Correnteza
Caminho
A correnteza leva embora,
o que traz de longe,
Por que não seguimos como antes,
o que começamos hoje?
A nossa vida segue,
como o rumo da paixão,
eu voo com as asas da liberdade,
pra encontrar seu coração.
Vamos escrever em cima,
das páginas do livro da vida,
andar sobre as flores despedaçadas,
entre as pedras em um caminho.
Não temos a beleza dos pássaros,
Apenas o tempo em nossas mãos,
o tempo que crio é coragem,
e o que perco é ilusão.
(César Jardim)
O artista, forasteiro num mundo estranho, luta contra o vento e rema contra a correnteza, na esperança de criar à sua mais eminente obra de arte, e nesse dia, voltar ao seu verdadeiro lugar.
Sérgio's
E como os peixes enfrentam a correnteza para chegar em um lugar desconhecido, apenas com fé, assim eu sigo...
Precisamos nadar contra a correnteza
Dia desses a gente se encontra e eu te conto que a minha reza antes de dormir tem sido pra você. Que eu vago todos os dias pra ver se esbarro contigo em algum lugar, que eu te enxergo de uma maneira tão bonita no horizonte e que é por isso que eu espero o pôr-do-sol. Cê já percebeu como é lindo quando a noite cai e a cidade dorme? Dormem as obrigações e dormem as angústias, dormem as tristezas e dormem as certezas; durmo eu com o pensamento vidrado em você.
Você ri de uma maneira tão bonita quando fica sem jeito que faz com que eu fique sem jeito. O amor deixa a gente meio bobo mesmo. É bobo e ainda assim é bonito. É lindo, na verdade, porque tudo ganha um pouco mais de cor e a gente começa a nadar contra a correnteza. A aquarela fica mais colorida e a gente até se esquece das feridas, esquece o que arde e o que corrompe a gente por dentro; esquece as dores e as promessas todas de quando a gente bateu com a cara no muro pela última vez e jurou pra si mesmo que nunca ia encontrar alguém igual a quem se foi. E ainda bem que foi. Se não fosse, eu nunca teria esbarrado com você.
Acho que é sempre isso mesmo: a gente nadando contra a correnteza. Porque a correnteza tortura, leva a gente com as angústias todas e carrega pra um lugar que atormenta. Ser levado pela água é horrível. Até dá pra tentar se segurar, tentar encontrar alguma pedra que nos ofereça abrigo em meio ao rio, mas é mais forte que a gente. O corpo fraqueja e a gente também, e aí tudo se entrega. Só que quando nos apaixonamos, deixamos a boia e o que sobrecarrega de lado, e nadamos contra a correnteza; contra as pessoas e contra o fluxo, contra as angústias e contra a certeza de que se apaixonar de novo seria o mesmo que naufragar. E aí a gente percebe que naufragar é desistir do amor.
Dia desses a gente se encontra e eu te conto que todas essas metáforas que eu crio sobre o amor são sobre você, e o quanto valeu a pena nadar contra a correnteza pra te encontrar. Te conto o quanto eu vago e nado por ai pra ver se encontro abrigo em você. Cê me abriga? Se abrigar, a gente senta na proa e olha o pôr-do-sol. Sobra nós dois no rio contra a correnteza.
Não é amar a vida, além da liberdade, atrever-se à perigosa correnteza, quando aquilo que mais se ama permanecer do lado em que a ousadia já está.
As palavras são rios de correnteza infinita, que renascem a certeza de um duvidar. Conversar, amar e respirar a pequena sutileza do tempo. Resgatam a essência dos nossos sonhos, para as devidas transformações e suas evoluções. Nossos melhores pensamentos, são centralizados e confirmam os nossos objetivos. Assim podemos compartilhar, o amor que estamos guardando, e aquecendo dentro do nosso coração...
Era fácil saber que era certo
era só não seguir a correnteza
não deixar as águas entrarem no bote
e ouvir:
"Você é maluco!"
Nem muitas águas conseguem
apagar o amor;
os rios não conseguem levá-lo
na correnteza.
Se alguém oferecesse todas as riquezas
da sua casa para adquirir o amor,
seria totalmente desprezado.
Seria tudo mais fácil se o correnteza certa me levasse pra seus braços ou se uma estrela cadente me permitisse pedir você aqui em mim,andaria pela vida cantando e sorrindo, eu te guardaria no bolço da camisa, te soltaria pra conhecer
o mundo de vez em quando mas te trancaria rapidamente pra você não escapar de mim novamente...Por que foges de mim Amor?
'MAR... '
Nos extensos mares somos barcos naufrágios. As muitas correnteza [des]favoráveis sempre deixam ranhuras. As salinizadas águas com o tempo deixam cicatrizes. A dilaceração é perceptível com o tempo e o tempo é um desastre.
Vedar as fendas que surgem apenas prolonga o que de fato já se escreveu. Deixar o barco correr ou manter-se agitado? Há os que preferem a resistência, a mágoa de tentar subir as correntezas rumo às suas expectativas. Outros apenas flutuam. São levados pelo mar com aparente satisfação e ócio.
Mas sabe-se: todos querem um porto a qualquer valia. Chegar àquela luz que tanto brilha. Manter seguro a estrela que tanto se admira. Uma. Várias. O que vale é a energia. Flutuar sob as águas imensas. Belas. Delirantes. Mas com seus desafetos e sujeiras.
Com o tempo aprende-se a aceitar o extenso mar à nossa frente. Não importa como ele seja. Um dia nos levará para onde não queiramos. A tração que se tem é apenas temporada. Ajuda, mas não é duradouro.
A visão desse mar é fantástico. Inacreditável. Surpreendente. Nele todos movem-se sempre rumo ao desconhecido. E o tempo há de naufragar aquilo que tanto procuramos. Tempo? Não! O mar... essa coisa sombria e nefasta.
CARÊNCIA
A carência
é uma correnteza de desafetos
que serpenteia por entre a vida
arrastando os homens
para abismos recônditos
e obscuros
Pudera eu,
ser uma ilha abraçada pelo mar
e pudesse estreitar
nos meus braços
o calor do ocaso poente
A premência de afeto
é algo que fragiliza
a natureza do nosso ser!
Correnteza
corre, escorre,
transcorre
liquidamente...
Mente líquida
fluidamente
vive, sente.
Mente tesa
morre presa
na corrente.