Cronicas de Miguel Falabela
Conheci uma senhora que em seus sonhos se debruçava sobre uma ponte para ver um abismo em forma de rodopio, porque ele a hipnotizava e induzia-lhe a entrar na sua dimensão. Em uma de suas margens, por nome futuro, havia um grande sol que refletia atrás dela,, na sua sombra, toda a trajetória de sua vida. Um mundo só seu, onde ela podia ver todos os acontecimentos vividos e analisar os bons e maus momentos enfrentados. Compreendi que o lugar exato em que ela se encontrava, não era nada mais do que o momento presente da sua existência e que o abismo, era apenas um momento de fraqueza pelo qual ela estava passando. Es a comparação da nossa vida, es os três tempos num só, do qual o presente em cada um de nós fica suspenso quando paramos e dificilmente encontramos forças para continuar.
Conheci também uma outra pessoa que vivia dentro de si mesmo, perdido num labirinto repleto de grandes prateleiras, aonde se amontoavam milhares e milhares de livros carregados de pó. Este porem, durante toda sua vida, tentou compreender a existência humana e tudo que era possível se avaliar, tanto no lado visível como no oculto. A vida deste foi sempre em beneficio de si mesmo. Morreu jovem e nunca chegou a compartilhar seu saber com mais ninguém alem de si. Isolamento e desespero são as duas palavras que sempre vinham primeiro na sua vida e durante todo o seu peregrinar elas lhe foram uma constante companheira. Se algo descobriu em vida, ninguém nunca o soube, pois nu veio e nu se foi.
Por que será que ninguém mais observa os céus? A maioria dos homens cansou de sonhar e não escutam mais o cântico dos pássaros nem olham para o companheiro que viaja ao seu lado. Eles adormecem de frente para televisão e assistem noticias desagraveis vindas do mundo inteiro, pois aonde quer que o homem esteja, habitará sempre violência e conflitos. Suas noites surgem sem forma ou cor. Ate que ponto o ser humano conseguira agüentar a sua própria decadência ou ate aonde vai a sua loucura e solidão? A insuportável monotonia é o suficiente para que cada um de nossos sonhos se transforme em pó, porque viemos do pó e para ele retornaremos.
Somos seres indiscutivelmente mesquinhos, duvidamos de nós mesmos, cruzamos os braços para nada fazermos, mesmo que tenhamos em nós o poder de agir. Rimos por entre a escuridão, em silencio, e anulamos a nossa existência dando um fim trágico as nossas vidas, afinal, adoramos tragédias. Não conseguimos caminhar sem rirmos dos que caem em desgraça, porque este é o pão nosso de cada dia e diante de tais circunstancias é difícil ficar calado, principalmente, quando nossas vidas se encontram estagnadas.
Dizemos que temos fé em Deus e o amamos, mas poucos compreendem o que quer dizer fé. Pensando bem, o que é mesmo a fé? Constantemente cremos no invisível e o amamos porque não o vemos, mas todos aqueles que nos são próximos, nós os desprezamos. Jesus disse “tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, estive preso e nunca me visitastes”. Só hoje que vim a compreender as suas palavras, pois a minha dor esta diante do que observo constantemente. Como é fácil amar o que não vemos e difícil amar o que esta patente aos nossos olhos. Nos enganamos quando dizemos que amamos a Deus, mas esta é a fé dos homens.
Havia também um senhor que ia todas as manhas a esse mesmo café, assentava-se sempre na mesma mesa, fumava o seu cigarrinho, pedia meia de leite com uma torrada e enquanto comia, lia o jornal “A bola”. Como sua idade já era bem avançada, um dia a sua mesa ficou vazia e outro tomou seu lugar, dando assim inicio a outra historia dentro de tantas historias que a cidade esconde.
Não adianta virarmos as costas ao passado, mais cedo ou mais tarde ele nos persegue. Quando ficamos velhos tudo a nossa volta passa a girar em torno do passado. A memória é o melhor dos dons que Deus dispensou aos homens e é o que os difere dos seres irracionais. O que seria do ser humano se não tivesse memória? Talvez ainda estivéssemos no tempo das cavernas.
Este é único legado ou arma capaz de nos elevar e nos fazer denunciar os males do mundo. Os filósofos dizem e com bastante racionalidade: “penso, logo existo”. Nesse caso, se eu penso, eu memorizo, eu sonho, eu crio e creio, por isso, indubitavelmente, o meu viver será registrado por todos aqueles que virão depois de mim.
Os que me são próximos não me vêm como sou, me tornei invisível para eles devido ao choque de idéias que gero quando os faço pensar e os obrigo a refletir sobre problemas sociais e sobre assuntos diversos lhes são inatingíveis. A grande maioria não querem ser acordados do estado de inércia ao qual estão condicionados muitas vezes até pelo próprio meio em que se desenvolveu, estão presos as suas idéias conformistas que lhes dão “segurança” para viver mediocremente dentro de si mesmos.
como um país de uma política ate certo ponto estável, poderia entrar em tamanho colapso? Após um pouco mais de reflexão, entendi que até certo ponto globalização estava por trás de tamanha ruína. O que a priori vem com uma linda filosofia de desenvolvimento e crescimento simultâneo entre diferentes classes sociais, traz consigo o mecanismo de enriquecimento demasiado dos que já estão no topo da pirâmide social. Em que bases consistem a globalização senão no beneficio e interesses dos donos do mundo. O ser humano é demasiado interesseiro para poder compartilhar alguma coisa com o seu semelhante ou com quem quer que seja.
