Cronica sobre Regime-Jo Soares
Setembro Amarelo: Vamos Falar Sobre Isso?
Já que não sabemos os desafios que cada um carrega, que tal trocar o julgamento por uma escuta sem pressa? Trocar os dedos apontados por uma mão estendida.
Que tal fazer diferente hoje? Dê um abraço de verdade em alguém próximo e pergunte, com calma: *"Como você realmente está?"*. Essa simples pergunta pode ser o primeiro passo para uma conversa que salva vidas.
Vamos construir, juntos, um mundo onde cuidar da saúde mental seja um ato de todos nós. Sua atitude faz mais diferença do que imagina. Vamos começar essa mudança, um abraço de cada vez?
CADA MOMENTO CONTIGO É UMA HISTÓRIA QUE O TEMPO SE ENCARREGA DE CRIAR
4º Ato | Sobre as cartas
Primeira Carta…
Hoje choveu como previsto…
Lembrei do teu riso escapando entre gotas,
e de como, mesmo encharcado,
me senti inteiro com você.
2. Segunda Carta
Deixei tua “voz” no mesmo lugar.
Não pelo costume, mas pela esperança
de te ver voltando todas as quartas, mesmo sabendo que não voltas.
3. Terceira Carta
Releio as mensagens como quem procura
respostas que nunca chegaram.
Teu “bom dia” me acorda, e u me sinto
mais vivo!
4. Quarta Carta
Passei em frente a sua casa
Lembrando o lugar onde rimos "por nada."
A entrada estava lá, mas o tempo não.
Fiquei por instantes, esperando ouvir um riso,
sabendo que mesmo de longe saberia que era você!
5. Última Carta (nunca entregue)
Não te escrevo pra te ter,
mas pra lembrar que existes em mim,
não no agora, nem no depois,
mas na parte do coração que
teima em te manter por perto!
Sobre a medida de punição dos espíritos e das Almas que estiverem no Geena.
Aparentemente, pode parecer que todo o Inferno, quando for lançado no Lago de Fogo e Enxofre, O Geena, sofrerá igualmente, o mesmo grau de dor ou de queimação. Refiro-me tanto a Demônios quanto às Almas Humanas. Mas, à luz da Filosofia, Arte, Poesia e Teologia, ( afora depoimentos alhures, dos mais diversos!) entendemos que, se no Primeiro Inferno, onde jazem as Almas Humanas condenadas, há várias alas de punição, cada qual com um grau de pena aplicada, conforme a natureza de seu pecado praticado, na Terra, então não seria justo que, no Geena, pecados menores, fossem punidos com a mesma intensidade de pecados maiores praticados. Entendemos de forma absolutamente resumida, dizendo que, no Geena, isto é, no fogo eterno, que, cada um que lá estiver, irá queimar num grau ou numa intensidade; uma Alma numa, outra em outra intensidade, conforme o pecado que praticou. Em outras palavras: o fogo do Geena, arderá em cada um, numa intensidade proporcional. Embora todos que hão de estar lá, sejam mergulhados naquele inimaginável Mar de fogo, cada qual sentirá um nível de queimadura eterna, na Alma...
Às 08:51 in 12.10.2025
Um dia, deixei que meus olhos repousassem sobre ti — e naquele instante, o mundo pareceu suspenso em silêncio. Havia em mim uma serenidade rara, a felicidade tranquila de quem, por fim, encontra abrigo.
Penso que sentiste algo desse encanto, pois disseste, com voz quase tímida, que meu olhar era tão puro que te causava medo — medo de que, ao ver tua luz, eu enxergasse também a escuridão que escondes.
Mas eu não temo tua sombra. Que venha ela, com tudo o que carrega — tuas dúvidas, tuas quedas, teus silêncios. Quero-te inteira, como és, com o que mostras e o que calas. Porque, desde aquele instante, compreendi: não desejo um instante teu, desejo-te por inteiro, e para sempre.
