Cronica sobre Regime-Jo Soares
Feita de/para/sobre
(Poeta Bucano)
Após a tormenta da tarde
Um nó turvo ficou muito claro
Agora, tenho que me permitir
E vou mergulhar nisso
sem o peso das ressalvas
Derrubei, depois de uma metade de vida, as cortes que poderiam me julgar
Artistas não deveriam ser condenados
Qual é a acusação? Sentir o que sentem?
A natureza do sentimento
é a excludente da culpa
Porque esse é o fogo que concebe suas vidas.
Então, que nos venha livre essa doce loucura, azeitando as vírgulas desse destino -
Esse é o meu veredito!
O calor da minha respiração
anseia pelo sabor dessa aventura
E esperar-te-ei sentado à mesa da reciprocidade
No menu do silêncio, de entrada,
serás servida com qualquer obra de arte
singular, em par,
feita de/para/sobre nós
E assim viver-te-ei, Arte,
respeitando os limites de cada estrofe, mas em estilo livre.
Muita petulância pensar estar acima dos desígnios do Pai sobre o nosso destino.
Tolice querer ser maior do que o Criador de todas as coisas.
Afinal, os padrões não foram, "sobremaneira" (só pra lembrar da novela que juntou passado e presente) criados por Ele, e essa certeza vem da realidade que conhecemos, apesar da diversidade de culturas, onde plenitude é busca, e pecado é angústia.
De tempos em tempos, nessa correnteza, eu solto o remo e me entrego ao sabor do vento.
Sei que Ele me guia.
Entrego e confio.
Refletir sobre o que os outros pensam de nós e como nos julgam é uma questão intrínseca à condição humana. Nossa percepção de nós mesmos muitas vezes é influenciada pela imagem que acreditamos projetar aos outros. No entanto, é importante reconhecer que as opiniões alheias são apenas perspectivas subjetivas, muitas vezes moldadas por preconceitos, experiências pessoais e até mesmo inveja.
Os julgamentos dos outros podem ser uma fonte de ansiedade e insegurança, mas também podem servir como oportunidades para reflexão e crescimento pessoal. Ao nos confrontarmos com as críticas e os elogios dos outros, podemos aprender mais sobre nós mesmos, nossas virtudes e nossas falhas.
É essencial lembrar que a percepção dos outros não define nossa verdadeira identidade. Somos seres complexos, multifacetados e em constante evolução, e é impossível agradar a todos. O mais importante é cultivar uma autoimagem sólida e autêntica, baseada em nossos valores, princípios e aspirações pessoais.
Além disso, devemos lembrar que assim como julgamos os outros, também somos julgados. Portanto, é crucial praticar a empatia e o respeito mútuo, reconhecendo a singularidade e a dignidade de cada indivíduo.
Em última análise, a busca pela aceitação externa pode ser cansativa e fútil. O verdadeiro caminho para a realização pessoal reside na aceitação de nós mesmos, na busca pela autenticidade e na construção de relacionamentos genuínos baseados na honestidade e na compreensão mútua.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TEMPO – A trilogia do Viver
O inesperado pode roubar-nos o presente; as mudanças, desviar-nos completamente do futuro; mas o PASSADO jamais nos é tirado, por onde quer que sigamos e até o último momento.
A relevância do FUTURO não consiste em vê-lo concretizado ou não, mas em emprestar sabor ao presente e converter-nos em molas propulsoras para buscá-lo neste exato e mais recente amanhecer.
O PRESENTE só faz sentido como resultado direto de toda uma história que construímos para chegar até ele, e atinge seu ponto máximo quando cada partícula do agora chega plena de prazer no exato momento entre o último que se foi e o primeiro que o seguirá.
TENTAÇÃO
Enfeitava-se de lantejoulas
E vestia uma espécie de ceroulas
Sobre um corpo muito moreno
Pequeno,
Quase ao chocolate negro,
De púbis atena
Com cheiros de açucena
Muito farfalhuda
Negra, barbuda
Como as do pirata
Primata
Dos sete mares
Sentidos
Mas não percorridos.
Nestes meus invividos
Ares
Altares
Sem fé de sentir
O doce do fruto maduro
Sem ser só pão duro
Neste mundo inexplicável
Por tanto inextricável
Do que foi
E do que está para vir
Como um boi
Puxa a carroça da troça
Doente, por não poder fugir.
E a pequena esfinge
Egipciana
Era uma mulher que finge
Estar comigo na cama
Da ilusão,
Apenas, cruel tentação!
