Demorei mais Aprendi
Hoje eu procurei no Céu
Uma pipa com a cor igual aquela
da qual nunca mais se ouviu falar
Tamanha era a dor da saudade
e tanta falta me fazem
todas aquelas amizades
Hoje sabem todos os que ficaram
Que somente os ventos prosperaram
O tempo passou lento
e foi levando, lentamente
Quase tudo. Tudo aquilo que fazia
A gente rir. Meu Deus, e a gente ria!
Ria, como não se ri hoje em dia
Hoje eu acho que a gente
Apenas cria algum argumento
Uma desculpa qualquer
Pra continuar aqui
Olhando pro Céu de vez em quando
e compreender
Que somente os ventos
Continuam no comando
Arrastando pra um lugar distante
todas aquelas pipas
todas aquelas lembranças
todos aqueles amigos
e todos aqueles sonhos
hoje antigos
Tão antigos quanto a infância.
"A Pobreza não é uma condição, é um Estado de Espírito. Algumas pessoas ficam mais pobres a cada real que ganham."
"Quando a alma se despedaça, os seres da criação não se preocupam mais com o corpo."
Edson Ricardo Paiva
Este mundo anda tão confuso
Que eu acabo por seguir a multidão
Por mais que me recuse
Quando vejo estou atendendo
Pelos nomes que me dão
E só o que me dão são nomes
Minha fome permanece a mesma
Inauguraram uma nova feira de rua
Venderam ali minha alma
Me perderam pelo menor preço
Creio que seja mesmo assim
Levaram de mim
Somente aquilo que merecem
Meus olhos se apressam
Em não querer mais vê-los
E eu vou deslizando
Por entre tantos atropelos
Guardo assim, meu coração
Sem amigos, quase sem uso
Antigos em mim, há somente sonhos
Todos eles, por demais voláteis
Mas um dia me haverão de ser úteis
Desenhos que pretendo ainda colorir
Somente a eles me prendo
Distribuo o que me cai às mãos
Mas não me vendo
Um dia tudo isso há de findar
Pois meu lugar, isso eu sei
Não é ali, eu apenas me perdi
Passou em branco, foi tudo ilusão
Permaneço abstraído
Apesar dessa tamanha confusão
Pois este mundo anda um tanto confuso.
Toda essa distância
Que um dia doeu tanto
No meu coração
Hoje, não dói mais, não
O tempo fê-la tão mansa
Hora após hora
ano após ano
Vivendo sem fazer parte
dos planos de ninguém
Qualquer coração se cansa
Outro dia eu plantei uma ameixeira
Que morreu, secou por inteira
Foi culpa minha
Pois eu não cuidei
Descobri naquele dia
Que minha saudade
era mais forte
Que a árvore de maior porte
Cravado a vida inteira
No solo infértil do meu peito
Vergava mais que a laranjeira
Escaldado pela frieza
Que emana de qualquer desprezo
Crescia e ganhava peso
Mas um dia se esqueceu
Por quê vivia
E acalmou-se
O tempo lhe trouxe a fleuma,
A mansidão
e a compreensão
Agora ela ainda vive
Porém
Não se lembra de ninguém
Portanto
Não dói mais, não.
Qual será o poema mais bonito
que já foi escrito?
Eu o vejo todo dia
Não é poema, é poesia
Recitado com o Verbo Divino
A primeira vez que o lí
Eu ainda era menino
E nem ao menos compreendia
tanta beleza que via
Quando olhava o Céu e as Estrelas
Havia comida à mesa
E borboletas e formigas
no quintal
E às vezes dentro de casa
E mesmo sem nunca tê-los visto
Eu sabia que existiam
As Florestas, O Mar e o Amor
O Amor de Deus
A me dar atenção
E a emprestar-me
a compreensão
e poder ver tudo isto
Era-me algo tão natural
Que um dia então
Eu quase que pensei
Que eu era mau
Ao descobrir
Que nem todo Mundo
Enxerga as coisas
Sempre igual.