O povo esta cansado de mitos ou de palavras repetidas que não os leva alugar nenhum. Porque as palavras? Que levem-nas o vento, mas ate que ponto o vento terá capacidade de se transformar em ação? A ação gera ação, mas as palavras nada mais são do que meras palavras. O vento vem e vai e a única ação que se tem conhecimento atualmente é a da palavra destruição.
Olho o céu e ao longe vejo uma pequena nuvem distanciar-se tomando a forma de um cavalo alado. Desvio o meu olhar para um ponto remoto e sinto uma lagrima gélida percorrer a minha face ao repousar os olhos nas minhas recordações de infância. Instantaneamente, de súbito, sou desperto do meu devaneio por uma cena habitual: pobres desta cidade que pela manha vêm aqui repousar na relva de frente para o Tejo, perdidos entre o espaço e tempo, onde suas memórias são sempre desordenadas. Sinto profundamente que entre mim e eles não existe nada que nos diferencie. Fato que me leva a indagar se também sou um deles ou apenas um moribundo em busca de uma essência que lhe traga o verdadeiro sentido de ser e existir.
Durante toda minha vida, tenho lutado contra todas as adversidades sem deixar que elas me rebaixem ou diminua a minha condição existencial para não vir a me sentir menor ou maior do que ninguém. Mais uma vez isso me leva a interrogar sobre o meu destino, sem saber se eu mesmo o escrevo ou se ele já havia sido prescrito por Deus muito antes de mim.
Me vejo como um ser capaz de pisar em qualquer lamaçal e sair com os meus pés limpos; habitar dentre os piores pecadores e sair com minhas vestes brancas; conviver com qualquer tipo de pessoa, rico pobre, preto, branco sem que jamais me contamine com a soberba e o egocentrismo da raça humana. Não pense com isso que sou perfeito, pois tenho muitos defeitos, mas o meu coração é puro como o de uma criança e dentro de mim não há espaço para o ódio ou mediocridade de sentimentos mesquinhos.
A calamidade provocada pela inércia neste preciso momento leva-nos cada vez mais a nos afastar uns dos outros e deste modo a era que tem surgido aparece no vácuo. Quanto mais nos isolarmos uns dos outros, acabamos por perder uma grande oportunidade que é a de criar algo novo. Sabendo desde sempre que o que é novo só é possível através da união e quando se compartilha ideias ou ideais.
desabafar ajudame pois deito tudo o que penso ca para fora...nao quero sofrer mais... e so de pensar que isto um dia vai acabar por causa de ciumes...nao quero que isto acabe ..mas tambem nao quero continuar assim... estou confuso... parece que ela tambem esta pois so que ficar comigo as 4ªas e 6ªas a tarde pois nao temos aulas....eu nao sou nenhum gigalou que so sirvo para fazer amor ou para dar uns beijinhos de ves am quando...fazemos 1 mes no sabado e tou ppara ver se isto vai la chegar...
As nossas atitudes sem reflexões, nos empurram dia a pos dia para o precipício. A falta de identidade, a falta de respeito e a falta de bom censo levam-nos a esfriar os bons sentimentos. Dizer que temos falta de conhecimento creio que é errado. Afinal hoje em dia todos nós vivemos rodeados de luxo e de uma vida repleta de conforto, que numa palavra só pode ser vista como: materialistas.
? Interrogações, nada mais do que interrogações e mais uma vez a humanidade se encontra na corda bamba. O pior de tudo é que nada estamos a fazer para mudar nossos destinos. Perante estas circunstanciais a humanidade entra pela primeira vez em contradição consigo mesma. Arte e todas as suas vertentes, os lideres e seus idéias, estão corrompidos de tal forma que: a ignorância se tornou algo de útil nesta dita sociedade sem fronteiras.
Estou cada dia mais convencido que arte se encontra em ruptura, os idéias e conceitos nada mais são do que meras palavras, traços ou sons que nos desbastam por dentro. Porque nós humanos chegamos pela primeira vez ao limite: que damos por nome, decadência, não só cultural como a nível global.
Eu creio que reflexão sobre arte é de que estamos sempre em um processo de mutação. Para acompanharmos as mudanças temos que nos desprender das formas de preconceitos e buscar o conhecimento necessário para melhor exprimirmos todas essas transformações. Este é finalidade de todos os artistas desde que nascem ate ao dia que morrem. Não adianta bloquear um artista, existe algo dentro dele que o leva a uma única direção: a da arte, que esta no seu sangue.
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