Metanol
Na penumbra úmida do boteco, dois corpos se inclam sobre o bar. Eles vão para o interior rural, dizem. O suor da estrada ainda não secou em suas roupas, e o pó do caminho parece misturar-se ao vapor que sobe dos copos. Entre eles, eu. Estranhos unidos pelo acaso e pelo simples ato de parar.
De um canto, o rádio de pilha cospe notícias graves: metanol. A palavra soa técnica, fria, um veneno químico que invade a alegria, que não transforma o gole de café em um risco calculado.
Fazer amor, arte,
Sobre o momento da vida.
Escrevo sobre o sentimento,
Amor, arte, céu.
Sentimento escrevo,
Sobre o momento.
No fazer amor, encontro a arte,
No momento da vida, escrevo.
Sobre o sentimento que me invade,
Amor e arte sob o céu.
Escrevo o sentimento,
Preso neste momento meu.
Fazer amor é arte,
A vida, um momento escrito.
O sentimento no céu,
Amor e arte, infinito.
Escrevo o momento,
No sentimento bendito.
Sobre Meninos e Lobos é um filme que não se limita a contar uma história policial, ele abre feridas e expõe silêncios, e ao assistir senti como se estivesse diante de algo que não se conclui, como se o chão tivesse desaparecido sob meus pés, porque a trama de três amigos de infância marcados por um trauma e reunidos novamente pelo assassinato da filha de um deles não termina com justiça ou redenção, termina com silêncio e omissão, e esse silêncio me trouxe de volta lembranças da minha própria infância, de tempos em que a sociedade preferia calar diante da dor, em que todos sabiam mas ninguém dizia nada, e talvez seja por isso que o filme provoca tanto desconforto, porque ele mostra que o passado não desaparece, apenas retorna em novas formas, e ao mesmo tempo que acompanhamos Jimmy, Sean e Dave tentando lidar com seus fantasmas, nós também somos obrigados a encarar os nossos, e é nesse ponto que a obra se torna mais do que cinema, se torna um espelho, um convite à reflexão, uma experiência que deixa marcas, e por isso acredito que outras pessoas deveriam assistir, não para encontrar respostas fáceis, mas para sentir esse impacto, esse vazio que nos obriga a pensar sobre justiça, memória e hipocrisia social, porque Sobre Meninos e Lobos não fecha portas, ele abre, e quem se permitir atravessar vai sair diferente, talvez sem chão, mas com muito para refletir.
Fernando kabral
Olinda 15 de novembro de 2025
A vida é sobre se permitir.
Permitir sentir o que deseja,
sem ficar se limitando.
Gritar quando for necessário,
parar de controlar tudo.
Viver intensamente os nossos sentimentos,
ser 8 ou 80.
Não ter medo da opinião alheia,
apenas saber que você fez o seu melhor.
A vida não é sobre controle, mas, sim resistência.
Tempestade
O que os poetas dizem sobre o amor que o mundo esqueceu?
O mundo anda apressado.
Os corações, rasos.
O amor — aquele de verdade — parece ter sido esquecido na última gaveta da humanidade.
Mas… será que foi mesmo?
Ou será que só se escondeu nos silêncios onde ainda mora a poesia?
Vinicius dizia que o amor não precisa ser imortal, posto que é chama. Mas pedia: que seja infinito enquanto dure.
Adélia nos lembrava que “erótica é a alma”, porque o amor não é só toque — é transcendência.
Rita Lee, ousada e genial, rasgava a falsa moral: “Amor sem sexo é amizade. Sexo sem amor é vontade. Amor e sexo é tudo.”
E Ferreira Gullar, sem floreio, dizia o que poucos têm coragem de admitir: amar não salva, revela.
Amar é isso:
É enxergar as falhas e, mesmo assim, escolher ficar.
É respeitar o tempo do outro, a nudez da alma, a bagunça da existência.
É saber que o amor não se compra, não se exibe, não se promete.
Se constrói.