Quando a gente almoça algo salgado
A comida é muito boa
Mais tarde você come algo doce
e o que era bom aumenta um tom
Então você bebe água
Ela não tem gosto de nada
Mas a alma fica imensamente agradecida
Pois cada coisa no dia tem seu tempo
E cada dia na vida também tem
Não queira passar na frente de ninguém
Existe ocasião pra tudo
Pra falar e também pra ficar mudo
Há dias de viver sorrindo
e hora de sorrir chorando
Tem gente que desiste da vida
Pra não passar pela desilusão
de desistir de um sonho
Saibamos então sonhar
Porém, sem nunca desgrudar
os pés do chão.
Eu queria só saber
Caminhar corretamente pela vida
E que a vida fosse um pouco mais
Que uma mera superfície plana
Eu queria poder superar
Todas as limitações
A que está submetida
A minha humilde condição humana
e todas as fraquezas nela inseridas
Eu queria conhecer e saber lidar
Com a força existente em mim
Antes do fim desta vida
Eu queria viver o tempo que ainda tenho
Vivendo o Sonho de Conhecer a Deus
O Deus que existe nos meus sonhos
E que às vezes me permite saber
Que é sim, possível voar
Pois Ele já me presenteou algumas vezes
com essa sensação incrível
e me ensinou que o tempo
Apesar de impiedoso e inexorável
É necessário pra que a gente aprenda
a remover a venda que existe
nos olhos humanos, e é
inerente à Condição Humana
Eu não digo o tempo mundano
Que faz compreender
as horas e as semanas
Existe outro tempo, além deste plano
Um tempo que vem de Deus
Que tem me ajudado a tentar compreender
Que cada pedra
Que eu, com respeito, carreguei
e cada dor que um dia me derrubou
Agora se traduzem
numa espécie de compreensão
Que de mim se assenhora
E me faz saber de onde eu vim
E que as dores que eu senti
eram sim, necessárias
Pra que eu não passasse pela vida
e a visse desaguar um dia
Num Oceano de incompreeensão
e a tivesse vivido como um reles pária
Carregando sensações imaginárias
Eu já compreendi que Outra Coisa existe
Porém ainda não sei o quê preciso fazer
e a maneira correta de pedir e receber
Tudo isso às vezes me faz sentir
Um pouco triste ao fim do dia
Quando se aproxima a hora de ir dormir
"Não existe nada perfeito, o que mais se aproxima da perfeição são as coisas nas quais a gente sabe quais são e onde estão, todos os defeitos"
Por mais que eu seja visto
como incompreensível
Por este mundo complicado
Eu creio que vou morrer
Sem também compreendê-lo.
Por mais que cada gesto meu
Repleto de amor e desprendimento
seja, a cada dia mais
repelido somente com indiferença
Eu creio que vou morrer
Sem levar comigo qualquer sentimento
de vingança, ingratidão ou ofensa
Por mais que eu saiba
O quanto de tristeza vou sentir
Por distorcerem aquilo que eu digo
Simplesmente
Por não haverem prestado
A mínima ou a devida atenção
é a vida
Tudo isso me vem do coração
e eu não vou me calar
mesmo sabendo que eu digo
Em português
A quem só lê javanês
E mesmo que nada esteja igual
e eu esteja sempre
Nos fundos do quintal deste mundo
eu vou permanecer pra sempre lá
e tenho certeza
Que um dia haverão de me procurar
pra me dizer
Que finalmente a minha piada
inteligente e sem graça
realmente, anos mais tarde
Fez muita gente rir
Principalmente pelo fato
de eu não estar mais aqui.
