Depois de Algum Tempo
'PROCURA-SE'
Depois de algum tempo,
subiu num dos faróis mais altos.
As brisas aladas faziam belo cenário.
Há algo por trás da vida moderna.
Por trás das telas de plasmas que não sejam enredos análogos,
tédios...
Atrás de prelúdios,
ventania no rosto.
Sensação de êxtase por alguns minutos.
Escalou a ermo e exíguo.
Cansou.
Levantou.
Procurou pretextos para desistir das nuvens que tanto procurara.
Mas não desistiu...
Avistou caravelas.
Demasiadas exclamações!
Tantos: ainda não sei!
Homens desnudos,
mudos nos seus 'coliseus'.
Vil nas suas resoluções.
Resignados,
com seus fados e insolações,
jogando as poucas moedas abaixo,
sem direção...
Na descida,
esqueceu dos epílogos.
Cabelos brancos sem circunstâncias para um novo cenário.
E as moedas ainda vagavam,
sem face e direção inalcançadas.
Real como o sopro vital,
deixando as manhãs mais desesperadas,
cotidianas...
Conforme o passar dos dias
Depois de algum tempo
Você passa a compreender
Que os dias passam
E as pequenas coisas mudam
E se a gente pudesse mudar
As grandes coisas de lugar
A gente as mudaria
Talvez seja este o motivo
Porque Deus as fez tão grandes
Veja que na verdade
Toda a grandeza do Universo
Mil vezes multiplicada
Pela duração da eternidade
Quando pra bem se quer
Pode caber no espaço
De um pequeno pensamento
E se o pensamento acontecer
Numa noite de frio
Há de restar pra sempre
Um lugar vazio.
Edson Ricardo Paiva
