De Repente Nao mais que Derepente

Na mocidade buscamos as companhias, na velhice evitamo-las: nesta idade conhecemos melhor os homens e as coisas.

A razão também tiraniza algumas vezes, como as paixões.

A autoridade de poucos é e será sempre a razão e argumento de muitos.

Os que têm tentado reformar os costumes do mundo, no meu tempo, com opiniões novas, reformam os vícios da aparência; quanto aos da essência, deixam-nos intactos, quando não os aumentam.

Há males na vida humana que são preservados de outros maiores, e muitas vezes ocasionam bens incalculáveis.

O pensamento da morte engana-nos, pois faz-nos esquecer de viver.

Quem é capaz de suportar tudo pode atrever-se a tudo.

Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.

Os homens investidos no poder crêem na duração do presente.

Sem as ilusões da nossa imaginação, o capital da felicidade humana seria muito diminuto e limitado.

Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer-se o que se deve querer e em não estar obrigado a fazer o que não se deve querer.

A imaginação é o paraíso dos afortunados, e o inferno dos desgraçados.

Como se há-de governar um país que tem 246 variedades de queijo?

Neblina? ou vidraça
que o quente alento da gente,
que olha a rua, embaça?

A diligência é a mãe da boa sorte.

A imaginação exagera, a razão desconta, o juízo regula.

Os soberbos são ordinariamente ingratos; consideram os benefícios como tributos que se lhes devem.

Perdoamos tudo a nós próprios e nada aos outros.

Os preguiçosos têm sempre vontade de fazer alguma coisa.

A poesia é a linguagem natural de todos os cultos.