Coracao Partido Machucado Dilacerado
"Todas as flores do campo se vão
Mas um breve toque de pétala no coração
Apenas de leve, de maneira
Que só por mim seja sentido
Permanece assim...pra sempre
Ao abrigo do peito
Juntinho da gente
Desse jeito, pela vida inteira"
Edson Ricardo Paiva.
Nunca se prenda a nada
Nem prenda nada a você
Aprenda que o certo é deixar partir
Que teu coração seja deserto
E que tenha saída
Mantenha sempre aberta
Uma porta de entrada
Mas, lembre-se
Que pra tudo existe sempre
Um outro ponto
Este, o de partida
Assim como toda criança
Que se despede pra brincar na rua
E que nem sempre te escuta
Até que um dia, ela nem te ouve mais
E dessa vez ela parte, mas pra vida adulta
Aquela que você foi um dia
Nem essa jamais foi sua
Mas há de sempre regressar
Por aquela porta aberta que você deixou
Deixe-a
Deixe que ela venha pelo menos de manhã
Mesmo que ela venha cada vez menos
Assim como há pureza
No café que sempre fica
No fundo de uma xícara que você põe
Debaixo da torneira que goteja
E que vai perdendo a pureza
A cada vez que uma gota cai
Que teu coração seja assim
Porque no fim, tudo muda
O ponteiro, a goteira, o movimento de rotação
Algo sempre oferece ajuda
A planta cresce, a folha cai...tudo se vai
Exceto a sua essência, a parte mais bela da vida
Permita que ela sempre volte pra te falar das coisas
Se ela ainda é ou se não é mais aquela
Que teu compromisso seja sempre em deixar partir
Assim é a vida, no fim a gente compreende
Que isso não chega a ser tão triste
E que não existe outra opção
Mas deixe uma porta aberta pra ela
Pra que assim as coisas venham
Sejam belas
e depois se vão.
Edson Ricardo Paiva.
Meu coração ficou lá
Deslumbrado, à beira da enseada
Vendo naus e o mar
Minh'alma, de certa maneira
Vida inteira a olhar
Pássaros velozes, de olhares felizes
No ar, com ares de alegria
No nascer de mais um dia, assim, do nada
Um pedaço de céu
Que passa pelo espaço
De um pedaço de papel
Que eu faço de outro céu
A vida em folhas mortas
Espalhadas pelo vento
Esperando a vida nova, renovada
Sentir o que se sente
destarte, sem querer
Assim se passaram os dias
Sem saber quais horas eram
Tudo sempre era momento
O tempo não tinha idade
Acima da linha do olhar
O que fica de verdade
É em parte invisível
Além do fim do caminho
É a arte de ver a luz
Que reluz ao redor
Meu coração ficou lá
Creio que será melhor
Esperar outro dia
Que vai sim, nascer do nada.
Edson Ricardo Paiva.
Eu tenho um coração tão livre
Que tem horas que sinto
Apesar de não saber voar
Ainda dá tempo de aprender
Pois eu tenho a alma solta
E vem do tempo que eu sonhava
Eu tive um tempo de sonhar
Só não consigo te explicar como é se sentir assim
Saber que o tempo é breve
E eu tenho um coração tão leve
Como num circo de domingo à tarde, cujo ingresso é livre
Mas que é preciso um par de asas para entrar
Porque ele voa ao vento
Voa lento e espera uma notícia boa
Mas há momentos em que ele se fecha
Quem quiser sair, ele deixa
Quem não quer entrar, não precisa
Pois a vida é tão breve; um sopro...uma brisa
Leve como a sensação de liberdade
Que não se sabe que tem e deixa ir num medo que sonhou
Não guardo o peso de nenhum segredo
Nem medo de batalha ou de acordar mais cedo
A vida é um folguedo que passa depressa
Um fogo que se apaga
Eu tenho um coração bem livre e só
Isso é tudo que eu tive.
Edson Ricardo Paiva.
Aproveita o tempo agora
Enquanto o coração chora à toa
Enquanto o fruto cai perto
Olha em volta o teu deserto
Pois nem sempre o vento sopra para o lado certo
Ajeita a vela da vida
O caminho todo é pensamento, é hora boa e passa lenta
O tolo pensa em ser feliz, desorienta
Aproveita a hora triste, enquanto a tristeza é passageira
Molhe as plantas na janela
Escolhe a cor da escuridão futura
Pois nem sempre o vento sopra pro deserto
Corre, enquanto as pernas obedecem
Pise forte as pedras, elas esquecem
Olhe isento as coisas lá do alto
A descida toda é só momento, grite alto
Lá do alto, onde subiste
Deixa o vento carregar a voz
As vozes de todos nós
Tão velozes quanto a vida em direção
A um lugar onde o tempo inexiste.
