De Repente Nao mais que Derepente

A avareza é um nó corredio que aperta cada dia mais o coração e acaba por sufocar a razão.

O mistério em que envolvemos os nossos desígnios revela muitas vezes mais fraqueza do que discrição, e com frequência prejudica-nos mais.

Os homens enganam-se miseravelmente quando esperam encontrar a sua felicidade, mais na forma dos seus governos que na reforma dos seus costumes.

Os homens mais orgulhosos são geralmente os mais irritáveis e vingativos.

A ação traz mais fortuna que a precaução.

A mais bela das raparigas só pode dar aquilo que tem.

O império mais poderoso e fatal que existe é o das circunstâncias.

A atividade enriquece mais do que a prudência.

A morte anula sempre mais planos e projetos do que a vida executa.

Vale mais a clemência do que a justiça.

Quanto mais independentes formos, devido à fortuna, tanto mais escravizados seremos pelos sentimentos e pelos deveres.

A probidade, que impede os espíritos medíocres de atingir os seus fins, é mais uma forma, para os astutos, de conseguirem o que querem.

As paixões são como os vidros de graus, que alteram para mais ou para menos a grandeza e volume dos objectos.

O velho calcula muito, executa pouco: a mocidade é mais executiva que deliberativa.

É fácil avaliar o juízo ou a capacidade de qualquer homem quando se sabe o que ele mais ambiciona.

A razão engana-nos mais frequentemente que a natureza.

O avarento é o mais leal e fiel depositário dos bens dos seus herdeiros.

Somos enganados mais vezes pelo nosso amor-próprio do que pelos homens.

Descontentes de tudo, só nos contentamos com o nosso próprio juízo, por mais limitado que seja.

Qualquer Francês deseja beneficiar de um ou mais privilégios. É a sua maneira de afirmar a sua paixão pela igualdade.