Cronica de Graciliano Ramos
A prova de sucesso da nossa ação educativa é a felicidade da criança.
(Maria Montessori)
Meu primeiro contato com a escola ocorreu pertinho da minha casa, através da pró Luzia e da pró Dalva, que além de vizinhas foram responsáveis pela minha alfabetização.
Luzia, professora titular, simpática, carinhosa e sorridente. Dalva professora auxiliar, séria, rigorosa e de poucas palavras. Decerto, que uma completava a outra, tanto no jeito de ser, como no desempenho das atividades pedagógicas.
Lembro que um dia, num ato de rebeldia joguei o lápis no rosto da pró Dalva. Não sei o porquê daquela atitude, talvez pelo fato gostar mais da pró Luzia tenha agido daquela maneira.
Acredito que, de fato, eu não gostava muito da pró Dalva, principalmente quando ela substituia a pró Luizia nas aulas.
Seu jeito de poucos sorrisos não me agradava. Tanto que, uma dia resolvi esconder meu caderno atrás do guarda-roupa, tentando convencer minha mãe que não poderia ir para escola. Imagine!
Em poucos minutos minha mãe descobriu a artimanha e tive que ir para escola.
Mas, é importante frisar que durante todo primário nunca gostei de estudar, queria mesmo era brincar e brincar, nada mais me interessava.
Apesar dessa má vontade com os estudos tirava boas notas.
Essa condição permitiu meu ingresso diretamente da alfabetização para o segundo ano primário na Escola Muncipal Manoel de Abeu, através de uma avaliação
Hoje, relembro com muitas saudades daqueles tempos, tendo consciência que tanto pró Luzia quanto pró Dalva foram importantíssimas na minha formação humana.
E, aquelas birras com pró Dalva são nada mais do que coisas de crianças.
Um anel para todos governar, um anel para encontrá-los, um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los.
(O Senhor dos Anéis - J. R. R. Tolkien )
Um celular para todos governar, um celular para encontrá-los, um celular para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los.
(O Senhor dos Celulares - J.B.S Neto)
Numa mesma situação podemos presenciar uma pessoa centralizadora resolvendo tudo para depois se vangloriar e jogar na cara.
E outra se aproveitando para eximir -se de tudo e assim transferir a responsabilidade para a pessoa centralizadora.
A vida é assim, um jogo de interesses aonde ninguém é 100% santo.
O capitalismo é a materialização dos setes pecados capitais.
O capitalismo é a materialização da natureza humana, interesseira, egoísta, individualista, ambiciosa...
O capitalismo se alimenta da natureza humana, seu fim será nosso fim.
Genial e diabólico, o capitalismo transforma tudo ao seu redor a seu favor.
Existe um discurso implícito em algumas produções televisivas que visa acirrar e polarizar discursões importantes como racismo, machismo e homofobia.
Ao invés, de estimular um debate amplo e verdadeiro unindo forças na busca de soluções, procuram dividir colocando escravos contra escravos.
Enquanto estamos conectados nas redes sociais, jogando free fire, assistindo novelas, seriados, futebol...
Esquecemos o mundo ao nosso redor.
Mas, basta um dos envolvidos na relação ficar "off line" (smartphone descarregou) que a paz acaba.
A gente não fica mais junto...
Você só fica no Whatsapp...
Precisamos fazer um programa a dois...
Assim, somos nós!
Da varanda, vejo um povo com sabedoria celebrar mais um dia.
Da varanda, vejo um povo enfrentar sua sina confiando na providência divina.
Da varanda, vejo um povo com amor suportar toda dor.
Da varanda, vejo um povo com humildade aguentar toda a desigualdade.
Da varanda, vejo um povo com respeito buscar seus direitos.
Da varanda, vejo um povo não deixar a dureza do cotidiano consumir seus anos.
Da varanda , vejo um povo buscando melhoria mesmo de barriga vazia.
