Cuidando do meu Jardim
Passarinhos
O meu olhar que neles se prende,
sem qualquer pressa,
enquanto eles voam... e cantam,
livres, lindos e inocentes, embalam
o meu existir...
nem sabem de mim, se soubessem
mais e mais sei me cantariam, e
não sabem o quanto me encantam.
Passarinhos,
que tanto amo! Foi sempre assim.
Mais que poesia, de sonho delicado,
passarinhos... dá força à vida!
Não é pelas cores de suas asas,
ou pelo seu canto animador,
talvez, suas agilidades e leveza.
Nada de mais lindo há na natureza.
É a sua própria existência, pousar
de leve, trazendo demasiado jeito
de me fazer sonhar,
atração de alma, esse amor por
passarinhos soltos pelos ares,
que junto me faz flutuar!
Não é só pelas suas cores, não é
por vontade de tê-los, jamais
querer prendê-los, a não ser pelo
meu olhar que os segue, e voa
em suas asinhas aos ventos, ouve
os seus cantos, gritos, sem se cansar.
Dando movimento à minha vida,
e as suas vidas, me traz um mais que doce
inspirar.
AO MEU OUTRO AMIGO
De João Batista do Lago
Dize-me, tu, meu outro irmão,
que não tenho isenção para defender
a mata onde vivo com meu povo.
Tu, meu outro irmão,
que não conhece a mata
para além do tapete verde da tua sala.
Tu, meu outro irmão,
que não entende da defesa da vida,
só quer transformar a mata em vintém.
Tu, meu outro irmão,
que deseja tão só minha destruição,
por que deseja o fim da minha nação?
Tu, meu outro irmão,
que do anzol não sabe a serventia,
queres a morte do rio, meu alimento.
Tu, meu outro irmão,
que desconhece toda minha etnia,
que não sabe do Tupi-guarani e do Macro-jê.
Tu, meu outro irmão,
conhece os Tenetehara, os Awá-guajá e os Urubu-Kaapor?
Povos de língua Tupi todos são.
Tu, meu outro irmão,
sabe do Apaniekrá e Ramkokamekrá; dos Pukobyê, Krikati, Timbira e Krenyê?
Todos são povos originários: Jê.
Tu, meu outro irmão,
ouviste falar dos Akroá-Gamela e Tremembés?
Ainda hoje lutam por reconhecimento étnico e a demarcação de suas terras!
Então, tu, meu grande irmão,
toma a minha mão e vem. Vem defender a mata,
vem defender a flora, vem defender a fauna.
A existência, meu outro irmão,
depende de nós, depende da nossa união.
É o nosso legado para toda nova geração.
Meu coração arde em chama, é amor,
E em teus olhos vejo o brilho do céu,
Anseio teus lábios e o teu calor,
E em teus abraços sou prisioneiro, réu.
És um sonho que se torna real,
Com tua beleza e graça sem fim,
Minha paixão por ti é tão leal,
Que nunca mais serei feliz assim
A cada olhar que troco contigo,
Sinto meu peito bater mais forte,
quando me tocas, o mundo é só isso.
Neste amor intenso, de vida e morte
Juntos seguiremos o mesmo caminho
Até o fim, lado a lado, com essa sorte
Se eu chegar pertinho de você meu coração não vai aguentar. Meu corpo vai querer te amar e minha mente vai variar. Pessoalmente vou conseguir fazer você mudar de idéia? Pode ser que nós paquera? Pra gente poder se amar. Depois de tudo que eu vivi, tanta beleza e gentileza, você parece uma Deusa com quem quero me casar.
Mas se a distância for mesmo um problema, vou mudar pra Ipanema ou talvez pra Saquarema pra estrada encurtar. Não sou bom com as palavras, as vezes ficam engasgadas com medo delas voar.
Mas se agora que tá no fim e você vai me deixar assim, quero guardar nas lembranças, um sonho de criança, quando as histórias não tinham um fim.
Senhor Ilusionista, poderia fazer o meu dinheiro voltar para minha conta? Afinal, o espetáculo já acabou.
Quando eu me for
ou me decompor
ficará outra essência
eu meu lugar,
na memória,
no coração
de quem amei,
ficará para sempre
a luz divina e eterna
do amor...
Se eu fosse Tom Jobim diria:
"A música é superior à poesia,
meu argumento irrefutável seria,
a música, por si só existe,
basta ritmo e melodia.
A poesia é verbo intransitivo,
necessita da música para formar
seu objetivo, comunicar e transcender.
A música é música sem o poema,
a poesia é verbo livre, pedaços e fonemas, ambas são elos perdidos
de um infinito teorema.
No fundo do meu ser
Existe uma tal fraqueza
Que me faz tremer
Diante da minha nobreza
Amar é sofrimento
É cair em armadilhas
É romper o firmamento
E descobrir as tristezas
Olho para o céu tão azul
E vejo o amor como um engodo
Um ser que nos torna vulnerável
E nos afasta do bom senso
Ser racional, ser prudente
É fugir de uma paixão ardente
Que só nos faz tropeçar
E nos deixa mutilados
Prefiro a segurança
Do meu mundo de razão
Do que me perder em emoções
Que só trazem destruição
Assim, sou forte e imbatível
Fiel às minhas convicções
E sigo por uma estrada segura
Sem temer as tentações.
