Crônicas de Amizade
às vezes nos basta um abraço
que por si só diz tudo
embora silencioso e calado
às vezes nos é suficiente um abraço
do tipo abraço-ninho
urgente e apertado
às vezes tudo o que se quer
é um abraço
de alguém desconhecido ou amado necessário e encaixado
um abraço sem dor e sem pressa
abraço do tipo agora
sem pensar no futuro
ou no passado
às vezes ou sempre
mas um abraço
que nos alivie o medo
e nos faça encorajados
(Livro Apenas uma possibilidade)
Eu e minha amiga Nina
E lá estávamos nós, pedalando nossas bicicletas, deixando os cabelos dançarem ao sabor do vento. A estrada à nossa frente, a vida passando rápido, mas nossos olhares se cruzavam, e cada sorriso seu era como uma centelha que me impulsionava a ir mais longe. Meu coração batia forte, ansioso por descobrir algo novo, algo que só o desconhecido poderia nos oferecer.
Nina, com seu jeito único, misturava meiguice com uma pitada de loucura. Como não se encantar por ela? A menina das histórias mais fascinantes, dos momentos mais inesperados. Cada palavra que ela pronunciava era como uma página de um livro que eu nunca quisesse terminar.
Chegamos à beira da barragem, e seus olhos brilhavam como estrelas refletidas na água. Era como se o sol inteiro estivesse contido neles, iluminando tudo ao redor. Naquele momento, o mundo parecia se resumir à maravilha que era vê-la admirar a paisagem. Era a pureza de uma criança, a profundidade de uma mulher e a doçura de uma menina, tudo em um único olhar.
Reciprocidade
Reciprocidade... Algo que eu nunca vou poder experimentar. Ando me doando tanto por um "nós" que nunca existiu... Quer dizer, pelo menos para você, não. Cresci carregando fardos alheios, me culpando por coisas que não eram minha culpa, pedindo desculpas por coisas que eu não deveria pedir e, por fim, sendo deixada. Até que você chegou na minha vida, com tantas falsas promessas, dizendo que nunca iria me deixar, fazendo com que eu me sentisse suficiente, especial e genuinamente amada.
Eu sou tão burra! Como pude pensar que eu seria, pela primeira vez, suficiente pra alguém? Isso nunca vai acontecer, mesmo que eu dê o meu máximo. Afinal, olha pra mim. Eu não sou o tipo de pessoa que as pessoas querem ter por perto, mesmo que eu me esforçasse ao máximo (como eu fazia por você). Agora que você já tem tudo o que queria e que está confortável... vai me deixar mais uma vez. Me sinto enganada, burra, inútil... Uma vez pensei que as coisas negativas que eram ditas sobre mim não eram verdade... Mas acho que são e sempre foram, e eu não queria aceitar.
Assim que você chegou na minha vida, eu soube que seria a melhor coisa ou a minha maior dor. E adivinha?
O samba tem dessas coisas… Ele acolhe, abraça, embala e cura. Foi no batuque do pandeiro e no lamento do cavaquinho que encontrei refúgio quando a saudade apertou, quando minha irmã faleceu . Foi aqui, no Miss Favela, que a dor virou melodia, que a ausência virou roda e que o Brasil coube em um abraço apertado.
Entre goles de cerveja e versos de partido-alto, fiz amigos que viraram família, cantei histórias que jamais serão esquecidas. Aqui, cada batida do surdo foi um passo na minha caminhada, cada sorriso, um reencontro com a minha essência.
Hoje, esse samba se despede, mas seu eco continua. Nas esquinas do Brooklyn, nas lembranças de quem dançou até o chão, nas palmas que nunca vão parar de marcar o compasso. O Miss Favela pode fechar suas portas, mas jamais fechará seu samba.
Obrigado Turma do samba, obrigado Miss favela!
A razão do meu encantamento
Eu conto os dias pra vê-lo, mas o meu relógio mostra o tempo errado.
Eu busco uma estrela tão bela, que uma noite me conquistou, fascínio.
Raridade, tem amor no mundo pra quem souber olhar, minha novidade.
Chamo-te em transmissão de pensamento, a Lua que eu te dei num encantamento.
Atenção nos cruzamentos, a luz na escuridão, um turbilhão de sentimentos.
Penso em ti andando pela praia, as ondas vão bater em mim, foi que nem maré.
