Cronica de Graciliano Ramos
Estou indo embora, só não sei o dia e a hora. Sim, estou indo embora, porque cansado estou, e não chegou a hora. Quero partir, voltar para o lar, de onde eu vim, porque este mundo já deu para mim.
Vou embora, só não sei o momento da partida, a viagem está certa e reservada, só não me pergunte onde é minha morada.
Uma chuva de meteoros e a fecundação da vida, o solo da terra por vezes do céu é atingido, e o óvulo pelo espermatozoide invadido. Espetáculo do universo em suas devidas proporções, quem é o autor de todas estas perfeições?
Dizer que do nada tudo surgiu? Desde quando zero vezes zero resulta alguma proporção? Eu prefiro crer e confiar, no Eterno e toda a sua perfeição. ABBA PAI.
Ah, ah, ah.
Ah, ah, ah
Ah, ah, ah
Ah, ah, ah
Oh esperança, já não é hora, de vir embora, de regressar.
Oh prometida, razão da minha vida quando voltará.
Os dias, estão nublados, estou, desanimado, sem forças para viver.
Desde o dia, que você foi embora, e até agora o coração só doeu.
Oh esperança, oh esperança
Me tragam os dias, dos tempos de quando criança.
Oh esperança, oh esperança
Me faz sentir como antes.
Um coração cheio de confiança.
O vazio já não te vê mais
Ele cansou de correr atrás...
De alguém que nunca quis viver na paz
Agora seja a sua própria luz ou escuridão
Aprenda a suportar sentimentos que te trouxeram para essa doce solidão
Sempre existirá frieza, mas ao mesmo tempo existe seres excelentes cheios de gentileza
A mensagem do evangelho trás salvação, e o fruto produzido pelo salvo é amor e perdão.
Não existe evangelho sem amor, não existe salvação fora do Eterno Criador.
Não há perfeita e justa comunhão entre os que amam e os que não liberam perdão.
A mensagem da CRUZ escândalo e vergonha é, para os que não creem e obedecem mediante a FÉ.
E a FÉ genuína e eficaz acompanha os que buscam e promovem a verdadeira PAZ.
PAZ verdadeira e eficaz têm quem anda na LUZ, os que se prostram aos pés do ETERNO SALVADOR JESUS.
A vida é um sonho.
Nós podemos dormir e não acordar. Podemos também acordar e não dormir.
Podemos sair e não voltar e voltar e não sair.
E ainda assim tem tanta gente por ai querendo conquistar o mundo inteiro, mas não conquista o que de mais importante temos, que é a oportunidade de viver intensamente a vida, o dom gratuito do Eterno e Soberano Pai.
Muitos buscam de diversas formas o PODER, mas de forma nenhuma PODE desfrutar da vida, viver e apreciar cada detalhe que o CRIADOR preparou para seu tempo determinado à desfrutar de toda a criação.
Ha quem busque ser o melhor, na insaciável corrida para abastecer seu EGO, e incessantemente luta para TER, e tão somente TER, possuir incansavelmente as coisas perecíveis desta terra, as que jamais algum mortal pode levar consigo na sua viagem de volta às suas origens.
Mas tem também os que procuram e se esforçam para SER. Ser amigo(a), companheiro(a), verdadeiro(a) enfim ser melhor do que tem sido a cada instante. SER HUMANO.
Me sinto no fundo de um poço, eu grito por ajuda e ninguém responde ao meu pedido.
Então começar a chove, e o poço vai enchendo de água, então pergunto:
- vai começar de novo?, Estou cansada de me afogar! Estou cansada de gritar por socorro e ninguém me ajudar! Foda-se então!!!.......
Então, enchendo aos poucos, me sufocando aos poucos, as pessoas voltam a ver somente as minha superfície e não minha profundezas.....
Milagres são fatos da ordem física, só conhecíveis por observações, testemunhos e testes científicos. Não são, por si, objetos de 'fé', pois se o fossem não poderiam ser observados por descrentes.
Isso quer dizer que uma opinião sobre milagres [...] só vale alguma coisa se emitida por alguém que tenha lido muitos relatos de milagres ou presenciado ele próprio algum milagre.
Caso contrário, o sujeito está tomando um conceito abstrato -- ou, pior ainda, a mera palavra que o designa -- como se fosse a coisa conceituada.
Sou o primeiro escritor que, na história do mundo, se tornou slogan em protestos de rua. Depois disso, querer uma vaguinha em ministério seria humilhação.
Também fui louvado pelos gigantes e achincalhado pelos pigmeus -- Ives Gandra e Paulo Bundadelli, por exemplo -- o bastante para entender que minhas obras não são para qualquer zé-mané.
A tragédia se faz realmente quando você senti que perdeu algo,no momento em que apenas uma lágrima te faz fraco.
quando o peso em sua consciência chegar em seu coração, deixando apenas dor,vazio e solidão tu vais ver que o simples que tu tinhas se perdeu na vastidão, nunca mais meu amor, nunca mais meu perdão.
A corvadia de um homem, traição da mulher, ações destruindo o mundo acabando com toda fé, o caos nos seus pensamentos destruindo seus sentimentos, assistindo a própria derrota alimentando seus ferimentos.
Voz Interior
(A João de Deus)
Embebido n'um sonho doloroso,
Que atravessam fantásticos clarões,
Tropeçando n'um povo de visões,
Se agita meu pensar tumultuoso...
Com um bramir de mar tempestuoso
Que até aos céus arroja os seus cachões,
Através d'uma luz de exalações,
Rodeia-me o Universo monstruoso...