(Carlos De Castro, in Poesia num País Sem Censura, em 10-08-2022)
'PARÁGRAFOS'
Às vezes acordo na madruga e
ponho-me a pensar sobre o universo.
O meu universo.
Tão fechado.
Tão inóspito.
Aos meus tímpanos barulhos vários
e à minha inquietude o frio matinal.
Sou levado a filmes que
repetidas vezes já o assisti.
A melancolia e o desespero assombra-me.
Encoraja-me.
Olho para o reflexo embaçado no espelho.
Penso: já não sou o mesmo do café da manhã de ontem.
A cama há muito está vazia, exceto por uma sombra
que durante décadas não se achou.
Encontra-se perdida.
É uma alma penada com decreto temporário.
Aprisionada.
Não a prisão destinada aos malfeitores.
Quisera fosse.
É a prisão do inacabado.
Do incômodo.
Do inconformismo.
Vivendo num iceberg
Sobre uma ilha flutuante de gelo eu vi a profundidade da água no seu escurecer,
navegando lentamente e silenciosamente tentei plantar mais não vi nada crescer,
surfando ondas involuntariamente o bloco de gelo foi levado pra longe em alto mar,
a distancia da terra firme, o desastre do vazio para quem antes pisava em solo fértil, transformou uma corrente ancorada no mar profundo em uma triste passagem sem volta até o fim do mundo.
Eu não sou a minha família, nem os meus amigos, nem o que eles pensam sobre mim.
Eu não sou nenhum dos meus parentes, tampouco as opiniões deles.
Eu também não sou a minha rigidez, nem as minhas limitações.
Eu sou única. Não há ninguém igual a mim, nem haverá.
Por isso, não há competição e nem comparação.
Eu mereço o meu próprio amor e minha própria aceitação, não pelo que fiz, mas por existir.
Eu gosto do jeito que sou. E só preciso da minha aprovação em meus atos.
Algumas pessoas discernem sobre mim.
... e falam de meu eu e das coisas.
... Porém, as coisas são passíveis de mudança ao falarem e induzirem-na aos caminhos.
...Quanto a mim, o meu eu menor confabula com o meu Eu maior.
E nem os outros tão pouco Eu, ainda estou à procura de mim e não tenho definição!!!
MORTE!
Porque temos receio ou medo de falar sobre esse estado da vida em que passaremos por ele. Ter medo de morrer é tão comum quanto dormir e acordar. O medo do final me parece ser porque nos apegamos de mais dos parentes e amigos, isso porque apesar de sermos contrários ao ditado que passamos parte de nossa vida nos dedicando aos outros fica difícil o desapego. Quando se fala de morte muda-se logo de assunto ou porque nos entristecemos ou por pânico; isso mesmo temos pânico de se quer mencionar em nossas conversas a palavra morte. Por isso que insisto tanto em meus textos em sermos sempre amáveis e gentís uns com os outros. Sei que a convivência é muitas vezes motivada por discórdias e como todos tem uma opinião; e reafirmo, não é verdade e sim apenas ponto de vistas. Se tivéssemos a consciência de morte diária viveríamos mais de bem com ela...a morte. Sim por que viver bem é viver se despedindo dia-a-dia e com isso morrendo pra renascer no dia seguinte. Dizem algumas religiões que ao morrer aplica-se ai um renascer pra outras possibilidades ainda melhores. Porém acredito eu que se morrêssemos e ficássemos nos revendo a cada saudade ficaria, creio eu mais fácil a aceitação; mas como temos que nos despedir, e pra sempre prevalece ai o velho medo. A velha e famigerada morte,vem com a mesma certeza com que temos fome, e dai ficamos sempre receosos embora que nunca iremos nos acostumar. Costumo viver um dia de cada vez, confesso até que corro muito, mas é pra que eu viva intensamente sem que sobre brechas pra me arrepender no futuro. Dou-lhe ai um conselho, Viva, não conte seus minutos, apenas experincie seus momentos, escute conselhos porém entre ser oque dizem, e oque você vai sentir executando, desde que seja uma coisa construtiva. Vá sempre além; oque vai valer apena mesmo é quando chegar ao fim do dia, ou fim de sua vida você partir pra outra existência com o dever cumprido. A morte sempre trará saudade do ente querido, mas que antes nos despojemos de velhos conceitos e façamos oque tem que ser fito afinal a morte ela vai nos pegar seja em que ponto da vida onde você diga ``não é a hora´´. Portanto viva e deixe a morte de lado, deixe que ela pense em você, e enquanto faça o que veio fazer na terra, apenas VIVA. Morte ? Isso é coisa do passado, mas que vai pegar à todos no futuro porem, devemos fingir sempre que ela só existe pros outros. Que a paz seja sempre meta de sua vida.
