Críticas
Segregada
Por estar sentada, trabalhar, construir e pensar
Escrever e exaltar sentimentos inerentes ao meu ser
Decidir, externar, incomoda?
Sim, torno-me inoportuna.
Sei que sou pouco, quase nada,
Diante de tudo que me circunda.
Mas ser capaz de corroer minha essência
Através da inveja e críticas infundadas
Pela fala que fere mais que bala.
Não, assim não vale nada,
Não poderei tirar proveito desse juízo
É ironia impensada
De quem julga livros pela lombada.
Diante de tão pequeno discernimento
Dou imenso valor em estar segregada.
Pensar e raciocinar não são a mesma coisa. Pensar não exige esforço nem método. Raciocinar exige esforço, método, crítica e autocrítica.
Acharam um lugar pra eu morar
Acharam um lugar pra eu morar
Um lugar que é proibido matar e roubar
E que todos podem fumar e se embebedar
A maioria tenta morrer bem devagar
Dizem que basta apenas se controlar.
Acharam um lugar pra eu morar
Onde todos procuram acertar
Se concentram, e acabam a errar
Os problemas, nunca tentam solucionar
Dizem que era apenas por tentar.
Acharam um lugar pra eu morar
Onde humilhar é melhor do que amar
E que gritar é mais fácil que falar
Lá as crianças aprendem primeiro a chorar
E ainda dizem que deveríamos preservar
Preservar aquele estranho lugar.
Ainda sonho com um mundo onde qualquer pessoa não precise mais temer expressar-se de forma diferente da maioria porque simplesmente não haverá mais minorias, mas tão somente igualdades. Onde as críticas não mais se voltem para o tema abordado na obra – que será apenas um dentre tantos possíveis – mas para o talento do autor ao criá-la. E onde este último não precise abrir mão desse talento por conta de pensamentos pequenos que não tiveram o mesmo privilégio com que o universo o presenteou para seguir em frente. A carruagem irá sempre preservar sua nobreza, independente dos cães que ladrem enquanto ela passa.
Descubra o que você tem de melhor na sua personalidade e não despreze sua fisionomia. Só assim você conseguirá deixar de se comparar, de julgar e de criticar os que estão a sua volta.
Pessoas que falam a verdade para o nosso bem, sempre as temos como inimigas. Pessoas que diante dos nossos erros calam, "aceitam" e depois criticam, essas, temos como amigas.
No momento que você começa a ser crítico do seu próprio pensamento é prudente não falar isso para outras pessoas. Mesmo aqueles de sorrisos complacentes e palavras lhanas trarão do seu próprio inferno algo para fazer você se sentir pior que a sua pior autocrítica. Não tem para onde correr. Se é mau, problemas. Se é bom, problemas maiores ainda pois não lhe terão respeito. Lamentável.
Papai Noel que nunca chega
(Carta de um menino zimbabuano)
Papai Noel,
Onde é que está você?
É verdade que sua barba é branca,
Feito algodão-doce, sem sabor colorido?
Que você existe mesmo eu sei...
No Natal, eu quero um pacote de bolacha
E um ainda maior de pipoca, bem grande,
Que é para dar pros meus oito irmãozinhos,
Barrigudinhos como eu. E a titia... minha tia precisa,
Somente ela, porque minha mãe morreu,
Pai já não tinha – e morreram mais crianças,
Muitos vizinhos, morreram meus irmãozinhos, afinal,
Por enquanto, só eu fiquei,
Eu, minha tia e meu primo do meio.
Papai Noel, será que é possível passar por aqui,
Quero dizer (se não for pedir muito)
Aqui primeiro, aí depois visitar o resto do mundo,
Mundo que nos esqueceu neste lugar
Onde as estrelas se escondem atrás de nuvens marrons,
Marrom-escuras, estacionadas sobre nossas almas.
Querido Papai, velho Noel, se tiver de vir, vem logo,
Não nos deixa para depois dos outros...
Se não quiser sujar o trenó de poeira ou cinza,
Faz uma coisa prática, vem de carroça,
Mas enche a carroça de bolacha, por favor.
(Nossos corações não estão vazios, até que existe esperança,
E existe agonia; e não falta união, falta alegria
Porque nossas barrigas estão ocas. Ocas,
Simplesmente assim, ocas. Nem os vermes sobrevivem.)