Um ai sem termo, um trágico gemido
Ecoa sem cessar ao meu ouvido,
Com horrível, monótono vaivém...
Só no meu coração, que sondo e meço,
Não sei que voz, que eu mesmo desconheço,
Em segredo protesta e afirma o Bem!
Mea Culpa
Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto o seixo.
Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria;
Não chamo à existencia hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.
A Natureza é minha mãe ainda...
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir: se estou desesperado;
Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!
Logos
Tu, que eu não vejo, e estás ao pé de mim
E, o que é mais, dentro de mim — que me rodeias
Com um nimbo de afectos e de idéias,
Que são o meu princípio, meio e fim...
Que estranho ser és tu (se és ser) que assim
Me arrebatas contigo e me passeias
Em regiões inominadas, cheias
De encanto e de pavor... de não e sim...
És um reflexo apenas da minha alma,
E em vez de te encarar com fronte calma,
Sobresalto-me ao ver-te, e tremo e exoro-te...
Falo-te, calas... calo, e vens atento...
És um pai, um irmão, e é um tormento
Ter-te a meu lado... és um tirano, e adoro-te!
No Circo
Muito longe d'aqui, nem eu sei quando,
Nem onde era esse mundo, em que eu vivia...
Mas tão longe... que até dizer podia
Que enquanto lá andei, andei sonhando...
Porque era tudo ali aéreo e brando,
E lúcida a existência amanhecia...
E eu... leve como a luz... até que um dia
Um vento me tomou, e vim rolando...
Caí e achei-me, de repente, involto
Em luta bestial, na arena fera,
Onde um bruto furor bramia solto.
Senti um monstro em mim nascer n'essa hora,
E achei-me de improviso feito fera...
— É assim que rujo entre leões agora!
Solemnia Verba
Disse ao meu coração: Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura, fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...
Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E a noite, onde foi luz a Primavera!
Olha a teus pés o mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!
Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do pensar tornado crente,
Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se isto é vida,
Nem foi demais o desengano e a dor.
Amor Vivo
Amar! mas d'um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delirios e desejos
D'uma douda cabeça escandecida...
Amor que vive e brilhe! luz fundida
Que penetre o meu ser — e não só beijos
Dados no ar — delírios e desejos —
Mas amor... dos amores que têm vida...
Sim, vivo e quente! e já a luz do dia
Não virá dissipa-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...
Nem murchará do sol á chama erguida...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra débeis amores... se têm vida?
Tese e Antítese
I
Já não sei o que vale a nova idéia,
Quando a vejo nas ruas desgrenhada,
Torva no aspecto, à luz da barricada,
Como bacchante após lúbrica ceia...
Sanguinolento o olhar se lhe incendeia;
Respira fumo e fogo embriagada:
A deusa de alma vasta e sossegada
Ei-la presa das fúrias de Medeia!
Um século irritado e truculento
Chama à epilepsia pensamento,
Verbo ao estampido de pelouro e obuz...
Mas a idea é n'um mundo inalterável,
N'um cristalino céu, que vive estável...
Tu, pensamento, não és fogo, és luz!
II
N'um céu intemerato e cristalino
Pode habitar talvez um Deus distante,
Vendo passar em sonho cambiante
O Ser, como espectáculo divino.
Mas o homem, na terra onde o destino
O lançou, vive e agita-se incessante:
Enche o ar da terra o seu pulmão possante...
Cá da terra blasfema ou ergue um hino...
A idéia encarna em peitos que palpitam:
O seu pulsar são chamas que crepitam,
Paixões ardentes como vivos sóis!
Combatei pois na terra árida e bruta,
Té que a revolva o remoinhar da luta,
Té que a fecunde o sangue dos heróis!
Transcendentalismo
Já sossega, depois de tanta luta,
Já me descansa em paz o coração.
Caí na conta, enfim, de quanto é vão
O bem que ao Mundo e à Sorte se disputa.
Penetrando, com fronte não enxuta,
No sacrário do templo da Ilusão,
Só encontrei, com dor e confusão,
Trevas e pó, uma matéria bruta...
Não é no vasto mundo — por imenso
Que ele pareça à nossa mocidade —
Que a alma sacia o seu desejo intenso...
Na esfera do invisível, do intangível,
Sobre desertos, vácuo, soledade,
Vôa e paira o espírito impassível!
Sempre o futuro, sempre! e o presente
Nunca! Que seja esta hora em que se existe
De incerteza e de dor sempre a mais triste,
E só farte o desejo um bem ausente!
Ai! que importa o futuro, se inclemente
Essa hora, em que a esperança nos consiste,
Chega... é presente... e só á dor assiste?...
Assim, qual é a esperança que não mente?
Desventura ou delirio?... O que procuro,
Se me foge, é miragem enganosa,
Se me espera, peor, espectro impuro...
Assim a vida passa vagarosa:
O presente, a aspirar sempre ao futuro:
O futuro, uma sombra mentirosa.
Abnegação
Chovam lírios e rosas no teu colo!
Chovam hinos de glória na tua alma!
Hinos de glória e adoração e calma,
Meu amor, minha pomba e meu consolo!
Dê-te estrelas o céu, flores o solo,
Cantos e aroma o ar e sombra a palmar.
E quando surge a lua e o mar se acalma,
Sonhos sem fim seu preguiçoso rolo!
E nem sequer te lembres de que eu choro...
Esquece até, esquece, que te adoro...
E ao passares por mim, sem que me olhes,
Possam das minhas lágrimas cruéis
Nascer sob os teus pés flores fiéis,
Que pises distraída ou rindo esfolhes!