E foi com essa certeza que escrevi um dia:
“Não se deixe levar apenas pela paixão, mas viva pelo amor, lute, acredite, tenha fé. O amor é a única razão de o mundo ainda existir.”
(Leandro Flores – Construindo Amor)
Sim, o mundo pode ter esquecido do amor.
Mas os poetas não.
Eles seguem escrevendo por todos aqueles que ainda sentem — mesmo em silêncio.
Por aqueles que olham e enxergam.
Que tocam e permanecem.
Que amam… mesmo quando o mundo já não acredita mais nisso.
Porque enquanto houver poesia,
o amor não morre.
Ele só se esconde — esperando ser lido.
O que os poetas dizem sobre o Amor que o mundo Esqueceu?
Tem quem diga que o amor está em extinção.
Mas talvez ele só esteja cansado.
Cansado de tanta pressa, de tanta pose, de tanto “eu te amo” mal conjugado.
Vinicius de Moraes, esse romântico essencial, já dizia que o amor não precisa ser imortal... “posto que é chama”.
Mas que seja infinito enquanto dure.
E dura mesmo — na pele, na lembrança, no cheiro que fica no lençol.
Porque, como bem lembrou Rita Lee: “amor sem sexo é amizade.”
E a gente não celebra amizade no Dia dos Namorados, né?
Adélia Prado, com toda sua santidade profana, escreveu certa vez que “erótica é a alma.”
E é mesmo. Porque amor sem desejo é convivência.
E convivência, por si só, não sustenta altar.
Ferreira Gullar, com sua sagacidade crua, diria que o amor não salva, mas revela.
E é por isso que dói.
Porque amar é ver o outro como ele é — e ainda assim ficar.
Amar é esse milagre que mistura o profano com o sagrado e, no meio, a gente.
E como escreveu Leandro Flores em seu texto “Construindo Amor”:
“Não se deixe levar apenas pela paixão, mas viva pelo o amor, lute, acredite, tenha fé. O amor é a única razão de o mundo ainda existir.”
Essa frase devia estar em outdoor no Dia dos Namorados.
Porque no fundo, amar é isso: não se trata de se apaixonar, mas de construir amor.
Tijolo por tijolo. Gesto por gesto. Dia após dia.
O resto... é ilusão com aplique de afeto.
O amor é isso:
Chama que acende, alma que se desnuda, corpo que treme.
É olhar nos olhos e entender que nem sempre vai ser fácil — mas que vale.
Vale cada suspiro. Cada loucura. Cada poesia.
Porque no fundo, o amor — o de verdade — ainda mora ali,
entre o toque e a fé.
E se isso não for divino… então não sei mais o que é.
No princípio criou Deus os céus e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus; Haja luz, E houve luz.
(Gênesis 1 vers 1 ao 3)
Se existe alguém especialista em organizar o caos, este alguém com certeza é Deus, desde o princípio, na criação dos céus e da terra, imagina agora aqui comigo, essa descrição do livro de Gênesis sobre a criação do mundo, imagine o caos, a desordem, as trevas, o abismo, as águas turvas e estranhas, consegue imaginar?
Perante a nossa racionalidade, organizar todo esse caos e dele criar algo belo, cheio de vida e de significado parece algo desafiador não é mesmo? E é, realmente é, porque na nossa condição humana organizar o caos do mundo realmente não tem como! E o caos que habita em mim? E que também habita em você? Será que damos conta? Não! Também não, existem dias e momentos em que o nosso interior se encontra em um caos semelhante à este, da criação do mundo, olhamos para dentro de nós e não conseguimos enxergar nada além de escuridão, desordem, águas turvas e estranhas.
A escuridão não significa falta de Deus, porém às vezes ela aparece, e, faz com que nos sintamos inseguros. A desordem não significa que sejamos desorganizados,porém as vezes ela aparece, e, faz com que, nos sintamos perdidos. As águas turvas e estranhas não significam que estamos sujos e indiferentes, porém às vezes, elas aparecem em forma de choro que não sabemos explicar.