A razão do meu existir e essa saudade eu queria não sentir.
Eu pedi um arco-íris, desde os momentos de risos, até para transformar os meus sorrisos.
Me fascina e me cura, você une o mar, com o meu olhar, a luz pura.
Invocarei o nome dele, qual se fosse prece, para dar voz ao amor que me habita.
Nessa canção, o coração localizou o endereço do amor?
Damon e Pythias ou Phintias, viveram em Syracuse no século IV, eram discípulos de Pitágoras e, em viagem à Sicília, ultrajaram o rei Dionísio, que condenou à morte Pythias.
Ele pediu ao rei que permitisse ir até sua família para dela se despedir e o amigo Damon ofereceu-se para ficar em seu lugar.
Embora Pythias tivesse encontrado uma série de contratempo retornou no dia marcado, pouco antes de Damon ser executado.
O rei ficou tão impressionado a lealdade e com a amizade que eles tinham e o perdoou Pythias.
Que nossa amizade esteja sempre baseada, como no relato acima, na fidelidade, no respeito mútuo e no amor que une amigos verdadeiros.
Faces caídas
No palco frio da hipocrisia,
amizades nascem sem raiz,
crescem à sombra da cortesia,
mas morrem sempre por um triz.
Sorrisos largos, gestos belos,
promessas feitas sem calor,
olhares falsos, frios, amarelos,
vestidos todos de impostor.
Enquanto a cena se desenrola,
fingem afeto, juram ser leais,
mas basta a queda da coroa,
e os rostos mostram seus sinais.
E quando enfim saio de cena,
o brilho some, não há mais voz,
a falsa amizade se condena,
só resta o eco do vácuo atroz.
Tantos anos, tantas trilhas,
e ainda assim não compreendi,
como há almas tão vazias,
que somem quando já não há o que fingir.
Jabuticaba
Teus olhos, duas jabuticabas,
Negros, brilhantes, hipnotizantes.
Desde que te vi, tudo mudou,
E ao teu lado, o mundo fazia sentido.
Risos, conversas, fumaça no ar,
O tempo voava na nossa brisa.
Mas enquanto eu me apaixonava,
Você só me via como um guia.
Me declarei, falei sem medo,
Mas cê sumiu, me deixou no vazio.
Hoje fumo sozinho na madrugada,
E nada mais tem o mesmo brilho.
Ah, menina dos olhos de jabuticaba…
Depois de você, tudo é cinza.
A falta que me trazes
veio da escolha por necessidade
de te ver feliz, por me ver em paz.
Por não desejar o meu desejo e
por silenciar os meus apelos
insistindo na anulação da minha paixão,
me chamando de amigo
por sempre me querer contigo,
tão perto,
mas limitado aos abraços afastados,
um amigo imaginário
que imagina com afeto
teu cheiro, vontade e mormaço,
ato solitário sem tuas promessas,
vontades ou desejos
ficando sozinho ao teu lado.
Amarrados pelo medo da perda,
embora com valores distintos,
mas pesos equidistantes
do não ter mais ao lado
o amor por mim imaginado
o amigo, por você idealizado.
Hora, hora, parece que temos aqui mais um verme desesperado, arrastando-se em busca da atenção de alguém que já o descartou como lixo após séculos de suposta 'amizade'.
Erga-se e enfrente a verdade, pois aquele ser era apenas um entre os inúmeros insignificantes que povoam o seu mundo.
Não se rebaixe a implorar por migalhas de afeto, pois há quem valha muito mais do que essa insignificância.
E quando finalmente despertar para essa realidade, esmague com sua soberba a cabeça daquele que te abandonou, fazendo-o sentir o peso avassalador do seu novo ego e orgulho.
Sinta-se imponente diante da sua própria arrogância, pois é isso que irá te definir como o melhor.
Cerque-se de boas intenções
Não tente prejudicar ou humilhar alguém, cuidado com as palavras! afinal tudo é boomerang.
Aceite as pessoas como são, e acredite, elas tem também grandes qualidades.
Se arrependa do mal que fizeres, ainda é tempo.
Tenha gratidão se você é quem faz a oferta.
Seja feliz com coisas simples, e lembre-se essas “coisas”, são seus melhores e maiores valores. Deus conhece cada coração, apenas o preencha de amor. Seja luz! e receberás luz.