Edson Ricardo Paiva.
Tem um mundo
Lá no coração da gente
Um mundo sempre igual
Só que diferente
Porque lá também tem céu
Só que nunca é o céu presente
É sempre outro, o tempo
E tudo é melhor, eternamente
Mas só dá pra olhar pra ele
Quando o olhar da gente
Como num barco distante
Olha o mar
Quando uma fogueira acesa
Lá no alto da maior montanha
Uma pipa no céu
Que se torna avião
Contorna o mundo
e volta pra um dia qualquer
Nesse dia é de tarde
E a gente se vê
Lá no galho de uma árvore
Porque lá tem quintal também
Só que sempre é diferente, é melhor
Mesmo assim, distante o chão
Ainda que eu voasse
E, lá nesse céu tivesse
O rosto de tanta gente
Que passou pelas nossas vidas
Gente que nos esquece
Porque sempre haveremos de ser esquecidos
Nesse mundo o esquecimento é diferente
E tudo sempre volta
Em formato de brumas
Como um barco na noite
Que passa lá, distante
E você numa montanha
A montanha no quintal
O quintal lá no galho
O galho no céu
Que se torna avião
Que contorna o mundo
E traz você sempre de volta
E quando volta você deixa lá teu rosto
Pra que sempre sejamos lembrados
Em formato de bruma sem nome
Somos todos crianças brincando no mesmo quintal
Se pudéssemos sair pra brincar
Com certeza a gente iria pra lá
Sempre...ou de vez em quando.
Edson Ricardo Paiva.
Há quem se arraste pela vida morta.
Tem dia que amanhece antes de clarear
Coração se despe
e se despede de toda agonia
Pra que nosso espírito se apresse
Ditos se fazem não ditos
Olhos se comprazem olhar a rua
E não tem nada diferente
Coração bate apressado
Segura, d'álma nua as mãos aflitas
Ambos se entreolham
Compreendem, de repente
Quem mudou foi a gente
A vida fica mais bonita assim
Há quem creia isso desimportante
Meu compromisso é comigo
Olhos, almas, mãos, meu peito, abrigo
Há quem queira abreviar o fim
E há quem queira olhar a noite
Saber que o sol se levante
Quero só me despedir do mal que houver em mim
Tem vida que termina igual
Numa esquina de um momento
Um vento frio de agosto
Tem dia que começa igual
Luz do dia vem vazia de algum modo
e nada muda
Não tem sonho bom que nos acuda
Não existe ilusão que, por melhor que seja, iluda
Até que um dia alguma coisa...tudo
Há quem julgue que isso pouco importa
Vai, se arrasta pela vida e arrasta a vida morta
Sem o olhar que lhes convide a perceber
A vida abandonou-lhe um dia
Chão sem céu, sem luz de estrela-guia
Vida voa, vai no vento e corta e volta
Vem, se despe de tanta agonia
Então, depois se apresse
Tem dia que amanhece antes de clarear
Mesmo que pareça tudo igual eternamente
Alguma coisa não amanheceu
Isso torna tudo muito diferente.
Edson Ricardo Paiva.
Tem sempre alguma coisa.
Um dia
Mesmo o coração de olhar mais duro
Lança um olhar à estrada
Depois de muito ter partido
Porque nada a paisagem lhe diga
Quanto ao começo
Tem sempre um pedaço que fica
Esse é o preço da vida
Num mundo onde tudo é de graça
Passa tudo, passa o tempo
Passa toda e qualquer ilusão
Não mais me iludo
Mesmo o coração mais puro
Não foge a ter o olhar endurecido
Mesmo que a paisagem lhe diga tudo
Tem sempre alguma coisa que não fica
Porque nada é de graça
Um passo deixa sempre rastro
Um mastro ao longe, uma pegada
Mentira acreditada, conta que não fecha
A estrela errada que te orientou
Tem sempre alguma coisa a ser lembrada
No pouco que se traz ou deixa
Esse é o preço da vida.
