Corpo e Mente Nietzsche

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Como provar,
no favo do teu corpo,
o mel das tuas coxas?

Reconhecimento à loucura

Já alguém sentiu a loucura
vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar a forma dos objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento?
Também.
E às vezes parecer ser o fim?
Exatamente.
Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir
muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor
que nos faz seguir viagem
sem paragem
nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins
na aula de descer abismos
e fazer dos abismos descidas de recreio
e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigantes
e de outros alienados?
E fazer frente ao impossível
atrevidamente
e ganhar-Ihe, e ganhar-Ihe
a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito
poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas
aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?

Tu Só, loucura, és capaz de transformar
o mundo tantas vezes quantas sejam as necessárias para olhos individuais.
Só tu és capaz de fazer que tenham razão
tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar
a quem tas vier buscar.

O nosso espírito é essencialmente livre, mas o nosso corpo torna-o frequentes vezes escravo.

Carícias

Carícias sábias minhas mãos buscaram
Por teu corpo em botão, alvorescente;
E meus lábios sonâmbulos pisaram
Branduras de veludo alvo e dormente.

Triunfos nos meus olhos despontaram,
E gritos de clarim e de trombeta
Em meus ouvidos sôfregos soaram,
Como cantos de amor dalgum poeta.

Ritmos de doçuras e quebrantos,
Corpos vergados, como dois acantos, .
Gritaram alto que era doce a vida.

Apertei-te na ânsia de perder-te.
E quando regressei, voltei a ver-te:
Vi-te ainda mais longe e mais perdida.

(Em C. Vide, 4 Janº 929)

Neste bosque urbano
árvore feita em concreto
- meu corpo estremece.

A língua é um sabre que pode trespassar o corpo.

Vivemos com os nossos defeitos como com os odores do nosso corpo; não os percebemos, e só incomodam aqueles que vivem connosco.

O jogo é um corpo-a-corpo com o destino.

A doença é o preço que a alma paga por ocupar o corpo, como o aluguel que um inquilino paga pelo apartamento onde mora.

Os homens entregam a alma como as mulheres o corpo, por zonas sucessivas e bem defendidas.

O espaço mescla-se com o tempo assim como o corpo se mescla com a alma.

O corpo, se for bem tratado, dura uma vida inteira.

A ação tanto é a vida da alma como do corpo.

Toda a nossa força é colocada na alma e no corpo: a primeira é destinada a comandar, o outro, a obedecer; uma aproxima-nos dos deuses, o outro, dos brutos.

O espírito vive de ficções, como o corpo se nutre de alimentos.

com mãos de hera
enlaço teu corpo
oferto em espera

Com a mente seca e a cabeça ébria / Acabado, mas sem saber acabar, / Morreu esperando viver / e viveu esperando morrer.

A sua mente age de acordo com o alimento que recebe.

O estudo é a valorização da mente ao serviço da felicidade humana.

Quatro coisas deve o educador ter sempre em mente: os seus conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade.