Cronicas de Pedro Bial para Despidida
POR QUE MEDO DA SOLIDÃO?
A SOLIDÃO que apavora alguns,
faz outros tão respeitados!
Não se deve sofrer, então,
por nem sempre se ter alguém ao lado.
O SOL, por exemplo,
brilha tão forte e tão alto,
mesmo sozinho e isolado!
Nara Minervino
TUA VIDA
Se tua vida fosse um rio, eu queria ser a correnteza; se fosse um navio, eu queria ser o mar; se fosse um trem, eu queria ser os trilhos; se fosse nuvens, eu queria ser o ar.
Se tua vida pudesse ser dividida, eu queria ser a parte forte que a impulsiona para o horizonte da felicidade.
Como tua vida é apenas tua, eu te ofereço a minha para cruzar esse trajeto difícil, que é viver.
EU ME NEGO À MALDADE
Não vejo um palmo diante do meu nariz,
Porque a minha visão eu refiz.
Escureci para esse mundo que não quis
Desfazer-se da agonia
De fazer o mal todo dia.
Eu me nego à maldade,
Ao egoísmo ou à falsidade.
Me nego ao que me incomoda,
Mas que a tantos engorda:
Regozijar-se sobre quem
Vive sem um vintém;
Sobre quem é fraco de verdade
Porque é vítima da crueldade.
Eu enxergo distante.
Enxergo longe.
Enxergo grande.
Busco o amor que se esconde
No coração de quem
Só pensa em fazer o bem,
Sem mesmo olhar a quem.
Espero pela cumplicidade
De quem só quer a igualdade.
Acredito na bondade,
Na partilha e na irmandade.
Acredito nas almas boas
Que habitam em algumas pessoas.
Acredito no que duvido:
Que não haja amor entre os humanos
E que todos os homens são tiranos.
O mundo só é mau para quem se nega
A amar uns aos outros sem distinção
E sem fazer sobreposição.
O mundo pode o bem dividir,
Se cada um, que sabe de si,
Reconhecer que amando o outro
É que se pode ser feliz.
Nara Minervino
SOU AVE. SOU PASSARINHO.
Sou ave.
Sou passarinho.
Meu voo é bem de mansinho.
Mas se estou apressado,
Faço um voo descuidado:
Voo alto ou dou rasantes,
Nunca voo como antes.
Não ligo pro que dizem as gentes:
"Se quer voar, nem tente"!
Acredito nas minhas asas
E na força que elas têm,
Porque, quando eu sinto a pressão,
Vou de pássaro a gavião.
As asas as quais eu tenho
São as melhores de voar:
Conduzem-me em meu caminho
E não me deixam perder o ar!
Sou ave.
Sou passarinho.
Sou bicho solto que voa,
Mas, se encontro bom ninho,
Do meu voo as asas pousam.
Me perco no aconchego
De um afago acolhedor
Que não corta minhas asas,
Porque sabe quem eu sou:
Um pássaro, um gavião
Que precisa sempre voar,
Mas que alegra o coração,
Quando tem onde pousar.
Nara Minervino
CAIU NA BOCA DO POVO?
Levanta, ergue a cabeça e masca um chiclete (de preferência, com a boca bem aberta), apronta o teu mais lindo sorriso, coloca-o no rosto e sai, sem dar a menor atenção para a plateia que te admira, mas, não tendo a coragem que tu tens, tenta te denegrir.
Nara Minervino
Planeta em emergência: Covid-19
Sars-Cov-2, esse é o nome da doença que abalou o mundo e ficará conhecido como um dos mais terríveis surtos de pandemia no final da segunda década do segundo milênio d.Cristo. Causado pelo vírus Coronavírus, foi batizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de Covid-19, infectando milhões de pessoas e ceifando outros milhares de vidas.
A pandemia global, se dá pela propagação de pessoas, entrada e saída de um país ou de uma região a outra, ou seja, o vírus estava sendo transmitido pela circulação de pessoas, seja por via terrestre, aérea ou marítima, sem que soubessem que estavam com o vírus, as pessoas ampliaram o contágio transmitindo uma para outra a medida que entravam em uma nova região do mesmo ou de outro país.
Wuhan, cidade asiática com mais 11 milhões de habitantes, localizada na China central, teve os primeiros casos relatados pela Covid-19, contudo, não se pode dizer que o foco da pandemia tenha começado nesta cidade ou o vírus tenha se originado na China.
A Europa é o principal palco do ataque do Coronavírus, embora a China, tenha sido a precursora, os países europeus demoraram para tomar medidas emergenciais, do contrário que ocorreu na China as medidas foram rápidas, com o fechamento de portos e aeroportos, estradas e rodovias, comércios e indústrias nas cidades, e o principal, o governo decretou o isolamento social, a chamada quarentena, além do distanciamento entre as pessoas, proibições de aglomerações em lugares públicos, e a construção de hospitais de campanha em tempo recorde.
Todas as medidas adotadas na China culminaram na pronta resposta, isolando a população, evitando a transmissão e propagação do vírus no país.
No cenário mundial entre casos confirmados e mortes por habitantes, a Europa foi o continente mais preocupante, pois demoraram para fechar suas fronteiras, entre os países que se destacaram nesta situação foram: Itália, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Portugal, Suíça, Áustria, Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia, Irlanda, Sérvia, Moldávia, Eslovênia, Grécia, Estônia, Macedônia, Tchéquia, Romênia e Bielorrússia. Na Ásia os casos de Covid-19 mais agravantes foram registrados na China, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Omã, Turquia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Japão e Malásia, na Oceania: Austrália, Nova Zelândia e Nova Caledônia.
Nas Américas, o Covid-19 foi tratado no primeiro momento como notícia folclórica pelos governantes principalmente dos Estados Unidos e do Brasil, minimizaram o problema como se fosse algo factoide do oriente asiático e alarde europeu, sem muita preocupação aparente, com todas as fronteiras abertas, portos e aeroportos em operação regular, e a grande circulação de pessoas e mercadorias nas grandes cidades, o vírus disseminou nos EUA de maneira estarrecedora, infectando milhões de habitantes e registrando o maior número de infectados e mortes do mundo.
Além dos EUA e Brasil, Canadá, México, Colômbia, Chile, Guiana, Argentina, República Dominicana, Panamá, Ilhas Malvinas, Guiana e Guiana Francesa, se destacaram na pandemia. Em ilhas remotas, localidades com poucas populações residentes, e governos autoritários não houveram registros ou confirmação de casos de Covid-19, como a Coreia do Norte, e o único continente sem registros foi a Antártida.
Atualmente, o trabalho ao combate da pandemia é latente entre governantes e pesquisadores do mundo todo em busca de uma solução, pois o Covid-19 é fato, e vidas são perdidas diariamente. Não há espaço para achismos, não se pode perder tempo perdendo mais vidas, a ciência é fruto da pesquisa, e a pesquisa se faz com a ciência.
Luciano Dall Alba Lopes de Oliveira,
Prof. de Geografia
Fogo-fáuto
Como eu queria ser o desumano vagabundo a sobrevoar sem norte, sem medo, o mundo.
À sorte o meu lugar de não saber se atravesso o ser da pedra que sou e desmereço,
Barão fino puro o traço da goela ao laço, dádivas, duro dizeres trovas e apanhares sovas.
Do desgosto que foi do outro morte só por selo, trovador e fogo posto, finado em fim de Agosto,
Que do meu jazido brotem noites de fogo-fáuto que eu o verei de azul do alto,
Desde que sobrevoe o mundo desumano e vagabundo, deixem-me pérfido morar no fundo.
Pela minha cadaverina fecundo o solo onde amarei de novo, serei broto, povo e Papaverina
E ao meu lugar vou ousar ser bela sem que ninguém me atropele... ali irei ser flor a brotar.
Hei-de ser pelas mãos de quem amar deslumbrando de mim e do o meu encanto.
Nada posso contra o querer, sou de novo vagabundo, sobrevoo sem medo nem norte o mundo
Não vejo mar nem o azul do fundo, vejo purpura, cor de encanto e de novo morro pro mais belo acordar.
VC vai abrir mão dos seus sonhos e objetivos ,vai mudar tudo ate quebrar se necessário e mesmo assim não terá valor nenhum.
Passara por cima de seus objetivos deixara metas um pouco de lado, mesmo assim sera como si não tivesse feito nada, vai rasgar a alma sangra o coração todos as noites num clamor, ou oração e será como nada, a chamada renuncia ou sacrifício para os outros não tera valor algum mas pra mim sempre sera a maior liçao de amor.
METAMORFOSES DA SOLIDÃO
Presa em mim.
Introspectiva
Perdida
Desiludida.
Dor interna
Afastamento
Solidão
Isolamento.
Choro insano.
Me perco
Desabafo
Entorpeço.
Lentamente
Enlouqueço.
Sim?!
É o fim?!
Da dor
Da ausência
Da falta?!
Que alegria
Euforia
Agonia!!!
Que lástima!
Me conheci
Redescobri
Sobrevivi.
E agora
Mundo afora
Espera
Por alguém
De outrora
Que chegou
E foi embora.
Já é hora!
Nara Minervino
Escárnio
Por estar fronteiro olho voltado,
Finjo não ver jocoso enfastiado,
Galanteios vindos de dois lustres,
Às minhas madrugadas ilustres.
Atalhar meu perplexo tagarela,
Tácito oco escudado da janela.
Delas faço vénias suas puerícias,
São incautas naturas vãs carícias.
De nereidas trajadas ousam ensaiar
O meu fronteiro voltado pro mar.
Sou injusto inauguro cem na vida.
Nereu em turba vulga nereida garrida.
Árduas por mim velejaram tal a afã,
Que vísceras trópicas alastram piã.
Sujeiras imperativas vossa libido eros,
Que importa a mim se um e um é zeros.
A sobeja supera excedente mínimo,
Em vós Minerva admiro o acrónimo.
Apego-me ao asco julgo-o plagas vossas,
Nós nobres patrícios gozamos das nossas.
Pobre idílio meu não evoca sufrágios,
Só verde salpicando de tardo adágios.
Quotidiano rural que de cabal não cabe,
Mito de Zeus sem ética de que se gabe.
Vivo coral sou de espelhos que te espelhas.
Mãe de Braga por um canudo vê fedelhas,
Na pátria retórica trovam outras histórias,
Bem-ditos dizeres que de vós faz simplórias.
Do quotidiano sepulcro jazo vivo e a andar.
Desde que li gregório suco puro quis vomitar.
Brando digo lado-a-lado com o inimigo,
Estarei eu exacto limitado lobrigado comigo?
Cã minha cariada lucidez não é com certeza
De omnisciente, nem exórdio olhar de clareza.
Não há curso que me diga nem polpa que toste
O tártaro cuspo obliquo pra que não mire hoste,
Na verdade, não estou fronteiro, não olho voltado.
Púlpito verdades eloquentes temo não ser tocado,
Temo demasiadas barreiras sou homem galego,
Dúbio de mim, estimo que não instiguem mais degredo.
Quando me intitulei ser sabendo da sensibilidade,
Não esperei despudor nem ambíguo de humanidade.
Curso rio da mesma veia que em vós algoz se ateia.
Orgulho-me de vis incubada ser mãe de mim e não freira.
Se sou nada e ao nada reduzido estou vou ser bicho.
Não porque mo disseram, mas porque bicho vive no lixo.
Sou sentida hipérbole de mim ser humano em auxese,
Coo o estranho sem maldade fico aturdido com lustres.
Onde Jaz a Borra Fria
Vou fazer um mau negócio,
Mas ainda assim vou fazer
E não sei porquê, é contra o ócio.
Vou pegar na caneca
De café frio de ontem
Que deixei por beber.
Tiro da lapela cem por conter,
Mais um comprimido pra me erguer,
Pra aumentar a dócil doze
Do meu amargo pró renascer.
Vou contra-indicar a indicação
Do concelho médico e a merda de ética.
Aproveitar a deontologia da vida,
Rasgar em mil a bula,
Só para não ter saída.
O traço de ilusão, desfaço
Em pó sem dó nem contemplação.
Vou senti-lo no meu coração,
Bater de mentira e fantasia.
Vou sobrevoar sobre este dia
E o tempo irá pairar sobre mim.
Jogar do bordo da mente que apavora,
Atestado de alucinação.
Arritmia da chuva fria que cai lá fora,
Que cai como lamina na minha audição.
Da guilhotina destravada
Pelo carrasco do desgosto,
Sem saber que ceifa
Do mundo uma alma pelo pescoço.
O beneplácito da justa injustiça...
Pior não é ser mista, é ser zarolha.
O pior é que a cabeça é roliça
E rola o mundo e a visão da vista.
Minhas mãos atadas no grilhão,
Ainda podem sufocar o carrasco,
Só não podem dar mais ao cão,
Um ensanguentado osso
Nem à mulher aquele libido desgosto.
Findo posto, crânio rola
E tudo vejo, tudo sou e me consola.
A cada amasso que levo, tombo.
Crânio estala, escalpe hematoma.
Sinto tudo, parece ate ter visto um pombo!
Mas estalar-se-me um dentre no duro
Paralelepípedo negro de granito.
De tão sarcasmo escarrado que foi,
Não me sinto mal nem aflito.
Só sei que estou para aqui
Olhando para um lado nenhum,
Como quem deita na relva enamorado.
Ainda que corpo já não tenha,
Mesmo assim ninguém me apanha.
Pelos vistos já não estou nem sou,
Sou só coisa pendida com é leve a teia de aranha.
Ai que manha, esta vida!
De invólucro tão comprimida,
Como pra culatra do revolver
Num ápice envolve alma aturdida.
Carrasco por onde andas?
Quero para mim esse capuz preto!
Pois da minha alma é certo
Que ando aqui porque vegeto.
Carrasco... Responde!...
Ou tenho que esbracejar?
E se o faço... sou lagarto a quem cortaste o rabo.
Mais tarde ou mais cedo vou-te apanhar.
Esbracejo, esbracejo, bocejo...
E vejo parede por todo lado.
É que é uma merda de um cubículo
Onde tenho esbracejado.
Tenho quatro paredes abstractas,
Vê lá tu como te tratas.
Que do carrasco precisaste,
Ca porra do amor arrastasse,
Para este findo dia à falta de ética.
Já não mais me faz companhia.
Pois minha alma se repleta,
Da caneca de outro dia onde jaz a borra fria.
Ficou alguma coisa por dizer ao carrasco?
Aguarda que uma borrasca de água se faça,
Tira da lapela mais cem por conter.
Na ética do carrasco há um capuz preto
E na deontologia, lâmina que faz chover!
𝑶𝒏𝒐𝒎𝒂𝒕𝒐𝒑𝒆𝒊𝒂 𝒅𝒐𝒔 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐𝒔
Pele com pele, na pele._________𝗖𝗿𝗿𝗿!
Mel na pele te barro,___________𝗖𝗿𝗿𝗿!
Tua melanina tom pastel,_______𝗪𝗼𝘄!
Nu, minha pele te narro!________𝗕𝗹𝗮́!
Digo-te ao pé do ouvido,________𝗠𝗶𝗮𝘂!
Escrito em papel papiro,________𝗖𝗿𝗿𝗿!
Travesso lascivo deliro,_________𝗡𝗵𝗮𝗰!
Pele de clitoria ternatea,________𝗥𝗼𝗻𝗿𝗼𝗺!
Clímax, libido trago fluido._______𝗔𝗮𝗮𝗵!
Pele com pele, esse sabor a mel..._𝗣𝗮́𝘀!
Esse nosso fel... esse teu abrigo!__𝗛𝘂𝗺!
Vírus do bem
A um noticiário pus atenção
Ouvi do repórter a interrogação:
- Por que não existe medicação
pra combater todo tipo de virus,
assim como existem pra's bactérias?
O médico respondeu - lhe assim:
- A bactéria é organismo completo,
já o vírus não.
O vírus precisa de um outro organismo
para sua acomodação e existência,
por isso ataca as células de outros seres vivos para sua sobrevivência!
Então a medicação poderia destruir as células,
destruindo o organismo também!
Foi aí, que eu pensei meu bem...
Veja bem!
Se existem vírus do mal...
Por que não poderia existir vírus do bem?
Daí, que poderia ser assim:
- O vírus do bem, iria fazer o vai e vem,
igual carinho na linha de trem!
Ele levaria o remédio ao invés da doença,
isso poderia fazer a diferença!
Isso tudo pode ser parte da minha crença,
mas ele iria combater o vírus do mal,
e na luta que se veria a disputa.
Queria ver o vírus do bem vencer,
assim combater qualquer vírus do mal!
Carpe Diem
De repente o tempo no tempo,
Feito ora, que tanto há demora!
De repente no nada, nada mora,
Tão rápido, vai no sopro do vento!
Ah! Aproveite o tempo, Carpe diem...
Se vê-lo, também o logo escorreu,
sem que, de repente se percebeu!
Depois não mais que, tão carente,
Põe-se a buscar o que se perdeu!
De repente também há o consolo,
Porque nada é nosso! É de Deus!
De repente o nada, nem firme solo...
Pra que, convencer-se do ego seu,
De repente não sábio, apena
Turvo Sentido
Quando nos azuis astrais das águas geladas,
O coração não for mais o cavalgar do corcel,
Serei eu nas lágrimas das amenas cavalgadas,
Navarca na luta com a fantasia, ou na rua, menestrel.
Enquanto uns entretêm,
Outros lhes dão sentido.
Muitos riem!
Enquanto os mesmos lhes dão ouvido,
Monocórdico gemido na noite esguia,
Eu no escuro sonho com uma luz que brilha.
Luto ao som da trovoada em noite fria.
Se eu ao menos tivesse sido pardal de gente,
Erigido na mente, renascido diamante do bruto,
Não tragaria de mim constante que se lamente.
Não faria da noite dia, nem da esquiva morte, luto!
Filho do cravo mudo
E da espingarda silente.
De que muitos riem!
Enquanto outros lhe dão com tudo.
Decibel de incertezas turvas no brilho do escuro.
Capitel donde assisto à peça humana no teatro mudo.
E é tudo um drama, onde nada gruda em dia de entrudo!
Enquanto a geada não cresta o fundamentalismo besta,
O arrebatar de um sino toca o feudal preço do cinismo.
Sonho com o fluido escuro que entra por uma fresta,
Sou eu a humanidade que não presta... a sonhar que cismo!
Enquanto o amor for tudo
E tudo o que amei só:
Ridículos riem;
Poucos terão dó!...
E a poucos eu direi,
O quanto eu amei só!
200mg de Apatheia
No paradoxo das minhas visões,
Entre a fantasia e a realidade,
Não há, nem afirmações,
Nem abraços, na verdade!
Só há nós que se dão nos laços,
À força de algumas vontades.
Quinquagésima mecânica do amor,
Onde há falta de abraços, dor...
Onde há águas de amassos, cor...
Onde há verdejantes regaços,
Mil maravilhas espectrais... flor!...
Se algum um dia eu te quiser dizer
O quão foi importante viver,
Desfeito no bordo da boca,
Derramado ao cabo acabado.
Águas, lágrimas e gota,
Nos braços de quem eu devia ter chorado;
Quão importante a chuva,
cair em terra seca?
- Uva!
Quão importantes os nós,
desfeitos na garganta?
- Quanta!
Quão importante eu,
ser desafio?
- Bio!
Quão importante o barro,
desfeito em cacos?
- Fracos!
Se sou na liga das teias,
Feito de más ideias.
Se outra sorte tu me desses,
Não haveriam caras feias.
Nem liga que me fizessem,
Para que eu tivesse ideias.
Por isso morro por um abraço,
Desfaço-me em mil do laço.
Filho da pouca importância,
Entre si e o seu regaço.
Vivo só em mim, sorvo da distancia!
Vivo à luz do sobreviver
Entre o dia que me deu berro
E a noite em que o berro morrer!
Amarelo Rua a Baixo
Não foi fácil saber quais.
Amarelos que nem usas mais!
Nem descer aquela rua.
Alegre como o campo que não lá havia.
Fôramos apedrejados nesse dia.
Naquele frio,
Que ninguém tinha como nós,
Nem a nossa voz dizia ter sentido.
Mas as gotas do teu cabelo...
Essas sim!
Eram o "mim",
O pouco de ti,
O tudo dos teus e o nada,
Dos empertigados.
(nada que eu quisesse, pelo menos)
No dia em que fomos vistos a passar naquela rua,
Já nos conheciam,
Já lá haviam jardineiros,
Varredores rua a baixo...
Rua a cima!
E os porteiros do Jardim Botânico que nos viam
E os motoqueiros da Telepizza que nos deram!
Mas nesse dia era dia de Janeiro.
Não! Espera!
Era o dia que nos dera, como se fosse o ano inteiro!
Mas chegámos lá.
Ah!... Se chegámos lá, menina dos oníricos amarelos.
Lá a uma estrada,
A um rego de água
E a um caminho âmbar.
E lá alguém passava caminhando menos belo.
Sabendo tudo,
Não querendo dizer nada,
Mas alguém que passava disse:
- Deus vou ajude!
- Deus vou ajude meus filhos!
E ajudou tia!
Ajudou tia!
