Cora Coralina Poema do Futuro
Calitheya
Para conhecer como a conheço
Para conhecer como a deve conhecer
O vislumbre pungente deve você se abater
Se o silencio respeitar
Absorto na dor estar
Seu reino de profundezas há de perpetrar
Edificada sob alma atormentada
Faça moradia com seus similares
Muitos residem silenciosos em seu reino
Num ignorante estado conservador permanecem
Desiludida, as paredes de seu reino enegrecem
Provindo do odioso intento do suplício
Jorrando liquido repulsivo em logro enegrecido
Em formatos deformes o reino prossegue vivo
Sem movimentações estelares, sem aparente guia
Consciência é uma palavra esquecida há tempo insondável
Desnecessário ato de pensar, em seu reino desgosto não haverá
Uma fuga é impossível, usufruir da moradia há de tentar
Coberta fria e úmida serão suas conhecidas na macabra epifania
Sem glória genuína, erga-se abaixo, na santificada misantropia
Reine com Calitheya
Seu reino misantrópico é pura monotonia
Uma alegria traçada aos moldes de outra vida
Que não mais te quer, que não mais a quer
Qualquer um se torna valor em seu reino
Aprisionado na matéria mais que repulsiva
Incontáveis seres vivem em solitude
Desapegam-se de suas histórias
Sem um elo como guia, inertes ficam
Sem nova procura de uma guia
Torne-se rei ou rainha
De um novo mundo pautado a abominação
Os valores que já não existiam
Hão de perecer de vez, pois nunca existiram
Calitheya clama sempre, bem abaixo do brilho guia
O eterno reino, submerso na própria agonia
Será você o rei ou rainha ?
Bandeirante
Doçura do Meio Oeste
que tem como símbolo
o Ipê que une o país inteiro,
És um rincão precioso
do meu Brasil Brasileiro.
O teu povo alemão e italiano
fez deste solo a Pátria infinita
lutando na lavoura e fixando
bandeiras onde buscou viver
unidos com os irmãos gaúchos.
Semeando Tradições
vai mostrando nas danças
que o teu sangue e o peito
seguem nos ritmos do tempo.
Bem próxima da Argentina,
filha dos tempos doces
e de conversa macia,
Eu amo a tua gente guerreira
e me orgulho de ser brasileira.
preciso de respostas~
eu aqui em mais uma madrugada
me coloco a perguntar
o que pouco me sobraria
se não pudesse te amar
ou o que me restaria a não ser chorar
meus olhos se afogariam e me encontraria em alto-mar
lamentando sua ida e tentando entender
e qual seria o motivo de continuar sem você?
contaria para lua sobre o teu último sorriso
que eu quase caio em um deslizo
e me perco novamente
mas aliás
que mal me faria se és você que me salva de novo
e todo dia é como algo tão novo
e que tanto me satisfaz
aonde eu estava com a cabeça em pensar que seria capaz
que ao invés de trazer me tirei a paz que pouco me restava
e agora sinto aqui em uma rua amargurada como se me rasgasse o peito com uma facada
e tento pensar lá frente
"será que em teu sorriso ainda farei morada?"
Barra Bonita
Pluma poética levada
pela gentil ventania
do Extremo Oeste
como asa delta decola
no Morro dos Ventos
sobrevoando nostálgica
a História das origens
que ergueram unidas
este destino catarinense.
Da tua herança italiana
e germânica que veio
do Rio Grande do Sul,
se ergueu orgulho
cidade e memória,
e este povo acolhedor
que não nega amor
a lida e gratidão ao Criador.
Da tua piscicultura
eu sou o teu peixe,
da tua agricultura
eu sou a colheita,
da tua pecuária
o poema do rebanho,
e de tudo isso sou
eu a força da tua gente.
No teu Rio das Antas
prevejo nas tuas águas
o futuro dos sonhos
feitos dos lindos olhos
predestinados a ser
a cada dia mais meus
em tons de todas
as sedutoras alvoradas.
Das tuas matas
eu sou o perfume
envolvente dos dias,
da tua passarada
eu sou o cantoria
dos desafiadores dias,
e sou o teu céu aberto
que traz noites alegres.
O teu Rio Barra Bonita
manhoso como viola
que encanta as moças,
carrega nas correntezas
a canção perene e gentil
que me faz querer
bem aos que te amam
estância bonita deste Brasil.
Nada óbvio
O amor não é nada óbvio
Você, amor, não é nada óbvia
Mesmo que eu te olhe por horas e horas
Nem sei ao certo a cor da sua imensidão
Falo dos seus olhos, de que cor eles são?
Meu lugar preferido?
A palma da sua mão…
Não, não, aí é onde está meu coração…
Seu braço!
É, esse definitivamente é o meu espaço
Mas não gosto de espaço
Entre nós duas, não quero nada com espaço…
Sabia que tem estrelas no espaço?