De desculpa em desculpa
descubro que estou certa.
Culpado! Não sei muito sobre ser culpado...
desconheço o significado.
Não conheço sequer sinônimos distanciados.
Em desculpar, ao contrário, conheço os milhares de sentimentos que envolvem cada momento.
Meu vocabulário é imenso.
Não preciso sequer pensar um momento.
Desculpo no momento em que os olhos do culpado pousam em mim.
Desculpo... sempre desculpo, sim!
Indefinição
Neves lá longe... perpétuas.
Sobre os pés estrada negra.
Curvas que se sucedem.
O vento é forte e gélido
Os homens nem sabem o que perseguem.
A lua brilha no céu
As estrelas mansamente bruxuleiam.
Céu sem nuvens.
Estrelinhas faceiras por ele passeiam.
Cheio de música o mar.
As ondas na praia a se esparramar.
O mar ondula.
Eu, armada de medo, mas aprendi sim o mundo enfrentar.
Sobre a vida... e a vida...
E a vida segue seu rumo... mais um dia do lado de cá... o Sol no céu a brilhar... já mais uma noite do lado de lá... a lua e as estrelas num brilho bruxuleante a escuridão a afastar.
Um dia a menos... ou um dia a mais... uma noite a menos... ou a mais.. tanto faz... Mas, ao menos, você ainda está aí pra ver o tempo passar... e ele passa apressado, não importa o lado...
Você anda tão calad@... no seu próprio caminho concentrad@... tantos passos já dados... tantos passos por vir (bem, meu bem, se muitos... nunca se sabe)... e você, meio perdid@, já nem sabe muito bem o que vale a pena seguir.
Algumas dores, alguns desamores, decepções, ladrões de ilusões... por tudo isso você cruzou... e de tudo isso você provou... e de tudo o que sobrou? O que foi que o vento não levou? Alguma coisa de bom ficou?
Siga... sim, siga... ou fique parad@.
Tanto faz... na realidade se tudo o que o vento traz é só o que seus olhos carnais conseguem ver... tanto faz... porque tudo, no fim, vai mesmo é com o vento se desfazer... você pode atrás correr, entre os dedos querer prender... se nada há mais do que você pode ver... no que se resume todo um viver?
Em morrer... camarada... em morrer... e mais nada. Se tudo o que existe é só nesta vida é que há pra se viver... resta mesmo é o morrer.
E fim!!!
Diz pra mim: quem foi que convenceu você de que é só assim!? Simples assim! Vai, diz pra mim...
Nunca igual
Nuvens sombrias pairavam sobre as colinas.
Sentia-se no ar o cheiro que antecede os temporais.
Na enseada um pensamento flutua ao acaso.
As ondas batem forte no costão.
Uma sombra insistia em cobrir o tempo.
Lápis-carvão esfumando o fim do dia.
Uma noite que chega com a força de um tufão...
Sinto o peso do abismo.
Meu olhar direciona-se para o ponto-final.
Morre outro dia.
Como todo dia acontece.
Mas nunca igual.
É SOBRE SABER AMAR...
Sobre se doar para o outro sem pedir nada em troca
Sobre simplesmente estar do lado assistindo ao pôr do sol juntos
Sobre ir para a praia de noite, esticar a manta e contemplar as estrelas juntos
Sobre pesquisar a hora exata que a lua nasce e procurar o melhor lugar para vê-la nascer no mar e registrar esse momento juntos
Sobre caminhar de mãos dadas na beira do mar jogar conversa fora e rir a toa juntos
Sobre preparar nosso jantar ouvindo música e quando sua música favorita tocar, aumentar o som e dançar juntos
Sobre ter maturidade suficiente para entender que não existe perfeição e enaltecer as qualidades, aceitar os defeitos e saber conviver com eles
Sobre entender que todos têm suas limitações, saber respeitá-las e aprender com elas
Sobre olhar junto para o mesmo horizonte e caminhar junto com o mesmo objetivo
É sobre compreender que a tarefa não é fácil, mas se possível suavizá-la, tornando-a leve e gostosa de viver!