Eu sou um poeta boêmio
E Ipanema é meu refúgio certo
Onde a musa carioca me inspira
E o ritmo Bossa Nova me encanta
Em meio às garotas douradas
Que caminham pela areia fina
Eu vejo a beleza da vida noturna
Lembrando de Tom Jobim e Vinícius de Moraes
Com acordes dissonantes inconscientes
Minhas notas musicais se fundem
Com a brisa do mar e as ondas da saudade
Em uma Bossa Nova de amor e paixão
Ipanema é meu lar, minha morada
Onde a noite se torna minha amada
E a boemia transforma em poesia
Cada respirar desta bela cidade.
Soneto para Brasília
Brasília, capital do meu coração,
Tão jovem e tão cheia de história,
Com sua arquitetura inovadora,
Símbolo de uma nação em construção.
Nas tuas ruas largas e avenidas,
És palco de tanta diversidade,
Culturas e povos que se unem aqui,
Numa mistura de paz e igualdade.
Teu céu é um espetáculo à parte,
Com cores únicas que encantam,
E o sol nasce majestoso no horizonte.
Brasília, és orgulho desta terra,
E mesmo com o passar dos anos,
Continuas sendo um sonho realizado.
Não almejo a riqueza nem a fama
Não busco o poder nem a glória eterna
Pois, ao meu redor, vejo a chama
De uma vida simples, feliz, plena.
Sou feliz com o que tenho em mãos
E meu coração transborda de amor
Pois o comum é o meu dom
E nele encontro meu maior valor.
Não sou um rei, nem um imperador
Mas sou livre para amar, para sonhar
E, quando a morte vier, sem temor
Sei que vivi bem, sem nada a lamentar.
Do amor a mim, serei sempre ligado
Com todo o meu cuidado e devoção
E mesmo que se tenha a ilusão
Será meu pensamento mais encantado
Em cada dia e a cada momento
Quero vivê-lo com toda paixão
Entoando todo meu louvor e canção
E tudo que sentir, derramo ao vento
E quando a vida também passe a ser infértil E se aproximar seu fim tão certo
E pensar na morte, em solidão tão vaga
Eu possa lembrar o amor que foi aberto
Que não durará para sempre como eterno
Mas será infinito se durar neste mundo.
Sacrifício de Jesus
Neste dia tão sublime
Da morte do meu senhor
Eu relembro com carinho
Seu ensino, legado e amor
Por ele ter me amado
Antes de eu o conhecer
Por ter se desfigurado
Da ecelsa perfeição
Por deixar seu habitat
Sua vida junto ao pai
Por compaixão e piedade
Veio ao mundo por vontade
Pra salvar os seus irmãos.
Ao longo de sua vida
Cristo sempre ensinou
O amor, a paz, a justiça
Para todos ao redor
Mas foi no fim da jornada
Que mostrou sua bravura
Ao sacrificar sua vida
Pela redenção da criatura
Com a coroa de espinhos
E as chagas em seu corpo
Levou sua estaca de tortura
Sofrendo em cada passo
Mas mesmo assim, não desistiu
Não deixou o medo vencer
Ofereceu-se em sacrifício
Para nos fazer renascer
Seu sangue derramado
Lavou as nossas culpas
Sua dor nos trouxe alegria
Sua morte trouxe a salvação
E agora, em seus passos
Seguimos com amor e fé
Levando o seu ensinamento
Com coragem e permanente
Do ocidente ao oriente
Se não era o fim, eu quero ouvir... O amor ao qual renunciei, o meu sonho inacabado... Um ao outro era tudo que tínhamos naquela época. Muito tempo se passou? Se posso desejar alguma coisa, além daquele futuro que nunca mais terei... Eu quero ouvir algo além de uma despedida... Porque, sem você, o meu coração não para de doer!
E todo aquele que tiver tramando o meu fim
Erre o caminho e encontre a felicidade
Entrei com meu barquinho no mar do teu mundo, misterioso e tão profundo, navego sem saber para onde vou, sorte que a lua iluminou, olhei para o cruzeiro do sul e o caminho ele me mostrou, e se meu barquinho não suportar e nas ondas do teu mar ele naufragar, chegarei no teu cás nem que eu tenha que nadar...
Se eu fosse falar a verdade
Talvez você se comovesse.
Perdi meu pai aos onze anos — e com ele, o lar.
A casa deixou de ser abrigo, tornou-se lembrança.
O conforto e a segurança que uma infância promete
se desmancharam na poeira do tempo.
A vida se desenrolou como um fio invisível
que eu apenas seguia, sem saber aonde levava.
Mas não escrevo para comover ninguém.
Sou um homem realizado no pouco que premeditei:
ser poeta — não por escolha, mas por destino.
Desde menino, tive uma clarividência silenciosa
sobre o que viria a ser.
Uma voz interior me dizia
que havia um mandato das alturas:
cantar, mesmo que o canto fosse triste;
dar forma ao invisível;
soprar o fio de Ariadne
que me conduziria pelo labirinto da vida.
Entre fragmentos e quedas,
fui forjado por dores que não escolhi.
E nelas, descobri a necessidade inevitável
de escrever — sempre com lágrimas,
sempre com o sangue secreto da alma.
Não havia mapa, só o instinto e a necessidade.
E foi nas escolhas, muitas vezes cegas,
que aprendi a me reconhecer.
Hoje compreendo que minha existência,
apesar de comum, sempre esteve repleta de sentido:
era o ensaio do homem que eu me tornaria —
um ser moldado pela perda,
mas iluminado pela busca.
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