Corpo
Hoje, o meu corpo sussurrou teu nome
no silêncio exato da vontade contida.
Quis teus beijos, teus braços,
quis o abrigo invisível do teu cheiro
me atravessando a pele.
Tão perto —
e o impossível de te tocar
fez do desejo um rio indomável,
correndo por dentro de mim,
transbordando em saudade quente.
Ah…
que ânsia de sentir tua árvore em flor,
desabrochando como chuva de prata,
tuas mãos me prendendo ao instante
com a força de quem sabe ficar.
Foi aí que entendi:
eu te amo desde aquele dia improvável,
na sala de aula,
sem aviso, sem razão,
apenas o acaso nos olhando em silêncio.
Mesmo quando meu coração tentou outro rumo,
teu nome nunca deixou de morar em mim.
E dói —
saber-te com ela,
e eu aqui,
entre o amor que existe
e o amor que não pode ser.
Da mesma forma, os maridos devem amar, cada um, a sua esposa como ao seu próprio corpo. Quem ama a sua esposa ama a si mesmo.
Um simples abraço...e um efeito imenso...
Dois corações batendo como se
fossem um só...
Corpo,encontro de duas almas apaixonadas.
Quando o corpo desaba, a alma ruge no silêncio da exaustão, arde o fogo indomável que nada pode extinguir.
A disciplina foi o músculo que treinei, quando nem eu acreditava, a prática falou, agora o corpo do ofício é robusto.
Conheço a fome, do corpo e da alma. Uma seca os ossos, a outra esvazia o coração. Que nunca encontrem morada em mais ninguém.
Meu coração vigia mesmo quando o corpo dorme, pois sabe que a visão da ausência é a pior das tormentas no silêncio da noite.
O corpo cansa, mas a alma só se exaure quando a fé na mudança se torna mais leve que o peso do passado.
Recomeçar é a prova biológica e espiritual de que a alma tem mais vida do que o corpo pode suportar.
O maior cárcere é a mente que insiste em viver no passado, enquanto o corpo é forçado a habitar o presente.
O corpo guarda um manual de guerras antigas. Lá estão listadas derrotas que ninguém lê, exceto eu. Cada cicatriz é uma frase do diário que o tempo esqueceu. Volto a esses capítulos com os dedos, procurando cura no toque. E descubro que a linguagem da cura é pequena: atenção e tempo.
A coragem, às vezes, é apenas levantar o lençol. Encarar a madrugada com o corpo nu de expectativas. Reconhecer o medo como companheiro e não como carrasco. E, no degrau mais baixo, abrir a janela para o vento. Porque o vento passa e limpa o excesso de nós.
A saudade não é a ausência de um corpo, mas a presença fantasmagórica de um tempo que não se resigna, é a memória
em brasa, o passado que se recusa
a ser apenas pó.
A alma é a verdade nua que não conhece o ardil nem a mentira, o corpo é o mensageiro de carne que, através da dor e do prazer, é forçado a traduzir sua fala. É preciso aprender a escutar o corpo para compreender a linguagem da sua essência mais profunda.