Da varanda, vejo um povo sem grana, morando numa cabana, cheia de crianças sem perder a esperança.
Uma coisa é a repetição da lógica opressora da segregação e a criação de guetos que não respeitam a diversidade.
Outra coisa é o radicalismo, por muitas vezes, necessários na luta por espaços e direitos iguais para população negra em nosso país, marcado por um racismo individual, institucional e estrutural.
O feminismo de conveniência, os excessos do politicamente correto, a patrulha ideológica, a vitimização, o coitadismo ...
São argumentos amplamente utilizados de forma tendenciosa pela extrema direita como instrumento de negação do processo histórico brasileiro profundamente excludente em termos políticos, econômicos e sociais.
Precisamos ficar atentos com essas falácias cada vez mais
Dificilmente encontraremos em Salvador um condomínio sem uma favela ao redor.
Será que todos que moram nessas comunidades são vagabundos e preguiçosos?
Será que todos estão pousando de coitadinhos e de vítimas?
Basta olhar o processo histórico brasileiro para compreender que não se trata disso, mas sim da forma extremamente perversa que nossa elite há tempos vem funcionalizando o atraso no Brasil e lucrando com isso.
Passamos a vida inteira cobrando e sendo cobrado para ser perfeito, ser 100% em tudo que fazemos.
E quando envelhecemos, quando ficamos doentes ou quando perdemos a utilidade o sistema acha uma forma de se livrar da gente.
Por isso, precisamos estar preparados para uma invisibilidade tão comum na sociedade capitalista.
Presenciar "pobres" felizes vivendo o hoje intensamente, com Tv led, carros, Iphone, viajando de avião, tomando cerveja , assistindo futebol, novela , jogando dominó...
Tem incomodado muita gente da classe média que culpam os programas assistencialistas implantados pelos governantes.
Entendem que trabalham muito, pagam altos impostos para bancar escola pública, hospital público, bolsas famílias, programas sociais diversos...
Acham estão sustentando vagabundos e preguiçosos.
Um grande equívoco!
Afinal, pessoas preguiçosas e vagabundas podemos encontrar em qualquer classe.
Em geral, a classe média brasileira se preocupa muito com a população pobre, ao invés de cobrar dos ricos, dos banqueiros, dos industriários, das construtoras...
É com essa turma que deve-se brigar, não com o povo.
Lutar para taxação das grandes fortunas visando reduzir a enorme desigualdade social brasileira.
Vivemos numa "era de excessos"
Excesso de narcisismo
Excesso de informações
Excesso de exibicionismo
Excesso de vaidade
Excesso de ostentação;
Excesso de consumismo
Excesso de individualismo
Excesso de materialismo
Excesso de liberdade
Excesso de violência
Excessos de excessos
Dificilmente encontraremos nas grandes cidades condomínios sem que haja uma "favela" ao redor.
Será que todos que moram nessas comunidades são vagabundos e preguiçosos?
Será que todos estão pousando de coitadinhos e de vítimas?
Basta olhar o processo histórico brasileiro para compreender que trata-se de um projeto extremamente perverso implantado pela elite nacional que há tempos vem funcionalizando o atraso em nosso país
Por falta de opção, há muito tempo o povo brasileiro aceitou conviver com a política do "pão e circo.
A dificuldade em passar pelas portas da inclusão social, tão tortuosas e estreitas, faz com que muitos escolham viver o "hoje".
Entregando seu futuro nas mãos de Deus, no destino, na Mega-Sena, na loteria, no sonho de um dia ser famoso, jogador, cantor, ator....
Mudar da periferia para burguesia nem sempre é visto com bons olhos.
Parece que a busca por melhoria de vida não pode acontecer fora das comunidades, sob pena de ser considerado um "metido a besta" que abandonou suas raízes, ou seja, não presta mais, deixou de ser uma pessoa de bem.