Edson Ricardo Paiva
Eu quis fazer uma canção
que trouxesse alegria pro seu coração
eu procurei palavras e lugares e motivos
pra fazer você sorrir
Eu quis achar motivo, causa ou porquê
de trazer felicidade a você
Eu sonhei com o momento em que
você, deixando de chorar
Dissesse que mudei a sua vida
E eu só tenho a te dizer
Que neste mundo
Pra ser feliz é preciso
Ser criança, burro ou egoísta
E a minha alma de artista
Me disse: Desista!
E eu larguei a minha pena
e arranquei as cordas do meu violão
uma a uma
E não fiz canção nenhuma
Quantos medos e quantos segredos
poderá abrigar um coração?
Quantos sentidos e quantas saudades
caberão em uma só vida?
Quantos erros e atropelos
serão permitidos em uma existência?
Me diga, meu Deus
por quê e aonde
haverei ainda de abrigar
tanta dúvida e tanta carência
Eu sei que derramas sobre nós
diariamente suas bênçãos e promessas
mas sabes melhor que nós
que somos todos,apenas crianças
apesar de exibirmos idades variadas
nos perdendo invariavelmente
a tropeçar nas pedras
desta interminável caminhada
onde vamos sem saber pra onde
caminhando, quase sempre com pressa
rumo à vida que haverá de existir
uma estrada melhor que esta
acreditar em sua promessa, então
é tudo que nos resta.
estarei partindo amanhã
em busca da solução
para novos e velhos problemas
deixo ao mundo esta questão a decifrar
no enigma dos meus poemas.
Teu coração não é só seu
um pedaço aí me pertence
muito mais que você pensa
no dia que nele eu adentrar
hei de reformar
tudo que já viveu
Um cantinho aí é meu
portanto trate de cuidar
dos teus batimentos cardíacos
mesmo que não saiba
pode haver por aí, um maníaco
esperando pra escrever
uma singela poesia
nas paredes do teu coração
te dar um dia de alegria
ou talvez o resto da vida
portanto, não seja atrevida
te confesso hoje, senhora
aqui já passou da hora
desde que você entrou
eu joguei as chaves fora.
Tenho um dos pés na Terra
O outro pisa a Lua
A cabeça não pensa
O coração sempre erra
A vida tem sido assim
de tanto pensar em mim
não quero esquecer você
tenho a alma no presente
e os olhos no infinito
esculpo palavras de amor
num monolito escondido no peito
preservo meu amor assim
quase perfeito
e a saudade se acentua
Ás vezes ela continua
mesmo quando
o coração pára
Tento pensar em algo bonito
e imagino a sua cara
Brilhando mais
que o Sol da tarde
se me permitir pedir-te algo
peço que guarde
nas asas de um vaga-lume
em forma de perfume violeta
esta lembrança
que voa como nave
e chega como um beijo
levado
por suave borboleta.
Aonde estiver seu coração
Ali estará o seu tesouro
A vida é curta, muito curta
Antes mesmo que esteja morta
E que sua alma siga fatalmente
Pra um lugar onde receba
Aquilo que mereces realmente
Perceba o que fez de sua vida
Ponha na balança o valor
de todo seu ouro
Responda se valeu
toda a dor causada
Todo dinheiro,
toda prata
todo ouro
Não chegam nem de perto
Ao valor do pó
que recobre o couro
Das sandália dos pescador
Aquilo que recebeste
Aqui não vale nada
Deste lado da vida
A tudo que pesaste
valerá como medida
pra fazer avaliação
e descobrir que nada
levou à nada
Teu sorriso falso
Não mais te servirá
de escudo
Aqui ninguém se vende
Aqui nada se oculta
Aqui será cobrado
Cada "N" e cada Jota
A cada ceitil
Que fizeste de valor
Ao vender tua alma
Torta
Fatalmente, finalmente
inexoravelmente morta
Não há outra oportunidade
Aqui impera a verdade
Conquistada por tua
Parca e porca vontade
Seja bem vindo ao inferno
Aonde há de permanecer
Em companhia de quem
te avalia
Por toda a Eternidade
e mais um dia.