Aliás, por falar em união da família,
Pelo menos aqui, a fome é que tem desfeito essa união:
Deixando filhos sem pais, pais que perdem seus filhos;
Netos que não têm sequer a bênção dos avós,
Avós que nunca nanam seus netinhos;
Tios e tias, sobrinhos, madrinhas... todos,
Todos de mãos dadas, unidos,
Mas unidos num vasto e acolhedor leito de morte
– Morte que se apresenta aqui pausadamente,
Separando um do outro,
Deixando tempo demais para a despedida,
Tempo que a gente nem queria ter.
Por isso, Papai Noel, não demore tanto para chegar...
Já estamos cheios de bolachas de barro,
Bolinhos de barro, torrões...
Faz um esforço e vem com algo de verdade,
Qualquer sabor, bolachas e mais bolachas,
O melhor presente da vida.
Faz um pouco de esforço e vem,
Vem antes de o pôr do sol,
Não dá meia-volta de novo,
Não deixa a gente para trás,
Vem, mas vem antes de o sol se pôr,
Ninguém mais pode ficar de fora,
Vem, vem logo, vem,
Vem e traz bolacha pra todos,
Traz o sorriso.
Edder Alexandre é jornalista e escritor, autor do romance Silêncio na Marcha – O Drama do Homem na Ponte do Milagre; também escreveu o infantojuvenil As Gêmeas de Getsêmani.
Há um tempo atrás
Eu soltei um passarinho que passou a maior
Parte da vida preso em uma gaiola
Ela já estava acostumada
Aceitou
Parou de tentar voar
Parou de se agitar
Aceitou o que não pediu
Não perguntaram para ela
Tinha companhia, não ficou triste
Não morreu por tristeza
Mas com o tempo, um passarinho morreu
Sem eu poder ter proporcionado a liberdade para ele mais uma vez
Ela ficou sozinha, continua aceitando
Está velha, perto da morte...
Fui em um lugar especial, onde existia verde de verdade
Sem cidades, só mata, outros animais
Peguei a gaiola e deixei aberta
Tentando fazer com que ela saia por vontade própria
Mas nada, o mundo dela, se tornou aquela gaiola...
Esperei por 20 minutos, ela olho uma vez de perto com a gaiola aberta
Mas ela não saiu, permaneceu e queria continuar na gaiola...
Ela não sabia mais o que era voar
Não sabia sair da gaiola
Com um pouco de custo, peguei ela com o máximo cuidado para não machucar
Ela estava cansada, mas parecia triste enquanto estava naquela gaiola sozinha, esperando morrer...
Eu não sei o que ela queria de fato, não tem como eu saber
Esperei ela descansar
Algumas palavras finais
Soltei as mãos e disse
Pessoas ignorantes não têm poder ou virtude para formar elogios e então contentam-se formando críticas!
Recompensa
Um artista precisa ser meio louco para ter coragem de se expor o tempo todo. Vai ser criticado por muitos, mas a recompensa sempre vem. Quem o criticou no início, será seu admirador no final!
Devemos valorizar-nos sempre! Pois se não o fizermos.. quem o fará? Somos jóias únicas e especiais. E se alguém te criticar pelo que és... não ligues, pois ser uma jóia preciosa, provoca inveja a quem escolhe ser bijutaria, podendo na verdade ser jóia também.
[Enquanto alguns homens são incapazes de decidir e apresentam falta de iniciativa],
outros homens não se abatem por nada e têm grandes poderes de crítica e decisão. Nascidos para buscas elevadas, sua compreensão clara lhes conquista o sucesso com facilidade. Descobrem tudo na hora, e ainda lhes sobra tempo. Certos de que estão com sorte, aventuram-se com confiança ainda maior.
Somos todos formigas
Operárias , focadas e submissas
Lutando pela sobrevivência
Sobreviver a cada dia.
Podre formiga , nasceu nesse mundo destruído
De caos , de guerras , de violência
Pobre formiga com opinião
Sua opinião será morta pela multidão
Pobre fomiga especial
Com seus poderes ofuscados, auto estima reduzida à po
Pobre formiga
Que nasceu
E morreu
Em vão
“até o monumento de Pe. França erguido no centro de nosso município representando a luta do fundador desta cidade, onde levantou os pilares da primeira capela como sendo o templo do santuário de um povo piedoso e de fé, padece pela omissão dos poderes constituídos do nosso município e os menestréis que adornam o suave canto do pássaro preto está se calando, pois está se perdendo o eco de nossas raízes musicais, sacerdotais, a nossa história, a nossa própria identidade.”
Escrito em outubro de 2010.
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