Cuide de quem te ama, tenha paciência e não banalize o que realmente importa. Um dia você irá procurar, e não terás mais
O tempo é contra nós, mas também é de grande favor. Tenha grandeza e reconheça seu erro. Aprenda!
Tudo passa, o momento é agora.
Nara Nubia Alencar Queiroz
O nosso mundo funciona assim. Se você não tiver nada você é
completamente idiota. É um burro que não estudou. É pobre de
dinheiro e espírito porque se fosse inteligente teria bens materiais
valiosos. Então as pessoas se recusam a serem suas amigas porque
acham que você não tem valores nem virtudes que poderiam agradá-las
Ana Carolina
com o mais belo sorriso
Ela é como o Paraíso
A pessoa q mais aprecio
Ela é como uma flor a desabrochar
Seu sorriso é como uma estrela a brilhar
Seus cabelos são como ondas do mar
Suas piadas e seu jeito desajeitada me fazem gargalhar
Seus olhos castanhos me fazem hipnotizar
Seu jeito doce me faz tão bem
Com seus assuntos me entretém
Tem vezes que ela é chatinha
Mas na maioria do tempo ela é legal
Em filme ela é seria personagem principal
A sua existência em minha vida é essencial
Ela tem tanto potencial
Ela poderia até ser uma estrela mundial
Tão bela quanto uma nota musical
Delicada como um cristal
Sua voz é como melodia em minha mente
Quando a vejo bate uma vontade latente
De abraça-la e amá-la incondicionalmente
Ela é a metade que me faltava
A pessoa que eu mais precisava
O Natal é o que nos fica das coisas simples:
o cheiro do pão quente na mesa,
o abraço que se dá sem motivo,
a luz serena de uma vela acesa,
que aquece mais do que qualquer ouro.
Não é preciso muito para encher o coração.
O brilho verdadeiro não está nas vitrines,
mas no olhar de quem partilha,
no sorriso que chega sem pressa,
na alegria de estar juntos,
mesmo quando o mundo lá fora parece agitado.
Este é o tempo de voltar ao essencial:
a palavra dita com carinho,
o gesto que ampara,
a gratidão por tudo o que já temos.
Porque o Natal não se mede em excessos,
mas na abundância do que é sincero.
Que os nossos dias sejam como esta época:
simples, luminosos, plenos.
E que a fartura maior esteja onde sempre esteve:
no calor humano que nos faz verdadeiramente ricos.
Coração Dividido
Em um labirinto de emoções, onde a luz e a sombra se entrelaçam, reside um coração dividido. Há um calor vibrante que se acende sempre que ele está por perto, uma paixão que parece transcender o cotidiano. É um amor que faz o mundo parecer mais colorido, onde cada sorriso e cada olhar trocado se transforma em um momento eterno. Esse sentimento é como um fogo que, embora ardente, traz consigo um misto de alegria e incerteza.
Por outro lado, existe o carinho profundo, um amor que, embora confortável e seguro, não possui a mesma intensidade. Ele trata com ternura, como se cada gesto fosse uma declaração de afeto, e isso é inegável. No entanto, o coração anseia por algo mais, algo que é difícil de definir, mas que se manifesta em pensamentos e sonhos.
A dúvida está sempre presente: seria possível deixar para trás o que é seguro por algo que, embora excitante, pode ser efêmero? O medo é um companheiro constante, um eco que ressoa nas decisões a serem tomadas. A ideia de perder o que se tem por algo incerto é aterrorizante. E, no fundo, a pergunta persiste: será que o amor verdadeiro é aquele que queima intensamente ou aquele que proporciona paz e conforto?
Neste emaranhado de sentimentos, o coração busca clareza, desejando entender qual caminho seguir, entre o que é conhecido e o que é desejado, entre a segurança e o impulso do amor arrebatador. É um dilema emocional onde cada escolha pode levar a um novo destino, repleto de esperanças e receios.
Soneto à Divina Helena
Helena, és estrela que o céu adorna,
Rainha dos tempos, de eterna magia.
Teu nome ressoa, o mundo transforma,
És verso esculpido em pura harmonia.
Teus olhos, dois sóis, brilham com candura,
E trazem do Éden o mais raro fulgor.
Tua voz é melodia que perdura,
Encanta os sentidos, exala o amor.
És mais que mortal, és lenda vivente,
A própria beleza em forma terrena.