Diante deste cenário de caos, desse caos que habita em mim e em você, existe um Deus, O especialista em organizar o caos, aquele que D'Ele flui rios de águas viva, aquele que no abrir de sua boca somente diz Haja!!! E tudo se transforma, e tudo se restaura e tudo volta para o seu lugar!
Na presença deste Deus tão grande, nada fica sem forma e vazio, quando Ele ordena Haja Luz!! Ela virá, e iluminará o nosso interior confuso e caótico.
Não tenhamos medo, o caos vem para edificação, vem para fortalecimento vem para revelar o poder daquele que Tudo pode, do Deus do Universo, do nosso Deus!!
Sobre ser…
Alguns dias a gente e forte,
outros somos cura
Não rá como ser igual
A vida não tem manual
E está tudo bem
Afinal eu não tinho manual,
também!
Afinal nunca é igual
Por fim nem o fim é o final.
Recomeços nascem do fim.
Recomeçar,
Refazer,
Ressignificarem tudo em mim.
Não é sobre dor,
é sobre ser, sobre o amor,
sobre sonhar e nunca,
jamais deixar a tristeza ganhar,
nunca ganhar de mim.
Tristeza tem fim!
Espero que, em algum momento, você se permita refletir sobre o peso das suas ações. A maldade nunca passa ilesa: ela retorna em forma de perdas, de ausências, de silêncios que ecoam. O tempo cobra, e cobra alto. E quando você olhar para trás, a pergunta será inevitável: o que realmente somei à minha vida? Valores ou apenas ruínas?
Glaucia Araujo
Hoje eu me encontrei pensando e até demais. Foi quando eu resolvi pensar sobre a "dor".
Isso mesmo a dor.
Ela sempre vai estar com a gente independente do estado financeiro, emocional, físico, espiritual.
Ela faz parte de tudo sabe. Se você pensar em desistir ela vai estar lá . Se você tentar até conseguir ela também vai estar lá.
Todo mundo tem suas dores e lidam com elas da sua própria forma e você tem que aprender a lidar com as suas. Mas calma que dor não é uma coisa tão ruim.
A dor ela faz parte do processo. Uma borboleta antes de voar e mostrar toda sua beleza passa por um sofrido processo que todo mundo sabe. Dentro daquele casulo ela está sentindo dor por que é necessário. De uma lagarta verde e gosmenta e que todo mundo tem nojo pra uma linda borboleta que todos admiram.
Um herói pra virar herói precisou passar pela dor e foi a dor que fez ele se tornar um herói.
Não olhe pra dor como uma coisa ruim. É ela que vai te colocar lá em cima . É ela que vai te fazer conquistar. É ela que nos torna mais fortes pra suportar o peso da gloria que há de vir. É ela que nos torna capaz e que nos dá um tapa todos os dias e nos diz: Você consegue!
Pedra e Cume — Capricórnio
És montanha que não teme o inverno,
Passo firme sobre pedras incertas.
Tens nos olhos o horizonte distante,
E nos ombros, a paciência do tempo.
Teu trabalho é ponte que não cede,
Tua ambição, fogo sob o gelo.
Sabes construir com mãos seguras,
E transformar sonho em obra concreta.
Mas… oh, Capricórnio, o peso da meta
Às vezes te rouba o sol da jornada.
Tua seriedade ergue muralhas,
E teu silêncio, desertos à volta.
A prudência que te protege
Também pode te prender no mesmo chão.
E teu apego à ordem
Por vezes engessa o voo.
És rocha que sustenta e protege,
Mas também penhasco que assusta.
Virtude e defeito se esculpem em ti,
Na ascensão sem fim de ser Capricórnio.
Sobre o Peso Invisível Que Habita os Ombros Mesmo Quando o Mundo Sorri
Há um lugar dentro de mim
onde os passos não se repetem,
mas continuam a ecoar,
como se cada som fosse a lembrança
de algo que nunca aconteceu.
