro inferno. O céu e o inferno são as outras grandes invenções do homem.
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