Nos corações deixas rastro ardente,
Sublime, encantada, divina Helena.
De ti se inspiram os céus e a terra,
Pois em tua essência a perfeição encerra.
Sublime, encantada, divina Helena.
De ti se inspiram os céus e a terra,
Pois em tua essência a perfeição encerra.
Edson Luiz Elo
São Paulo, 30 de Dezembro de 2024
Soneto À Alice
Alice, és sonho em forma de verdade,
Mistério e luz em perfeita união.
Teu nome carrega a suavidade
De um sopro divino em cada estação.
Nos teus passos, dança a leve brisa,
Teu riso é mel que adoça a jornada.
Tens no olhar o céu que nos precisa,
E na alma a paz tão desejada.
És poesia viva, encanto e ternura,
Flor que desabrocha ao toque do amor.
Tua presença traz vida à amargura,
És estrela que brilha com seu esplendor.
Alice, teu ser é pura magia,
Eternamente fonte de alegria.
Edson Luiz ELO
São Paulo, 30 de dezembro de 2024
Qual a sua colheita?
O que pretende plantar?seria a pergunta básica para este ano que se inicia e para todo o resto de sua vida.
O que plantar? Pergunta simples de se responder,tudo que possa gerar bons frutos,ironicamente quando se pensa em bons frutos deve-se pensar nos outros não em sí mesmo.
Plantar pensando nos outros é a certeza de uma colheita farta,todos plantando para os outros geraria uma colheita coletiva e farta mutuamente.
Todas as mágoas e discórdias são geradas pela arrogância,prepotência e egoísmo,altruísmo e solidariedade são virtudes que podem ser facilmente aprendidas e praticadas,exige paciência e persistência,perseverança, como quase tudo que se almeja conquistar na vida.
Nada se faz sem sacrifícios,a tão buscada e sonhada felicidade é gerada do costume de se doar ao próximo,engraçado, é fazendo a felicidade alheia que nos tornamos felizes.
Sinceridade;Todos deveríamos ter como ponto de partida a sinceridade, sofreríamos menos e quando fizéssemos alguém sofrer saberíamos,seríamos sinceramente comunicados por aquele que sofreu nossa injustiça.
Quantas promessas vãs fazemos no decorrer do ano,para os outros e por que não,para nós mesmos,tantos desejos falsos,sem sentimento,sem emoção, sem emoção,somente por protocolo,abraços,beijos,lágrimas,quantos e quantas seriam sinceros?
Muitas vezes somente se cumpre as regras,fazendo e agindo por obrigação e protocolo,ao passo que se deveria aproveitar a ocasião para liberar a emoção genuína presa em sua alma,à qual por insegurança,desconfiança ou vergonha você teme expor.
Muitas vezes por impulso ofendemos,passamos dos limites, magoamos que amamos ,esquecemos tudo de bom que vivemos e nos fechamos.Comum acreditarmos em mentiras que nos contamos,em defeitos que criamos para os outros,em pretextos e barreiras para não nos entregarmos abertamente à fraternidade, medo de ser decepcionado e traído.
E se conseguíssemos criar uma pandemia de altruísmo?sem medo de traições ou decepções?Decidíssemos entregar antes de receber?Como toda pandemia teria um início tímido,insignificante,mas em pouco tempo, exponencialmente,todos seriam contaminados,e ao contrário de outras pandemias todos sairíamos às ruas,dando e recebendo bons fluídos, gerando felicidade.
Não haveria desespero nem medo,não haveria necessidade de pânico isolamento ou exclusão ,todos contaminados reciprocamente,pelo vírus do amor,até que a doença fosse coletiva e incurável.
E,em breve tudo e todos seriam diferentes,não haveria desconfiança ou medo, viveríamos para alegrar e proteger o próximo.Com sinceridade, Amando-o como à si próprio,segundo as palavras do "cara".
Pode parecer sonho,mas não é impossível,como Lennon dizia,sem paraíso ou inferno,todos vivendo a vida em paz.
Imagine não haver fronteiras,é fácil se você tentar,sem fronteiras,sem posses, tudo , de todos,uns respeitando aos outros.Por tudo ser de todos não haveria o que roubar,nem necessidade de enganar,a mentira seria verbete de dicionário,a ganância talvez nem no dicionário estivesse.