A solidão não chegou como tempestade,
nem como rajada de vento
foi se infiltrando
nas frestas mais estreitas
da minha rotina,
ocupando o ar sem pedir licença,
até que respirar e tê-la perto
se tornaram a mesma coisa.
No princípio, imaginei que fosse ausência,
um buraco a ser tapado
com conversas, música,
ou o simples ruído de outros corpos passando.
Mas havia nela
uma densidade particular,
uma matéria invisível
que parecia moldar o contorno
de tudo o que me cercava.
Aprendi que a solidão não é
o silêncio ao redor,
mas o peso dentro,
uma pedra colocada onde antes
morava o impulso de chamar alguém pelo nome.
Ela é paciente,
ensina que o mundo se move
sem precisar de testemunhas,
que a respiração pode ser
a única prova
de que ainda se existe.
Falar comigo mesmo
deixou de ser confissão
e se tornou um rito
um pacto que mantém
o frágil edifício da mente
de pé no meio da madrugada.
Alguns dias ela me prende,
como corda atada à cintura,
puxando para um fundo que não se vê.
Outros, se espalha
como luz pálida sobre campos vazios,
onde cada passo que já dei
parece ter sido apagado pelo vento.
E sem despedidas,
permanece:
invisível,
inseparável,
uma presença imóvel
que me habita
com a mesma intensidade
com que o sangue habita as veias.
Quando vc se vê sobre o mar da vida...
Há dias em que não é o mundo que me engole — sou eu que me afundo em mim.
A superfície parece perto, mas é como vidro: vejo o sol lá em cima, sinto o calor à distância, e ainda assim não consigo atravessar.
Seria simples nadar, se o peso não estivesse costurado nos meus ossos.
Seria fácil pedir socorro, se a voz não se dissolvesse antes de chegar à boca.
E assim fico, boiando no sal da minha própria tristeza,
enquanto os outros, da praia, acenam como se fosse só mais um mergulho.
Dizem para nadar até a areia, mas não sabem que a areia já não existe para mim.
Que a ideia de “voltar” é tão distante quanto um porto que nunca conheci.
O mar é fundo, frio, e tem o mesmo nome que eu.
E no silêncio submerso, percebo:
às vezes não é que a gente queira se perder.
É que o cansaço de tentar se salvar
parece mais letal do que simplesmente deixar-se afundar.
"Quando o Sol se avergonha no horizonte, eu sei que a saudade vai recair sobre o meu eu, de novo.
Ela se via como Ouro de Ofir, mas era só uma bijuteria, ouro do tolo.
Quando a vislumbrei, conclui meu hara-kiri, ela não teve dó; teve dor, ela não teve zelo; ela agiu com dolo.
A infância, a juventude, são tão boas, a inocência é tão doce, sinto falta da minha ignorância, sinto falta das vezes em que fui tolo.
Quando se ama, quando se envelhece, percebe-se que até mesmo a ausência de algo pode ser doloroso.
Um cheiro, um beijo, um olhar, uma carícia, aquele 'eu te amo', um corpo.
Quando o amor nasce, floresce em um só peito, em um só coração, é um sentimento natimorto. Recordo-me de nós, das vezes em que tentei, das vezes em que, mesmo sem errar, errei, e só me vem o desgosto.
Paguei, ah sim, mas paguei por todas as iniquidades, pecados desta e de outra existência: já não devo mais nada ao Deus, deixe minh'alma longe de outra vida com ela, Pai, não quero esse martírio, de novo.
Se fui feito para ela, então, me desfaça, Pai, destrua minha existência, me faça rastejar pelos sete infernos, mas não me faça olhar uma outra vez na constelação daquele olhar, o de minh'alma, o poço. Sei que errei, fui parvo, pecador, boêmio, nunca um bom moço.
Mas, mesmo que o Senhor, por sobre os céus, castigasse Lúcifer com o amor incondicional àquela mulher, eu rogaria para que, com o de muitas faces, fosse mais piedoso.