Penso que, para diminuir a violência contra a mulher, é preciso, antes de tudo, educar o ser humano desde a infância até a idade adulta de forma permanente e contínua, visando formar verdadeiros cidadãos.
Criar leis e dar voz às mulheres sem atacar a "causa maior" não é o suficiente para reduzir o feminicídio.
Precisamos falar a mesma língua em todas as esferas da sociedade, visando dar um basta nessa situação.
Pai, em Nome de Jesus, eu declaro que creio no Sacrifício de Jesus na cruz para me salvar, e na Sua ressurreição. Por isso, eu te peço perdão pelos meus pecados e que o Mesmo Sangue derramado na cruz cubra toda a minha vida e me purifique de todo pecado e injustiça.
Eu confesso Jesus como Meu Único Senhor e Salvador e recebo o Teu Espírito Santo em meu coração para que, a partir de hoje, eu me transforme na pessoa que tu desejas que eu seja.
Endireita os meus caminhos, Senhor. Escreve o meu nome no Livro da Vida e me faz um participante da Tua Herança Eterna.
Em Nome de Jesus, quebro todo o vínculo que eu tenho com as trevas para aceitar Jesus como Meu Único Senhor. Amém.”
Na Minha Estante
Penso, logo você existe...
Existe em minhas memórias,
meu coração, minha alma,
no meu passado e no meu presente —
mesmo sem você.
Amor é fogo que arde sem se ver?
Ainda ouço a sua voz na minha mente,
suas frases prontas.
Conheço suas falas como num roteiro,
seu jeitinho único de falar
com a língua presa,
comendo sílabas,
se tornando ainda mais graciosa.
Seu ponto de vista sempre positivo,
conheço seus medos,
seus anseios,
seu maldito mecanismo de defesa
que funciona como uma bomba-relógio,
forjada pelos seus traumas e frustrações.
Lembro dos meus sentidos mais aguçados perto de ti.
Sinto a textura da sua pele,
as variadas fragrâncias do seu corpo,
o seu gostinho no meu paladar,
até o cheirinho da sua respiração.
Sua pele delicada, branca e rosada.
Seios fartos.
Coxas suculentas.
Amava recostar minha cabeça sobre elas,
era um lugar de descanso, de paz,
como se ali o mundo todo silenciasse.
Seus cabelos loiros, de verdade.
Olhos de esmeralda,
com pequenas pitadas de castanho.
Saudade de como minhas mãos
se encaixavam perfeitamente,
segurando forte
suas cristas ilíacas.
E quando nos abraçávamos,
perdíamos o chão.
Esquecíamos o tempo, o espaço,
os problemas...
Era como se só nós dois existíssemos,
e mais nada.
Nosso encaixe era perfeito,
feito sob medida.
Era maravilhoso acordar entrelaçado com ela na cama,
vontade de não sair de perto nunca mais.
Eu procurava ficar o mais perto possível —
se possível, seríamos um só.
Tudo foi engano,
como "fogo de palha",
ela disse no início.
Estaria eu só matando a curiosidade —
efêmero por dez anos,
entre mais idas do que vindas.
Tudo como um conto de fadas.
Mas afinal… as fadas existem?
Acreditei de verdade em fadas enquanto durou.
E reza a lenda:
quando você deixa de acreditar,
uma fada cai morta em algum lugar.
Ainda me sinto ligado.
Nunca encontrei química tão perfeita.
Maratonávamos a nossa paixão —
fome de mil mendigos
com extrema vontade de comer.
Por vezes, a vi desfalecer em minhas mãos,
de tanto que se deu para mim.
Hoje, luto contra mim mesmo,
buscando dignidade e redenção
como um viciado,
suportando um dia de cada vez,
um passo de cada vez.
Me dizendo:
hoje não.
Hoje, não olharei para trás.
Vou me enganando,
negando um luto
por uma pessoa viva.
Te coloco mentalmente
na minha estante —
não como objeto,
nem como troféu,
mas como na música da Pitty.