Meu coração é uma casa,
uma caixinha, uma praça
Meu coração é um lugar
aonde ponho aquilo
Que tenho de valioso
Mantenho as portas abertas
aonde entram
quem me deixa entrar também
Mesmo assim
Muita gente entra sem pedir
e fica
Mesmo quando pensa
não estar mais lá
Nem nunca ter estado aqui
Eu tento pintá-lo
novamente sempre
Com as cores que encontrar
Tem uns passarinhos voando ali
São aqueles que o Eu menino matou
Eu os deixo lá, esperando o perdão
Tem gente que ofendi
Tem também quem me ofendeu
Há aqueles que não me perdoam
Estão todos aqui...no coração.
Quem prestar atenção
Verá um cachorrinho branco e preto
foi o unico que tive
em toda esta vida egoísta
hoje ele brinca
com um gato que tem aqui em casa
Aqui o Céu nem sempre é azul
Mas a culpa é minha
e não de quem está nele
Tem buracos nas paredes
muitos
Feitos por quem
eu menos esperava
mesmo assim ainda voa
viaja, flutua, passeia
E leva todos juntos
Mesmo quem pensa nem estar lá
Isso é segredo
Tem nuvens e sempre chove
Mas só chove no escuro
aonde choro e ninguém vê
Não é um coração rico
Mas é sincero e verdadeiro
E vocês estão todos aqui
Quem pediu para sair
eu deixei
Partiram e ficaram
ficaram sem perceber
Apesar dos anos passados
e do aparente desgaste físico
é ainda um coração de criança
aonde estão presentes
aqueles que me esqueceram
Mas que eu guardo na lembrança
Deus não deu-me um coração
Doou-me um novelo de lã
Talvez amanhã
Ele Mude
Me ajude a entender o sentido
de ter perdido o remo desse barco
que segue e navega sem rumo
Eu tento, mas não me acostumo
Nem mesmo a força destas águas
Podem manter no Prumo
O fio de lã orienta-me o Norte
Mesmo assim, não há porquê
Como um rio
A vida me leva, ao sabor da Sorte
Qual Teseu sem labirinto
Por não ter um coração
Não entendo a razão
Desta aflição que me vem
E este medo exauriente
Existente em meu novelo
Que pulsa sem ninguém
Qual fosse uma pedra de gelo
Gelo quente
Em água corrente
Coisa que existe
Sem razão
Novelo de gelo
Que segue
Prossegue
e me impele
A fingir que ainda sou gente
Todo dia
de Manhã
No fundo do coração
Nada irrita mais a quem te odeia
do que te ver feliz.
E a quem diz que te ama, também.
Amor não domina, subjuga ou discrimina
Amor não é possessivo
Amor não é possessão
Amor não coloniza ou escraviza
Amor não exige escritura
Apenas se esconde
No fundo do coração
Amor verdadeiro
Não exige nem amor
Amor, quando existe
Nem liga de te ver
Alegre e nem triste
Quem ama se contenta em ver
Fica feliz em lembrar
Se satisfaz apenas
Em saber
Que ainda está lá
Amor não faz nem bem
E também não faz mal
Tirando isto
Todo falso amor
É sempre igual.
Hoje
Meu coração amanheceu
Tão frio quanto este dia
E não sei
Quanto tempo eu vou viver
Sem saber se novamente
Haverá nele calor
Eu pensava que o amor
A gente levasse com a gente
Não percebi que ele morria
Pois nele eu vivia absorto
Não via que estava morto
E vivia em mim somente
Nem sei se existiu de fato
Ou foi coisa da minha mente
Amor, algo assim, abstrato
Verdadeira mentira
Pura ilusão
Concreta agora
É somente a ira
Que me congela o coração.
Não existem espaços vazios
Nem retratos amarelados
Nas paredes do meu coração
Existem sim, abraços que não dei
Existe em meu passado
Uma coleção de passos
Que não levaram a lugar concreto
Mesmo assim, concretizei de alguma forma
Aquilo que fui fazer
Existe uma infinda coleção de palavras
de gestos, de sorrisos, de objetos
Que aparentemente não alcançaram
o objetivo desejado
Foi a maneira subjetiva que utilizei
Que passa esta falsa impressão
Estas coisas estarão sempre lá
Não houve gesto, palavra ou intenção
que tenha sido em vão
Não houve nenhum segundo
Mal vivido em minha vida
Nada daquilo que fiz foi perdido
Existiram apenas
Quem não os compreendesse
Mas elas estarão sempre lá
Com o mesmo desprendimento
a mesma ausência de pretensão
E nenhum arrependimento.
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