Fatalmente mais um dia
Onde voavam borboletas
enquanto o Sol sorria
Inexoravelmente
outro dia parte
Eu descarto desta vida
mais um dia
Enquanto esta vida assim
não me descarte
Outro dia fatalmente parte
E leva com ele
uma parte de mim
Igual a todo dia
Onde o Sol sorria
iluminando novamente
este chão
onde eu piso
desliza velozmente
me derruba
ri de mim
Termina outro dia
outro amanhã
a vida afia
Que em breve virá cortante
Constante
instante após instante
e partirá novamente
me deixando aqui
no meio dessa gente
Que caminha normalmente
e gentilmente desvia
de mim
Mais um dia, que pra mim
Sem Sol, nem borboletas
Partiu
Como cada dia sempre parte
Um dia, dia
Haverei também de pisar-te
Cortar-te, esquecer-te
e abandonar-te
Igual a cada dia desta vida
Que partiste
e te foste
sem mim.
Sob as pedras
Que existem
Nos mais profundos recônditos
das Florestas
Existe vida
A vida também floresce
Nas mais profundas
e também nas rasas
Frestas
Da maior rocha
Que na Terra existe
A vida existe no calor da tocha
e o Fogo do Sol
Produz a vida
A vida é a energia
nos elétrons
e também nos prótons
de tudo que existe
Sob a batuta dos neutrons
Que a tudo equilibra
Nisto consiste
Tudo
Exceto a intolerância
e a ausência de perdão
Nelas
Co-existe a morte
de sorte
Que há sempre um porém:
Após a morte
Existe vida também
Um dia a gente pensa
Pensa sinceramente
Pensa com a mais profunda
pureza do coração
Pensa em desistir de tudo isso
E quem pensa assim
Pensa por sentir-se só
Mas nunca está só
Está comigo
Pois eu quase desisto
Constantemente
Mas então a gente pensa de novo
E faz de conta
Que está tudo bem
E mesmo não estando
A gente mente
A melhor mentira que existe
é aquela que convence o mentiroso
E se ela não convencer
A gente insiste
O gostoso nesta vida
é viver mais um dia
Viver de verdade
Mesmo que seja
Uma verdade de mentira
A capacidade
de aplacar a própria ira
é que um dia irá
Fazer com que a gente
deixe pra este mundo
pelo menos
Um pouco de saudade
Aquele diamante
Ao qual você procura
A solução mais brilhante
Que teu lado inconsciente
Insiste em te dizer que existe
E que você prossegue a desejar
Na noite escura
Ainda não foi visto
Porque você somente olha
Onde ele não pode ser encontrado
Seu brilho, de tão intenso
Tua visão ofusca
A vastidão desse Universo Imenso
Te leva a buscar num lugar distante
O brilhante diamante
Que durante a vida toda
Pulsou e reluziu
Ali, ao seu lado
E nada o esconde
Mas está
Visível somente aos olhos
daqueles que sabem onde olhar
E o seu valor se encontra na paz
Que toda riqueza deste mundo
Não é capaz de trazer
e não traz
Enquanto não chegar o dia
Em que finalmente enxergar
Que as maiores riquezas
Que se pode buscar
São a humildade e a sabedoria.
Nesta vida e neste Mundo
Só existe uma certeza:
Sempre haverão outros
E outros e outros e mais outros
e depois deles
Virão outros e depois
Mais outros
Assim como outros
Houveram antes
e existem outros hoje
Amanhã, pode ter certeza
de que outros haverão no vir
e depois deles outros
Haja o que houver
Seja o que for
Haverá sempre outros
Esta é a única certeza
Não existe outra.