Tanto que sempre serei a forma da ponta do seu cajado!
Quanto a ti...
Não sei de ti nem pra onde foste!
Apenas deixaste os ganchos do teu cabelo
E a minha gaveta desarrumada.
A saudade da seda molhada
E da gota.
Garota, garota, garota!
É o que vejo agora na refracção da gota!
Três pontinhos.
Não chegam, garota!
Não chegam para cozer a ferida de felicidade,
Exposta pelo teu bisturi... na verdade.
Quando foi o teu estaladiço odor escarlate para depois?
Quando foi?
Quando foi a ferida sangrada pelas danças nocturnas dos dois?
Quando foi?
Pela foz do cais.
Pela voz do Rui.
Pela pedras marginais.
Pelo Porto sem sentido.
Pela cascata de mãos dadas,
No eco das Arrábidas!
Gritos felizes...
Berros no bruto pra escutar no ouvido.
Agora o Cronos,
Olha para o dia da ferida,
Para o depois da felicidade,
Para a parede fria... prá nostalgia
E vê-te a ti, garota,
Vê o teu bisturi,
Vê o corte de felicidade,
O desnorte
E os teus tais três pontos de Saudade!
Saudade, saudade, saudade de ti, garota!
Saudade dos amarelos que não usas mais.
e nada mais é
se não arte
uma bica
e um fim de tarde
em Marte
Muitos obstaculos nasce um guerreiro a força vem ao amor a Deus e concebe-se uma união que mesmo em um há força e aos olhos o conhecimento e na mão o escudo fiel tempo de dispersar abrindo as mãos caem os tesouros e se não abrir, sem conhecimento caem os tesouros. Vivo posso caminhar.
Suprir com tudo que é basicamente necessário para se cumprir um dever. As preocupações estão racionalizadamente esclarecendo sem dúvidas e com isto limitando as barreiras da conquista, que possamos abrir e fechar as mãos na claridade.
Bom é sentir o hoje e estar certo de quem o fez nessa sintaxe e não temer o passado e nem mesmo menospresar os encinamentos e que os olhos o coração e ouvidos não estejem ludibriados com portunas infieis desses acasos sociais.
Eduardo Fonseca d. Lemos Campelo .
"Você brincou com o meu coração como quando uma criança vai saltar pipa.
Sem ter medo de perdê-la
Todavia, ao perder para os parceiros da brincadeira,
Sai correndo depois pela rua pedindo dinheiro para o papai e mamãe,
No intuito de conseguir outra pipa.
- Mãe a senhora têm dois reais?
E ela diz para a alegria da criança: vai pedir do seu pai!
O pai quer ver o filho crescer brincando de pipa, pião, bola e peteca.
Por isso, faz sua alegria dando-lhe o dinheiro com o seguinte recado:
Se acostuma não, segunda-feira tem prova.
Contudo, os jovens cresceram e não receberam o devido conselho
Quando se fala em valorizar o que tinham,
Respeitar a opinião, a cor da pele, os jeitos, os defeitos,
Opinião política de cada um.
Esqueceram de nos dizer o que deveríamos fazer antes de qualquer coisa:
Ouvir, conversar, abraçar e dar carinho.
Aquele carinho de verdade, um "eu te amo" sincero.
Não importa se ficou guardado no peito,
Mas se colocar pra fora, arca com as consequências."
Autora: Maria Luiza Brasil de Medeiros
Máscaras que eu vejo
Máscaras, máscaras eu vejo:
Espalhados nas ruas;
Nas lojas;
Nos shopping;
Nos ônibus e metrôs;
Em todos os lugares está
Máscaras, máscaras eu vejo,
Tá todo mundo usando
pelo mundo afora...
Senão a saliva se espalha
pelo seu corpo inteiro...
E te contamina com perigoso vírus
Vírus que te causa a morte,
Vírus que se esconde
Feito ratos nos escombros da noite
Máscaras, máscaras eu vejo...
Mas máscaras não gosto
Máscaras não quero
Vacinas estão vindo...
Os testes vão se seguindo
O mal vai exterminando
e às máscaras vão caíndo,
mas outras vão vindo!
Máscaras, máscaras eu vejo,
Tá todo mundo usando
pelo mundo inteiro!
Máscaras, máscaras eu vejo...
Mas máscaras não gosto
Máscaras não quero!
Maria Lu T. S. Nishimura