Nem mesmo ele merece o castigo que eu, um mero mortal, experimento dia após dia, um inverno após o outro.
Meu coração sangra ao lembrá-la, sinto meu peito roto.
Eu a escuto em toda voz, toda brisa tem seu cheiro, todo beijo tem o macio dos lábios, eu a vejo em todo rosto.
Disseram-me, certa vez, que eu estava somente apaixonado; era melhor o atestado de insanidade, terem me trancado como um louco.
Ela não ama, Pai, ela é incapaz, e, por amá-la em demasia, torno-me um ser extremamente odioso. Indiferente à dor alheia, se não posso ter o que mais almejo, por que poderia qualquer outro?
É errado, meu Deus, eu sei, mas ela me tornou um ser invejoso.
Percebo que era falácia, dela, cada choro.
E uma vez mais, eu a amaldiçoo.
Eu, que tentei ser o melhor homem que ela poderia ter ao lado, hoje parece que lancei meu espírito ao dos sentimentos, o esgoto.
O Sol parece já estar nascendo, devaneei, uma vez mais, com o copo cheio, até que tu, sobre o céu, me mates, eu hei de sofrer mais um pouco.
Pois, quando o Sol nos sorri no horizonte, eu sei que a saudade vai recair sobre o meu eu, de novo..." - EDSON, Wikney - Memórias de Um Pescador, A Oração do Desesperado
A Malica do Amor
Sentado aqui, perdido em pensamentos sobre tudo o que vivemos — as horas que nos pertenceram, os textões infinitos trocados, as brigas nascidas das minhas grosserias e das minhas queixas contra seus questionamentos insaciáveis e manipulações silenciosas — percebo que volto sempre à mesma pergunta: o que realmente importa? A minha vontade ou a sua? O seu capricho ou o meu? Será que é só isso o que importa?
As pessoas vêm, partem, algumas permanecem para sempre. E não falo da presença física, mas da companhia invisível, filosófica, imaterial e inesquecível. Sei que habitarei em você, assim como você habitará em mim, por toda a existência dos nossos seres. Enquanto nossas essências resistirem ao tempo, seremos eternamente parte um do outro.
Perdoe-me por ser o seu demônio mais cruel. Eu também te perdoo por, às vezes, querer cortar as minhas asas. Cresci em você, e você em mim, e nossas raízes se fundiram nesse universo malicioso e, ainda assim, divino do amor.
Mauricio Macedo
Contos sobre mim parte 44 - A beleza do envelhecer…
Sobre quem eu sou, de marcas latentes, forjado em batalhas, com choro e dores, sorrisos que atraem, certeza de ir quando não mais quero ser, solitude de mim e do que quero fazer, sou cheio de graça, sinceros abraços, sou tido por muitos de poucos eu sou, nascente poente, ouvir o som das águas e aqui me encontrei.
Sobre quem quero ser, não mais água ardente, um pouco de tudo, não tudo de vez, quero andar entre as águas, cria brio e coragem pra nascer e crescer, quero ouvir som de pássaros, andar em seus braços, jamais perecer, a paz das montanhas, amores me ganham e vim pra vencer. Vencer meu passado, vencer o outro lado, vencer, só vencer, e aqui já me basta, se lá estarei, terei a certeza de que entre belas as feras desceu e eu flor que nasce, desboto entre laços pra ser cor de vida, naturalidade me encontro em meus passos pra ser quem eu sei.
Sobre quem eu fui, não sei, não recordo, só sei que discordo, pois, não o quis ser, encontro outro mundo, desvio, vagabundo, ali não sou eu, a fé me abraça e eu todo dela sou feito de luz, prazer que me toma, cintila, retoma, me enche de risos por ter bem crescido sabendo que sou, quem eu quero ser, mas, profundamente quem fui não me lembro, se fui já não sou e isso me basta, pra ter um abraço “do eu que tornou”, de tudo um pouco, calado, translouco, fadado e romântico, me torno galante sem lembrança alguma do ser que eu fui.
Márcio Ribeiro
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