Mas eu tenho um universo inteiro do meu lado
Tenho meu universo, se tenho ela no abraço
Já pensou no futuro?
Eu, você…um gatinho?
Talvez…
Me diz, se eu te olhar de pertinho
Você me beija sem pensar nem uma vez?
O mundo nos passa uma mensagem secreta
Onde não conseguimos desvendar facilmente
É preciso abrir os olhos, abrir a mente
Para que possamos construir nossa meta
Pois se não pudermos ver o mundo de outra forma
Na terra seremos apenas um grande pateta!
Cada letra poética minha
tem sido Inconfidente,
onde ninguém aprendeu
a lição e se valoriza
o pior para a nossa Nação.
Ninguém aprendeu a lição,
todo o peso dos poderosos
sempre é colocado
no lombo da população
e nos tornamos sem reação.
Ninguém aprendeu a lição,
todo o peso da injustiça
sempre é a vida mais
humilde que aqui se sacrifica.
Ninguém aprendeu a lição,
conspira-se, julga-se,
prende-se e se faz justiça
com as próprias mãos
criando sempre novos Tiradentes.
Ninguém aprendeu a lição,
por ingenuidade, comodismo
ou até mesmo ambição:
não sei o quê será desta Nação.
Ninguém aprendeu a lição,
viramos Tiradentes perpétuos
por omissão de quem teria
o dever de fazer e outros
são Tiradentes até sem perceber.
Ninguém aprendeu a lição:
Tiradentes perdeu a vida
por não querer mais a colonização,
e foi feito patrono civico da Nação.
A SANTA FEMINISTA
Vejo muitos a dizer da causa,
A causa boa,
A causa justa,
Mas quase nulo eu ver,
Algo sobre ela.
A santa feminista que lutou,
Que batalhou para libertar,
A França do julgo inglês.
Joana D'Arc que ouviu a voz de Deus, Não recusou, Não recuou,
E lutou!
E, mesmo no final,
Traída!
Seu heroísmo,
Sua luta,
Seu fulgor,
Lhe tornam a Santa bendita da França.
A PAZ PERDIDA
Tudo que me dava um minuto de paz,
Que me balançava,
Que me acalmava,
Foi-me tirado,
Foi-me abafado,
Foi -me cerceado.
Mas não se preocupem,
Já passei por coisas,
Outrora da mesma causa, Consciência,
E consistência de consideração da mesma.
Sei lá,
Não sinto paz,
Sinto que estou em um limbo,
De fracassos,
De desesperos,
Que vão,
Que iram acabar,
No dia em que eu partir de tudo.
RILEX
Está tão calmo
Está tão tranquilo
Está tão sei lá
As coisas...
A vida...
O tempo...
As coisas estão calmas
Mas não como queriam,
Os seres de bom coração
Que agradam o seu deus em vão.
Sei lá...
Sei não...
Só o tempo dirá
Os pensamentos que viram,
Nesse mundo vão.
Ascurra Poética
Nascida de uma História
de glória para reverenciar
outra glória esta cidade
gentil sempre faz História.
Ascurra adorável vizinha,
de lindas vinhas e do arroz
saboroso que eu encho
com todo o gosto o prato.
Eu, poetisa desta Rodeio,
sem cruzar as fronteiras,
saúdo a Ascurra poética
e suas linhas pioneiras.
Ascurra poética e terna,
a tua gente simpática
sempre me ganha fácil,
e quem te visita se encanta.
Ascurra, minha adorada,
não precisa ser feriado
para dizer o quanto
por mim és inteira amada.
Eu, poetisa desta Rodeio,
te levo no peito por ser
quem és e o teu povo ordeiro,
és a catedral de escudos cristalinos.
Quando as Raízes do Tempo
me tiram para dançar
é quando sempre me lembro
que aqui é o meu lugar.
Belmonte, minha relíquia,
a Coluna Prestes aqui passou,
tens histórias para contar
e muito calor humano para dar.
Mãos de origem polonesa
ergueram esta cidade
aqui tem memória que
também é feita de saudade.
Belmonte, meu bonito lar,
és o meu orgulho de verdade,
Belmonte, minha linda cidade,
você sabe que te amo de verdade.
Benedito Novo da minha vida,
os teus ribeirões e cachoeiras
valem mais do que meu poemas.
Benedito Novo cheia de belezas,
do africano que buscou a liberdade
assim sagrou-se com nome e mística.
Benedito Novo do meu peito,
amo os teus sabores postos na mesa
e a tua força de encontrar jeito.
Benedito Novo imensa e repartida
com Doutor Pedrinho,
não há quem não louve esta honraria.
Benedito Novo, cidade gentil,
a tua gente ergueu cidade preciosa
no Médio Vale do Itajaí deste Brasil.
Homens poetas sarados são incríveis. Homens aventureiros galanteadores são inesquecíveis. Homens românticos são imbatíveis.
Meu coração é do tamanho do universo.