Ampulheta Entupida
Sobre o Abraço que não dei
Sobre a oportunidade que deixei passar
Sobre a conjugação do verbo ter
A vontade de abraçar
Tive todo o tempo do mundo
De abraçar quem quero bem
Hoje me sobra o tempo
Mas não posso abraçar ninguém
Tenho uma ampulheta entupida, na qual o tempo ali não passa
Assim agora é a vida, de alguém que não abraça
Preto e branco, gelada
Vida vazia e sem graça
Não é sobre nao saber abraçar
É sobre não ter dado valor ao tempo
Que se deixou escapar
Hoje tenho todo tempo do mundo
Mas dele nao posso desfrutar
O desfrute de um abraço, em que eu abraço, tu abraças
É. Hoje só posso conjugar
Se hoje eu pudesse dar um abraço, o
descreveria sem hesitar
Sobre o sentido de um abraço
Capaz de fazer o tempo parar
Um tempo que não se quer que acabe
Quando dentro de um abraço está...
Como é bom quando a gente sente
Um abraço de um abraço quente
O cansaço se torna ausente
A tristeza menos presente
O querer bem não se torna indiferente
Aquele abraço que abraça
Que pede um pouco mais de demora
Se torna tão importante
Que a gente quer que aquele instante Permaneça, fique e não vá embora
Quem o sente guarda na memória
Num cantinho ali da mente
Aquele abraço que abraça
Tornando feliz a vida da gente
Vivemos numa constante incerteza sobre o que o amanhã nos reserva. Não podemos prever se ele chegará para nós ou para as pessoas que mais amamos. E é por isso que devemos aproveitar o presente, mostrar que nos importamos, declarar nossos sentimentos e afirmar que nossa vida é mais bonita graças à presença de alguém especial ao nosso lado...
- Edna Andrade
A ideia que temos de amor é, grande parte das vezes, a confusão que fazemos sobre o sentido de “paixão”.
A paixão é um vendaval! É aquele misto de sentimentos inexplicáveis, que nos impede de racionar coerentemente. Que nos tira o fôlego e tira nossos pés do chão. É aquilo que nos faz querer estar juntos o tempo todo , vivendo e respirando a outra pessoa. E que por vezes até nos rouba de nós mesmos.
O amor, diversamente da paixão, é paz! Ele chega e se mantém, com um misto não só de sentimentos, mas de relações, sendo a principal delas, a AMIZADE. O amor nos faz ou nos auxilia a pensar racionalmente. Nos devolve o fôlego da vida e até nos faz voar alto, mas também é capaz de nos ensinar o quanto ter os pés no chão é importante. O amor real, é o sentimento que nos permite saber que, embora não estejamos próximos fisicamente, ainda assim o sentimento, as lembranças, os momentos partilhados e o cheiro, estão onde o amor mora: no coração ! E uma vez aí estando, permanece. Ainda que além do universo…
Sobre as linhas invisíveis que tecem a roupa de nossos destinos;
Roupas tortas, trapos rasgados. Feios.
Costurados um dia por mãos tão habilidosas com a agulha, capazes de juntar aleatoriedade em forma, em moda.
Vestimos um ao outro com as almas e usamos nossos sonhos acessórios.
Até que, no final, nós cansarmos de nos usar, para aderir a uma nova tendência, mudarmos de estilo. Doarmos. Entregar aquilo que um dia nos serviu tão perfeitamente para outro usar (ou jogar fora).
Queria lhe vestir por muito mais tempo.
Sobre Sonhos e Concreto
Aprendi com uma grande mestre:
"Quando não souber o que fazer,
não faça nada."
Mas confesso:
não sei se consigo — ou desejo — ser assim.
E assim, com esta minha inquietude,
nascem estas palavras.
Imagino que tuas lições foram duras
e teus mestres, severos.
Professores silenciosos e exigentes,
ensinando firmeza e retidão com régua em riste
e com compasso de precisão.
Com habilidade incrível,
Cumpre metas e prazos apertados,
traça linhas retas em terrenos irregulares
que muitas vezes não são seus.
Você aprendeu a ser exata —
pontual, direta,
sem deixar margem para dúvidas
quanto ao que pensa.
Mas quantas e quantas dúvidas se abrem
quanto ao que sente?
Quantas emoções foram postergadas,
tal como etapas de um projeto
ainda não autorizado para execução?
Certamente, incontáveis.
O luto, que aqui jaz, é meu...
mas talvez o teu ainda ecoe em silêncio,
assim como obra que ainda falta o acabamento interno.