EdsonRicardoPaiva
"As pessoas que mais me impressionam neste mundo são aquelas que não tentam chamar atenção de maneira nenhuma; pois todas as pessoas são impressionantes, mas aquelas que pouco se expressam impressionam pela capacidade de tentarem parecer inexpressivas"
O que a gente precisava, realmente
Era um mundo mais positivo
Mais abraços e menos discursos
Menos ira e prepotência
um pouco menos de mentira
De gente que fosse lá
E visse a cara da verdade
Ao invés de tanta credulidade
Menos aplausos pra tanta indecência
Um pouco mais de livros
Um pouco mais de voos de pássaros
E mais água pura nos cântaros
Menos gols combinados
Menos troféus comprados
Nenhum resultado tratado
Cansei-me se ser enganado
E que daqui a cem anos
Só houvesse verdades nos arquivos
Basta de corte nos orçamentos
Somente quando o destino do gasto
For o refestelo e o repasto do povo
Basta de tirar o ovo da ave
Cansei de ver bola na trave
Não cheguei até aqui
Pra contar somente com a sorte
O que a gente precisava
Há de ser bem mais ativo
Precisamos de mais coisas belas
Em vez de telas pintadas de morte
e tantas mortes ao vivo
Precisamos de mais arte
Mais ciência
Mais fotos de Marte
Mais festas de aniversário
Mais festas no calendário
Um pouco mais de alegria
Um pouco mais de trabalho
Precisamos disso urgente
Antes que se acabe o dia.
Há mais coisas sobre a gente
Que a gente não sabe
Que é melhor nem mesmo pensar
Não é medo de andar de avião
e nem vontade de pisar com o pé no chão
Perdi meu medo de fantasma
Mas às vezes me assusta o marasmo
Me assusta o descaso
Me assusto em ver
Tanta gente que se supervaloriza
Sem que ninguém as avise
Que tanto brilho
Que enxergam em si mesmas
São pelo fato de viver ensimesmadas
Mais nada
O que a gente, às vezes, não percebe
é que não é preciso nada disso
Pois o nosso compromisso
é com algo invisível
E quando a gente
Atinge o grau da simplicidade
Acabou de subir um nível
Não faz mal ter medo de escuro
O mais puro medo que se oculta
é aquele
Que nem mesmo o coração escuta
e a alma refuta
Um medo descabido
Que a cada dia
Tanto mais descabe
Mesmo que a casa caia
Nem mesmo que o Céu desabe
A gente vai morrer sem saber
Muita coisa sobre a gente
Que a gente não sabe.
O que mais me dá saudade
da infância
É aquela possibilidade
de poder imaginar
de crer, de acreditar
Que tudo que imaginasse
Poderia ser verdade
E eu ainda trago comigo
Esse poder
de poder brincar de acreditar
e eu brinco de acreditar
Na amizade do amigo
Nas causas pelas quais eu brigo
Nas coisas antigas
do meu tempo de criança
Que me fazem
Não perder a confiança
nas coisas que se revelam
a cada dia
Menos confiáveis
E eu brinco de acreditar
Que a vida seja algo bonito
e que eu possa confiar no Homem
e outras coisas
Que a cada dia
eu cada vez mais
acredito menos
As coisas que eu mais gosto
Nesta vida
São exatamente
As coisas mais bobas do mundo
Gosto do pão sem nada
de ver as crianças brincando
Acordar de madrugada
e sentir a brisa gelada
Enquanto converso
Com as Estrelas amigas
Gosto de procurar
As mensagens que Deus espalha
Nos lugares mais improváveis
E depois
Juntando tudo
Gosto de enxergar a Deus
Como um todo
Gosto de lembrar do passado
e pensar nos amigos distantes
Que nem se lembram que eu existo
Gosto de conversar com mendigos
Gosto de tomar chuva,
Andar descalço,
dar risada sem motivo
sem ter que explicar porquê
Gosto de sonhar,
Gosto de me iludir,
Gosto de confiar,
Gosto de cantar aquelas canções
das quais ninguém nem se lembra
Andar sem rumo e sem pressa
Gosto de olhar
a vela queimando no escuro
E estar na janela
Quando a paisagem não se move
Gosto de dividir
Gosto de gostar de viver
E gosto muito de você
Só não gosto quando me perguntam
O Porquê.
Francamente
Tem coisas que não se explica
A gente simplesmente
Sente
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