NUNCA DESISTIR - AMOR PRÓPRIO
A vida é isto, reflexão, compaixão, perdão, oportunidade, aconchego, família, amor e... Um caminho livre para seguir e ser poético e feliz.
Bocaina do Sul
Tu sempre será o meu
Rio Bonito de ensinamentos,
do teu povo amigo orgulho
não nego que tenho, louvo
e poemas eu à todos dedico.
Nos Aparados de Piurras
reabro o livro da tua vida,
das origens carijó e jê,
Bocaina do Sul, ternuras
mil devoto todas à você.
Na Cachoeira Morro das Pacas
releio todas as páginas
de crescimento que te fizeram
na vida uma cidade erguer,
Bocaina do Sul és alegria de viver.
Nas cachoeiras e no Rio
na localidade de Campinas
agradeço a sua existência linda,
Bocaina do Sul, minha querida,
filha da Bela e Santa Catarina.
Na Pedra da Boca eu marquei
um encontro escondido com
você porque és tudo que amei,
amo e sempre na vida amarei:
Bocaina do Sul em ti me amarrei.
Nas tuas grutas e no teu memorial
de devoção rezo por mim,
por ti e por tudo que és,
Bocaina do Sul, minha amada,
não há ninguém que não se renda
aos teus pés diante de tanta beleza.
O Inominável
Sua existência absurda jaz no topo
Não pertencente a leis universais
Vive trancafiado, separado da graça que antes o pertencia
Construído abaixo sua montanha de olhos devassos
De pele áspera e sangrenta
Atinge-o na constante agonia
Solvendo-o na familiar melancolia
Abraçando-o nas puras gotículas rubras
Na desesperança de retorno a moradia
Ao seu antigo lar na imensidão
Amaldiçoou novo mundo em obscura selvageria
Servindo de banquete malicioso
Montou seu reino maléfico sob pontudas angustias
Como antes fizera seu antepassado Azmuth
Os obcecados na magnífica rubidez vociferam
“Malithet, Inominável Lorde Rubro
Conceda-nos a graça de seu sangue
E voltai ao teu cosmos pertencente”.
Verei teu sorriso doce
como caldo de cana,
Os ventos do Oeste
me levarão para este
coração que me ama.
Serei a tua prenda
amada rodopiando
no Passo dos Tropeiros,
Bom Jesus, meu querido,
adoro o teu povo amigo!
Irei em dia de feijoada
encontrar contigo
e com os nossos amigos,
Temos orgulho da História
feita da glória do campo
que ergueu a cidade que amo.
Bom Jesus, minha cidade fiel,
foste rota de muitos fiéis
que rezavam e sonhavam
o melhor para o Brasil,
Hoje continua a luta na vida
e faz festa ao Padroeiro gentil.
Herdeiros do Contestado
não negamos o passado,
Por isso somos unidos
num só coração apaixonado,
E sob a bênção mística
do Monge João Maria.
Bom Jesus da minha alegria,
por você sempre cruzarei
mares, céus e estradas
em busca desta cidade
generosa cheia de energia.
José Boiteux
Minha amada José Boiteux,
esta poesia é feita da tua
gente kaingang, guarani
xokleng e germânica,
E vem se erguendo
como plantação de fumo
nas tuas folhas,
florescendo na primavera
e balançando sinfônica
como árvores nas matas.
Nas tuas cachoeiras
conheço o meu rumo,
Cidade linda onde
o meu coração tem prumo
e por ti muitas histórias
da tua gente brasileira
com toda a paixão
e gentileza hei de escrever.
Extraordinária José Boiteux
no vai e vem das estradas,
não nego para que minh'alma
por ti vive encantada,
Em ti tenho o meu enleio
e o meu doce sossego;
Vivo por ti construindo
os meus planos que só aqui
seguirei vivendo com
o meu coração cantando por ti.
O cretone do destino
foi nos unindo fio a fio
nesta imensidão azul,
Vamos juntos celebrar
num distante paraíso
onde somente dois
cabem num mar imenso
e brilhante tal qual
a água-marinha lapidada
na jóia mais fina .
Vitor Meireles
Vitor Meireles é o teu nome,
mas quem te pintou com
atlânticas cores foi Deus,
Terra da minha gente linda
da Reserva Duque de Caxias,
e da minha gente imigrante
que veio fazer do Brasil
um país ainda mais gigante.
Vitor Meireles, preciosa,
teu nome era Forçação
onde os Rios Faxinal
e Palmitos se encontram
ali nasceu a nossa
História de amor e paixão,
tens em ti a reserva poética
que mais me fascina
as araucárias que sempre
fazem parte da minha vida.
Vitor Meireles é o meu amor,
com tudo o quê abriga
e a força desta gente que ergueu
uma cidade com alma bonita,
a cada verso e o baile
da Mata Atlântica poética
só aumenta a cada dia
a minha fascinação por esta terra.
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