É habitável,
mas ainda não é o conforto de um lar.
Falta-lhe um canto para deixar as defesas,
um alguém que te ajude a sustentar as pilastras do teu silêncio
sem cobrar respostas,
um olhar que te veja com ternura
e compreenda o que ainda não foi dito.
Uma luz acesa, um cuidado, um lugar
onde teu coração, cansado após um dia de trabalho,
possa enfim repousar.
Minhas dores são apenas minhas.
Meus desafios,
meu canteiro de obras.
Não te peço que carregue os pesos que me são inerentes e necessários.
Mas te convido a acompanhar este projeto bem de perto.
Se quiser,
posso te oferecer ferramentas para me ajudar:
uma trena para medir distâncias seguras,
uma chave para abrir o que foi trancado,
um nível para buscar equilíbrio,
uma marreta para romper o que já não serve,
e, sobretudo, um esquadro para alinhar alguns sonhos.
Peço que não esconda essas ferramentas
num depósito escuro por medo de ferir-se ao manejá-los.
O risco é parte do projeto — e vai acontecer.
Entretanto, a chance de solidez também.
Tenho a ciência,
e queria compartilhar contigo:
sei me reconstruir só,
como já fiz tantas e tantas vezes...
mas não quero levantar estas fundações sozinho.
Parece que há uma guerra silenciosa em ti,
entre o sentir que pulsa e movimenta,
e o plano que traçaste.
Teu coração esboça grandes pontes,
mas tua razão levanta muralhas altas,
não admitindo construtores iniciantes e inexperientes.
Aliás, são necessários trabalhadores resilientes para tocar essa obra.
Se teus muros e fortalezas forem largos e sólidos,
me ofereço para caminhar contigo sobre eles —
e podemos usá-los como pontes.
Num dia,
me convidas a viver em teu mundo —
e a construirmos juntos uma edificação majestosa e colossal.
Noutro,
me dizes que não caibo nele,
ou, pelo menos, não tanto quanto imaginei, me deixando um contrato temporário como consolo, sem grandes expectativas de ser efetivado.
Ter trabalho leve
não é deixar tudo ao acaso e à revelia.
É calcular bem a carga,
providenciar o material necessário
para permitir portas e janelas abertas para deixar o ar circular.
É aceitar que nem tudo cabe na planta,
mas que se pode deixar os cômodos amplos e bem iluminados.
É entender que, entre um ajuste e outro, tão necessário,
entre o escopo e projeto,
não importa o tamanho da estrutura que está no esboço —
podemos fazer tudo caber dentro do coração.
Eis-me aqui:
com planos, alicerces e esperanças,
de coração aberto, mãos firmes
e algumas ferramentas empoeiradas - bem da verdade.
Mesmo com medo de que a obra não siga exatamente o projeto original,
sigo disposto a (re)construir o que for necessário,
mesmo sabendo que trata-se de obra arrojada e de longo prazo.
Tijolo a tijolo.
Peça por peça.
Com cuidado e carinho
Te convido a ser a arquiteta e a engenheira.
Se alternar entre a mestre de obras e a construtora.
a dosar técnica com intuição, prumo com afeto.
Às vezes é necessário ser líder.
Às vezes é necessário se colocar no lugar de trabalhador.
Às vezes é necessário somente estar.
Minha obra inacabada
Nunca precisou de ajuda
A tua, tampouco...
Mas por que não permitir auxílio,
misturar os desenhos para,
juntos, erguer algo novo?
Se achar que posso trabalhar bem,
me efetive.
Pois conheço bem o tamanho do desafio
que é reconstruir um coração.
Estou aqui,
com minhas luvas e capacete
para prevenir qualquer acidente.
Há ferramentas, equipamentos e material
todos a disposição
Para começar a trabalhar ao teu lado.
Entretanto,
se não caibo em tuas concepções,
em teu plano de trabalho,
sigo adiante —
Compreendo que nem toda planta comporta tudo o que planejamos,
e nem todo terreno está apto para fundações tão profundas.
Sem mágoas no canteiro,
apenas a esperança e o desejo profundo de que tua obra avance
com segurança,
com beleza,
e, quem sabe, com amor.
E eu, com minhas ferramentas,
seguirei estrada a fora,
tentando erguer,
com calma e coragem,
um abrigo verdadeiro —
sólido o bastante para me acolher
e leve o suficiente para sonhar.
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