Você pode me achar um sonhador,mas eu não seria o único,espero que um dia você acorde e decida me seguir,e o mundo, assim sendo,seria um só!
São muitos os convidados,quase ninguém tem tempo,ou vontade, não temos os costume da honestidade, é uma virtude plantada,que cresce com paciência e perseverança,exige cuidados constantes,senão morre.
Mas é possível cultiva-la,uma cultura frágil,que gera pragas,tudo ao redor conspira para que não gere frutos.Mas a colheita,quando acontece é farta, prazerosa ,gera orgulho para quem planta;Para aumentar o campo cultivado basta paciência,a honestidade se propaga através de exemplos, você pratica constantemente e ela contagia quem o cerca,demora para surtir efeito,gerar frutos,nem sempre o outro acredita no que vê,mas,com o tempo, por constrangimento percebe que o caminho correto é o melhor à ser seguido.
Assim acredito,assim faço,assim espero.
Em muitos momentos, clamamos por auxílio, uma necessidade universal que tece nossa jornada. No entanto, ao pedir, deparamo-nos com o receio alheio, um eco de desculpas e conselhos prontos que não abraçam as nuances singulares de nossas vidas.
Pedir ajuda, frequentemente reduzido a um pedido monetário, transcende essa estreita visão. Uma alma desempregada pode ansiar por mais do que moedas; pode ansiar por direções, por caminhos não trilhados. Ofertar auxílio sem julgamentos, proporcionando opções, é dar asas à escolha, pois somente o coração de quem pede conhece sua jornada completa.
Cora Coralina nos sussurra: "o coração é terra que ninguém vê". A verdadeira assistência demanda ouvir além das palavras. Emprestar dinheiro sem escutar a sinfonia dos sentimentos é emprestar em vão. Ouvir é um silêncio atento, é penetrar a intimidade compartilhada.
O tempo, esse tesouro raro, eclipsado pelo instante do Pix, possui uma magia intrínseca. Despender tempo é um ritual esquecido, um encontro face a face, um café partilhado. Em um mundo de transações instantâneas, dedicar tempo é uma alquimia que se perdeu.
Valorizar alguém é entrelaçar-se em seu relógio, sair da rotina para uma visita, oferecer o divino presente do momento compartilhado. Num universo onde o efêmero impera, quem nos honra é aquele que nos presenteia com o tesouro mais raro: o tempo, entrelaçado, devolvido em afeto, abraços quentes e conversas que ecoam nas estrelas.
Carta ao Irmão:
Irmão sinto tanto sua falta, e hoje escrevo para te dizer.
Antes que seja tarde, antes que não haja mais tempo, antes que a vida nesse mundo acabe, antes que seja um adeus...
Já está chegando a hora de partir e tenho refletido e pensado sobre nós, será que ainda vale a pena mantermos essa distância?
Lembro de quando éramos crianças, de quando passávamos o dia todo juntos e não queríamos desgrudar nem para tomar banho.
Compartilhávamos os mesmos brinquedos, dividíamos a última fatia do bolo e medíamos no copo para ver se a quantidade de suco era a mesma para os dois.
Quantas lembranças daquele tempo de criança, de quando apenas brincávamos e não havia preocupações. As diferenças se resolviam com um abraço, afinal, precisávamos um do outro para brincar E que chato era fazer isso sozinho.
Com o passar dos anos nós crescemos e mudamos de opinião ou não concordávamos mais em tudo e um abraço passou a não ser suficiente para fazer as pazes...
Sabe que quando crescemos perdemos a inocência, ficamos com vergonha de demonstrar o que sentimos e olha, se eu pudesse hoje, te chamava para brincarmos juntos, como naqueles velhos tempos de criança.
Mas hoje a idade está avançada e o corpo não responde como antes, mas se ainda posso te pedir alguma coisa, quero que me perdoe pelas brigas e desentendimentos, pelos anos que deixamos de estar unidos, apesar de sempre termos sido irmãos.
Essa palavra irmão é tão forte, que pena não soubemos aproveitar o melhor que ela podia nos proporcionar.
Se ainda resta um pouco de tempo, que as diferenças fiquem para trás, se ainda resta um amanhã, que possamos nos encontrar hoje.
Quero te olhar nos olhos, irmão! Quero um abraço apertado e sim quero aproveitar o pouco do amanhã que houver.
Ainda dá tempo, ainda há amor em mim... Te amo!
