Descoberta de Si Mesmo
Nada a retinha, nem o medo. Mas mesmo que agora se aproximasse a morte, mesmo a vileza, a esperança ou de novo a dor. Parara simplesmente. Estavam cortadas as veias que a ligavam às coisas vividas, reunidas num só bloco longínquo, exigindo uma continuação lógica, mas velhas, mortas. Só ela própria sobrevivera, ainda respirando. E à sua frente um novo campo, ainda sem cor a madrugada emergindo. Atravessar suas brumas para enxergá-lo. Não poderia recuar, não sabia por que recuar.
Não faz muito tempo - e pela primeira vez, como nessa ocasião admiti espantado para mim mesmo - mencionei o assunto a um bom amigo, só de passagem, bem de leve, através de algumas palavras, rebaixando o significado de tudo - pois no fundo a questão para mim é pequena vista de fora - a um nível um pouco inferior à verdade.
Hoje vou viver pra esperança, pra coisas bonitas e sorrisos largos. Mesmo que tudo dê pra trás. Hoje vou andar de mãos dadas com meu anjo da guarda...
O que eu gosto do sucesso é saber que tenho tantos amigos. Um monte de amigos intimos mesmo que conheci desde que entrei para o show business.
Que você é mesmo, tudo aquilo que me faltava. Amor eu sinto a sua falta e a falta é a morte da esperança. Que a vida é mesmo coisa muito frágil, uma bobagem, uma irrelevância, diante da eternidade do amor de quem se ama.
Não sejas inocentes em demasia
Porque há muita maldade neste mundo
E mesmo a mais delicada das rosas
Precisa ser capaz de oferecer alguns espinhos...
Com a felicidade acontece o mesmo que com a verdade: não se possui, mas está-se nela. Sim, a felicidade não é mais do que o estar envolvido, reflexo da segurança do seio materno. Por isso, nenhum ser feliz pode saber que o é. Para ver a felicidade, teria de dela sair: seria então como um recém-nascido. Quem diz que é feliz mente, na medida em que jura, e peca assim contra a felicidade. Só lhe é fiel quem diz: fui feliz. A única relação da consciência com a felicidade é o agradecimento: tal constitui a sua incomparável dignidade.
(...) Entretanto, nem por isso sou menos capaz de definir essa sensação, de analisá-la, ou mesmo de ter dela uma percepção integral. Reconheci-a, repito-o, algumas vezes no aspecto duma vinha rapidamente crescida, na contemplação de uma falena, duma borboleta, duma crisálida, duma corrente de água precipitosa. Senti-a no oceano, na queda dum meteoro. Senti-a nos olhares de pessoas extraordinariamente velhas. E há uma ou duas estrelas no céu (uma especialmente, uma estrela de sexta grandeza dupla e mutável, que se encontra perto da grande estrela da Lira) que, vistas pelo telescópio, me deram aquela sensação. Sentindo-me invadido por ela ao ouvir certos sons de instrumentos de corda e, não poucas vezes, ao ler certos trechos de livros. Entre numerosos outros exemplos. (...)
O curinga (...) é um caso à parte; uma carta sem
relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas
aquele não é seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que
ninguém sinta falta dele.
Para ter sempre o teu coração, eu prometo ter sempre o melhor sorriso no rosto, mesmo que o sol não nasça e a vida cause desgosto, para ter sempre o teu coração...
A Depender de Mim
A depender de mim
Os psicanalistas estão fritos
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina amor ou com cachaça
Os gritos todos virarão fumaça
A dor é coisa que dói e que passa
Curar feridas só o tempo há de
Toda regra para o bem da humanidade
É certo necessita de uma exceção
A depender de mim
Os publicitários viram bolhas
Eu sei como fazer minhas escolhas
E assumir os erros que lá vem
Se a alma finca pé os medos somem
Menino nunca deixe que te domem
Mau pai dizia o verdadeiro homem
Sabe o que quer ainda que não queira
Besteira é não seguir o coração
A depender de mim
Os padres e pastores serão tristes
Eu penso mesmo que deus não existe
E ainda assim quem sabe eu creia em deus
Se deus é o outro nome da verdade
Deste momento até a eternidade
Eu levo entre mentiras e trapaças
Besta felicidade frágil farsa
.do que preciso riso preces e paixão
Se queres mesmo ser livre, levanta-te, erga a cabeça e brada aos quatro ventos: não me domina o medo, não me domina o mundo, não me dominam as demais pessoas! Sou livre, dono de mim, e só a mim me pertenço!
Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar certo.
Orgulho! desce os olhos dos céus sobre ti mesmo, e vê como os nomes mais poderosos vão se refugiar numa canção.
Respeite a você mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de viver.
Não há mentiras e não há mistérios. Tudo bem esclarecido em nossa cabeça, mesmo com a turbulência que se faz na alma, em cada célula, na parte do corpo escondida que sente as preces e os desejos ocultos. Fácil perceber que o meu coração é todo seu e você põe os pés quando quiser, entra e bagunça, se aconchega e muda tudo de lugar. Mas creio que estamos em ilhas distantes, eu e você isolados assim da matéria. Você, pensando errado sobre o que eu penso. Eu, pensando sobre os seus erros. Minha mente nunca irá se dobrar para você, amor, e nem a sua para mim. E é aí que lhe digo que não há sentido nisso tudo. Como haveria sentido? Eu sei que você tem coragem de mergulhar, mas coragem de permanecer você não tem. E nem eu tenho peito suficiente para mantê-lo aqui. Como você pode achar que podemos sobreviver com essa imensidão, nada se encaixando, exceto nós dois? Você não foi o bastante para me fazer acreditar, e nem eu. O amor não foi absoluto dessa vez. Você não está vendado, meu bem, e eu ainda não estou rendida. Nossas vidas precisam recomeçar enquanto há tempo. Nosso olhar precisa se erguer enquanto ainda existe horizonte. E que não seja o fim, nós sempre detestamos o fim, lembra? Tantas vezes chorei apreensiva em seus braços após a última cena de um filme previsível, tantas vezes repeti a última página do livro em que o personagem principal morria. Mas estamos a salvo ou, pelo menos, estamos tentando nos salvar. É apenas uma cena depois dos créditos, apenas um sorriso após o epitáfio. Nossa chuva precisa cair enquanto há céu. Nossa estrela precisa brilhar enquanto ainda existe luz.
Quando o amor acaba por ele mesmo, quando existe incompatibilidade entre as personalidades dos amantes, suas reações à perda não chegam nunca ao desespero trágico dos desfechos produzidos de fora para dentro, do social para o pessoal, do desamor geral contra o amor possível.
Os amantes sabem que só se ama por inteiro, ou então o que estão fazendo não é amor, mas uma associação de interesses mútuos, um negócio. Além disso, quando se ama, não se está pensando em segurança, duração, controle, posse, pois isso corresponde à forma com que o autoritarismo capitalista familiar ou de estado se expressa no plano pessoal e afetivo. Se sou um libertário, desejo que tanto eu quanto o meu parceiro vivamos o amor em liberdade, na emoção, no espaço e no tempo. É o amor em si mesmo que comanda a intensidade, a beleza, a forma e a duração do nosso amor, em cada um e entre os dois, jamais o contrário.
Você não precisa morrer feliz quando seu dia chegar, mas deve morrer em paz consigo mesmo, achando, ou melhor, sabendo que viveu sua vida do início ao fim e que a vontade do Ka foi servida.
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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